Pissarro – GEADA BRANCA

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor francês Jacob Abraham Camille Pissarro (1830 – 1903) desde pequeno mostrava a sua inclinação pela pintura. Em Paris encantou-se com as telas de Camille Corot e tornou-se amigo de Paul Cézanne, Claude Monet, Charles-François, dentre outros artistas impressionistas. Teve quase todos os seus quadros destruídos por ocasião da guerra franco-prussiana, quando se mudou para a Inglaterra. Ao retornar a Paris, passou a pintar na companhia de Cézanne, influenciando-se mutuamente. Foi um dos fundadores do Impressionismo e um dos mais importantes artistas responsáveis pela coesão do grupo. Tornou-se famoso por ter sido o primeiro impressionista a trabalhar com a técnica da divisão de cores, obtida através do uso de manchas de cor isoladas. Também trabalhou com os neoimpressionistas, como Georges Seurat e Paul Signac, e fez uso do pontilhismo. Uma paleta de cores cálidas e a firmeza com que captava a atmosfera através de um trabalho definido de luz são características de sua obra. Foi professor de Paul Gauguin e de Lucien Pissaro, sendo esse último seu filho.

A composição intitulada Geada Branca é uma obra do artista. Foi apresentada na exposição impressionista de 1874, sendo mal vista pelos críticos de arte, mas Pissarro não se importou, dizendo que preferia voltar para seu trabalho a ler as críticas. Ao pintor interessava apenas os estados das paisagens, o que o levava a escolher os temas ao acaso, aprendendo com cada quadro que criava.

A obra em questão apresenta um caminho inclinado que leva ao cume do terreno. De ambos os lados existem campos. Subindo o caminho está um camponês que leva nas costas um feixe de lenha. Ao colocar a figura humana apoiando-se num cajado, o pintor mostra-nos que não se trata de um homem jovem, mas de um velho. O fato de a linha do horizonte encontrar-se muito alta torna a colina mais empinada.

A paisagem invernal não é bela e traz a sensação de isolamento com suas poucas árvores, montes de feno na linha do horizonte e o caminho que some no alto da colina. Inúmeras linhas e diagonais ascendentes, formadas por sombras alongadas e escuras, estendem-se pela paisagem, dando-lhe um ritmo próprio. Em primeiro plano, à direita, elas lembram um campo cheio de sulcos feitos pelo arado. Trata-se de uma experiência geométrica do pintor.

Ficha técnica
Ano: 1873
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65 x 93 cm              
Localização: Museu d’Orsay, Paris, França

 Fontes de Pesquisa:
Impressionismo/ Editora Taschen
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.museeorsay.fr/en/collections/worksinfocus/painting/commentaire_id/white

Views: 12

SAÚDE MENTAL E QUARENTENA – COVID-19

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Por Cristiane Bomfim*

A Covid-19 é uma doença nova e, por isso, temos poucas informações sobre ela. Não se sabe ao certo qual o melhor tratamento, quais os impactos dela na saúde, na economia e no nosso dia a dia. Essas questões geram ansiedade, que é aquela apreensão por algo que vai acontecer, mas que não sabemos como lidar. Em excesso, ela compromete a saúde mental. (Alfredo Maluf, psiquiatra do Hospital Israelita Albert Einstein)

 Isolamento social por, no mínimo, 14 dias. Shows e eventos cancelados. Comércios, restaurantes, bares e parques com portas cerradas. Cinemas e teatros com atividades suspensas. Escolas sem alunos. Voos suspensos ou cancelados e viagens adiadas. As ações para conter a propagação do novo coronavírus anunciadas nos últimos dias estão mexendo com a rotina e a cabeça do brasileiro. As preocupações ultrapassaram a transmissão da doença e os cuidados com a saúde. Agora elas têm também viés social e econômico: como ficar em casa tanto tempo recluso? Como não trabalhar durante um tempo indeterminado? Como ajudar quem está com a Covid-19 sem correr risco? Como minimizar os riscos de endividamento do negócio próprio e do desemprego? O que fazer com as crianças em casa por tanto tempo? E como conter a saudade dos amigos e familiares? Como será o mundo depois que esta pandemia passar? 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a pressão psicológica e o estresse causado pela pandemia do novo coronavírus podem agravar ou gerar problemas mentais. Para orientar a população sobre como lidar com uma situação de estresse atípico, como a vivida atualmente, o Departamento de Saúde Mental da OMS produziu um guia de saúde mental para a pandemia. O material está disponível no site da Organização das Nações Unidas (ONU) com dicas para população geral, pessoas em isolamento, crianças e idosos.

