Arquivo da categoria: Crônicas

Abrangem os mais diversos assuntos.

NATUREZA HUMANA E DIREITOS CONQUISTADOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A Revolução Humanitária partiu da República das Letras. […] E revisitem o que deu errado no mundo islâmico: pode ter sido a rejeição à imprensa escrita e a resistência à importação de livros e ideias neles contidas. (Steven Pinker)

A insensibilidade para com os animais nada tem de moderno. No curso da história humana, ela foi a regra. (Steven Pinker)

Tudo o que se move e tem vida servir-vos-á de alimento; dou-vos tudo isso como já vos tinha dado as plantas verdes. (Gênesis: 9,2-3)

Não é fácil nadar contra as inconstantes e bravias correntezas da natureza humana. A violência está nos nossos genes, muitas vezes trazida à tona pelo discurso das religiões que fanatizam em vez de pacificar. Muitas passagens, nelas contidas, são verdadeiros panfletos de brutalidade, que atravessaram milhares de anos, mas que vêm sendo, ainda que não tão rápido como desejamos, descartados no mundo ocidental, ao contrário do que acontece em grande parte do mundo oriental. Como exemplo é possível viajar pela história da humanidade e citar alguns fatos tenebrosos: a demonização daqueles que não praticavam os mesmos credos, os chamados “infiéis”; a brutalidade dos castigo que eram dados às crianças, em razão do chamado “pecado original”; a visão de posse sobre as mulheres; a criminalização de qualquer opção sexual que não fosse a ditada pelas convenções religiosas; a abominação  ao nascimento de meninas; a desumanização e a demonização daqueles que não pertenciam “ao grupo” e os maus tratos infligidos aos animais, mantendo poder total sobre eles, sob a alegação de que esses não possuíam alma e, portanto, estavam imunes à dor.

Longe de mim querer dizer que os fatos acima mencionados não mais acontecem na civilização ocidental. Tampouco posso negar que eles vêm diminuindo ao longo dos tempos, descartados como imorais pelas Revoluções por Direitos, que exigem que o homem repense sua cultura no que ela traz de ruim, rejeite certas práticas religiosas e dome seus instintos. A linguagem dos direitos é inspirada na ética, na empatia e na razão. Não se pode pensar, em pleno século XXI, como se ainda vivêssemos na Idade Média. A Ciência expande-se cada vez mais, desmistificando superstições e tabus, ampliando informações sobre o funcionamento de nosso corpo emocional e físico. A Ciência ensina-nos que o que dói em nós, também dói no outro,  portanto, precisamos nos colocar no lugar dele, sem nos deixar levar por ninharias e superficialidades que fogem à essência humana, tais como raça, gênero, etnia e orientação sexual. Também não podemos desprezar as demais espécies que compartilham conosco o planeta Terra. Não somos os únicos donos deste planeta.

Os Direitos Humanos e Os Direitos dos Animais nasceram de revoluções liberais, comprometidas com o respeito à vida, e também dos governos democráticos que deram espaço a elas. Sem a garantia da democracia seria impossível o cumprimento de tais direitos. Nenhum deles foi conquistado em países dominados por governos autoritários e autocráticos.  E mesmo naqueles em que tais direitos estão assegurados pelas leis, ainda existe, por parte de grupos reacionários fascistas, machistas, misóginos e homofóbicos, o desrespeito a eles, pois esses grupelhos ainda esperam que a humanidade tenha por emblema o feixe (fascio, em italiano) de varas dos antigos lictores romanos, para descer-lhes nas costas, sendo eles os censores. Cabe, portanto, aos governantes e à Justiça podá-los no nascedouro. Contudo, ao povo cabe a eterna vigilância para que os direitos democráticos sejam verdadeiramente cumpridos. É preciso lembrar que a escória da humanidade torce para que voltemos à Idade Medieval. Olho aberto nessa corja, seja qual for a denominação que carregue.

