Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Hans Baldung – A MULHER E A MORTE

Autoria de Lu Dias Carvalho

amuemorO pintor alemão Hans Baldung ficou famoso pelo fascínio que nutria pela morte, muito presente em sua obra, possivelmente em razão da religião cristã, que via pecado em tudo, devendo ser ele um ardoroso devoto. Não foram poucos os seus quadros em que esta figura mostrou-se presente, sendo a obra acima, A Mulher e a Morte, um deles.

Na composição estão presentes duas figuras: uma jovem mulher e a morte. É possível notar que, nas obras do pintor, a morte está quase sempre ao lado de uma jovem mulher, como acontece nesta. Isto porque a mulher era vista como símbolo do pecado, ligada à sedução, como na história de Adão e Eva, sendo a grande responsável pelo pecado da humanidade. A mulher, sobretudo quando jovem, representava o mal que deveria ser punido. Por isso, ela era sempre admoestada

Aqui, a morte age como se fosse um homem sedutor, que abraça sua bela jovem de pele claríssima, cabelos longos e ondulados, nua, segurando apenas um manto que cobre seus membros inferiores, deixando a púbis à vista. A figura da morte abraça-a por trás, como se fora um amante tentando lhe beijar o rosto. Ela se mostra seduzida pela mulher. Sua mão direita segura a cabeça da jovem, obrigando-a a voltar para si, enquanto a esquerda aproxima-se de seu seio. A jovem encontra-se visivelmente amedrontada, com os olhos voltados para o alto, como se pedisse misericórdia.

Neste quadro, a morte inclina-se sobre a mulher, jogando a parte traseira de seu corpo para sua esquerda, e a superior para a direita, abrindo um grande espaço com a perna direita, de modo a suster a jovem com a força de seu corpo esquelético.

Ficha técnica
Ano: 1517
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 30 x 18 cm
Localização: Kunstmuseum, Basileia, Suíça

Fonte de pesquisa
Arte/ Editora Publifolha

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Hans Baldung – AS TRÊS GRAÇAS

Autoria de Lu Dias Carvalho

ASTREGRAO pintor alemão Hans Baldung ficou famoso pela beleza com que desenhava seus delagados nus femininos. Não foram poucos os seus quadros em que eles se encontram presentes, sendo a obra As Três Graças um deles. Tal fato é atribuído ao intenso estudo que o pintor fazia de modelos vivos. Eles são mostrados em contextos bíblicos, mitológicos e alegóricos.

As Três Graças é uma das belas composições alegóricas do pintor alemão que põe em evidência a Antiguidade Clássica, ao retratar as graças ou cárites que, segundo a mitologia grega, eram as deusas do banquete, da concórdia e do encantamento, não apenas dos humanos como também dos deuses. Elas só se destacaram na mitologia greco-romana após a chegada do Renascimento, quando passaram a representar a harmonia do mundo clássico. A princípio, nas primeiras representações plásticas, eram mostradas vestidas, mas mais tarde tornaram-se nuas, sempre de mãos dadas.

As graças, apresentando uma clara sensualidade. estão assim distribuídas pela composição:

• uma delas traz um livro de capa preta, aberto, na mão esquerda, observando-o atentamente, como se o lesse. Seu seio direito encontra-se à vista e a mão direita segura o manto da graça que se encontra à sua frente;
• à esquerda da primeira graça citada está a segunda, totalmente vestida, deixando nua apenas a perna esquerda. Ela segura um alaúde na mão esquerda, enquanto fita o observador.
• a graça que se encontra à frente está quase desnuda, envolta apenas por uma fina túnica que cobre uma pequena parte de seu corpo. Ela também segura o livro de capa preta, mas sem olhá-lo, como se apenas servisse de suporte para a companheira. A seus pés encontra-se um instrumento musical.

Na obra de Hans Baldung, as três graças fazem parte do séquito de Vênus, como mostra o pescoço do cisne, atributo da deusa, seguro pela mãozinha de um dos três seres mitológicos. Um dos pequeninos segura a saia rodada da primeira graça.

