Uma vez diagnosticado o Transtorno do Pânico, faz-se necessário dar início ao tratamento, pois, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) esta síndrome pode predispor a pessoa a outras patologias. Afirma o psiquiatra Ivan Morão que “Embora a base do Transtorno do Pânico não seja orgânica, e sim, emocional, a expressão destes sentimentos é externada por várias partes do corpo. O estômago, por exemplo, tem relação com a carga emocional, causando náuseas. Sabemos, também, que gastrite nervosa é decorrente do estresse. Por isso, é importante buscar ajuda profissional”.
O Transtorno do Pânico pode ser responsável pelo aparecimento de outras doenças psiquiátricas (comorbidade) nas pessoas que o detêm. Dentre essas podem ser citadas:
- Alcoolismo – no intuito de ver-se livre dos sintomas de ansiedade causados pela síndrome, a pessoa faz uso do álcool, sedativos e outras drogas.
- Agorafobia – em razão das crises severas, o indivíduo passa a ter medo de sair de casa. Evita lugares públicos ou cheios de gente, onde não se sente seguro.
- Depressão – ao optar por ficar em casa, isolando-se do convívio social, temendo uma nova crise, a pessoa acaba entrando num quadro depressivo.
- Transtornos de ansiedade – tais transtornos, como o transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC) e o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) são bastante comuns nos portadores da Síndrome do Pânico.
O Transtorno do Pânico é muitas vezes confundido com esquizofrenia (distúrbio que afeta a capacidade da pessoa de pensar, sentir se comportar-se com clareza). Contudo, uma doença é totalmente diferente da outra, como explica a Dra. Ana Cristina Faria: “A esquizofrenia é um transtorno psicótico, um tipo de alteração do pensamento e dos sentidos, na qual a pessoa tem dificuldade de entender a realidade. Já o Transtorno do Pânico é uma neurose que gera ansiedade e angústia e não interfere no pensamento racional”. Complementando o esclarecimento, diz o psiquiatra Rodrigo Affonseca Bressan que “O Transtorno do Pânico traz desespero total e medo de perder a linha racional. Já quem é esquizofrênico acredita em perseguição, tem delírios, alucinações e ouve vozes. Ou seja, enquanto um tem medo de ficar psicótico, o outro está e não tem medo, apenas acredita que perseguição é verdadeira. Uma doença não pode desencadear a outra”.
Nota: Retrato de James Sabartés, obra de Pablo Picasso.
Fonte de Pesquisa
Revista Guia Minha Saúde/ Edição Especial
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Lu
Muito bom o texto, pois em meio às crises surge esse medo exagerado de enlouquecer. Ler ou ouvir textos como este nos conforta e ajuda a nos redirecionar.
Cláudia
Quanto mais informações tivermos sobre o nosso transtorno mental, melhor compreenderemos o desenrolar de nosso tratamento, etc. O conhecimento permite-nos aceitar a doença e buscar ajuda sempre que for necessária.
Abraços,
Lu