Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Mestres da Pintura – AMEDEO MODIGLIANI

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Figura extraordinária e arrebatadora a de Modigliani! No decorrer de sua existência desordenada, esse pintor-escultor conseguiu produzir nus maravilhosos e retratos não menos talentosos. (C. Coguiot)

Os grandes nus deitado de Modigliani, executados por meio de uma sucessão de linhas curvas e ondulantes, são quase sagrados em sua simplicidade. (W. Geoge)

Modigliani teve uma notória preferência por mulheres nuas como objeto – e suas imagens de mulheres anônimas deitadas são altamente sensuais. (N. Bezerra)

O pintor italiano Amedeo Modigliani (1884 – 1920) era o mais novo dos quatro filhos de uma próspera família judia. Ainda na infância, ele foi vitimado pela tuberculose, enfermidade que o acompanhou ao longo de sua curta e conturbada existência de apenas 35 anos. Além da doença, o pintor também fazia uso de álcool e drogas, principalmente do haxixe, e tinha grande atração pelas mulheres. A cultura visual de Modigliani foi grandemente favorecida em sua adolescência, pelas viagens que fazia às cidades italianas, em companhia de sua mãe, na tentativa de encontrar cura para o tifo e a tuberculose que o maltratavam. Apesar da doença, tornou-se um homem charmoso e elegante , dono de uma atração magnética que encantava homens e mulheres.

Durante a sua vida, Modigliani teve que conviver com o pouco caso da crítica e do mercado por sua pintura. E o fato de ser obrigado a abandonar a escultura, em razão de seu péssimo estado de saúde, arte que ele elevava acima da pintura, tornou sua vida ainda mais atribulada. O mais paradoxal é que, logo após a morte de Modigliani, os colecionadores arrebataram suas obras, dando-lhe a atenção que não lhe dispensaram em vida. Sua pintura, dona de formas sinuosas e estilizadas, possuía uma elegância ímpar. Embora o pintor tivesse tido uma existência dramática, sua obra repassava pureza formal, perfeição e calma.

Na escultura, o artista recebeu um número enorme de influências, no contato com várias culturas definidas à época, como primitivas. Além disso, era incansável frequentador do antiquário e galeria Brummer, onde eram comercializadas objetos de arte africanos, dentre outros. Aos amigos, ele confessava que no íntimo era um escultor. Produziu 20 obras de pedra, representando cabeças femininas e cariátides. Modigliani trabalhava a escultura com plena liberdade, pois, por não ter estudo escultórico, mas somente pictórico, podia usar de plena liberdade criativa, sem se ater aos preceitos acadêmicos. Fazia vários esboços antes de esculpir uma obra tridimensional. Segundo alguns estudiosos do artista, a causa principal de Modigliani ter deixado a escultura foi a falta de dinheiro, pois o material era muito caro e ele não sabia gerir o dinheiro enviado pela família. Além disso, era realmente muito doente, e o pó da pedra fazia-lhe um grande mal, sem falar que cada vez mais lhe faltavam forças para manejar o cinzel.

Em Paris, ainda no início de sua carreira, o artista recebeu influência de Paul Cézanne, o pai da pintura moderna, cujo uso da cor indicou-lhe caminhos. Também admirava os arabescos de Toulouse-Lautrec. Mas ele não era chegado às correntes, equilibrando-se com êxito entre as referências vanguardistas e a arte antiga. Modigliani fez do retrato a sua marca registrada, e aí se encontra a maior parte de sua produção pictórica. Ele se mostrava fascinado pela figura humana, tendo criado belos nus femininos. Sua arte, com seu traço sinuoso e lírico, foge a qualquer classificação de estilo.

Modigliani tinha predileção pelos marginalizados sociais, a quem dedicava um grande amor fraternal, pois, embora pertencesse a uma família de classe média alta italiana, deles sentia fazer parte em Paris. Fez de seus amigos de ideias e de copos, das namoradas e das crianças esfomeadas os seus modelos, em sua maioria.

Paul Alexandre, médico e colecionador de artes, foi muito importante na vida do artista. Além de uma profunda amizade que os unia, ele admirava o artista e sua arte, quando ninguém se importava com ele. Paul comprava seus trabalhos, encomendava-lhe retratos a óleo de si e de sua família. Afora isso, Modigliani, para se sustentar, precisava receber ajuda da família, na Itália.

Para fechar a vida de tragédias do artista, dois dias após sua morte, Jeanine, sua última e jovem companheira, que já tinha com o artista uma filha de mais de um ano, e se encontrava grávida de nove meses, suicidou-se. Modigliani realizou mais de 30 retratos dela, sendo ela a mulher mais retratada pelo artista.

Fonte de pesquisa
Modigliani/Abril Coleções
Arte/Publifolha
A Arte do Século XX/ Taschen

Nota: autorretrato de Amedeo Modigliani

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Kandinsky – COMPOSIÇÃO VII

Autoria de Lu Dias Carvalho
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Muitas das pinturas de Kandinsky são tituladas como “composição”, porque o pintor via a pintura como uma forma de arte bem próxima à música, muitas vezes chamada por ele de música cromática. Como vimos anteriormente, quando estudamos sobre a vida do pintor, ele atribuía características próprias às cores. Explicava, por exemplo, que a tensão entre o azul e o amarelo significava os extremos da espiritualidade e da paixão, que eram relaxados com a mistura entre as duas cores, resultando no verde, a cor da calma. Desse modo, todo matiz possuía um significado, sendo os tons comparados a timbres musicais.