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EM QUE A ORIENTAÇÃO SEXUAL DO OUTRO AFETA SUA VIDA?

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O princípio da universalidade não admite exceção. Os direitos humanos são verdadeiramente direitos natos de todos os seres humanos. (Navanetehm Pillay – alto comissário de Direitos Humanos da ONU)

Alan Turing, responsável por expor a natureza do raciocínio lógico e matemático, inventor do computador digital […] foi levado ao suicídio aos 42 anos de idade, em 1952, por ser gay. […] O mesmo delito que no século anterior quebrantara outro gênio, Oscar Wilde. (Steven Pinker)

Por mais que os tempos mudem, há sempre pessoas colocando como responsabilidade própria a opção sexual do outro. E hipócritas vêm fazendo uso da religião para torturar e matar aqueles que não coadunam com as suas próprias escolhas. Contudo, pesquisas mostram que tal furor não passa, muitas vezes, de pano de fundo para esconder atrocidades impensáveis, escondidas debaixo do “falso manto do pudor”. A história está cheia de homens que condenam a opção sexual do outro, mas que são pedófilos ou violentam sexualmente suas mulheres, como se escravas fossem de seus desejos.

Segundo o humanista Steven Pinker, em seu livro “Os Anjos Bons da Natureza Humana”, “A violência homofóbica, seja ela patrocinada pelo Estado ou difusa, é uma entrada misteriosa no catálogo das violências humanas, já que nada proporciona ao agressor.”. Enquanto dizia o inglês Jeremy Benthan, filósofo, jurista e um dos últimos iluministas, que  “Não há nada de imoral nos atos homossexuais, já que eles não tornam ninguém pior”. A conquista pelos direitos humanos ajudou a consolidar os direitos dos homossexuais, de modo que a criminalização da homossexualidade é crime tido como uma violação dos direitos humanos em mais de uma centena de países.

Não resta dúvida de que os países que institucionalizam a opção da escolha sexual contribuem para diminuir a homofobia, reduzindo sensivelmente a violência contra seres humanos que se julgam no direito de fazer suas próprias escolhas. A França, após a Revolução, foi o primeiro país a legalizar a homossexualidade, sendo seguida por mais 120 outros países, principalmente os do chamado “Primeiro Mundo”. A Dinamarca ocupa o ranking do primeiro país a autorizar a “paternidade registrada” entre homossexuais (em 1989), sendo seguida por muitos outros. O Brasil, em 2013, sancionou uma resolução que aprova o casamento civil entre homossexuais e também converte a união estável, entre eles, em casamento.

Os Estados Unidos, pelo lugar que ocupa no mundo, descriminalizou a homossexualidade tardiamente, mantendo a proibição até 1969, ano em que uma invasão a um bar gay, em Nova York, resultou numa revolta gay por todo o país, levando a descriminalização em muitos Estados. E, em 2003, segundo Pinker “Na sequência de outra leva de descriminalizações, a Suprema Corte derrubou um estatuto contra a sodomia no Texas, determinando que todas essas leis eram inconstitucionais. […] O juiz Anthony Kennedy invocou o princípio da autonomia pessoal e a indefensabilidade do uso do poder governamental para coagir crenças religiosas ou costumes tradicionais.” Palavras do juiz:

“A liberdade pressupõe uma autonomia do indivíduo, que inclui a liberdade de pensamento, crença, expressão e de certa conduta íntima […]. Deve-se reconhecer, naturalmente, que ao longo de séculos poderosas vozes têm condenado a conduta homossexual como imoral. A condenação foi moldada por crenças religiosas, concepções sobre o comportamento justo e aceitável e pelo respeito à tradicional […]. Essas considerações, contudo, não respondem à pergunta que está diante de nós. A questão é se a maioria pode usar o poder do Estado pra impor tais pontos de vista a toda a sociedade através do uso da legislação penal.”.