O novo coronavírus é uma preocupação real. Mas é importante lembrar que o excesso de preocupação impede que providências pontuais sejam tomadas e causam sintomas como insônia, mal-estar, cansaço, pensamentos catastróficos. As decisões devem ser tomadas seguindo uma sequência de necessidades”, diz Maluf. Segundo ele, o primeiro passo em busca da saúde mental é “ter noção do que está acontecendo com base em informações sérias e o entendimento de que não conseguiremos resolver todas as questões, que há mudanças que dependem de decisões governamentais, por exemplo”. 

População em geral

  1. Reduza a leitura ou o contato com notícias que podem causar ansiedade ou estresse. Busque informação apenas de fontes fidedignas e dê passos práticos para preparar seus planos, proteger-se e a sua família.  Procure informações e atualizações uma ou duas vezes. A enxurrada de notícias sobre o assunto pode levar qualquer pessoa à preocupação. Informe-se com os fatos e não os boatos ou as informações erradas.
  2. Não existe nenhuma relação da doença com uma etnia ou nacionalidade. Demonstre empatia com todos os afetados em qualquer país. As pessoas infectadas não fizeram nada errado e merecem nosso apoio, compaixão e gentileza.
  3. Não se refira às pessoas com a doença como “casos de covid-19”, “vítimas”, “adoentados” ou termos similares. Eles são “pessoas com Covid-19 ou que estão em tratamento, ou se recuperando”. Depois de recuperados, eles continuarão a vida normal em família, no trabalho e com amigos. É importante reduzir o estigma.
  4. Proteja a si próprio e apoie os outros ajudando-os em seus momentos de necessidade. A assistência a outros em seu momento de carência pode ajudar a quem recebe o apoio como a quem dá o auxílio. Um exemplo: telefone para seus vizinhos ou pessoas em sua comunidade que precisam de assistência extra. Atuando juntos como uma comunidade pode ajudar a criar solidariedade e a enfrentar a Covid-19 em união. 
  5. Crie oportunidades para ampliar histórias e imagens positivas e úteis de pessoas na sua área que tiveram a Covid-19. Por exemplo: experiências de pessoas que se recuperaram da doença ou que apoiaram um ente querido e estão dispostas a contar como foi.
  6. Homenageie e aprecie o trabalho dos cuidadores e dos agentes de saúde que estão apoiando os afetados pelo novo coronavírus em sua região. Reconheça o papel deles para salvar vidas e manter todos seguros.

Crianças

  1. Em estresses e crises é normal para a criança buscar mais os pais e exigirem mais deles. Fale com seus filhos sobre a Covid-19 de forma honesta e apropriada à idade deles.  Se eles tiverem preocupações, o fato de falar sobre elas pode ajudar a baixar a ansiedade das crianças. Elas observam os pais, as emoções no ar e tiram daí seus mecanismos para lidar com as próprias emoções da melhor forma nesses momentos difíceis.
  2. Ajude as crianças a expressarem, de forma positiva, seus medos e ansiedades. Cada criança tem sua própria maneira de fazê-lo.  Algumas vezes, a atividade criativa, jogos e desenhos podem ajudar. As crianças se sentem melhor e mais aliviadas quando podem comunicar os sentimentos num ambiente de apoio.
  3. Mantenha as crianças perto dos pais e familiares. Caso uma criança tenha que ser retirada de seus pais ou tutores, assegure-se de que ela será bem cuidada. Garanta que durante o tempo da separação, o contato com os pais ou tutores seja feito duas vezes ao dia por chamadas de vídeo ou outra forma apropriada à idade da criança.
  4. Mantenha a rotina familiar sempre que possível e crie novas rotinas principalmente com as crianças em casa. Pense em atividades lúdicas e pedagógicas para fazer com elas. Incentive as crianças a continuarem brincando e se sociabilizando com os outros, mesmo que somente na família por causa do distanciamento social no momento.

