Arquivo da categoria: Janelas pro Mundo

Artigos excêntricos de diferentes partes do mundo

ÍNDIA – GANDHI SERIA BISSEXUAL? (X)

Autoria de Lu Dias Carvalho

gh1

A mais recente biografia do maior herói indiano, que leva o título de Great Soul – Mahatma Gandhi and His Struggle with Índia (Grande Alma: Mahatma Gandhi e Sua Luta com a Índia), ainda sem versão para o português, de autoria do escritor que foi correspondente do jornal The New York Times na África do Sul e na Índia, países onde, respectivamente, Gandhi iniciou e terminou sua carreira, põe à mostra a vida do “homem santo”, mostrando-nos que em alguns momentos de sua vida a santidade foi de menos.

Joseph Lelyved conta em seu livro que o indiano Mohandas Karamchand Gandhi (1869-1948), que pregou ao mundo o exemplo da revolução não violenta, pois acreditava que, quando uma pessoa deixava de reagir, tirava a razão do agressor, de modo que ela acabaria por ganhar a causa depois, não era tão pacifista como se apresentava aos olhos do mundo. Segundo o escritor, o mito que o envolve não resiste a uma análise mais profunda de sua vida. Gandhi participou diretamente de três esforços de guerra e era obcecado pelo pensamento de que o sexo gerava violência.

O escritor pesquisou tão meticulosamente a vida de Gandhi, através de documentos históricos e cartas pessoais, que o resultado disso trouxe a proibição da venda de seu livro no estado indiano onde Gandhi nasceu. Vamos aos fatos retratados pelo autor:

  • Gandhi foi submisso aos interesses inglês, fazendo tudo para ser reconhecido como um deles.
  • Antes de ganhar o apelido de Mahatma (Grande Alma, em sânscrito), iniciou uma peregrinação por povoados rurais, tentando recrutar soldados para servir o império inglês. Tentava convencer as mulheres a deixarem seus maridos partirem, apelando para a espiritualidade hindu: Eles serão de vocês na próxima encarnação. A arregimentação foi um fiasco.
  • Entregou aos ingleses uma lista de 100 voluntários, incluindo parentes e membros de comunidades agrícolas fundadas por ele, e com seu nome encabeçando a lista, para fazer parte da luta.
  • Afirmou em carta ao vice-rei da Índia, lorde Chelmsford: Eu amo a nação inglesa e desejo evocar em cada indiano a lealdade aos ingleses. O assunto não foi levado adiante.
  • Na África do Sul, onde trabalhava como advogado, ajudou os ingleses na Guerra dos Boêrs (1899 a 1902), quando o império inglês massacrou os colonos descendentes de holandeses, que se rebelaram contra os planos de anexação de seus territórios. Ele conduziu 1100 carregadores indianos para resgatar os ingleses feridos nos campos de batalha.
  • Participou da repressão à rebelião dos zulus, que empunharam lanças contra os colonizadores, em 1906. Assumiu o posto de sargento-mor e comandou um pelotão com 19 carregadores de macas para resgatar os ingleses.
  • Sobre o episodio acima escreveu: Para a comunidade indiana ir para o campo de batalha deve ser uma decisão fácil. Por que temer a morte que pode nos atacar repentinamente na batalha? Nós temos muito que aprender com o que os brancos estão fazendo.
  • Mesmo em 1908, quando já se encontrava insatisfeito com as políticas raciais dos colonizadores, acabou expondo seus próprios preconceitos ao dizer: Nós entendemos o fato de não sermos classificados como brancos, mas nos colocar no mesmo nível dos nativos é demais. (…) Os kaffirs (negros) são problemáticos, muito sujos e vivem quase como animais.

Quando acabou a guerra com os zulus, Gandhi comunicou à sua mulher, Kasturba, que se tornaria celibatário. E, a partir daí elegeu o sexo como o responsável pelos impulsos violentos do ser humano. Desaparecia durante meses, deixando a mulher com quatro filhos. Ao ser repreendido pelo irmão, ele retrucou dizendo que sua família passara a englobar todos os seres vivos.

Acontece que, quatro anos depois de ter deixado mulher e filhos, Gandhi passou a se envolver com o fisiculturista alemão Herman Kallenbach, dividindo a mesma casa até 1914. A correspondência travada entre eles levanta muitas dúvidas quanto ao verdadeiro relacionamento existente entre os dois, pois dá a entender que havia um componente romântico na amizade. Gandhi escreveu:

  • Seu retrato, o único, permanece no criado-mudo do meu quarto.
  • Você tomou posse do meu corpo, completamente. Isso é escravidão com vingança.

