Rodin – OS CIDADÃOS DE CALAIS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O francês Auguste René Rodin (1840 – 1917) é um dos mais notáveis escultores em bronze da modernidade. É tido como responsável pela escultura moderna, embora nunca tenha trabalhado para que isso acontecesse de fato, ou seja, jamais se rebelou contra o passado, até mesmo porque recebeu uma educação tradicional e ansiava pelo reconhecimento acadêmico. Nunca foi aceito pela tradicional escola de arte de Paris. Rodin, diferentemente dos escritores clássicos, não idealizava o corpo humano, baseando suas figuras em pessoas comuns. Costumava usar dançarinos e acrobatas como modelos. A naturalidade de suas figuras era tamanha que algumas pessoas chegavam a suspeitar que o artista baseava-se em moldes tirados dos modelos vivos. Suas obras repassavam uma grande dose de sensibilidade.
 
A escultura intitulada Os Cidadãos de Calais – também conhecida como Os Burgueses de Calais – é uma das mais famosas obras do artista que fez grandes trabalhos para instituições públicas, sendo este um dos mais bem sucedidos.

Este monumento tem um significado muito especial para o povo francês, pois representa seis cidadãos e líderes da cidade de Calais que se ofereceram para ser imolados durante a invasão inglesa, em 1347, durante a “Guerra dos Cem Anos”, com o objetivo de salvar a cidade. Eles são aqui apresentados como pessoas comuns, sem qualquer laivo de heroísmo o que causou polêmica à época da apresentação do monumento.

Os heroicos cidadãos estão vestidos com roupas rotas, levando consigo cordas com nós. Eustache de Saint-Pierre o mais velho e mais rico do grupo foi o responsável por entregar ao inimigo a chave da cidade. Rodin baseia-se, o mais fiel possível, no relato do cronista da época para executar sua obra.

Eustache de Saint-Pierre o líder do grupo é representado com a cabeça baixa e o rosto barbado, no meio. À sua esquerda, ereto e trazendo a boca fechada em uma linha apertada, Jean d’Aire traz nas mãos um grande conjunto de chaves. Os homens restantes são identificados como Andrieu d’Andres, Jean de Fiennes, Pierre e Jacques de Wissant.

Ao observar as seis figuras, podemos notar que elas mostram diferentes reações, traduzindo o momento cruciante em que se encontravam, certas de que seriam executadas, o que acabou não acontecendo em razão da intercessão da rainha inglesa. É também interessante notar que a composição em círculo de Rodin permitiu que nenhum dos homens fosse o ponto focal, permitindo que a escultura pudesse ser olhada de diferentes perspectivas.

Curiosidades

Segundo o escritor medieval Jean Froissart cronista francês do século XIV –, Edward III da Inglaterra ofereceu-se para poupar o povo da cidade, se seis de seus líderes se entregassem a ele, exigindo que saíssem com a cabeça e os pés nus e usassem cordas no pescoço e portassem as chaves da cidade e do castelo.

A corporação municipal da cidade de Calais convidou vários artistas, incluindo Rodin, para apresentarem um projeto com o objetivo de homenagear Eustache de Saint-Pierre. O projeto de Rodin, além de Eustache de Saint-Pierre, apresentava os outros cinco burgueses, sendo o escolhido. Os cidadãos de Rodin exibem sofrimento, em vez de glória, como alguns desejavam. Para o artista, eles mostram o heroísmo do auto sacrifício. Os cidadãos são imortalizados no momento em que deixavam a cidade. O escultor queria que o monumento ficasse no nível do chão, para um contato maior com as pessoas, mas esse foi instalado num pedestal alto, em frente ao Parc Richelieu, em Calais. Mais tarde, ao compreenderem o desejo de Rodin, a escultura foi colocada em frente à prefeitura da cidade, sobre uma base baixa.

Ficha técnica
Ano: modelada de 1884 a 1895
Altura: 209,6 × 238,8 × 241,3 cm
Material: bronze
Localização: Calais, France

Fontes de pesquisa
História da arte no ocidente/ Editora Rideel
https://www.khanacademy.org/humanities/ap-art-history/later-europe-and-americas/modernity-ap/a/rodin-the-burghers-of-calais

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VOCÊ É UMA PESSOA EGOÍSTA?

