Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Jan Bruegel, o Velho e Rubens – ALEGORIA DO PALADAR

Autoria de Lu Dias Carvalho

ALPAL

A composição denominada Alegoria do Paladar foi feita numa parceria entre Peter Paul Rubens e Jan Bruegel, o Velho. Trata-se de uma das alegorias referentes à série sobre “os cinco sentidos”, feitas por esses dois grandes mestres da pintura e grandes amigos, ficando um responsável pelas configurações e o outro pelas figuras humanas. As pinturas sobre os cinco sentidos no século XVII eram muito apreciadas. A visão, desde o tempo do filósofo Aristóteles, era tida como o mais importante dos sentidos. Para Aristóteles os sentidos eram a base do conhecimento humano, enquanto o cristianismo via-os como suspeitos, responsáveis pelos pecados do homem.

Jan Bruegel era um exímio pintor de miniaturas, tendo herdado esse talento de sua avó, importante miniaturista. Peter Paulo Rubens, por sua vez, era um perfeccionista na arte de pintar figuras humanas. Os dois fizeram vários trabalhos em parceria, produzindo obras belíssimas, como a que vemos acima. Este tipo de interação entre os artistas era muito comum em Antuérpia nas duas primeiras décadas do século XVII, tendo Rubens feito uso de tal prática em algumas de suas obras.

Ao retratar o sentido do paladar, Rubens e Bruegel apresentam uma figura feminina — Vênus — a deusa da beleza e do amor (ou uma ninfa) sendo servida por um sátiro. Ela saboreia uma ostra. Esta é a única composição sobre os sentidos que não apresenta a figura de Cupido. Na parede um quadro mostra Cristo transformando a água em vinho. A presença do vinho e das frutas alude a um código que aliava esses elementos ao sentido do paladar, assim como o macaco é referência ao mesmo, mas que aqui não se encontra representado.

O sátiro de pé diante da figura feminina enche uma suntuosa taça com o néctar dos deuses. A mesa encontra-se repleta de diferentes iguarias, dentre essas estão as figuras de um pavão e um cisne. O chão encontra-se atulhado de animais mortos e frutas. Amarrado ao tronco de uma árvore está um veado estripado, enquanto uma enorme bandeja à direita traz uma gigantesca cabeça de porco. Na parte direita da composição descortina-se uma bela paisagem com os mais diferentes animais vivos, árvores, um castelo e um lago.

Especula-se que Alberto, arquiduque da Áustria, e sua esposa Isabel foram os responsáveis pela encomenda da série sobre os sentidos, uma vez que muitos pormenores vistos nos quadros são referentes a eles.

Ficha técnica
Ano: 1617-1618
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65 x 110 cm
Localização: Museu Nacional do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
http://www.tuttartpitturasculturapoesiamusica.com/2015/08/Rubens-Brueghel.html
www.scienceshumaines.com/les-cinq-sens-une-alleg…
https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=https

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Jan Bruegel, o Velho e Rubens – ALEGORIA DA AUDIÇÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

ALAUD

A composição denominada Alegoria da Audição foi feita numa parceria entre Peter Paul Rubens e Jan Bruegel, o Velho. Trata-se de uma das alegorias referentes à série sobre “os cinco sentidos”, feitas por esses dois grandes mestres da pintura e grandes amigos, ficando um responsável pelas configurações e o outro pelas figuras humanas. As pinturas sobre os cinco sentidos no século XVII eram muito apreciadas. A visão, desde o tempo do filósofo Aristóteles, era tida como o mais importante dos sentidos. Para Aristóteles os sentidos eram a base do conhecimento humano, enquanto o cristianismo via-os como suspeitos, responsáveis pelos pecados do homem.

Jan Bruegel era um exímio pintor de miniaturas, tendo herdado esse talento de sua avó, importante miniaturista. Peter Paulo Rubens, por sua vez, era um perfeccionista na arte de pintar figuras humanas. Os dois fizeram vários trabalhos em parceria, produzindo obras belíssimas, como a que vemos acima. Este tipo de interação entre os artistas era muito comum em Antuérpia nas duas primeiras décadas do século XVII, tendo Rubens feito uso de tal prática em algumas de suas obras.