Gandhi também exigia que o alemão não olhasse para outras mulheres com segundas intenções. Mas, quando começou a I Guerra, ele voltou para a Índia, sozinho, pois o alemão foi impedido pelos ingleses de acompanhá-lo.

Até a sua morte, o Mahatma pregou que resistir à tentação sexual era uma virtude. Contudo, no fim de sua vida ele se cercou de jovens mulheres. Requisitou, inclusive, os cuidados pessoais da bela Manu, uma garota de 17 anos, filha de seu sobrinho. Obrigava a garota a dormir a seu lado com um mínimo de roupa possível e justificava:

Um homem perfeito é aquele capaz de dormir nu ao lado de uma mulher nua, não importa quão bonita ela seja, sem que desejos sexuais apareçam.

Segundo o escritor Lelyveld, Gandhi construiu seu mito graças a uma estranha capacidade de transformar argumentos incompreensíveis em credo. Uma fórmula infalível para gurus aproveitadores.

Fica aqui a sugestão para que os leitores leiam o livro do escritor Joseph Lelyveld e tirarem as suas próprias conclusões.

Fonte de Pesquisa:
Revista Veja/ Abril Cultural

Views: 1

ÍNDIA – GANDHI, KASTURBA E HARILAL (IX)

Autoria de Lu Dias Carvalho gan12

O filho mais velho de Gandhi, Harilal, parecia não se esquecer da mágoa que tinha do pai. Reagia sempre ao contrário à vida exigida por ele: embriagava-se, fumava, relacionava-se com prostitutas e nem sempre era honesto em seus negócios. Uma de suas ações que deixaram Gandhi muito aborrecido, pois era adepto convicto do hinduísmo, foi a sua conversão ao islamismo, motivo de muita alegria e zombaria por parte dos muçulmanos.

Quando Gandhi e sua esposa Kasturba estiveram juntos na prisão, ele começou a lhe ensinar história e geografia da Índia, coisa que não teve oportunidade ou vontade de fazer antes. A princípio, logo que se casaram e após a sua volta de Londres, pelo excesso de relação íntima, e depois, em razão do excesso de afazeres, como declarava ele. Finalmente sobrava um tempinho para a sua esposa tão ignorada por ele.

Kasturba não era uma mulher saudável. Ela sofria de arritmia cardíaca, o que lhe acarretava muitos desconfortos, como falta de ar e dores no peito. Com o tempo, os remédios passaram a não fazer mais efeito, sendo suspensos por Gandhi. Em uma de suas crises, ela recebeu a visita dos três filhos, pois, o quarto, Manilal, encontrava-se na África do Sul, para onde voltara. Outra visita feita por Harilal, deixou-a muito nervosa, ao ver o filho embriagado.

A fiel companheira de Gandhi morreu em 1944, tendo vivido ao lado dele durante 62 anos. O sári que envolveu seu corpo foi feito com fios fiados por ele. Familiares e amigos acompanharam sua cremação. Harilal, por sua vez, morreu aos 50 anos, vitimado pela tuberculose agravada pelo alcoolismo.

Após a morte de Kasturba, Gandhi tornou-se mais carinhoso com sua família. Seu filho Manilal comentou:

Uma das coisas que me surpreenderam foi a extrema suavidade da atitude de meu pai em comparação àquela assumida por ele, quando meus três irmãos e eu éramos pequenos.

Gandhi continuou exercitando suas experiências sexuais, dormindo com suas seguidoras, afirmando que a castidade estava na falta de desejo carnal. Ao trocar a companhia de Sushila Nayar por sua sobrinha-neta Manu Gandhi, que fora criada por sua mulher, após perder a mãe aos 12 anos, acabou rompendo com a primeira, que se sentiu enciumada. Com a morte de Kasturba, tendo Manu cerca de 16 anos, Gandhi assumiu a educação da garota em todos os sentidos. Os fatos complicaram quando eles foram encontrados juntos na cama. Apesar das críticas negativas recebidas de todos os lados, inclusive do filho Manilal, Gandhi continuou no seu intento, até que um dos seus mais devotados seguidores alertou-o dizendo que estava comprometendo o seu trabalho. Mas teve a sabedoria de também pedir a Manu para falar com Gandhi, para interromper aquela prática.

