E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.
E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.
Então se levantou Abraão pela manhã de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque seu filho; e cortou lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera. (Gênesis 22: 1-3)
O Sacrifício de Isaque é mais uma das obras-primas de Rembrandt, em que ele emprega a temática bíblica tão comum à sua obra. A composição representa o clímax da ação, quando Abraão está prestes a sacrificar seu próprio filho Isaque, e desce sobre ele o anjo, pedindo-lhe para cancelar a ordem divina. A cena é tão impactante, que o observador sente parte dela, torcendo para que o garoto não seja sacrificado.
Abraão, curvado sobre Isaque, com a mão esquerda retém sua cabeça para trás, deixando livre o pescoço que seria decepado. Seu rosto encontra-se transtornado pelo pavor do ato prestes a ser cometido por ordem divina. A grande mão do patriarca cobre todo o rosto do filho, talvez para que ele não presencie sua crueldade.
Ao ter seu pulso seguro, Abraão volta-se surpreso com a presença do anjo. Sua mão abre-se e o punhal cai no vazio, quase centralizado na composição.
Rembrandt usa a luz para destacar os pontos mais importantes da obra:
- o corpo seminu de Isaque, em sua impotência diante de seu assassinato;
- a mão esquerda do anjo, levantada em direção ao patriarca, ordenando a paralisação do sacrifício;
- a mão direita do anjo, que retém a mão direita de Abraão, impedindo a consumação do sacrifício;
- o rosto sofrido, apavorado e surpreso do patriarca diante da presença do anjo.
O pintor holandês usa o efeito claro-escuro para aumentar o dramatismo da cena.
Dados técnicos:
Ano: 1635
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 193 x133 cm
Localização: Museu Hermitage, São Petersburgo, Rússia
Fontes de pesquisa
Rembrandt/ Coleção Girassol
Rembrandt/ Coleção Folha
Rembrandt/ Abril Coleções
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Lu Dias
Abraão era árabe ou judeu?
Normalíssimo esse povo matar em nome de Deus?
Lamentavelmente…
Mário Mendonça
Mário
Ele era judeu.
Usam o nome de Deus para tudo.
Haja falsidade!
Beijos,
Lu
Caro Mário
Naquela época, naquele contexto social que Abraão vivia, era comum as pessoas sacrificarem seus filhos em devoção aos seus deuses. Abraão ainda estava descobrindo quem era Deus. Então, o Senhor o põe a prova para ver se Abraão tinha de fato fé e o amava, tal qual ou mais que as pessoas da sua época amavam seus deuses pagãos. A pedido de Deus, Abraão vai até o monte Moriá, e em obediência, vai fazer o que o Senhor pedira a ele. Na hora de imolar o garoto Isaque, Deus intervêm e não permite que ele mate o garoto, mostrando-lhe que ele é diferente dos demais deuses.
Interessante essa abordagem de um falar celeste de Deus atemporal, um ente eterno, e que em verdade se pronuncia e expressa através de um ente celeste, um anjo. Em virtude da audição humana ser incapaz de ouvir e entender na íntegra, a informação que se reveste de notícia é antes um comunicado, sendo esta ideia de comunicação.
Arison
Agradeço a sua visita e comentário.
Abraços,
Lu