Ao retratar o sentido da visão, Rubens e Bruegel apresentam uma figura feminina — Vênus — a deusa da beleza e do amor, seminua, com um manto branco cobrindo uma pequena parte do corpo, tocando um alaúde para seu filho Cupido, o deus do amor, e também cantando. Ela volta seu olhar para o observador, enquanto o deus alado observa-a com atenção. Um veado e algumas aves, espalhadas pelo ambiente, estão compenetrados, acompanhando a musicista e representando a audiência. Os quadros que ornamentam as paredes da sala aludem à música.

Vários instrumentos musicais são vistos na sala assim como partituras espalhadas pela mesa e pelo chão. Há também um grande número de relógios nos mais diferentes lugares. Os instrumentos musicais e os relógios indicam que ali existe harmonia e prudência, de modo que o tempo é usado com sabedoria. A presença do veado próximo à deusa trata-se de um código que aliava esse animal ao sentido do olfato, assim como os instrumentos musicais. A música tocada é um madrigal dedicado ao casal Alberto e Isabel, arquiduque e arquiduquesa da Áustria.

Especula-se que Alberto, arquiduque da Áustria, e sua esposa Isabel foram os responsáveis pela encomenda da série sobre os sentidos, uma vez que muitos pormenores vistos nos quadros são referentes a eles.

Ficha técnica
Ano: 1617-1618
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65 x 110 cm
Localização: Museu Nacional do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
http://www.tuttartpitturasculturapoesiamusica.com/2015/08/Rubens-Brueghel.html
www.scienceshumaines.com/les-cinq-sens-une-alleg…
https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=https

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Jan Bruegel, o Velho e Rubens – ALEGORIA DO OLFATO

Autoria de Lu Dias Carvalho

ALDOL

A composição denominada Alegoria do Olfato foi feita numa parceria entre Peter Paul Rubens e Jan Bruegel, o Velho. Trata-se de uma das alegorias referentes à série sobre “os cinco sentidos”, feitas por esses dois grandes mestres da pintura e grandes amigos, ficando um responsável pelas configurações e o outro pelas figuras humanas. As pinturas sobre os cinco sentidos no século XVII eram muito apreciadas. A visão, desde o tempo do filósofo Aristóteles, era tida como o mais importante dos sentidos. Para Aristóteles os sentidos eram a base do conhecimento humano, enquanto o cristianismo via-os como suspeitos, responsáveis pelos pecados do homem.

Jan Bruegel era um exímio pintor de miniaturas, tendo herdado esse talento de sua avó, importante miniaturista. Peter Paulo Rubens, por sua vez, era um perfeccionista na arte de pintar figuras humanas. Os dois fizeram vários trabalhos em parceria, produzindo obras belíssimas, como a que vemos acima. Este tipo de interação entre os artistas era muito comum em Antuérpia nas duas primeiras décadas do século XVII, tendo Rubens feito uso de tal prática em algumas de suas obras.

A alegoria referente ao olfato foi representada do lado de fora, ao ar livre, ao contrário das outras (visão, audição, tato e paladar). Nela está presente uma bela mulher nua, tida como Vênus, a deusa da beleza e do amor, sentada sobre um manto azul-marinho, e seu filho Cupido, o deus do amor, que lhe oferta um enorme buquê de flores. Ela cheira as flores que tem nas mãos, como se lembrasse ao observador que ali está para sentir o prazer ocasionado pelo olfato. Os objetos vistos no chão à sua esquerda, como perfumes, âmbar, etc., induzem a essa observação. A presença de um cão atrás da deusa trata-se de um código que aliava o cão ao sentido do olfato e também as flores.