A fama angariada por Gandhi despertava o interesse das mulheres por ele, de modo que qualquer uma o serviria, bastando que ele lhe pedisse. Mesmo entre as mulheres que o seguiam havia muito ciúme e inveja. Elas disputavam para banhá-lo, dormir a seu lado e acompanhá-lo no banheiro…

 Fontes de pesquisa:
Gandhi, Ambição Nua/ Jad Adams
Gandhi/ Louis Fischer
Líderes que Mudaram o Mundo/ Gordon Kerr

Views: 1

ÍNDIA – ESTUPROS E O TESTE DO DEDO

Autoria de Lu Dias Carvalhoind

A jovem anônima estuprada até a morte virou cinzas na calada da noite. Mais sua pira funerária continua a arder. (Luís Pellegrini)

A Índia nunca foi um país fácil para as mulheres viverem, por isso, chamaram a atenção do mundo as passeatas que eclodiram por aquele país, quando uma jovem de 23 anos foi brutalmente estuprada por seis homens, dentro de um ônibus, e acabou morrendo.

É fato que esse país nunca teve respeito pelas mulheres, apesar de existirem algumas leis com a finalidade de coibir a violência contra elas. Mas as autoridades indianas fazem ouvidos moucos em relação às queixas femininas. A vítima ali, quando mulher, sempre ocupa o lugar do réu, pois, “ela é a responsável por provocar o homem”. Portanto, deve se sentir envergonhada por levar o macho a violentá-la, despertando-lhe os desejos da carne. Muitas delas, envergonhadas e indignadas, acabam cometendo suicídio. A espiritualidade tão cantada e decantada em relação à Índia, não passa de pano de fundo para o machismo que ali vigora e para atrair turistas ingênuos.

O estupro aconteceu na capital do país, Nova Déli, cartão de visita do país, representativa da modernidade e da tecnologia, arregimentando protestos em todo o país, como se as pessoas tivessem finalmente acordado e descoberto que as mulheres são diariamente violentadas por homens, em todos os cantos do país, sem que os culpados passem, ao menos, por uma reprimenda, pois pedir punição seria exigir muito.

A violência contra mulheres na Índia atinge números alarmantes. Os estupros sucedem a todo o momento. E, imaginar que a maioria de tais atos nem chega a ser notificada. Muitas mulheres têm medo de dar queixa, pois têm que se submeter ao “teste do dedo”, através do qual o médico atesta se a sua vagina está “acostumada a ter relações sexuais” ou não, sem falar no perigo de serem violentadas pela própria polícia.

A Índia é hoje um país em ascensão. Faz parte do BRICS, ao lado do Brasil, Rússia, China e África do Sul. Mas como falar de modernidade num país dividido em castas sociais, intocáveis e mulheres sem direito algum? Onde o juiz oferece à mulher estuprada, como saída, casar com seu estuprador ou retirar a queixa. E onde o estupro, em meio ás mulheres intocáveis, faz parte do cotidiano delas.

A jovem vítima do estupro responsável por balançar os pilares do país, mesmo já estando com traumatismo craniano e com os órgãos em processo de falência, tendo parte dos intestinos retirados em razão dos ferimentos que lhe causou o uso de uma barra de ferro pelos agressores, e já tendo sofrido uma parada cardíaca, foi removida às pressas para Singapura, um país distante, onde morreu, quando se sabe que a Índia possui excelentes hospitais. Certamente os dirigentes temiam que ela falecesse em seu país, levando-o a uma convulsão social. E, para evitar mais protestos, o corpo da jovem foi trazido de Singapura, cremado de madrugada, em meio a uma forte segurança, fugindo à tradição de ser levado para a sua aldeia de origem.

O estupro é uma forma de o macho mostrar que possui domínio sobre a fêmea. E  tal poder é obtido através da tortura e da selvageria. Até os jornais indianos, sempre conservadores, não mais conseguem calar diante do clamor que contesta a violência vivida pelas mulheres naquele país. As crianças também não estão protegidas, sendo violentadas em todas as idades. Até garotinhas de 2 anos são estupradas e mortas, sem que os assassinos sejam punidos.

Que país é esse que canta loas por estar entrando para a modernidade, mas que em relação à mulher ainda se encontra na Idade Medieval?

Estupidez:
O guru indiano Asaram Bapu disse que parte da culpa foi da jovem estuprada e morta, pois, em vez de resistir aos assassinos, ela “deveria ter rezado para Deus e pedido aos estupradores, chamando-os de “bhaya” (irmão), que a deixassem em paz”.