É noite, ainda que o céu mostre-se azul, sendo enfeitado por uma enorme lua, à direita. Atrás do grupo desenrola-se uma bela paisagem. Uma grande serpente enleia o tronco da árvore à direita do grupo.

Ficha técnica
Ano: c. 1541
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 151 x 61 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fonte de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Editora Könemann
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Hans Baldung – O CAVALEIRO, A MULHER E A MORTE

Autoria de Lu Dias Carvalho

O CAMUEMOR

O pintor alemão Hans Baldung ficou famoso pelo fascínio que nutria pela morte, muito presente em sua obra, possivelmente em razão da religião cristã, que via pecado em tudo, devendo ser ele um ardoroso devoto. Não foram poucos os seus quadros em que tal figura mostrou-se presente, sendo a obra O Cavaleiro, a Mulher e a Morte, um deles. Trata-se de um de seus primeiros trabalhos.

A mulher, à época, era vista como a responsável pelo mal existente no mundo, em razão de ter levado Adão à desobediência. Quanto mais jovem e bela fosse, mais perigosa ela se mostrava, estando a morte sempre à sua espreita. Ela deveria compreender que sua juventude e beleza eram efêmeras.

Na composição acima, a morte encontra-se escondida num canto estreito da estrada, à espreita, quando por ali passa um jovem cavalheiro com uma moça na garupa de seu cavalo baio, vestindo um elegante vestido de cor-de-rosa. A morte puxa o tornozelo esquerdo da moça, mas o cavaleiro, elegantemente vestido de vermelho, arrebata-a dos dentes da pérfida, que fica com parte de seu vestido entre eles. O cavalo refuga assustado, levantado a cauda.

Um osso no chão lembra a efemeridade da vida. E pedaços de tecidos parecem lembrar que outras jovens já caíram no ardil da morte. Uma bela paisagem desenrola-se ao fundo.

Ficha técnica
Ano: c. 1501
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 35,4 x 29,6 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fonte de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Editora Könemann

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Hans Baldung – AS TRÊS IDADES DO HOMEM E A MORTE

Autoria de Lu Dias Carvalho

ASTRIHOEMORO pintor alemão Hans Baldung ficou famoso pelo fascínio que nutria pela morte, muito comum em sua obra. Não foram poucos os seus quadros em que tal figura mostrou-se presente, sendo a obra As Três Idades do Homem e a Morte um deles.

Na sua composição, mais uma vez o pintor alerta para o caráter passageiro de tudo que existe, tanto em relação à Natureza quanto à Humanidade e tudo que for produzido por ela, ou seja, a vida é por demais efêmera.

Em primeiro plano estão três figuras humanas: um bebê, uma jovem e uma anciã, cada uma representado uma fase da vida:

• o bebê representa a infância;
• a jovem representa a maturidade;
• a anciã representa a velhice.

O bebê dorme, alheio a tudo, sem nenhum conhecimento da vida. A jovem olha para a frente, como se mostrasse que um longo futuro ainda a aguarda. A velha olha para a jovem, puxando-a pelo manto, como se quisesse alertá-la sobre a brevidade da vida. Por sua vez, seu braço esquerdo está enlaçado pela morte, mostrando o quão próximas elas se encontram.

A morte traz na mão esquerda uma clepsidra (relógio de água, que indica o tempo, conforme o escoar da água), como se mostrasse que a vida é regida pelo tempo, que passa para todos. O bebê, segurando a ponta de uma espada quebrada, que também é segura, na sua parte superior, pela mão da morte, lembra que o fato de nascer já implica na morte do homem.

Ao fundo, uma cidade em ruínas, mostra que tudo o que o homem produz é fugaz. E a coruja, em primeiro plano, tanto pode representar o pecado, quanto a sabedoria na compreensão de tais fatos da vida. Acima, uma pequena cruz a brilhar no céu nublado, pode representar a redenção humana.

