Klee – EM TORNO DO PEIXE

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

O objeto cresce além de sua aparência através de nosso conhecimento de seu ser interior, através do conhecimento de que a coisa é mais do que seu aspecto externo sugere. (Klee)

O pintor, teórico da arte e educador Paul Klee (1879 – 1940) nasceu e cresceu numa família de músicos. Seu pai, o alemão Hans Klee, era um professor de música e sua mãe, a suíça Ida Frick, estudava canto, tendo o artista incialmente hesitado entre a escolha da música e a da pintura. Aos sete anos começou a aprender a tocar violino e aos onze já dominava muito bem tal instrumento. Lidava com a música, a escrita e o desenho. Portanto, nada mais do que normal a relação de sua pintura com a música, pois ele vivia em meio a uma e a outra. Contudo, a música tinha um peso inferior ao da pintura que lhe possibilitava criar mais.

A composição intitulada Em Torno do Peixe é um dos trabalhos do artista. Embora pareça ser uma de suas obras mais figurativas, basta olharmos em volta do peixe para depararmos com inúmeros objetos (uma cruz, luas cheias e crescente, um ponto de exclamação, uma seta, uma bandeirola, etc.) que trazem uma simbologia própria, embora o artista gostasse apenas da livre associação de ideias, sem se ater à representação.

O grande peixe – símbolo do cristianismo – dentro de um recipiente azul ocupa o centro da tela e, assim como os demais objetos, encontra-se em meio a um vazio escuro, como se flutuasse. Klee, um grande criador de mundos irreais onde convivem a fantasia e o paradoxo, dá asas à sua imaginação, mas sem perder o lirismo e o humor nesta pintura misteriosa. O que se encontra debaixo do grande peixe seria seu reflexo, ainda que invertido, ou outro peixe? O observador pode trabalhar apenas com conjeturas.

Os símbolos em primeiro plano, começando pelo círculo amarelo onde se encontram cinco sinais em vermelho, poderiam ser uma representação das cinco feridas de Jesus Cristo? O formato da estrela onde eles se inserem seria uma referência à Estrela de Davi?  O dado representaria o jogo feito pelos soldados romanos durante a crucificação, para decidir quem levaria as roupas de Cristo? A foice, na parte inferior esquerda, simbolizaria a morte. Na parte superior está uma cruz, outro símbolo da crucificação do Salvador. A seta vermelha apontada para uma cabeça estilizada seria uma referência à consciência humana? Abaixo da seta está um ponto de exclamação. A que ele alude? As duas luas abaixo da cabeça são para sugerir que se trata de uma imagem noturna? O que representariam as formas cilíndricas transparentes?

Ficha técnica
Ano: 1926
Técnica: tinta a óleo
Dimensões: 47 x 64 cm
Localização: Museu de Arte Moderna, Nova York, EUA

Fontes de Pesquisa:
História da arte no ocidente/ Editora Rideel
https://translate.google.com.br/translate?hl=ptBR&sl=en&u=https://www.moma.org/au

Views: 11

GURU DO REINO DESTRATA GENERAL

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

Cá entre nós, respeito é coisa irreal neste desvairado reino – uma verdadeira casa de orates. Nem mesmo os generais estão a salvo da chacota. O que se vê é cada um  fazendo o que bem quer nestes domínios  delirantes da mãe joana – desde os príncipes aos astrólogos. Foi-se o tempo em que a norma vigente era cada qual com seu saraquá. A verdade que salta aos olhos e vem caindo no domínio público é que os donos das espadas andam tão inexpressivos e borocoxôs por estas terras que se pode caçar pulga em juba de leão. Enquanto isso, o guru despirocado manda e desmanda no pedaço, principalmente agora que se encontra todo empertigado e gabarola com a condecoração que lhe fez seu rei. O Diário Oficial da União do reino, em edição extra, oficializou-o no grau de Grã-Cruz da ordem. Isso é que é honraria, o resto é café pequeno. Há de trombetear vitórias o tal sujeito, sem jamais cantar a palinódia.