Views: 0

ÍNDIA – GANDHI E SEUS FILHOS (VIII)

Autoria de Lu Dias Carvalho

gan1

O filho mais velho de Gandhi, Harilal, que havia se casado na Índia à custa do tio, enquanto seus pais estavam na África do Sul, sem que Gandhi desse-lhe qualquer ajuda, apesar de solicitada, acabou indo para a África do Sul, onde se ajuntou à sua família.

Harilal e Manilal seguiram os passos dos pais na África do Sul, juntando-se ao movimento político de Gandhi, e sendo presos inúmeras vezes. Mas eles carregavam uma grande mágoa do pai famoso que os privara de uma boa educação e de carinho. Situação agravada pelo fato de Gandhi ter dado uma bolsa de estudos na Inglaterra, que ganhara de um amigo, a um sobrinho e não a um dos filhos.

Ao voltar à Índia, Harilal queixou-se à mãe:

– Ele não se importa com nenhum de nós. 

Gandhi justificou-se com a seguinte declaração:

Diferentemente de outros pais, eu nunca admirei meus filhos, nem tampouco fiz algo especial em seu benefício; sempre os considerei, bem como a Kasturba, como minha última preocupação.

Harilal, em 1915, chegou a distribuir uma carta, onde chama o pai de “negligente com a família” e de ter “negado educação aos filhos”. Escreveu:

Você nunca nos falou com amor, mas sempre com raiva. Durante conversas, você sempre usou uma linguagem humilhante… Em movimento ou parado, dormindo ou sentado, você sempre nos atemorizou. Você tem um coração de pedra.

Os filhos de Gandhi achavam que o pai amava mais os sobrinhos do que eles. Mas o escritor Jad Adams, em seu livro Gandhi Ambição Nua, na página 180, escreve sobre a tumultuada vida do mais famoso indiano, conhecido em todo mundo, com a esposa e filhos, justificando seu comportamento com a família:

A ira de Gandhi contra seu próprio pai pelo seu casamento precoce deveria ser observada no contexto de seu desejo de estar livre das coisas carnais. Esse seu casamento fez com que ele se corrompesse com a carnalidade antes de conhecer melhor a própria mente. Antes de poder rejeitá-la, ele foi sobrecarregado pelas coisas desse mundo – sua esposa e filhos. Mais tarde, ele desenvolveu uma indiferença ao produto do sexo: seus filhos, como se eles o amarrassem ao mundo material como símbolos vivos de sua natureza carnal e, portanto, de nenhuma importância. Quando eles se tornaram seres sexuais, sua repugnância era quase palpável.

Fontes de pesquisa:
Gandhi, Ambição Nua/ Jad Adams
Gandhi/ Louis Fischer
Blog Indiagestão
Líderes que Mudaram o Mundo/ Gordon Kerr

Nota: A esposa de Gandhi, Kasturba, e seus filhos

Views: 2

ÍNDIA – PROSTITUIÇÃO E TURISMO SEXUAL

Autoria de Wojciech Gryc

prost.

Muitas prostitutas não escolheram esse trabalho. Em muitos casos, foram vendidas ou enganadas por seus familiares e agentes, trabalhando para bordéis e cafetões. Famílias vendendo suas crianças para tal trabalho podem ser enganadas, e podem pedir por elas tão pouco quanto US $4,00. Trata-se de um valor ínfimo, mas que pode fazer toda a diferença entre a vida e a morte para uma família passando fome.

Só em Bombaim, o órgão dos Direitos Humanos estima que chega a 50.000 a quantidade de prostitutas estrangeiras trabalhando em bordéis. Muitas delas são crianças, e os dados falam por si mesmo. A UNICEF estima que há 500.000 prostitutas infantis só na Índia.

A vida de uma prostituta na Índia é terrivelmente difícil e dolorosa. Quando chegam, as prostitutas são “domesticadas” através de espancamentos selvagens, estupros e outras formas de tortura psicológica e física. Aquelas, que resistem, são tratadas com punições ainda mais rígidas, e a vida pode piorar ainda, dependendo das condições do bordel. Os piores são aqueles chamados de “casas de travesseiros”, onde panos separam os quartos minúsculos. Visitantes podem pagar $3 por alguns minutos, e não é permitido que elas falem com os clientes. O dono do bordel fica com o dinheiro, e pode até permitir, num único dia, quarenta visitantes para a prostituta.