A inaceitabilidade da existência ou da convivência com aqueles que têm uma orientação sexual diferente vem se tornando cada vez mais antiquada e bolorenta, possível apenas para aqueles que vivem nos subterrâneos sombrios de uma mente obsoleta e rançosa, que não acompanha a evolução dos tempos, pois cada vez mais pessoas lutam, nos mais variados campos das artes e das ciências, para mostrarem-se donas de sua própria sexualidade. Elas fazem parte de todas as comunidades reais e virtuais, e quanto mais presentes elas se mostram, mais fortes tornam-se. Os detentores de outras opçoes sexuais, que não a tradicional, devem ser respeitados em sua autonomia pessoal, com direito às mesmas oportunidades, como declarou o juiz estadunidense Anthony Kennedy.

Muitos países, dentre eles os EUA, possuem leis severíssimas contra “crimes de ódio”, principalmente quando se trata de orientação sexual, raça, religião ou gênero. O mesmo esperamos que aconteça no Brasil em relação aos supostos pregadores religiosos “donos da verdade”, aos homofóbicos, aos misóginos e aos racistas. É preciso que a Lei brasileira  seja mais severa quanto aos “crimes de ódio” no país, quer sejam eles de agressão qualificada, agressão simples ou homicídio. E se político for o agressor, maior deverá ser a sua pena, por não cumprir as leis de seu país e por não dar o bom exemplo de cidadania. E fica a pergunta que não quer calar:

Em que a orientação sexual do outro afeta sua vida?

Nota: ilustração copiada de revistaculturacidadania.blogspot.com

Fonte de pesquisa:
Os Anjos Bons da Natureza Humana/ Steven Pinker

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OS ELOS DA ESCRAVIDÃO HUMANA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Comemorar o fim da escravidão humana não é tarefa para muitos povos, uma vez que, em pleno século XXI, ela ainda se encontra a todo vapor em várias partes do nosso planeta, presente até mesmo em nosso país. A diferença hoje é que os negros não são mais acorrentados na África e levados para terras estranhas como escravos, mas pessoas desesperadas ou fragilizadas, de várias etnias, em todo o mundo, são feitas escravas diariamente. Aí é que mora a diferença.

Estatísticas mostram que quase 30 milhões de pessoas vivem na condição de escravas, sem distinção de sexo ou idade. São compradas e vendidas, exploradas, agredidas e mantidas em cativeiro:

  • Na Índia, crianças são vendidas pelos próprios pais, para as mais variadas frentes de trabalho, dentre elas a confecção de bijuterias, trabalhando mais de 10 horas por dia, sem direito à escola.
  • No Paquistão crianças de 5 e 6 anos são vendidas para o Golfo Pérsico para trabalharem como jóqueis e condutores de camelos de corrida. Assim que completam certa idade são jogadas na rua.
  • A América Central possui um grande número de crianças sem teto, um prato cheio para os aliciadores.
  • Brasileiros são escravizados na Região Norte do próprio país, para trabalharem com suas famílias na produção de carvão para a indústria siderúrgica, ou para trabalharem na plantação e colheita de cana na região nordestina.
  • Proprietários rurais indianos possuem famílias inteiras de pequenos agricultores na escravidão, muitas delas pagando por dívidas dos pais já mortos.
  • Calcula-se que quase 20 milhões de pessoas são escravas por dívida na Índia, no Paquistão, em Bangladesh e no Nepal.
  • No Miamar os escravos são responsáveis pela colheita de cana-de-açúcar e de outros produtos agrícolas.
  • Crianças escravas na China confeccionam fogos de artifício.
  • A mineração de diamantes é feita por escravos na Serra Leoa.
  • No Egito e Benin crianças são usadas no setor de algodão.
  • Na Costa do Marfim, escravos infantis colhem os grãos de cacau que são exportados para produzir o “gostoso” chocolate. E daí por diante.