O guru real classificou determinado general do reino – ministro de certa pasta – como “uma bosta engomada” que “fofoca e difama pelas costas”. E ainda arrematou, ligando-o a um conhecido político: … são aqueles tipos de ‘bandidinhos’ que não podem receber um elogio sem respondê-lo com insultos, para mostrar que são gostosões. Gente sem caráter nem valor. Bostas em toda a extensão do termo”. O general – assim como o vice-rei já havia feito antes – limitou-se tão somente a dizer que o tal guru é um “desocupado esquizofrênico”. Desta maneira, a falta de uma postura mais enérgica por parte dos homens fardados vem fornecendo munição para que o destemperado mentor deite e role, sem haver absolutamente ninguém que coíba seus desvarios ou lhe aplique um cala a boca. Enquanto o guru astrólogo canta de galo, há a impressão entre os súditos de que os generais estão a cantar de galinha, quando deveriam chamar o bocudo à responsabilidade, quebrando a crista de sua empáfia.

O mais bizarro no reino é a postura do monarca que deixa visível para todos que seu guru “só” não é mais importante do que seus mimados pimpolhos, ou seja, todo o resto não possa de um cocô. Tanto é que, mesmo após seu astrólogo ter batido pesadamente no vice-rei e agora em um de seus ministros – ambos generais – concedeu ao guru a maior honraria do reino, ou seja, agraciou-o com o mais alto grau da Ordem de Rio Branco (E pasmem!)  por “distinguir serviços meritórios e virtudes cívicas, estimular a prática de ações e feitos dignos de honrosa menção”. E é claro que tal honraria foi estendida – num gesto do mais vergonhoso nepotismo – aos dois príncipes mais velhos (O que os moçoilos fizeram de bem ao reino?), o que deve ter levado o Barão do Rio Branco a revirar-se em sua tumba mortuária. E os súditos? Ah, esses continuam com a cara de babaca. Ou seria cara de tacho?

Nota: A Ordem de Rio Branco foi idealizada em 1963 e homenageia o Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira. Ela tem cinco graus: Grã-Cruz (a mais alta), Grande Oficial, Comendador, Oficial e Cavaleiro, além de uma medalha anexa. Segundo a reportagem “O rei incluiu seu guru astrólogo num grau que, segundo o regulamento da ordem, é reservado apenas para determinadas autoridades. As normas, disponíveis no site do Itamaraty, estabelecem que a Grã-Cruz pode ser dada ao presidente da República e ao vice-presidente; aos presidentes da Câmara, do Senado e do STF (Supremo Tribunal Federal); a ministros, governadores e militares de alta patente, além de ‘embaixadores estrangeiros e outras personalidades de hierarquia equivalente’.”

Views: 2

Watteau – FESTAS VENEZIANAS

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor e desenhista francês Jean-Antoine Watteau (1684 – 1721), filho de um artesão, nasceu em Valenciennes, tendo recebido treinamentos com os artistas de sua cidade. Em Paris ele trabalhou no ateliê do pintor decorativo Claude Gillot. Três anos depois  foi para o estúdio de Claude Audran III que também era um artista decorador e ornamental. Na capital parisiense o artista passou por dificuldades, tendo que fazer cópias nas oficinas de Notre Dame para sobreviver. Recebeu, aos 25 anos de idade, o prêmio de segundo lugar no Prix de Rome. Em Paris, ele foi apresentado ao rico colecionador de arte Pierre Crozat que tinha dentre as suas inúmeras obras, trabalhos de Peter Paul Rubens, Anthony van Dyck e de pintores venezianos.

A composição rococó intitulada Festas Venezianas é uma obra do artista. Trata-se de uma “fête galante” – o artista foi responsável por introduzir o gênero galante na pintura, uma vez que o seu trabalho “Embarque para Ciera” não se enquadrava em nenhum dos gêneros existentes até então.