Escapar não é uma opção. Uma vez que a meretriz chega ao bordel e o trato já está feito entre o agente e o dono do bordel. A prostituta deve trabalhar para pagar o seu custo ao dono do lugar. Em alguns casos, juros são cobrados para impedir a sua saída, enquanto alguns donos de bordel simplesmente nunca diminuem a dívida. Apesar de inicialmente comprada por alguns poucos dólares, ela pode ser vendida por mais de mil, dando uma enorme margem de lucro para os agentes e tornando o tráfico de mulheres e crianças um negócio extremamente lucrativo.

A problemática da prostituição infantil é muito preocupante. Muitas prostitutas trabalhando nos bordéis indianos são crianças, e muitas mais são tentadas a entrar no mercado do sexo por turistas sexuais e pedófilos, que lhes oferecem dinheiro e outras recompensas em troca de atividades sexuais.  Goa – só mais uma cidade da Índia – é visitada por até 10.000 pedófilos por ano. E pior, quando são vítimas de tais atos, 70% das crianças não contam a ninguém.

Ambos os aspectos do mercado do sexo não são permitidos pelas leis indianas e internacionais. A Declaração Universal de Direitos Humanos, a Convenção de Direitos da Criança, e muitos outros tratados e acordos internacionais são contra o mercado sexual, estupro e trabalho forçado. O confinamento forçado, as dívidas indefinidamente cobradas pelos donos de bordel e os abusos constantes direcionados às prostitutas recaem na definição de escravidão, tornando a prostituição ilegal de diversas maneiras.

Leis indianas também tornam a prostituição ilegal. Algumas leis, que buscam proteger as pessoas, inclui o Ato de (Abolição) Sistema de Trabalho Forçado, que torna o trabalho forçado e a escravidão ilegais. O Código Penal Indiano, no Artigo 374, também torna ilegal obrigar alguém a fazer qualquer tipo de trabalho.

Apesar de ilegal, essas mulheres nunca recebem a ajuda que merecem e precisam. Muitos policiais de cidades grandes são subornados e, em muitos casos, usufruem delas regularmente. Os policiais das fronteiras, que são responsáveis por não permitir a entrada ilegal de pessoas de países vizinhos, também são subornados. Sem o apoio dos responsáveis por assegurar a lei, as prostitutas têm pouca ou nenhuma esperança de se libertar de tal trabalho.

A fuga, especialmente sem a ajuda de outras pessoas, é quase impossível. Prostitutas são constantemente vigiadas. Mesmo se conseguirem passar pelas ameaças e seguranças, muitas não têm para onde ir, pois são analfabetas e foram trazidas para a cidade, de modo que muitas acabam voltando ao bordel e negociando tratos que acabam em dívidas ainda maiores, enquanto outras são punidas severamente. Num certo caso, uma garota que escapou do bordel, onde era forçada a trabalhar, e foi à polícia, acabou sendo estuprada onde foi pedir socorro, e devolvida ao seu dono no dia seguinte.

Prostituição é mais um problema internacional que nacional e deve ser enfrentado por todas as nações. Aqueles países que têm seus cidadãos ilegalmente levados à Índia ou a outros lugares, devem aumentar a segurança e oferecer apoio e treinamento aos responsáveis pelas fronteiras, aeroportos, etc. O problema também existe em razão de turista de outras nações que buscam por sexo. Só para se ter uma ideia, um terço dos pedófilos em Goa são europeus, mas a Europa faz pouco, ou quase nada, para impedir que seus cidadãos participem do turismo sexual nos países mais pobres, onde as leis são facilmente desrespeitadas.

A Índia não é um caso isolado da existência de problemas e mercado sexual. Muitas nações sofrem com o tráfico de pessoas, prostituição forçada e prostituição infantil. Apesar das estatísticas serem devastadoras, e as tragédias pessoais ainda mais, pouco tem sido feito para impedir que isso ocorra regularmente. Apesar de não serem perfeitas, muitas leis existem para impedir o problema, tanto no âmbito nacional como no internacional. Está na hora de esses países se responsabilizarem para assegurar o respeito às leis.

A situação atual, onde uma simples busca na internet traz toda a informação e o aconselhamento desejado sobre turismo sexual, é inaceitável.

Nota: O Brasil também é uma rota muito buscada pelos pedófilos europeus. Na imagem, cliente e uma prostituta (o saco de dinheiro está pendurando na parede) 480–470 a.C., depositado em coleção particular em Munique.

Fonte de pesquisa:
Blog http://indiagestao.blogspot.com.br/

Views: 20

ÍNDIA – GANDHI E SEU ELO COM KALLENBACH (VII)

Autoria de Lu Dias Carvalho

gan

Gandhi foi convidado a voltar à África do Sul, onde acabou comprando o jornal Índian Opinion, que contava com 3.500 associados e muitos simpatizantes. Dentre esses, encontrava-se o arquiteto alemão Herman Kallenbach.

