O canguru é um animal normalmente atento e protetor. Desdobra-se em cuidados e atenção com as crias. Os cangurus são assim, só saem da bolsa quando se sentem seguros. Com muita frequência ficam grandes e continuam querendo ficar junto da mãe. Daí a denominação “geração canguru”, ou seja, pessoas que se tornam adultas, mas que parecem ainda não estarem prontas para a vida fora da casa, onde cresceram. Persistem morando com seus genitores, no aconchego do lar e, muitas vezes, sob sua tutela econômica. Existem cada vez mais jovens entre 25 a 34 anos morando com os pais. Este fenômeno não é somente entre os brasileiros, pois vem ocorrendo em vários países mundo afora.
Sair da casa dos pais, conquistar seu próprio espaço, sua autonomia, abrir as asas e alçar voo rumo à auto realização é tudo aquilo que seria natural em uma pessoa mais jovem. Entretanto, esses desejos vêm sendo postergados, por anos, pelos integrantes desta geração. Mas o que explicaria esse comportamento dos “filhotes cangurus”?
Um dos motivos desse processo parece se ater às exigências da sociedade em que vivemos. A felicidade está atrelada aos bens materiais e, por isso, muitos jovens adultos acabam retardando a saída da casa dos pais para otimizar a renda financeira. Outro ponto é a dependência emocional, tanto por parte dos pais quanto dos filhos. Alguns desejam que o filho permaneça em casa, temendo a separação e a distância. Em outros casos, os filhos optam por não trabalhar para se dedicar aos estudos. Investem mais pesado na graduação, na pós, no mestrado e ficam por anos sem trabalhar. Por fim, há os casos de uma acomodação geral, em que a pessoa tem o apoio financeiro e psicológico dos pais e acaba não tendo vontade e, muito menos necessidade, de sair de casa.
Embalados por facilidades, conforto, proteção financeira e/ou emocional, esta geração parece não estar disposta a enfrentar e assumir os riscos e responsabilidades da vida adulta. Muitos pais, infelizmente, não sabem lidar com o crescimento e a independência dos filhos. Eles se “esquecem” que os filhos cresceram e continuam tomando decisões que não cabe mais a eles. Por isso é fundamental que os genitores tenham ciência de que “o sair de casa” é um processo natural. Com isso terão condições de passar segurança aos mesmos para vivenciar essa nova etapa com mais tranquilidade.
Da mesma forma, é também importante entender que os filhos devem trilhar seus caminhos sozinhos, para que possam construir sua independência, autonomia e maturidade. Os pais precisam desta maturidade emocional para compreender esse processo natural e perceberem que os filhos podem fazer “as coisas acontecerem”. Precisam também aceitar que a conquista da independência dos filhos pode ter uma jornada mais difícil no início, mas é o caminho para a construção e crescimento pessoal de todos os seus caguruzinhos.
Nota: imagem copiada de www.coceducacao.com.br
Views: 4
Alguns especialistas, aparentemente, consideram-se acima dos “simples mortais” e aventuram em dar conselhos. Neste caso, muito acima de uma mera opinião. Senão, vejamos no seguinte texto do artigo em pauta:
“Sair da casa dos pais, conquistar seu próprio espaço, sua autonomia, abrir as asas e alçar voo rumo à auto realização é tudo aquilo que seria natural em uma pessoa mais jovem.”
A metáfora utilizada é muito infeliz e falaciosa. E as generalizações, neste caso, assumem ares de uma análise que desconsidera a complexidade do ser humano e as suas inúmeras escolhas de como conduzir a sua vida. A parte do texto “auto realização é tudo aquilo que seria natural em uma pessoa mais jovem” é de causar perplexidade! Carimba nas costas e classifica os jovens em “natural” e “não natural”. Seria, neste caso, exemplo de Niilismo Passivo (Nietzsche ) ou Niilismo Existencial?
Conhecemos inúmeros exemplos de jovens que, mesmo vivendo na casa dos pais, mantém a sua independência, auto realização e são muito felizes!
Beto
Repassarei o seu comentário para o autor do texto. Certo?
Abraços,
Lu
Prezada Lu, boa noite!
Aceito as criticas, sejam elas positivas ou negativas. Minhas colunas expressam a minha opinião e não tenho a intenção de agradar a todos os leitores.
Grande abraço.