Idosos e pessoas com problemas de saúde

  1. Idosos, especialmente em isolamento social ou com problemas cognitivos (como demência) podem se tornar ansiosos, estressados, com raiva, agitados e distanciados durante a quarentena. Ofereça a eles apoio emocional por meio de redes familiares ou de agentes de saúde. 
  2. Partilhe fatos simples sobre o que está acontecendo com informações claras e palavras compreensíveis para quem tem barreiras de entendimento. Repita a informação sempre que necessário.  Envolva a família e outras redes de apoio no fornecimento das notícias e de medidas de prevenção como a lavagem de mãos.
  3. Se você tem alguma doença ou síndrome, certifique-se de que seus medicamentos estão disponíveis para uso. Ative ainda seu grupo de amigos para pedir ajuda caso necessário.
  4. Esteja preparado e informado sobre como buscar ajuda, chamar um taxi, comprar comida. Providencie medicamentos para duas semanas, caso necessário.
  5. Aprenda exercícios físicos simples para fazer em casa todos os dias durante o isolamento e a quarentena para não reduzir a mobilidade. 
  6. Mantenha rotinas e tarefas regulares sempre que possível e crie novas num ambiente diferente. Entre elas atividades diárias, limpeza, canto, pinturas e outras. Ajude outros, vizinhos, amigos, crianças e pessoas em hospitais combatendo a Covid-19, sempre que for Seguro, claro. Mantenha o contato com pessoas queridas por telefone.

*da Agência Einstein
Fonte de pesquisa: Jornal online 247

Views: 0

Pissarro – A SALSICHEIRA

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

Não tenho trabalhado no exterior nesta época, o tempo tem se mostrado inclemente e eu estou obcecado pela ideia de pintar quadros de figuras particulares, com cuja concepção ando em luta. (Pissarro)

O pintor francês Jacob Abraham Camille Pissarro (1830 – 1903) desde pequeno mostrava a sua inclinação pela pintura. Em Paris encantou-se com as telas de Camille Corot e tornou-se amigo de Paul Cézanne, Claude Monet, Charles-François, dentre outros artistas impressionistas. Teve quase todos os seus quadros destruídos por ocasião da guerra franco-prussiana, quando se mudou para a Inglaterra. Ao retornar a Paris, passou a pintar na companhia de Cézanne, influenciando-se mutuamente. Foi um dos fundadores do Impressionismo e um dos mais importantes artistas responsáveis pela coesão do grupo. Tornou-se famoso por ter sido o primeiro impressionista a trabalhar com a técnica da divisão de cores, obtida através do uso de manchas de cor isoladas. Também trabalhou com os neoimpressionistas, como Georges Seurat e Paul Signac, e fez uso do pontilhismo. Uma paleta de cores cálidas e a firmeza com que captava a atmosfera através de um trabalho definido de luz, são características de sua obra. Foi professor de Paul Gauguin e de Lucien Pissaro, sendo esse último seu filho.

A composição intitulada A Salsicheira é uma obra do artista. Ela mostra uma cena de mercado rural, em que várias pessoas — a maioria delas mulheres — vendem ou compram produtos. A sobrinha do artista — Eugénie Estruc — pousou para ele como salsicheira. Ela é a figura central da obra, ocupando o primeiro plano.

A salsicheira é uma jovem mulher que se mostra atenta ao seu trabalho debaixo de uma cobertura do mercado. Usa um avental branco com mangas sobrepostas da mesma cor para proteger seu vestido. Seus cabelos escuros estão presos num coque, ao contrário das demais mulheres vistas com lenços na cabeça ou chapéus. Sua mesa está cheia de produtos. Ela corta atentamente a carne sobre uma tábua de madeira, trazendo o corpo dobrado para frente. Caixas e cestas, escondidos debaixo da mesa, são responsáveis pelo transporte da mercadoria.

Uma mulher com blusa escura e saia azul está de frente para o observador, traz os olhos voltados para algo exposto numa mesa da qual só se vê uma pequena parte. Várias pessoas aglomeram-se nas outras bancas do mercado, comprando ou vendendo algo.

Ficha técnica
Ano: 1883
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 61,5 x 54,3 cm        
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

 Fontes de Pesquisa:
Impressionismo/ Editora Taschen
https://de.wikipedia.org/wiki/La_Charcuti%C3%A8re
https://translate.googleusercontent.com/translate_crurl=translate.google.com.br&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.ngv.vic.gov.au/essay/the-market-scenes-of-camille-pissarro

Views: 1

Tintoretto – SUZANA E OS VELHOS

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição intitulada Suzana e os Velhos é uma obra do pintor italiano Jacopo Tintoretto (1518 – 1594), cujo nome de batismo era Jacopo Robusti. Também era conhecido como Tintoretto, o Furioso, pela energia e “fúria” com que pintava tanto assuntos sagrados como profanos num período conhecido como o “século de ouro” veneziano. Embora não haja clareza em relação aos seus mestres, presume-se que entre eles estejam Ticiano, Andrea Schiavone e Paris Bardone. Além de ser tido como o mais importante pintor do estilo maneirista, encontra-se entre os melhores retratistas de sua época.