Quando teve que permanecer em Johanesburgo, Gandhi hospedou-se com Kallenbach, a quem também introduziu no caminho da castidade. Assim como o amigo, o alemão deixou de tomar leite e passou a fazer uso de uma dieta de frutas.  O fato mais importante é que  nasceu uma profunda amizade entre os dois, que durou até a morte de Kallenbach, que aconteceu dois anos antes da morte de Gandhi. Amizade essa que vem sendo questionada por muitos estudiosos da vida do indiano. Seria Gandhi bissexual?

Numa carta a Kallenbach, Gandhi confidenciou-lhe sobre sua esposa:

Gentilmente, mas de forma repreensiva, eu lhe disse novamente que seu pensamento era pecaminoso e que a sua doença era amplamente causada pelos seus pecados. Imediatamente ela passou a lamentar-se. Fiz com que ela deixasse de comer os bons alimentos a fim de matá-la. Eu estava cansado dela e queria que morresse. Fui uma cobra disfarçada.

Nas cartas trocadas entre Gandhi e Kallenbach havia expressões efusivas de amor, tais como: “amor extraordinário”, “Espero realmente merecê-lo”, “um amor quase sobre-humano”, “mais amor e ainda mais amor”, “tal amor que, espero, o mundo jamais tenha visto”

Gandhi destruiu as cartas de Kallenbach, alegando que seu amigo não gostaria que fossem lidas por outras pessoas. Fato considerado muito estranho para alguns. O que temia o indiano, ao deixar as cartas para a posteridade? Explica ele:

– Todos consideram que seu amor por mim seja excessivo.

Além de descrever as cartas de Kallenbach como “notas charmosas de amor”, o console da lareira do dormitório de Gandhi era adornado com um único retrato, que não poderia ser outro senão o de Kallenbach. É fato que o alemão citado nunca se casou. Gandhi refere-se com frequência a ele em sua autobiografia, e explica que Kallenbach era a sua “alma gêmea”. Em seu livro, Grande Alma: Mahatma Gandhi e sua luta com a Índia , o escritor Joseph Lelyveld cita Tridip Suhrud , um historiador cultural, afirmando: “Eles eram um casal”. Haveria uma relação sexual entre os dois?

Governo indiano compra cartas que comprovariam a bissexualidade de Gandhi (Revista Veja)

Cartas trocadas entre Mahatma Gandhi e o arquiteto sul-africano Hermann Kallenbach entre 1905 e 1945 foram compradas pelo Ministério da Cultura indiano por 700.000 libras, segundo reportagem do site do jornal britânico The Daily Mail. Pesquisadores afirmam que as mensagens provam a bissexualidade do líder político indiano, que teria abandonado a mulher Kasturbai Makhanji, em 1908, para viver com Kallenbach na África do Sul. A correspondência, que reúne também cartas escritas pelos filhos, amigos e outros parentes de Gandhi, seria leiloada nesta terça-feira em Londres.

Os documentos foram encontrados na casa da sobrinha-bisneta de Kallenbach e aquecem a discussão sobre a sexualidade de Gandhi, levantada pelo jornalista britânico Joseph Lelyveld, que fala sobre a relação homossexual de Gandhi com Kallenbach na biografia Great Soul (Mahatma Gandhi – E Sua Luta com a Índia,  título em português), lançada no ano passado. A versão em português chegou às livrarias pela editora Companhia das Letras em 25 de junho.

O texto reúne juras de amor trocadas entre o líder pacifista e o arquiteto, que se conheceram em 1904, durante passagem de Gandhi pela África do Sul.

“Você tomou posse do meu corpo. Isso é uma escravidão violenta”, escreveu Gandhi para Kallenbach de acordo com Lelyveld.

Eles se separaram em 1914, quando Gandhi teve que voltar para a Índia e Kallenbach foi impedido de acompanhá-lo por causa da Primeira Guerra Mundial. Mesmo assim, eles permaneceram em contato através das cartas. 

Fontes de pesquisa:
Gandhi, Ambição Nua/ Jad Adams

Gandhi/ Louis Fischer
Blog Indiagestão
Líderes que Mudaram o Mundo/ Gordon Kerr
http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/governo-indiano-compra-cartas-que-comprovariam-a-bissexualidade-de-gandhi

Nota: Imagem copiada de india.blogs.nytimes.com

Views: 0