Em sua tela, o artista não coloca nenhum dos personagens como centro das atenções. Ali se encontram: um casal dançando minuete; o tocador de gaita de foles; um cavaleiro, à direita, debruçado sobre uma mulher que se retrai; um casal, de pé, na frente de um chafariz; casais conversando animadamente, um casal sentado no chão, aos pés do músico, em primeiro plano, etc. Watteau encontra-se presente na pintura como o músico da gaita de foles.

Curiosidade:

  • Fête Galant – tipo específico de pintura rococó, que dá destaque às festas ao ar livre e a jovens elegantes; diversão dos ricos ociosos ao ar livre.
  • Rococó – estilo decorativo surgido na França no reinado de Luís XV.
  • Minuete – dança francesa, grave, elegante, composta de evoluções e reverências, introduzida na corte de Luís XIV em cerca de 1650.
  • Gaita de foles – instrumento campestre de música, formado por tubos adaptados a uma espécie de saco de couro cheio de ar.

Ficha técnica
Ano: 1718/19
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 55,9 x 45,7 cm        
Localização: Galeria Nacional, Edimburgo, Escócia

Fontes de Pesquisa:
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Rococó/ Editora Taschen

Views: 3

MARAVILHAS DO GENGIBRE

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria do Dr. Telmo Diniz

O gengibre (Zingiber officinale) é uma planta herbácea originária da Ásia e, de lá, foi difundida para o resto do mundo. No texto de hoje vamos ver os benefícios desta raiz que é, ao mesmo tempo, um tempero para comidas e um remédio com benefícios diversos à saúde.

As propriedades da planta se encontram no rizoma (raiz). É o local onde se encontram diversos benefícios terapêuticos:

  • ação bactericida,
  • desintoxicante
  • ótimo para os sistemas digestivo, respiratório e circulatório.

O gengibre também é, reconhecidamente, um alimento termogênico, ou seja, é capaz de acelerar o metabolismo e favorecer a queima de gordura corporal sendo, pois, coadjuvante na perda de peso. É importante considerar que o gengibre pode aumentar o gasto calórico em mais de 10%, porém, deve ser salientado que não existem milagres quando o assunto é perder peso. Mas para que o consumo de gengibre mostre resultados, é necessário que se alie a uma dieta mais hipocalórica e a exercícios físicos regulares.

O gengibre apresenta uma substância chamada “gingerol” que possui propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antimicrobianas que protegem o nosso organismo. É essa substância a responsável pelo sabor picante e tão peculiar do gengibre. Na medicina ayurvédica, a raiz tem reconhecida ação sobre o sistema digestivo, sendo indicada para aliviar náuseas e vômitos. Estudos indicam também que o gengibre provoca inibição no crescimento da bactéria Helicobacter pylori, causadora de gastrite e úlcera de estômago.

O gengibre pode ser usado de diversas formas, podendo agradar aos diferentes gostos pessoais. Utilizar as lascas da raiz para mastigar pode ser forte, entretanto, ajuda a aliviar a rouquidão e as irritações na garganta nos casos das viroses invernais. A infusão da raiz em chás pode também ser de grande utilidade nas gripes e resfriados em geral. De igual forma, o gengibre pode ser usado em conjunto no suco verde (couve e hortelã) como detoxificante. Lançar mão do gengibre como coadjuvante terapêutico pode ser uma ótima e deliciosa pedida.

Eis uma receita do xarope de gengibre, remédio caseiro com propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e expectorantes, que ajudam a combater os sintomas da gripe:

Ingredientes

25 g de gengibre fresco fatiado ou uma colher de gengibre em pó;
uma xícara de mel;
três colheres de sopa de água;
três colheres de sopa de suco do limão e
cinco gotas de extrato de própolis.

Preparo

Inicie por ferver a água. Após a fervura, desligue o fogo e acrescente o gengibre. Tampe e deixe na infusão por dez minutos. Logo após, acrescente o mel, a própolis e o suco do limão. Misture bem até obter uma mistura homogênea, com consistência viscosa, igual a um xarope. Vá tomando aos poucos.