A escravidão por dívidas contraídas (normalmente para pagar serviços médicos ou para arranjar trabalho em outros países) nunca tem fim, pois à dívida principal são acrescidos juros exorbitantes e cálculos desonestos.

A venda e revenda de mulheres para prostíbulos é um negócio que vem deslanchando com a maior desenvoltura até mesmo nos países ditos civilizados. No início, o produto humano provinha de países latinos, africanos, asiáticos, mas atualmente já é bastante forte no Leste Europeu. Existem também redes de mafiosos cujo produto é o aliciamento de crianças, para suprir o mercado de pedófilos, em várias partes do mundo. A grande maioria das mulheres escravizadas é ludibriada com a proposta de trabalhar como modelos, em restaurantes, fábricas e hotéis. Na maioria das vezes, a mulher é estuprada antes de ser repassada a seu destino final. Cabe-lhe a tarefa de ficar seminua, dançar, beber muito com o cliente e ir para o quarto com qualquer um. Se não cumprir tais “deveres” é espancada e, muitas vezes, paga com a própria vida a “insubordinação”. E o sistema da dívida contraída é tão cruel quanto nos outros casos. Dificilmente conseguem pagar o que “deve”. E, caso isso aconteça, sem dinheiro, cai nas mãos de outra máfia.

O mais estarrecedor na compra de mulheres e crianças para a prostituição, assim como outros tipos de escravos, é que são vendidos para países considerados guardiões dos Direitos Humanos e de forte cunho religioso, como Israel, França, Itália, Alemanha, Suíça, Japão, Espanha, Portugal, Áustria, Suíça, EUA, etc, o que abala a nossa fé na humanidade e mostra-nos a hipocrisia de suas leis e crenças. Contudo, os EUA ainda são o país que aplica penas severas, quando descobrem casos de escravidão dentro de seu território. O nosso país está entre os que “fazem de conta que agem”.

Segundo estudiosos no assunto, a globalização tem sido responsável pelo crescimento do negócio escravo no mundo. Embora ela tenha facilitado o deslocamento de bens e divisas de um lugar para outro, as restrições para a imigração legal de pessoas, em busca de trabalho, tem sido severamente dificultada. E, com isso, a máfia do tráfico humano deita e rola na clandestinidade com o uso da internet e de contas bancárias.

Não podemos negar que a globalização trouxe ao mundo muitos pontos positivos, assim como não podemos negar que muitas mazelas vieram com ela. A palavra-chave de nossa época é o lucro, muitas vezes a qualquer preço, quando três bilhões de pessoas, quase a metade dos habitantes da Terra, subsistem com dois dólares por dia. As desigualdades na distribuição da riqueza do planeta é outro fator preponderante no aumento da escravidão humana, assim como o esfacelamento de antigos países como a União Soviética, Iugoslávia, as guerras civis, o desabamento dos preços dos produtos de exportação dos países mais pobres, tendo que concorrer com os de países mais ricos (como exemplo podemos citar a venda de milho barato dos EUA para o México, desempregando os pequenos cultivadores mexicanos de milho), as catástrofes naturais (secas, terremotos…), etc.

O México é hoje é um entreposto de entrada para a mercadoria humana, que anseia por encontrar trabalho nos EUA. Os migrantes têm se transformado em presa fácil para as numerosas gangs mexicanas que apreendem os documentos das pessoas e forçam-nas a trabalhar como escravas em fazendas distantes, levando as garotas para os prostíbulos, dentre eles o de Tapachula. Que ninguém se iluda!

