Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Mestres da Pintura – JOSEPH M. WILLIAM TURNER

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O inglês Joseph Mallord William Turner (1775-1851) nasceu em Londres. Aos 14 anos de idade passou a trabalhar com o desenhista arquitetônico Thomas Malton que chegou a concluir que o garoto jamais seria um artista, mas ele foi no mesmo ano aceito na Escola da Academia Real de Artes, em Londres, onde ganhou a admiração de seus colegas. Aos 15 anos, Turner expôs suas primeiras aquarelas na referida academia. Aos 25 anos já era Membro Associado, período em que visitou, pela primeira vez, outros países do continente europeu, estudando em Paris, no Louvre, os Antigos Mestres, dando destaque às paisagens holandesas e composições de Claude Lorrain. A visita de Turner a outros países, inclusive à Itália, mudou radicalmente seu estilo, quando passou para as criações visionárias.

Em 1807, o pintor inglês tornou-se professor de perspectiva na Academia Real de Artes. Aos 70 anos tornou-se presidente interino da mesma academia, fazendo ali sua última exposição em 1850. Morreu aos 76 anos de idade. Turner que viveu numa época muito criativa para todas as formas de arte, foi um dos mais brilhantes pintores românticos, tendo criado um tratamento revolucionário na pintura de paisagens através de temas românticos, mas cheios de dramaticidade. A abstração vista em muitas de suas obras antecipou a arte do século XX.

Turner era um grande admirador dos pintores de paisagens Claude Lorrain e Thomas Girtin. Sobre o último chegou a declarar: “Se Girtin tivesse vivido mais, eu estaria na miséria.” Por sua vez, Turner inspirou James Abbott McNeil Whistler, Claude Monet, Louise Bourgeois, Cy Twombly, dentre outros. Influenciou desde os impressionistas até os expressionistas abstratos. É considerado um dos mais notáveis precursores do impressionismo. É sem dúvida o mais importante e conhecido pintor de paisagens do século 19, vindo a seguir o pintor John Constable (já estudado aqui). Ambos percebiam o mundo de uma maneira diferente. Pintou cidade e campo, montanhas, naufrágios, etc. Embora obtivesse grande sucesso em seu trabalho, Turner vivia recluso em sua vida pessoal.

Quando já se encontrava no final de sua carreira, as composições de Turner  passaram a ser mais expressivas e coloridas, dando forma visual à assombrosa e demolidora força da natureza, com um jeito diferente de olhar o mundo. A partir de suas experiências com cor e luz, seu estilo evoluiu tanto, a ponto de chegar à abstração. Ele não queria apenas olhar a natureza, mas passar a sensação de experimentá-la e senti-la. Maravilhoso!

Fontes de pesquisa
Os pintores mais influentes do mundo/ Editora Girassol
1000 obras-primas da pintura europeia/ Editora Könemann
A arte em detalhes/ Publifolha
A História da arte/ E.H. Gombrich

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Watteau – VIAGEM A CITERA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Com uma arte material ele realizou o milagre de representar um tema que só parecia possível evocar com música. (Camille Mauclair)

A composição denominada Viagem a Citera, também conhecida como Peregrinação à Ilha de Citera, ou ainda o Embarque para Cietera é uma obra do pintor francês Jean-Antoine Watteau. É do tipo conhecido como “Fête Galante”, pois retrata uma festa ao ar livre, tendo como personagens membros da sociedade cortesã do século XVIII. Há grande harmonia entre a natureza e as pessoas ali presentes. A obra é tida como uma das mais belas do estilo Rococó que vigorou em todas as artes na primeira metade do século XVIII. Um outro trabalho anterior a esse, com poucas alterações, encontra-se  no Louvre, em Paris, ambos representando uma viagem à ilha de Citara, consagrada a Vênus.

O tema da composição é a visita de um grupo de pessoas apaixonadas ao santuário da deusa Vênus (ou Afrodite), na ilha de Citara. Os casais estão elegantemente vestidos, usando trajes trajes da época. Encontram-se situados entre a estátua da deusa do amor, à direita,  e o barco, à esquerda. A cena é ambientada num final de tarde, com o dourado do sol espalhando-se numa atmosfera arcadiana.

Inúmeros querubins, conhecidos como “putti”, espalham-se por toda a pintura, ocupando as mais diferentes posições, desde o mastro do barco até as costas da estátua de Vênus. Muitos deles esvoaçam pelo céu dourado, quase que imperceptíveis. Estes são os únicos deuses da Antiguidade presentes, pois no estilo Rococó a natureza era o principal tema. Os deuses só eram admitidos, quando vistos como divindades românticas ou brincalhonas.