Suzana encontra-se prestes a tomar banho na piscina de seu suntuoso jardim, onde são vistos árvores, flores, animais e estátuas. Ela usa os cabelos presos em tranças à moda veneziana e traz ricas pulseiras em ouro, pedras preciosas e pérolas nos antebraços. Na orelha usa um brinco de ouro e pérola. Curva-se sobre o pé direito, enquanto o outro permanece dentro da água da piscina. À sua frente encontram-se seus artigos de toalete: um espelho (escorado na treliça de rosas), um pente, um colar de pérolas, um enfeite de cabelo, dois anéis e um jarro de prata com óleo perfumado, formando uma natureza-morta dentro da pintura. A seus pés está seu xale de seda branco e à sua direita seu luxuoso manto vermelho.

A bela Suzana está sendo vigiada por dois velhos libidinosos, juízes e membros respeitados da comunidade, conhecidos de seu rico esposo Joaquim. Eles se encontram escondidos atrás da sebe de rosas, aguardando o momento propício para agirem, ou seja, quando as escravas da bela mulher não estiverem ao seu lado, como mostra a cena. Suzana nada percebe, pois traz os olhos no espelho, aguardando a chegada das servas.

A grande figura de Suzana sentada e nua, escorada numa frondosa árvore, é destacada em razão da sebe de rosas que projeta uma área de sombra fresca em seu corpo. A luz reflete em sua pele dourada e nos objetos a seus pés, contrastando com as ricas sombras. A jovem senhora é retratada sensualmente, mas sem se dar conta da presença de terceiros, embora o observador deles se aperceba, como se aguardasse o desenrolar dos acontecimentos. Os corpos das três figuras formam um triângulo.

Esta pintura religiosa (livro bíblico de Daniel), tema muito retratada na história da arte e cheia de simbologia, faz parte do primeiro período do pintor barroco, sendo considerada uma de suas obras-primas. Ela mostra o gosto que o artista nutria pela paisagem que viria a ser apresentada em muitas de suas obras, sendo um dos seus aspectos mais conhecidos e admirados.

A paisagem ao fundo mostra um frescor primaveril, vista em claro e escuro. Fazem parte da simbologia da obra: o cervo (ao fundo, à esquerda) simbolizando a luxúria; a gralha (no galho acima da mulher) simbolizando as fofocas maldosas impingidas pelos juízes maledicentes; os patos (ao fundo, à direita) representando a fidelidade. As perspectivas distorcidas da pintura, seus fortes contrastes de luz e o recuo dinâmico nas profundezas do vasto pomar são características do estilo maneirista.

Ficha técnica
Ano: c.1555
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 146,5 x 193,5 cm
Localização: Museu de História da Arte, Viena, Áustria

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://artsandculture.google.com/asset/susanna-and-the-elders/oQElxVov8NZf2g

Views: 59

Tintoretto – VULCANO SURPREENDE VÊNUS E MARTE

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

vusuvem

A composição denominada Vulcano Surpreende Vênus e Marte é uma obra mitológica do pintor italiano Tintoretto que não deixou muitas obras baseadas na mitologia. O pintor mostra o momento em que Vênus — deusa da beleza e do amor — e seu amante Marte, deus da guerra, são surpreendidos por Vulcano — deus do fogo — marido da deusa. Esta mesma temática já foi representada por muitos outros artistas.

Vulcano, com seu corpo musculoso e alto, embora já idoso, tem os cabelos esbranquiçados e a barba branca. Usa uma faixa brilhante que lhe cobre os quadris. Ele se reclina sobre a cama, apoiando-se nela com o joelho direito e na perna esquerda estirada, tocando com a ponta do pé o chão e suspende o véu que cobre a genitália de Vênus, para ver se ali encontra algum vestígio de sua traição. Atrás dele, na parede, está um enorme espelho redondo que o mostra de costas, próximo à cama da esposa, reproduzindo a cena.

Vênus, com o corpo voltado para a lateral direita da tela e com as pernas abertas, tenta cobrir-se com o lençol. Ela não encara o marido. Com a mão esquerda levanta o lençol, procurando cobrir seu corpo nu, enquanto descansa o braço numa almofada dourada que se encontra à sua direita. O tecido escuro sobre sua cama lembra o manto de Marte — deus da guerra — que possivelmente não teve tempo de vesti-lo. Cupido, filho de Vênus com o amante, finge dormir tranquilamente num berço próximo à janela. Ele é o instigador da traição.