Nota: Imagem copiada de http://www.sinpaf.org.br/20/12/escravidao-e-praticas-antissindicais-hoje

Fontes de Pesquisa:
National Geographic/ nº 41
Wikipédia

Site para denúncia: www.nationalgeographicBR.com.br/o3o9

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O PENSAMENTO DE CONFÚCIO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade. (Confúcio)

Quando vires um homem bom, tenta imitá-lo; quando vires um homem mau, examina-te a ti mesmo. (Confúcio)

Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim, evitarás muitos aborrecimentos. (Confúcio)

O Mestre, como era chamado Confúcio pelos seus discípulos, nasceu no ano 551 a.C., quando seu pai já era um septuagenário, que veio a falecer 3 anos depois. Portanto, o maior filósofo e pensador político chinês, ainda na sua juventude, teve que trabalhar para sustentar a mãe. Casou-se aos 19 anos e divorciou-se aos 23, sendo que não há registros de que tenha se casado novamente. Tornou-se professor aos 22 anos, usando a sua casa como escola e cobrando apenas dos alunos que podiam lhe pagar. Dedicou-se ao ensino da história, poesia e regras de propriedade. Via na instrução a saída para os problemas humanos, pois era importante tanto para o sábio quanto para o estúpido. Uma de suas máximas notáveis é: “Não é fácil encontrar um homem que tenha aprendido durante três anos sem se tornar bom.”. Mas aprender aqui não significa a mera aquisição de conhecimentos. O mestre diz respeito à reflexão.

O conhecido sábio chinês acreditava que a sabedoria começava em casa, de modo que o fundamento da sociedade é o indivíduo disciplinado, dentro de uma família disciplinada, pois o desenvolvimento pessoal é a raiz do desenvolvimento social. Ensinava que a perfeição no homem consiste no cultivo de si mesmo com extremo cuidado, sendo a inteligência, a coragem e a boa vontade as suas principais virtudes. Virtudes essas também escolhidas como supremas por Sócrates, Cristo e Nietzsche. Acreditava Confúcio que o homem deveria ser universal e não sectário. Não deveria ser meramente intelecto, erudito ou amante do conhecimento. A inteligência deveria estar aliada ao caráter, na mesma proporção. Assim ele se explica:

  • Onde as qualidades sólidas são mais que talento, temos a rusticidade.
  • Onde há mais talento do que qualidades sólidas, nós temos as maneiras dos empregados subalternos.
  • Quando o talento e as qualidades sólidas se fundem em iguais proporções, então surge o homem perfeito.
  • A inteligência é o intelecto com os pés na terra.

Confúcio via na sinceridade a base para o caráter, pois o homem correto “age antes de falar, e depois fala de acordo com a sua ação. De modo que busca em si mesmo a causa do insucesso e não nos outros”.

Quando perguntaram ao Mestre se haveria uma palavra que servisse de regra para tudo na vida, ele respondeu prontamente:

– Reciprocidade!

Ao ser indagado se “o mal deveria ser recompensado com o bem”, respondeu:

Com que então recompensarás a bondade? Deves compensar o mal com a justiça, e a bondade com a bondade.

Ainda a respeito do homem correto, afirma Confúcio que esse deve ansiar por ver tudo claramente, por parecer benigno, por ter modos respeitosos, por ser extremamente cuidadoso nos negócios, por indagar dos outros em suas dúvidas, por refletir nas dificuldades que a cólera poderá lhe trazer e, na presença do lucro, deve pensar primeiro na retidão.

Confúcio chegou a ter três mil alunos. Tinha como objetivo transformá-los em seres humanos que praticassem o exercício do amor e da bondade. Não deixou nenhuma obra escrita. Seus preceitos foram reunidos em um livro chamado Os Anacletos.

O confucionismo é uma doutrina que prega as atitudes corretas na vida. E, para tanto, faz-se necessário levar em conta a consciência dos deveres individuais e a importância da educação para melhorar as relações sociais.