As contraindicações para uso desta raiz são para hipertensos graves e pessoas que utilizam medicações anticoagulantes. Na dúvida, consulte seu médico. Nosso remédio está em nossa despensa e não na prateleira das farmácias. Pense nisso!

Nota:
NUNCA USE GENGIBRE SE VOCÊ TIVER UM DESTES PROBLEMAS DE SAÚDE …

Views: 0

Munch – TREPADEIRA VERMELHA VIRGÍNIA

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

 Autoria de Lu Dias Carvalho

O norueguês Edvard Munch (1863 – 1944) nasceu na cidade de Löten, mas sua família mudou-se para Christiania (atual Oslo) no ano seguinte ao seu nascimento. Era o segundo filho do casal Christian Munch e Laura Catherine. Seu pai era um médico tradicional, muito devoto,  moralista e castrador. Edvard teve três irmãs: Sophie, Laura e Inger e um irmão, Andreas. Cinco anos após seu nascimento, ele perdeu sua mãe, aos 30 anos de idade, vitimada pela tuberculose, assumindo a tia Karen Bjolstad, irmã dela, o controle da família. E nove anos após a morte da mãe, sua irmã favorita Sophie faleceu, aos 15 anos de idade, também vítima da mesma enfermidade. O artista foi um pioneiro do Expressionismo.

A composição intitulada Trepadeira Vermelha Virgínia retrata um tipo de hera (trepadeira da Virgínia/ EUA) que crescia por toda a sua casa em Berlim. Embora se trate de algo comum para uma cena, sob o pincel do artista norueguês a hera apresenta uma tensão perturbadora, pois, assim como uma planta carnívora, ela parece abocanhar toda a casa, alastrando-se desordenadamente.  Suas raízes assemelham-se a veias e suas folhas a poças de sangue.

A figura de um homem com bigode e grandes olhos saltados aparece em primeiro plano. Apenas uma pequena parte de seu corpo é vista – o que torna sua cabeça ainda mais perceptível. A expressão de seu rosto denota medo. Um caminho formado por sulcos ligam-no à casa, indicando uma relação entre ambos. Já se encontrando de costas para o casarão, ele parece fugir rapidamente do lugar.

A perspectiva da casa de dois pavimentos e suas inúmeras janelas brancas também se mostram amedrontadoras, lembrando um velho casarão abandonado, palco de tragédias. Uma árvore seca com um ramo cortado, postada em frente à cerquinha branca, também sugere horror.

Ficha técnica
Ano: 1911
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 162 x 219 cm
Localização: Museu de Arte Moderna, Nova York, EUA

Fontes de Pesquisa:
História da arte no ocidente/ Editora Rideel
https://www.edvardmunch.org/red-virginia-creeper.jsp

Views: 0

CAPITALISMO SELVAGEM E INDIFERENÇA

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho


Segundo o Aurélio, a acídia, também conhecida por acedia, significa abatimento do corpo e do espírito, moleza, frouxidão. Traduzindo, para uma linguagem mais próxima de nosso tempo, é o “não se importar” com nada ou ninguém, é a indiferença. É o comportamento carregado de amargura ou cinismo em relação à vida. É o fastio, o enfado, a indolência, a passividade, a indiferença, a languidez proveniente do tédio, ou a omissão no tratar com o mundo.

O capitalismo selvagem – sistema econômico em que o consumismo abunda – tem sido um campo fértil para que a indiferença se propague. De certa forma, o tédio, a omissão e o niilismo (aniquilamento, descrença absoluta) estão impregnados de um desespero mudo. Muitos já nem possuem mais a percepção de que parte do mundo agoniza, tão voltados que estão para o  próprio umbigo. São incapazes de ver além de si mesmos. E por mais que tenham, sempre querem ter mais, indiferentes ao resto do mundo.