A cena acontece num paradisíaco jardim, com edificações à esquerda e à direita, e uma alameda que conduz para fora do local. Estão presentes ali os mais diferentes tipos de vasos, flores, árvores e animais, numa profusão de cores, formas e perfumes. Próximos às edificações estão inúmeros vasos contendo variadas espécies de folhagens e flores. Jan Bruegel, o Velho, que era um especialista na pintura de flores, encanta com os detalhes cuidadosamente elaborados, distinguindo as diferentes flores com suas cores e matizes. Ele trata cada tipo individualmente, não se esquecendo das folhas.

Especula-se que Alberto, arquiduque da Áustria, e sua esposa Isabel foram os responsáveis pela encomenda da série sobre os sentidos, uma vez que muitos pormenores vistos nos quadros são referentes a eles.

Ficha técnica
Ano: 1617-1618
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65 x 110 cm
Localização: Museu Nacional do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
https://www.museodelprado.es/…on…/el-olfato
www.scienceshumaines.com/les-cinq-sens-une-alleg…

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Mestres da Pintura – JAN BRUEGEL, O VELHO

Autoria de Lu Dias Carvalho

Jan

Jan Bruegel (1568-1625) era o segundo filho do pintor Pieter Bruegel, O Velho. Jan fazia parte de uma família de numerosos artistas, sendo seu pai o primeiro desses, daí o anexo de “o Velho” ao seu nome, em referência ao pai.

Pieter Bruegel, o Jovem, era o irmão mais velho de Jan. Quando o pai morreu, os dois garotos ficaram muito pequenos. Sua avó, Marie Bessemers, era uma talentosa miniaturista. Jan estudou com Pieter Gotkint e com Gillis van Conixloo, em Antuerpia. Também viveu em Nápoles, Roma e Milão. Ao regressar à Antuérpia fez parte da Guilda São Lucas. Foi pintor da corte dos Paíse Baixos na época do arquiduque Albrecht da Áustria. Ganhou fama, sobretudo, pela suas paisagens e natureza-mortas com flores. Foi grande amigo do pintor Pieter Paul Rubens com quem fez inúmeros trabalhos.

Jan, o Velho, recebeu o apelido de “Veludo” ou “Flor”, em razão de sua escolha por alguns temas e pelo uso da pintura luminosa em esmalte, com técnica apurada e pela sua delicadeza de miniaturista.

Em razão da fama de seu pai e de seu trabalho minucioso, Jan Bruegel tornou-se um pintor rico e respeitado, além de transformar-se num especialista em “assessórios”, tendo colaborado com grandes nomes da pintura como Pieter Paul Rubens, Franz Francken, Hans Rottenhammer e Joos de Momper.

Fontes de pesquisas:
Barroco/Taschen
Mil Obras Primas da Pintura Européia/Könemann

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Antonello da Messina – CRISTO MORTO AMPARADO POR UM ANJO

Autoria de Lu Dias Carvalho

Crisanj   detanj

A composição Cristo Morto Amparado por um Anjo, obra do pintor italiano Antonello da Messina, é tão impactante que, à época em que foi feita, ocasionou uma profunda impressão em Veneza. E mesmo hoje, quando observamos a obra, sentimos o mesmo impacto.

Em primeiro plano, um pequeno anjo ampara o corpo sentado, belo e vigoroso de Cristo do qual jorra, abaixo do peito direito, o sangue proveniente de uma abertura feita por uma lança. O anjo envolve-o com um manto azul. Seu bracinho direito segura o braço forte de Jesus, cuja mão encontra-se virada para trás, o que permite a visão de salientes veias. A mão esquerda ensanguentada sobre a coxa põe à vista o furo do prego.

Um pequeno pano branco cobre a genitália do Mestre, mas deixa à vista uma ínfima parte de seus pelos púbicos. Portanto, Jesus é representado na obra em toda a sua humanidade, como também expressa o seu rosto ainda petrificado pelo padecimento pelo qual passou.

O rosto choroso do anjo é a parte mais comovente da composição (observar gravura menor), pois é um retrato pungente da dor. Seus olhos estão voltados para baixo, as sobrancelhas contraídas e a boca entreaberta. Grossas gotas de lágrimas escorrem-lhe pelo rosto. Através de sua expressão de sofrimento é possível ler claramente a indagação: Por que isto aconteceu?