A execução do quadro Composição VII pode parecer instantânea, o que não é verdade, pois o artista fez mais de 30 desenhos preparatórios antes de pintá-lo. O trabalho foi iniciado do centro da obra para fora. É possível observar, nesta pintura abstrata de Kandinsky, alguns sinais de formas físicas. No canto inferior esquerdo encontra-se um motivo derivado de um barco com remos, pintado por ele em seus quadros sobre o Dilúvio.

Esta pintura repassa uma sensação de movimento, por ter sido construída em torno de um redemoinho que tem envolta de si grandes massas de cor e forma. Estudiosos da arte do pintor veem no quadro uma mistura dos temas Ressurreição, O Juízo Final, O Dilúvio e O Jardim.

Ficha técnica
Ano: 1913
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 200 x300 cm
Localização: Galeria Tretyakov, Moscou, Rússia

Fontes de pesquisa
Pintores mais influentes…/ Editora Girassol
http://www.glyphs.com/art/kandinsky

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Kandinsky – IMPROVISAÇÃO XI

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Kandinsky era muito influenciado pelas ciências ocultas e teorias filosóficas. Também era admirador da arte “diabólica” do pintor Alfred Kubin. Muitos de seus temas têm como base a narração bíblica do Dilúvio e do Juízo Final.

Na pintura Improvisação XI é possível identificar:

• uma barca, tendo como vela um enorme triângulo amarelo;
• dentro da barca, em vermelho, um remador, com seu remo alaranjado, conduz a embarcação cheia de almas, através de águas desenvoltas, em busca de salvação;
• acima da vela amarela é possível ver a sombra de seis enforcados;
• de uma nuvem vermelha, à direita, sai um relâmpago;
• abaixo da nuvem vermelha, dois cavaleiros, também vermelhos, lutam com espadas azuis;
• abaixo dos cavaleiros, um canhão vermelho dispara um projétil;
• à direita da composição, encontra-se um grupo de profetas barbados, que disparam suas armas nos sentenciados;
• em primeiro plano, abaixo dos profetas, um cão lambe a sua perna traseira;
• no canto inferior esquerdo, um canhão aponta em direção oposta.

Ficha técnica
Ano: 1910
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 97,5 x 106,5 cm
Localização: The Russian Museum, São Petersburgo, Rússia

Fonte de pesquisa
Kandinsky/ Coleção Folha

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Kandinsky – COMPOSIÇÃO IV

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Muitas das pinturas de Kandinsky são tituladas como “composição”, porque o pintor via a pintura como uma forma de arte bem próxima à música, muitas vezes chamada por ele de música cromática.

Realmente não é fácil imaginar aquilo que o artista compôs numa pintura abstrata, sem um estudo anterior. Kandinsky tinha paixão pela época medieval russa, tendo se inspirado nessa fase para a composição de sua pintura acima, que apresenta uma voragem de cores, rodas e linhas.

Segundo pesquisas feitas, vamos tentar destrinchar Composição IV, também conhecida como Batalha:

• No lado superior esquerdo, dois cossacos, com seus gorros vermelhos, lutam com seus sabres violetas. Eles têm o corpo amarelo, com a metade de um contorno preto nas costas;
• abaixo de um dos cossacos estão dois barcos;
• abaixo do barco está um arco-íris;
• no meio encontra-se uma montanha azul e sobre ela um castelo;
• três cossacos, com seus chapéus vermelhos, têm suas figuras diluídas no centro da composição. Dois deles seguram imensas lanças que cortam o centro da composição em duas linhas verticais grossas e pretas, enquanto o terceiro, com longas barbas brancas, apoia-se numa espada violeta;
• à direita, estão dois amantes unidos e bem inclinados, com os corpos começando nos pés das duas lanças e quase tocando a lateral direita do quadro;
• logo acima dos amantes, sobre uma montanhas, duas outras figuras vestidas observam a cena.

Esta composição, assim como outras do artista, é dual, ou seja, a metade da esquerda simboliza o conflito e da direita simboliza a paz.

Ficha técnica
Ano: 1911
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 159,5 x 250,5 cm
Localização: Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, Düsseldorf, Alemanha

Fontes de pesquisa
Kandinsky/ Folha
http://www.glyphs.com/art/kandinsky

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Kandinsky – CÉU AZUL

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Quem sabe, talvez as nossas formas “abstratas” são todas naturais. (Kandinsky)

Esta composição é da última fase de Kandinsky, quando ele já havia deixado para trás sua fase geométrica, tendo sido denominada de “abstração biomórfica” por alguns críticos.

Kandinsky sempre nutriu grande interesse pelas ciências naturais, principalmente pelas áreas de embriologia, botânica e zoologia.

Nesta composição, sob o fundo azul celeste, Kandinsky pinta uma infinidade de formas biomórficas e ectoplásticas, num belo efeito compositivo, bem parecido com o estilo do pintor catalão, Joan Miró, de quem se tornou amigo.

Ficha técnica
Ano: 1940
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 100 x 73 cm
Localização: Musée National d`Art Moderne, Centre Georges Pompidou, Paris, França

Fontes de pesquisa
Kandinsky/ Coleção Folha
Kandinsky/ Abril Coleções

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Kandinsky – A MONTANHA AZUL

Autoria de Lu Dias Carvalho

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No centro da composição está a montanha azul com sua forma triangular. Ela tem à sua direita, uma volumosa árvore vermelha e, à esquerda, uma amarela. As duas árvores ocupam grande parte da tela.

Três cavaleiros, montados em seus cavalos, acompanhados por três damas, aparecem em primeiro plano.

Ficha técnica
Ano 1908-1909
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 106 x 96,6 cm
Localização: Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York, EUA

Fonte de pesquisa
Kandinsky/ Abril Coleções

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