Peter Paul Rubens é um dos mais inovadores e versáteis artistas do período barroco. (…) Suas pinturas caracterizam-se pelas cores arrojadas, composições dinâmicas e pinceladas vigorosas. (David Gariff)
Para Rubens, a missão do pintar, era pintar o mundo a sua volta; pintar o que lhe agradasse, para nos fazer sentir que se deleitava na beleza viva e multíplice das coisas. (E.H. Gombrich)
Peter Paul Rubens (1577–1640), filho de Jan Rubens, advogado, e Maria Pypelinckx, nasceu em Siegen, na Vestfália. Os primeiros onze anos de sua vida foram passados em Colônia na Renânia, pois sua família teve que fugir da Antuérpia, para escapar da guerra entre católicos e calvinistas. Após a morte do pai a mãe retornou com os filhos para Antuérpia, onde Rubens, católico devoto, estudou latim e tornou-se pajem na família real. Aos vinte e um anos foi inscrito como pintor na corporação de São Lucas, vindo a tornar-se mestre. Quando estava prestes a completar trinta anos, Rubens partiu para a Itália, onde ficou a serviço de Vicenzo I Gonzaga, Duque de Mântua, de quem recebeu um missão diplomática na Espanha. Na Itália, ele aproveitou para conhecer várias cidades, ficando mais tempo em Gênova e Roma.
Com a morte de sua mãe Rubens retornou à Antuérpia e ali permaneceu mais tempo em razão das inúmeras encomendas recebidas. Logo foi aceito pelo pintor Jan Brueguel, o Velho, para fazer parte da Guilda dos Romancistas. A seguir, ele foi nomeado pintor do arquiduque Alberto e da Infanta Isabel, mas sem deixar o seu país. Rubens casou-se com Isabelle Brant e continuou as suas viagens por vários países europeus, ora como pintor ora em missão diplomática. Quatro anos após a morte de sua primeira esposa, ele se casou com Hélène Forument de 16 anos, filha de um comerciante de tapetes.
Ao regressar da Itália para a Antuérpia, Rubens já havia aprendido tudo sobre pintura: manejo dos pinceis e tinta, representação de nus, armaduras, joias, animais, paisagens, etc. Tinha preferência pelos painéis gigantescos, usados para decorar igrejas e palácios, locais com os quais tinha grande afinidade, pois cria piamente no “direito divino dos reis”, segundo o qual esses só prestavam contas a Deus.
Rubens, homem de vasta cultura, era dono de uma mente brilhante. Era um erudito clássico, ilustrador de livros, colecionador de arte e antiguidades e também diplomata. Falava e escrevia várias línguas e tinha aptidão para a oratória e a diplomacia, tendo exercidos inúmeras atividades públicas e profissionais. Estudou com os mestres Tobias Verhaect, Adam van Noort e Otto van Veen. Internacionalmente conhecido, Peter Paul Rubens recebia tantas encomendas, que foi necessário criar um ateliê com muitos alunos e assistentes para ajudá-lo. O renomado artista recebia incumbências dos maiores mecenas da Europa.
Na arte, o pintor executou com maestria todas as categorias pictóricas: pintura sacra, histórica, mitológica, paisagística, pintura de gênero e naturezas-mortas. Foi um artista completo. Sua arte incitava a suntuosidade e o resplendor dos palácios. Era tratado com grande reverência pelas cortes, onde se destacava a sua posição de pintor e diplomata, recebendo honras e muitas riquezas, o que lhe permitiu levar uma vida muito boa. Por isso, foi chamado de “príncipe dos pintores e pintor dos príncipes”. Quando se encontrava no auge de seu sucesso, recebia tantas encomendas que não tinha como realizá-las sozinho. Assim, teve que buscar colaboradores para o seu trabalho, escolhidos entre os seus melhores alunos, sendo que cada um destacava-se num tipo de trabalho (flores, paisagens, animais, etc). Dentre esses estava Antonio van Dick, classificado como o melhor de todos os seus alunos, muitas vezes sendo impossível distinguir entre um trabalho do mestre e o seu.
Os trabalhos de Rubens podem ser classificados assim:
- quadros inteiramente feitos pelo pintor;
- quadros feitos com a colaboração de outros grandes pintores como Jan Bruegel e Snyders;
- quadros feitos por seus ajudantes, sob sua supervisão, mas nos quais não botara o pincel, embora os assinasse.
Peter Paul Rubens, pintor de estilo colorido e dinâmico, é tido como o mais influente artista barroco do norte da Europa e um dos artistas mais brilhantes do barroco, estilo que se caracterizava pelos temas dramáticos e intensos, texturas luxuosas e pomposas, e excesso de iluminação, com a ilusão dominando sentidos e emoções.
Em seu livro “Galleria Borghese/ Os Tesouros do Cardeal”, os autores Roberto Teixeira Leite e Elisa Byington assim descreve o artista: “Uma das personalidades culminantes da História da Arte, diplomata e senhor de refinada educação humanística, leitor dos clássicos, manejando com facilidade vários idiomas, inclusive fluente no latim, dono de uma agilidade intelectual que lhe permitia prestar atenção numa leitura de Tácito, pintar, conversar, ditar cartas ao mesmo tempo…”
Nota: Autorretrato com Isabelle Brant (sua primeira mulher)
Fontes de pesquisa:
A história da arte/ E.H. Gombrich
Arte em detalhes/ Publifolha
Galleria Borghese/ Os Tesouros do Cardeal
Rubens/ Taschen
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