Em segundo plano, uma paisagem com muitas videiras e parte de uma edificação em ruínas descortina-se. E, mais distante, vê-se uma cidade, onde se divisa a torre de uma igreja e serras ao fundo.

Ficha técnica
Ano: c. 1475 s 1478
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 74 x 51 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
Arte/ Publifolha

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Mantegna – CRISTO MORTO

Autoria de Lu Dias Carvalho

                 crismort    crismort I

A composição Cristo Morto — também conhecida como Lamentação sobre o Cristo Morto — é uma das famosas obras do pintor italiano Andrea Mantegna e uma das mais importantes da Renascença italiana, sendo admirada, sobretudo, pela sua fantástica demonstração de virtuosismo de perspectiva. O enquadramento do espaço desta obra é totalmente inovador para a época no que diz respeito à pintura ocidental. O pintor foi um dos primeiros a fazer este tipo de representação num escorço tão drástico.

O artista apresenta Cristo morto com o corpo estendido sobre uma pedra de mármore, tendo a cabeça ligeiramente tombada para a sua esquerda, com os olhos fechados, sendo visível de cima as profundas feridas nos pés e nas mãos, ocasionadas pelos pregos da crucificação. Seu corpo é forte e musculoso, mas a lividez do mesmo não deixa dúvidas de que se encontra sem vida. Uma fina mortalha cobre sua parte inferior que já se encontra rígida. Suas dobras dão continuidade aos sulcos do tronco. As rugas da face de Cristo  e as das duas figuras ao seu lado harmonizam com o desenho do tecido de cetim rosado do travesseiro. A presença de um recipiente com unguentos, à  esquerda do corpo, mostra que ele já foi perfumado.

O mais impressionante nesta pintura é que até então nenhum artista antes de Mantegna havia conseguido obter um efeito de profundidade tão acentuado num espaço tão pequeno. E sem falar que esta foi a primeira vez em que Cristo foi apresentado nesta posição — com o corpo deitado de frente para o observador. A figura do Mestre com seus cabelos ondulados e traços fortes é apresentada em perspectiva, no plano horizontal, o que a leva a parecer mais curta, pois se encontra em escorço.  Os pés, vistos em primeiro plano, parecem ser enormes em razão da proximidade com o observador. Eles pendem para fora da pedra, pois o corpo é maior do que a pedra em seu comprimento.

Ao lado direito de Cristo estão três figuras humanas que choram, enquanto o corpo do Mestre está sendo preparado. São elas: a Virgem Maria — sua mãe — que enxuga as lágrimas com um lenço e São João Evangelista que entrelaça as mãos e olha inconformado para Jesus e, possivelmente, Maria Madalena na sombra  à esquerda da Virgem Mãe. No detalhe é possível visualizar as lágrimas dos acompanhantes que têm o rosto marcado pelas rugas. A colocação dos órgãos genitais de Jesus no centro da composição leva a diferentes interpretações, dentre elas a de que o corpo de Cristo simboliza suas duas naturezas — a humana e a divina.

O pintor estruturou a composição de tal maneira que joga o observador num grande impacto emocional. Ele tem a impressão de estar aos pés de Cristo — vistos em tamanho maior — que o direcionam para o restante do corpo. Não se tem certeza quanto à destinação desta obra, contudo, alguns estudiosos presumem que tinha a finalidade de ornar o túmulo do próprio artista na Capela de San Andrea em Mântua, onde ele trabalhava para a família Gonzaga — cidade onde morreu.

Ficha técnica
Ano: c. 1480-1490
Técnica: têmpera sobre tela
Dimensões: 66 x 81 cm
Localização: Pinacoteca di Brera, Milão, Itália

Fonte de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
wikipedia.org/wiki/Cristo_morto_(Mantegna)
Renascença/ Folio
Renascimento/ Taschen

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