O conhecido psicólogo e escritor Erich Fromm acredita que a cultura contemporânea tem sido responsável pelo aumento do tédio que avassala a humanidade. Segundo ele, as pessoas entediadas são gélidas. Não sentem alegria, mas também não sentem tristeza ou dor. Perdem a capacidade de posicionarem-se diante de fatos importantes, pois carregam pela vida uma indiferença total e absoluta, como se dela não fizessem parte. E muitos são entediados por possuírem em excesso, de modo que nenhuma conquista traz-lhes prazer. Tudo leva a crer que o homem moderno vive uma epidemia de tédio, tão grande é o seu descompromisso para com o planeta como um todo. Ele passa por uma profunda crise de valores e de imaginação. Vem se tornando cada vez mais solitário e triste, porque está desaprendendo compartilhar e interferir no que passa ao seu redor. Não tem compromisso com o mundo à sua volta. É cada vez mais omisso.

A espécie humana tem vivido a cultura do “não estou nem aí”. Totalmente indiferente em relação ao destino da Terra, como se não houvesse nada que pudesse fazer, ou se não tivesse nenhum poder de interferência, ou  se vivesse numa outra dimensão, num outro planeta. Nem percebe mais que é parte integrante da natureza, de modo que não pode pilhá-la, explorá-la e violá-la sem que pague por isso até mesmo com  a vida, e isso sem levar em conta seus descendentes – correm o risco de viver num planeta totalmente exaurido.

A humanidade tem amargado um preço muito alto por sua postura de alienígena no planeta Terra. Este aniquilamento e desprazer de viver têm suas raízes fincadas no desdém pela natureza, ao envenenar rios e mares, desnudar montanhas, extinguir a vida selvagem, poluir a atmosfera, aumentar a temperatura do planeta, ignorando que é parte de um único corpo. Esquece-se de que aquilo que deixamos de fazer, muitas vezes, pode ser muito mais importante do que aquilo que fazemos. Parvo é quem pensa que, ao se omitir, fica com a consciência limpa, sem culpa no cartório. A não ação, também é um tipo de ação, ainda que ao contrário, como provou Ghandi. Só que, no caso do indiano, ela foi usada positivamente, enquanto agora floresce como uma erva daninha, um produto da inércia e da omissão.

A civilização atual está promovendo um ecocídio ao acabar com o equilíbrio entre o humano e o não humano. A ligação entre as duas partes, além de ser fator de bem-estar moral e espiritual, é imprescindível para a sobrevivência do planeta. O homem não pode ser autossuficiente a ponto de desprezar os outros seres que coabitam consigo. A ética é muito mais ampla de que se imagina. Ela deve estar não apenas nas relações entre os seres humanos, como na relação com o ambiente e as demais espécies. Somente o respeito às diferentes formas de vida poderá salvar a Terra.

A cultura atual vem levando ao pé da letra o conceito de antropocentrismo. O homem está imbuído do convencimento e da vaidade de que tudo na Terra foi criado para beneficiá-lo. Ironicamente, ao ignorar os direitos dos outros seres, ele está construindo o seu próprio caos. Engana-se ao pensar que não é interdependente com os outros elementos do planeta. Desconhece o sentido da palavra humanidade (húmus = terra, em latim). O planeta Terra é o nosso lar, é a nossa terra, ainda que finjamos não compreender isto. Subestimá-lo é transformá-lo, em curto prazo, num hospital de humanos doentes de corpo e de alma.

É bom que todos nós, diante do ecocídio perpetrado por governantes insanos e por humanos ignorantes e vis, afeitos apenas ao “ter”, saibamos que a complacência sem limites é tão nociva quanto a intolerância. A omissão contrapõe-se à justiça, quando cruzamos os braços, ao ver que nossa civilização está destruindo águas, solos, árvores nas cidades e florestas, e outras espécies, num ritmo nunca visto. Tenhamos a certeza de que pagaremos um grande preço, pois a toda ação corresponde uma reação. Não perdemos por esperar. Precisamos botar um freio no capitalismo selvagem que está destruindo o planeta, quando o lucro fácil passa a ser a parte mais importante de tudo, sem nenhuma forma de remorso.

Views: 0