Nota: Imagem copiada de http://www.maishoroscopo.com.br/horoscopo/2012/09/

Fontes de pesquisa:
Nossa Herança Oriental/ Will Durant
Vida Simples/ Super Interessante

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A LEI MARIA DA PENHA

 Autoria de Lu Dias Carvalho Penha

A Lei Maria da Penha foi um passo importante para enfrentar violência contra mulheres. (juíza Andréia Pachá)

Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. (Introdução da Lei 11.340)

Lei é lei. Da mesma forma que decisão judicial não se discute e se cumpre, essa lei é para que a gente levante um estandarte dizendo: Cumpra-se! A Lei Maria da Penha é para ser cumprida. Ela não é uma lei que responde por crimes de menor potencial ofensivo. Não é uma lei que se restringe a uma agressão física. Ela é muito mais abrangente e por isso, hoje, vemos que vários tipos de violência são denunciados e as respostas da Justiça têm sido mais ágeis. (relatora da lei Jandira Feghali)

 A Lei Maria da Penha, assim conhecida popularmente, foi sancionada em agosto de 2006 pelo presidente em exercício na ocasião, Luiz Inácio Lula da Silva, entrando em vigor em setembro do mesmo ano. Entre os muitos pontos abordados pela nova lei vale destacar o seu endurecimento em relação às punições àqueles que agridem mulheres no âmbito doméstico ou familiar.

 Até então, os crimes de violência doméstica ficavam restritos apenas aos juizados especiais criminais, responsáveis por julgar crimes de menor potencial ofensivo, sendo os processos, na maioria das vezes, arquivados sem nenhum castigo ao agressor, banalizando assim a violência cometida contra mulheres. Hoje, com a nova lei, tais crimes saíram da competência de tais juizados, alterando o Código Penal Brasileiro. Portanto, acabaram-se as penas alternativas. Quando a agressão a mulheres acontece no âmbito doméstico ou familiar, o agressor pode ser preso em flagrante e ter sua prisão preventiva decretada. Ele também pode ter que deixar o domicílio e ser proibido de se aproximar da vítima.

 A cearense Maria da Penha Maia Fernandes, biofarmacêutica, que foi casada com o professor colombiano Marco Antonio Heredia Viveros, era espancada brutalmente pelo marido, durante os terríveis seis anos em que viveram juntos, tendo sofrido duas tentativas de assassinato, foi homenageada com o nome dado à lei 11.340, pois foi ela, com sua árdua luta, quem muito contribuiu para que se protegesse as mulheres contra as agressões de seus companheiros.

 O ciúme doentio do marido de Maria da Penha levou-o a tentar matar a esposa em dois momentos. Na primeira vez, o agressor atirou nela, enquanto dormia, simulando um assalto, ocasião em que ficou paraplégica em razão do tiro nas costas. Na segunda, tentou matá-la através da eletrocussão e afogamento, empurrando-a da cadeira de rodas para o chuveiro. Depois dessa segunda tentativa de morte, Maria da Penha reuniu coragem e denunciou Marco Antonio Heradia à justiça.

 Após sua longa luta para que seu ex-marido fosse condenado, tendo seu drama chegado à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), através da ajuda recebida de ONGs, que o acatou como sendo um crime de violência doméstica, ela viu sua batalha surtir efeito quando, quase 20 anos depois, Marco Antonio Heredia foi condenado a oito anos de prisão. Infelizmente, cumpriu apenas dois anos de pena, em razão dos muitos recursos jurídicos que beneficiam os réus neste país, deixando revoltada sua vítima e as mulheres do país.

 O Brasil também foi condenado pela OEA por sua negligência e omissão relativas à violência doméstica. Foi recomendado a criar uma legislação que combatasse tal tipo de violência contra as mulheres, o que o fez.

Atualmente Maria da Penha é coordenadora da Associação de Estudos, Pesquisas e Publicações da Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência (APAVV), no Ceará, liderando movimentos de defesa dos direitos das mulheres.

Cresce cada vez mais no país o número de denúncia de crimes contra mulheres, no âmbito familiar e doméstico. Pesquisas mostram que os Estados em que as mulheres possuem melhor instrução, lideram o ranking das denúncias. Confiantes, a maioria delas não se deixa levar pelo medo e pela chantagem.