Na parte esquerda da composição está presente o barco do amor. Está sendo preparado para a viagem de volta ao mundo dos homens. Os “putti” conduzem os casais para o barco, enquanto esses parecem envoltos já numa grande nostalgia em razão da felicidade que vão deixando para trás. É bom saber que alguns estudiosos de arte acham que os casais estão embarcando para Citara, enquanto outros imaginam que estejam voltando. Em razão da estátua da deusa presente no local, penso eu que estejam deixando a ilha.

São cerca de dez os casais presentes na pintura. Há também um pequenino e festivo cãozinho que divide a composição ao meio. Uma mulher na parte central da tela, cujo companheiro, de costas para o observador, enlaça-a pela cintura e conduz-a ao barco, olha tristemente para trás, como se sentisse tristeza, ao deixar aquele ambiente tão prazeroso, como se tivesse consciente de quão efêmero é o amor.

Um cavalheiro ajuda sua companheira a levantar-se da relva, segurando-a pelas duas mãos. Atrás do casal encontra-se outro. O homem está se  ajoelhando aos pés da amada que se encontra ainda sentada e traz nas mãos um leque (objeto que tinha uma linguagem secreta, através da qual os amantes vigiados costumavam se comunicar). Talvez esteja implorar-lhe para acompanhá-lo no retorno.  Um querubim, encostado à mulher, parece lembrá-la de que é preciso partir. Às costas deste casal um homem presenteia sua amada com rosas que são as flores consagradas a Vênus, deusa do amor. Outro casal sentado na relva num plano inferior,  rodeado por três querubins, troca palavras de amor. Outros casais são vistos na parte mais baixa do terreno, caminhando em direção ao barco do amor.

Na parte inferior direita da composição, na base da estátua de Vênus, encontram-se alguns objetos : armas, uma armadura, uma lira, livros, etc., que representam a guerra, as artes e a cultura. Três “putti” sobem pela estátua, enquanto um deles puxa uma guirlanda de louros para colocar em Vênus. Próximos ao barco estão os homens responsáveis por guiá-lo. Eles carregam cajados e usam chapéus de peregrinos.

O pintor usou tinta de cores claras e bem rala. Em algumas partes é possível ver apenas tênues contornos, como nos “putti”, situados na parte superior esquerda da tela, esvoaçando pelo céu ou subindo pela vela do barco. Tudo parece abstrato e irreal como o amor. O céu dourado e as exuberantes árvores parecem o pano de fundo da composição ao final de uma prazerosa e inesquecível tarde.

Apesar de ser tido como a “obra-prima das obras-primas francesas” num livro sobre a arte do século XVIII, esta pintura caiu em desgraça, logo após a Revolução Francesa, por evidenciar o estilo de vida ocioso da velha aristocracia. Fica evidente na composição, a influência exercida por Peter Paul Rubens na obra de Watteau.

Ficha técnica
Ano: 1717
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: não encontrada
Localização: Shloss Charlottenburg, Berlim, Alemanha

Fontes de pesquisa
Artes em detalhes/ Publifolha
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
A história da arte/ E.H. Gombrich

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Mestres da Pintura – JEAN-ANTOINE WATTEAU

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O pintor e desenhista francês Jean-Antoine Watteau (1684-1721), filho de um artesão, nasceu em Valenciennes, ali recebendo treinamentos com os artistas da cidade. Aos 18 anos de idade foi para Paris, indo trabalhar no ateliê do pintor decorativo Claude Gillot. Três anos depois  foi para o estúdio de Claude Audran III que também era um artista decorador e ornamental. Na capital parisiense Watteau passou por dificuldades, tendo que fazer cópias nas oficinas Notre Dame para sobreviver. O artista recebeu, aos 25 anos de idade, o prêmio de segundo lugar no Prix de Rome. Em Paris foi apresentado ao rico colecionador de arte Pierre Crozat, que tinha dentre as suas inúmeras obras trabalhos de Peter Paul Rubens, Anthony van Dyck e de pintores venezianos.

Em 1719, aos 35 anos de idade, Watteau viu-se acometido pela tuberculose, viajando para Londres para tratamento de saúde. Além da tuberculose, sofria de uma ansiedade crônica. Retornando a Paris no ano seguinte, passou a conviver com Edmé-Françóis Gersaint, o mais famoso marchand do início do século 18 que morreu um ano depois, aos 57 anos de idade. Watteau que era muito doente, morreu aos 37 anos, vitimado pela tísica pulmonar.

Atribui-se a Watteau a criação do chamado “féte galante”, um novo gênero de pintura, uma vez que o seu trabalho “O Embarque para Citera” não se enquadrava em nenhum dos gêneros existentes até então. Em sua pintura ele mostra a elite em seu momento de diversão. Sua obra foi muito importante no sentido de libertar a pintura francesa da ditadura clássica ditada pela arte acadêmica.

