Autoria de Lu Dias Carvalho
O pintor italiano Giorgio Morandi (1890 – 1964) veio de uma família muito modesta da cidade de Bolonha, onde nasceu. Seu pai Andrea era um pequeno comerciante e sua mãe Maria Maccaferri dona de casa. Foi o primeiro de cinco irmãos. Após os estudos regulares, trabalhou no escritório de seu pai por um tempo. Embora sua cidade fosse desprovida de tradições artísticas, ali havia uma Academia de Belas Artes, onde o rapazinho veio a estudar, mesmo percebendo que o ensino ministrado pela academia era muito limitado. Ele passou a completar sua instrução com a leitura de livros e revistas de arte, vindas da França, pois naquela época a Itália vivia um período de relativa obscuridade.
As duas naturezas-mortas apresentadas acima são obras do artista, ambas pertencentes ao ano de 1920 e indicativas do final da chamada “fase metafísica” de Morandi.
Na natureza-morta à esquerda, o pintor trabalhou com mais suavidade, não apresentando as sombras e os limites dos objetos com a rigidez de antes, sendo possível notar um halo de ternura a envolver os objetos. As herméticas construções do período imediatamente anterior não mais aparecem. As coisas são apresentadas com mais naturalidade e espontaneidade.
Na natureza-morta à direita, as lembranças do período metafísico de Morandi não são mais encontradas. As pinceladas são claras e nelas é possível encontrar uma série de modificações tonais. Os objetos tornam-se mais leves, perdendo parte do volume, enquanto a luz atravessa-os, deixando-os translúcidos. Suas formas misturam-se com o próprio ambiente em que se encontram, efeito que é produzido mediante um jogo de luzes e sombras que antes eram encontrados em sua fase “metafísica”.
Ficha técnica
Ano: 1920
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 66,5 x 60,5 cm (pintura à esquerda) / 38 x 33 cm (pintura à direita)
Localização: Coleção Particular
Fontes de pesquisa
Gênios da Pintura/ Abril Cultural
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