AS RELAÇÕES SEXUAIS NO IMP. ROMANO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Em quatro séculos (de Marco Aurélio a Justiniano), grandes mudanças ocorreram na vida dos moradores das cidades e em seus arredores, no Império Romano. No que diz respeito ao sexo, a classe considerada superior não via diferença entre o amor homossexual e o heterossexual. O prazer físico era plenamente aceito, podendo advir de um tipo de relação ou de outro. A única preocupação do moralismo vigente à época era no que diz respeito ao parceiro de prazer, para que não houvesse “contaminação moral”. Trocando em miúdos, significava que um homem de classe superior não podia relacionar-se sexualmente com alguém de classe inferior. Além disso, o homem ficava também proibido de manter uma posição passiva durante o coito, o que era considerado um comportamento das pessoas de classe inferior.

Era vedada ao “notável” a prática da sexualidade oral com sua parceira, pois tal comportamento era visto como uma inversão de hierarquia, uma vez que o papel de passividade deveria caber à mulher, sendo ela inferior ao homem (ainda que fizesse parte da elite). Tratava-se, portanto, de um comportamento tão reprovável quanto o “contágio moral” com um indivíduo de classe inferior. As mulheres dos “notáveis” não exerciam nenhuma função pública junto a seus maridos, sendo por isso consideradas inferiores. Uma vez que não habitasse tal mundo, tão ambicionado pelos homens, também não motivavam interesse neles. Eram tidas como “enfeites” que eram livres para agirem como quisessem, desde que não se intrometessem no universo político masculino.

Todo homem “bem-nascido” movia céus e terra para mostrar-se digno de sua posição social. Buscava, a todo custo, manter sua boa imagem diante da sociedade a que pertencia, seguindo ao pé da letra seu código de moral, sobretudo às claras. Seus escrúpulos derivam apenas de sua sujeição aos ditames sociais. Nada mais, além disso.  O temor de tornar-se efeminado, o que o levaria a ser visto como passivo, ou de ser emocionalmente dependente de uma mulher, o que também demonstraria sua passividade, era-lhe inaceitável.

 O homem via-se como um ser superior. Imaginava que sua energia advinha de um reservatório de “calores” que era seu corpo. A mulher, por sua vez, possuía baixo nível de “calor” e, em consequência, seu comportamento era mais frágil, denotando fraqueza moral. Não era benéfico para um varão perder “calor”. Portanto, uma forte descarga sexual podia fazer mal a seu temperamento, levando-o a perder o vigor e a dedicação ardente à vida pública. Rezava-se que a masculinidade, quando sabiamente preservada através da “abstinência sexual”, podia ser notada até mesmo através da voz do sujeito. E, por basearem-se em tais códigos sexuais, os chamados “notáveis” submetiam suas famílias a um austero puritanismo masculino.

Como ficava a classe inferior em relação a tais códigos? Aos inferiores os “notáveis” apresentavam a outra face da moeda, permitindo-lhes um comportamento inteiramente diferente do deles. Para eles não havia código moral. Quanto mais fraca fosse a gentalha, mais acima ficavam os “bem-nascidos”. E, ao contrário de nossos dias, na vida pública romana havia uma grande indiferença pela nudez, que nada tinha a ver com a vergonha sexual conhecida posteriormente, em razão do cristianismo. A nudez estava em todos os lugares: nos banhos públicos, nos esportes (atletas), diante dos escravos, etc. A exibição vista nas mulheres do povo era tida como própria da classe inferior, contrapondo-se à superioridade da elite.

 Nota: Sexo no Imp. Romano

 Fonte de pesquisa
História da Vida Privada I / Edit. Companhia das Letras

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2 comentaram em “AS RELAÇÕES SEXUAIS NO IMP. ROMANO

    1. LuDiasBH Autor do post

      Mário

      Era um horror! Estou fazendo uns artigos sobre o Império Romano, acho que você irá gostar, pois trazem à baila esse moralismo seletivo, que é vergonhoso em qualquer que seja o tempo.

      Abraços,

      Lu

      Responder

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