A obra de Watteau, embora tida como alegre ou frívola, também traz quadros em que é possível detectar a fragilidade humana diante da fugacidade dos prazeres. É tido como um dos mais importantes mestres da pintura do século XVIII. O pintor foi influenciado por Peter Paul Rubens, David Teniers — o Jovem, Claude Gillot, etc. Artistas que se ispiraram em Watteau: Jean Baptiste Pater, Hean Honoré Fragnonard, Edgar Degas e Pierre Auguste Renoir.

Curiosidade:
• Fête Galant – tipo específico de pintura rococó que dá destaque às festas ao ar livre e a jovens elegantes; diversão dos ricos ociosos ao ar livre.
• Rococó – estilo decorativo surgido na França no reinado de Luís XV.

Fontes de pesquisa
A história da arte/ E.H. Gombrich
Os pintores mais influentes do mundo/ Girassol
Artes em detalhes/ Publifolha

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Constable – VISTA DA CATEDRAL DE SALISBURY

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A minha catedral tem uma ótima aparência (Constable)

A composição Catedral de Salibury, vista do Jardim do Bispado, foi realizada a pedido do bispo anglicano de Salisbury, amigo do pintor, que assinalou a perspectiva e o enquadramento da cena que queria pintada.

A cena retratada acontece no meio rural. Na parte esquerda da tela, em primeiro plano, o pintor retratou o bispo e sua esposa, próximos a uma cancela aberta, como se estivessem admirando a catedral, para a qual aponta o religioso com a sua bengala. Um pouco mais à frente, um casal observa a natureza.

A catedral de estilo gótico, com paredes de pedra e uma enorme torre, está sendo banhada pela luz do sol. Duas grandes árvores em forma de arco enquadram-na. Abaixo delas corre um riacho de águas límpidas, onde duas vacas bebem água, enquanto outras quatro pastam próximo. O céu azul está coberto de nuvens brancas, e algumas escuras começam a aparecer.

Segundo Constable, esta foi uma das paisagens mais difíceis pintadas por ele. A obra demonstra a harmonia entre as influências naturais e as humanas. A enorme torre, que se ergue majestosa, apontando para o céu, sugere que tal harmonia é uma bênção de Deus.

Obs.: Há uma versão anterior e homônima (1821 – 1822) dessa pintura no Museu de Arte de São Paulo, em São Paulo. Dizem que Fisher, vendo suas cores sombrias e graves, não gostou e pediu por uma pintura mais leve e feliz.

Ficha técnica:
Ano: 1857
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 87,6 x 111,8 cm
Localização: Victoria Albert Museum, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa
Romantismo/ Editora Taschen
1000 obras-primas da pintura europeia/ Editora Könemann

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Constable – A CARROÇA DE FENO

Autoria de Lu Dias Carvalhoconstanble1

A verdade nos atinge de imediato… esta paisagem deliciosa… é o verdadeiro espelho da natureza. (Stendhal)

Com a composição A Carroça de Feno, representando uma simples cena rural, John Constable foi premiado no Salão de Paris, em 1824, com a Medalha de Ouro. Trata-se, portanto, de uma de suas obras mais famosas.

A composição apresenta um riacho na área rural do Condado de Suffolk, na Inglaterra, região em que o pintor nasceu e passou grande parte de sua vida, sendo atravessado por uma carroça de feno. Nesse lugar, o artista brincava em sua infância.

Ao ser exibido na Inglaterra, com o título de Paisagem: Meio-Dia, o quadro de Constable não foi recebido com admiração pelos críticos ingleses, que não viram nada de interessante ao se dar destaque ao trabalho do campo. Achavam que o pintor deveria se ater ao modo convencional dos antigos mestres e que suas paisagens eram sem graça. Quando a obra foi premiada em Paris, eles ficaram muito surpresos.

Na composição é possível observar a luz do sol, filtrada pelas nuvens e árvores, espalhar-se pelos campos mais distantes, iluminados por uma luz dourada, num casamento entre luz e sombras. Nuvens escuras também estão se formando, anunciando a mudança do tempo. Também se pode identificar vários mesclados de tinta branca, que tanto indicam a incidência de luz, como a textura das partes molhadas.

A carroça de madeira encontra-se no meio de um vau, sendo puxada por duas parelhas de cavalos e conduzida por dois homens. Ela é a parte central da composição. Os cavalos levam proteção de cor vermelha nos ombros a fim de que os arreios não os machuquem. Mesclas de vermelho podem ser encontradas em outras partes da composição, dando mais destaque ao verde dos campos e da folhagem das árvores.