Ficha técnica
Ano: c. 1540
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 151 x 61 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fonte de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Editora Könemann

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Mestres da Pintura – HANS BALDUNG

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Não se sabe muito sobre a vida do artista alemão Hans Baldung Grien (1485-1545), originário, provavelmente, da cidade alemã de Schwabisch Gmünd, tendo se formado em cerca de 1500, com um mestre de Estraburgo, seguindo a tradição de Schogauer. Trabalhou com Dürer em sua oficina, entre 1503 e 1507, em Nuremberg, tornando-se grandes amigos. A palavra “Grien” agregada a seu nome, vem, sobretudo, de sua predileção pela cor verde, pois usava sempre roupas dessa cor. Também tinha por objetivo diferenciá-lo de dois outros Hans (Hans Schäufelein e Hans Suess von Kulmbach).

Hans Baldung é tido como um dos grandes nomes do Renascimento do norte europeu, tendo sido conhecido à época, especialmente pelas inúmeras obras religiosas que pintara. Contudo, nos dias de hoje, tornou-se famoso por seus atemorizantes quadros alegóricos e nus eróticos. Foi pintor do altar-mor da Catedral de Freiburgo, tendo vivido grande parte de sua vida em Estrasburgo, onde se casou com Margarethe Herlin. Ali, ele se tornou um importante artista, abrindo, inclusive, uma oficina, época em que passou a assinar suas obras com o monograma HGB. Ali também veio a falecer.

Segundo estudos, Hans Baldung, embora fosse preocupado com a religiosidade, também sentia grande interesse pelo tema profano alusivo à morte, assim como por cenas com certo cunho de erotismo, sobrenaturais e de bruxaria, tendo sido, portanto, o primeiro pintor a introduzir temas sobrenaturais e eróticos na arte alemã. A sua inclinação por tais temas durou até o final de sua vida. A figura da morte está presente em muitos de seus quadros. A morte exercia uma grande sedução em seu trabalho, assim como o sofrimento e a feitiçaria, como podemos ver aqui no blog em alguns de suas obras estudadas.

Fonte de pequisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Editora Könemann
Arte/ Editora Publifolha
Los secretos de las obras de arte/ Editora Taschen
http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/baldung/

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Dürer – JESUS ENTRE OS DOUTORES

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O pintor alemão Albrecht Dürer era um homem muito religioso, tendo feito obras maravilhosas sobre o tema. A composição Jesus entre os Doutores apresenta uma passagem bíblica, que narra a presença de Jesus Cristo, aos 12 anos, entre os sábios do templo de Jerusalém, quando ele se perde de seus pais, Maria e José. Passagem essa que já foi retratada por vários outros pintores, como Giotto e William Holfman.

Na composição, Jesus encontra-se no meio de seis sábios, que se apresentam com feições agressivas, como se estivessem irritados com a presença daquele menino tão inteligente e questionador. O pintor enche, em grande parte, a superfície da pintura com as cabeças, quase caricaturais, das sete figuras. As mãos de Jesus, gesticulando, são o ponto central do quadro.

A figura à esquerda, com as duas mãos apoiadas num grosso livro, traz um texto colado na boina. Trata-se de um fariseu. O livro que carrega está marcado por um papel branco, onde se encontra a assinatura de Albrecht Dürer e o ano em que a obra foi feita. O sábio de barba longa, à direita, é uma menção ao pintor Bellini. O que está à direita de Jesus, com uma touca branca, foi inspirado numa personagem dos desenhos de Leonardo da Vinci. Três das figuras estão com os livros sagrados abertos, como se confirmassem aquilo que é dito por Jesus.

Dürer, em sua composição, inspira-se na arte italiana e na sua própria leitura das formas. Esta obra repassa eloquência, expressividade e movimento.

Ficha técnica
Ano: 1506
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 64,3 x 80,3 cm
Localização: Museu Thissen- Bornemisza, Madri, Espanha

Fonte de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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