Autoria de Lu Dias Carvalho
Eu preferiria ser o primeiro pintor das coisas comuns do que o segundo de temas da arte elevada. (Velázquez)
Diego da Silva Velázquez (1599–1660) pintor espanhol, encontra-se no rol dos maiores pintores da história da arte. Seus pais, Juan Rodríquez da Silva e Jerónima Velázquez, ambos de Sevilha, faziam parte da pequena nobreza e gozavam de pequeno prestígio social e político. De modo que, ao descobrirem o talento do primogênito da família para o desenho, tudo fizeram para encaminhá-lo em sua vocação.
Aos dez anos de idade o menino foi estudar com o pintor Francisco Herrera, o Velho, mas ali ficou poucos meses, pois não se agradou do jeito do mestre. A seguir ele foi estudar com o renomado pintor Francisco Pacheco, de erudição humanista e em cujo ateliê reunia-se o grosso da intelectualidade, o que muito contribui para a sua formação. Aos dezoito anos de idade casou-se com Juana Pacheco, filha do mestre.
Diego Velázquez aos 22 anos de idade já era considerado o principal pintor de Sevilha e um dos mais proeminentes da Espanha, mas sabia que, se ali permanecesse, teria que depender principalmente das encomendas da Igreja. Ele queria para si horizontes mais amplos. À época a sua arte ainda era vista como um trabalho de pouca importância. E, sob a influência do sogro, aos vinte e quatro anos foi admitido no cargo de pintor de câmara do rei Filipe IV, ocasião em que deixou sua cidade para morar em Madri.
Em Madri, Velázquez travou amizade com o famoso pintor francês Peter Paul Rubens que ali se encontrava em missão diplomática, durante quase um ano, e que acabou incentivando-o a viajar para a Itália, alegando que a essência da boa pintura estava em Veneza. Seguindo a orientação do amigo que lhe dizia que era preciso analisar as pinturas venezianas in loco para se tornar um bom pintor, Velázquez conseguiu que o rei Filipe IV liberasse-o para a viagem. E, após se ausentar por um período de um ano e meio, Velázquez, a pedido do rei, retornou a Madri, onde exercia atividades artísticas e administrativas.
Velázquez fez uma segunda viagem à Itália com o objetivo de comprar obras para a coleção real, contratar artistas para ornamentar os palácios e realizar cobranças no vice-reinado de Nápoles. À época, famoso com o retrato do Papa Inocêncio X, acabou retratando outros personagens da cúria romana. Recebeu ali muitas honrarias pelo seu talento de pintor capaz de transmitir o caráter do personagem retratado. O artista era tão fiel em retratar, não apenas o passar dos anos no semblante da pessoa, como o que lhe ia pela alma, a ponto de o rei Felipe IV, que atravessava um período de crise econômica e social, relutar durante muito tempo em ser pintado por ele.
Diego Velázquez era um homem retraído e ambicioso, sempre em busca de honra e promoção social. Era movido, sobretudo, pelo desejo de fazer parte da nobreza. Portanto, o título de Cavaleiro da Ordem de Santiago coroou-lhe as ambições, embora tenha tido que provar que não possuía sangue impuro — que não era descendente de judeus, mas sim de nobres — o que era real, mas que não tinha comprovação. É claro que contou com a ajuda do rei.
Diego Velázquez morreu um ano após receber o título de Cavaleiro da Ordem. Seu corpo foi sepultado na igreja de San Juan Bautista, mas, como Napoleão destruiu a igreja em 1811, não se sabe mais onde se encontram os seus restos mortais. Cabe ressaltar que o pintor viveu na idade do ouro da pintura espanhola, pois o rei Filipe IV que nutria por ele grande afeição, era um grande amante da pintura
Nota: Autorretrato do pintor
Fontes de pesquisa:
Grandes Mestres/ Editora Abril
História da Arte/ E.H. Gombrich
Views: 0