Na margem esquerda do riacho, um cãozinho observa a travessia, enquanto um dos homens presentes, dentro da carroça, acena para ele. O mesmo animal está presente em outras obras do pintor. Mais adiante, uma mulher acocorada num estrado, ligado à casa, parece lavar roupa no riacho ou apanhar água. Detrás dela, encontra-se um jarro de barro. Da chaminé da casa sai fumaça, lembrando que existe alguém ali. À direita, em meio à vegetação, um pescador com seu lenço vermelho conduz um barco, enquanto patinhos nadam próximo.

Ao longe, em meio às árvores, pequeninas manchas brancas, vermelhas e marrons retratam os trabalhadores na colheita do feno. Há por perto outra carroça carregada de feno. Aposto que o leitor será capaz de encontrá-la, clicando na imagem para ampliá-la.

Na sua paisagem, Constable capta as transformações no tempo. O artista transmite com grande perícia os efeitos de cor, sombra, umidade, formação de nuvens e as condições atmosféricas. Ao artista interessa apenas captar a natureza como ela se apresenta, mantendo-se fiel ao que vê. A Carroça de Feno retrata a casa do fazendeiro Willy Lott, que nasceu e viveu junto ao rio Stour por mais de 80 anos. Ela é vista em várias pinturas de Constable.

Ficha técnica
Ano: c. 1821
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 130,2 x 185,4
Localização: National Gallery, Londres, Reino Unido

Fontes de pesquisa
Os pintores mais influentes do mundo/ Editora Girassol
A história da arte/ E.H. Gombrich
Grandes Pinturas/ Publifolha

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Mestres da Pintura – JOHN CONSTABLE

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O pintor inglês John Constable (1776-1837) nasceu e cresceu num vilarejo, no vale do rio Stour, no sudoeste da Inglaterra, o que o influenciou grandemente na composição de suas paisagens. Seu pai era um próspero proprietário de moinho. Desde jovem, Constable passou a pintar as paisagens do lugar. Embora tenha tido lições de pintura em Suffolk, ele era de certa forma um autodidata. Inicialmente também pintou retratos e algumas pinturas religiosas, antes de se dedicar inteiramente às paisagens.

O pintor ingressou na Escola da Academia Real, em Londres, aos 23 anos de idade, fazendo ali a sua primeira exposição. Já mais maduro, começou a pintar ao ar livre, fazendo diversas composições sobre sua região. Ao se casar, mudou-se para Londres, onde foi eleito membro da Academia Real. Sete anos depois, seu quadro A Carroça de Feno foi premiado com a Medalha de Ouro, no Salão de Paris. O que mostra que o pintor tinha muito mais prestígio na França do que na Inglaterra, onde os críticos não davam importância à paisagem, além de acharem que suas obras eram inacabadas.

Constable estudou os pintores paisagistas do passado: Peter Paul Rubens, Claude Lorrain, Jacob van Ruisdael e Thomas Gainborough. Também se inspirou na Ciência Moderna com seus progressos científicos, ligados aos fenômenos naturais e à meteorologia, como pode ser notado na pintura do céu em suas composições. Por sua vez, serviu de inspiração para Eugène Delacroix, Richard Parkes Bonnington e Frank Auerbach, entre outros. Ao fazer uma exposição de arte na escola de pintura de paisagens denominada Escola Barbizon, na França, deixou ali a sua influência direta. Os impressionistas franceses nutriam grande interesse pelas pinturas do artista.

A principal virtude das obras de Constable estava na observação da natureza, baseada em estudos precisos. O pintor inglês entendia que, para pintar paisagens, era preciso o contato direto com a natureza, a fim de captar suas nuances e variações com os próprios olhos, pois seu estudo era mais enriquecedor do que qualquer modelo artístico. Era um observador incansável, sempre tentando captar a verdadeira aparência do céu e da vegetação, em diferentes condições de luz, atmosfera, partes do dia ou estações do ano.

Antes de pintar seus enormes quadros, Constable fazia primeiro um esboço a óleo sobre tela, em tamanho natural, como preparação. Seu trabalho era lento e meticuloso. Foi responsável por colocar a pintura de paisagem num lugar até então só alcançado  pelos temas históricos, religiosos e mitológicos.

Os pintores John Constable e Joseph Mallord Willian Turner são os dois maiores pintores ingleses do século XIX, no que se refere à pintura de paisagens.

Fontes de pesquisa
Os pintores mais influentes do mundo/ Editora Girassol
A história da arte/ E.H. Gombrich
1000 obras-primas da pintura europeia/ Editora Könemann

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