Marte esconde-se debaixo de uma mesa retangular postada atrás de Vulcano, forrada com uma toalha verde, trazendo em cima um manto vermelho, possivelmente o forro da cama de Vênus. Ele usa um capacete redondo e observa o cãozinho — tido muitas vezes como símbolo da fidelidade — aos pés da cama e voltado para ele e, ao que parece, prepara-se para latir, denunciando-o ao esposo traído.

A cena desenrola-se num luxuoso quarto de um palácio veneziano com belas janelas, cujos vidros possuem o formato de prismas. No peitoril da janela, próxima a Cupido, há um belo vaso de vidro de Murano. Os ladrilhos decorados levam a um segundo ambiente com escadas. Uma forte luz difusa banha a cena. As cores usadas pelo pintor são extremamente equilibradas.

Nota
Alguns veem no espelho, o próprio escudo de Marte. Também analisam que o deus da guerra encontra-se debaixo da cama de Vênus.

Ficha técnica
Ano: c. 1555
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 135x 198 cm
Localização: Alte Pinakothek, Munique, Alemanha

Fontes de pesquisa
Renascimento/ Editora Taschen
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.wga.hu/html_m/t/tintoret/7/2vulcan.html

Views: 9

Renoir – LISE COM SOMBRINHA

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

O júri havia estigmatizado Renoir como um rebelde, junto com Courbet, Manet e Monet. (Gary Tinterow – historiador de arte)

O pintor francês Pierre-Auguste Renoir (1841–1919) alegrava-se por ter nascido num família de grande talento manual, onde havia alfaiates, ourives e desenhista de modas. Para ele teria sido mais difícil se tivesse nascido numa família de intelectuais, pois teria levado muito tempo para se livrar das ideias recebidas. De origem humilde, aos 13 anos de idade Renoir deu início à sua carreira artística, pintando porcelanas, cortinas e leques para ajudar financeiramente sua família, composta por mais seis irmãos. Émile Laporte, seu colega nas aulas noturnas da Escola de Desenho e Arte Decorativa, incentivou-o a frequentar o ateliê do mestre suíço Charles Gleye, para que pudesse se ingressar na Academia, o que aconteceu dois anos depois.

A composição intitulada Lise com Sombrinha, ou simplesmente Lise, é uma obra-prima do artista que combina um retrato com uma paisagem. A elegante retratada é sua companheira Lise Tréhot — quase em tamanho natural — com quem viveu entre 1865 e 1871, tendo servido de modelo de muitas de suas obras.  Ao contrário de outros trabalhos seus que foram recusados, esta obra recebeu críticas positivas, tendo sido aceita pelo Salão de Paris em 1868. As iniciais do artista — AR — estão gravadas no tronco da árvore em segundo plano.

Lise encontra-se de pé numa clareira em uma floresta, com o corpo de frente para o observador e a cabeça virada para a sua direita. Usa um vestido longo de musselina branca, fechado até o pescoço, com uma enorme faixa preta que desce pela saia, caindo sobre a parte da vestimenta que descansa no solo. Suas mangas são transparentes. Finas fitas pretas compõem a renda das mangas e da parte de cima do vestido.

Sobre os cabelos presos Lise traz um pequeno chapéu de palha com fitas de tule vermelho em harmonia com seus brincos de pedras vermelhas. Ela segura na mão esquerda uma pequena sombrinha com cabo de marfim, ornada com renda preta na aba, que faz sombra sobre sua cabeça, pequena parte do tronco e no lado esquerdo do vestido. Sua vestimenta é típica de passeios ao ar livre no verão à época.

A parte do vestido branco que se encontra recebendo os raios solares mostra-se fulgurante, enquanto aquela que se encontra na sombra reflete um tom azulado. Ao fundo, o contraste claro-escuro dá ainda mais intensidade à luminosidade do branco. Ao deixar o rosto da retratada na sombra e o corpo sob a luz, o branco do vestido sobressai ainda mais.

Ficha técnica
Ano: 1867
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 182 x 113 cm          
Localização: Museu Folkwang, Essen, Alemanha

 Fontes de Pesquisa:
Impressionismo/ Editora Taschen
https://en.wikipedia.org/wiki/Lise_(Renoir)
https://useum.org/artwork/Lise-with-Umbrella-Pierre-Auguste-Renoir-1867

Views: 2