Não poderia deixar de fazer a minha homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, a semente que deu vida a esta lei e as muitas mulheres que continuam nesta batalha.

Atenção:
Denúncia   (É importante fazer o BO)
Núcleo de Violência Doméstica (NVD)
e-mail: www.disquedenuncia.org.br

 Fontes de pesquisa:
Wikipédia
http://www.observe.ufba.br/lei_mariadapenha

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PEPPA PIG – O QUE ENSINA AOS PEQUENINOS?

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O desenho fascina pela identificação direta com a vidinha de seus espectadores. Eles veem o que eles mesmos vivem. (Ana Laura Giongo)

O programa infantil Peppa Pig, recomendado para crianças em idade pré-escolar, ou seja, na faixa etária de até seis anos, vem batendo recordes de audiência no Discovery Kids, canal de televisão por assinatura, responsável pela série desde 2011. A paixão dos pequeninos por Peppa Pig e sua família é tão grande, que o programa britânico, criado em 2004, e visto em cerca de 180 países, bate, em número de espectadores, até mesmo as atrações dos adultos. A maioria dos pais, obrigados a acompanhar as peripécias de Peppa, ao lado de seus pimpolhos, nada têm a reclamar das histórias da charmosa porquinha, embora não reste dúvida de que a Mamãe Pig é bem mais sensata e inteligente do que o Papai Pig. Será isso mesmo?

No desenho, Peppa Pig tem quatro ou cinco anos, sendo que sua família é composta pela Mamãe e Papai Pig (pais), George Pig (irmão), Vovó e Vovô Pig (avós maternos), Chloe Pig (prima) e Alexander Pig (primo). Dentre os amigos de Peppa Pig estão: Susy (ovelha), Rebecca (coelha), Pedro (pônei), Danny (cão), Candy (gato), Emily (elefante), Freddy (raposo) e Wendy (lobo).

A vida de Peppa Pig, assim como a de seus pequenos escpectadores, segue dentro da normalidade típica de sua faixa etária. Como toda criança de sua idade, ela é questionadora, sempre perguntando o que é isso ou aquilo. E também é mandona, gostando de dar ordens e levar sempre a melhor.

A série britânica chama a atenção pela simplicidade do traço e pelas cores vistosas, além de apresentar números musicais com letras bem simples e de fácil memorização. O sucesso do programa entre as crianças brasileiras é tamanho, que Peppa Pig passou a ser exibido pela TV Cultura (TV aberta), em maio de 2015.

Nem tudo são flores para Peppa Pig, familiares e amigos. Questionamentos como “O que Peppa Pig está realmente ensinando a nossas crianças?” já começam a ser feitos. Uma mãe inglesa revela que está banindo a série de sua casa. Ela alega que, no desenho, as crianças são estragadas, o marido (Papai Pig) é sempre intimidado pela esposa (Mamãe Pig), que é temperamental, arrogante, sabichona e dificilmente sorri. Abusa do marido, fazendo-o sentir-se gordo e inútil. Diz que Peppa Pig é mandona, agressiva, gosta de intimidar o irmão, e tem toda a atenção dos pais voltada para si, fazendo o divertimento desses. Ela não sabe perder, pondo a língua para fora, quando isso acontece, e exibe muitos outros comportamentos antissociais. Ainda, segundo a mãe, “as crianças nessa idade não diferenciam fantasia e realidade”.

Mal educada ou não, a porquinha Peppa já é uma bilionária, com cerca de 250 produtos licenciados, e isso apenas no Brasil.

Fontes de pesquisa
Veja/ outubro de 2014
https://pt.wikipedia.org/wiki/Peppa_Pig
http://www.dailymail.co.uk/femail/article-2966958/What-s-Peppa-Pig-REALLY-teaching-children-One-mother-reveals-s-banning-bratty-hog-home.html

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