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

O egoísmo não é viver à nossa maneira, mas desejar que os outros vivam como nós queremos. (Oscar Wilde)

O egoísta é um indivíduo que tende a olhar somente na direção de suas opiniões, de seus interesses e de suas necessidades e, ao mesmo tempo, tem a tendência em desprezar as necessidades dos outros. O egoísta é um exclusivista por natureza. Você é egoísta ou existem pessoas com traços de egoísmo a sua volta?

Pessoas egoístas são muito ciumentas e centralizadoras – só olham para si mesmas. Já o altruísta é o oposto. É uma pessoa solidária e abnegada para com o outro – sempre aberta a ajudar. Há discussões acerca do tema, em especial se o egoísta nasce com o problema ou se é adquirido com o tempo, como se tivesse contraído um vício moral.

Então, como saber se somos egoístas ou se estamos cercados de pessoas com estes traços? Existem algumas características marcantes em pessoas com personalidade egocêntrica. São pessoas que só te procuram por interesses próprios. Nunca olham para o outro, somente para seu umbigo. De igual forma, têm extrema dificuldade em ajudar o próximo. E, se em alguma hora der uma ajuda, vão cobrar a fatura lá na frente – certamente irá exigir de você um retorno em contrapartida ao favor realizado. Muito comumente são pessoas dissimuladas, pois procuram esconder suas falhas. Frequentemente se passam por pessoas generosas e, de forma antagônica, detestam dar presentes.

É muito comum ocorrer em filhos únicos ou nos “mais velhos”. Quando crescem, demonstram grande dificuldade de escutar o que os outros querem transmitir, pois, normalmente, “não têm tempo para as suas histórias”, salvo se tiver alguma vantagem em jogo. Também falta interesse em ouvir os seus problemas. São pessoas com extrema dificuldade em ter e criar os filhos, pois isso demanda doação plena ao outro – justamente o que falta no egocêntrico. E, finalmente, o egoísta não gosta de ver a felicidade do outro. Uma promoção, uma viagem sua ou qualquer coisa que o beneficie e deixa-o bem, certamente vão incomodar muito. O egoísta gosta de ver aqueles a sua volta com muitos problemas.

Se você tem pessoas com as características citadas acima, abra bem os olhos e saiba se defender ou se manter afastado delas. Caso você, caro leitor (a), veja-se com algumas destas características, é importante que inicie uma autoanálise, pois isso irá ajudar muito em suas relações interpessoais. As brigas e desavenças irão reduzir de forma considerável. A prática do altruísmo pode ser feita através de atitudes simples e podem fazer uma enorme diferença na vida de quem você ajuda. Você pode fazer coisas como:

  • dar uma carona,
  • doar sangue,
  • ser doador de medula,
  • ser gentil e solidário com seu novo colega de trabalho,
  • dar a devida atenção a alguém que se sente excluído,
  • deixar alguém que está com muita pressa passar na sua frente,
  • envolver-se em projetos de serviço para beneficiar os menos favorecidos,
  • compartilhar seu alimento com os necessitados, etc.

Se somos egoístas ou temos traços egocêntricos, devemos saber lidar melhor com eles, procurando ter atitudes altruístas e um olhar de compaixão. Quem melhor descreveu o egoísmo foi o escritor e poeta irlandês Oscar Wilde: “Egoísmo não é viver à nossa maneira, mas desejar que os outros vivam como nós queremos”.

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Friedrich – O MAR DE GELO

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Autoria de Lu Dias Carvalho


Caspar David Friedrich foi um dos maiores pintores do sublime no paisagismo romântico. (Antony Mason)
 
Fecha teu olho corpóreo para que possas antes ver tua pintura com o olho do espírito. Então traz para a luz do dia o que viste na escuridão, para que a obra possa repercutir nos outros de fora para dentro. (Friedrich)
 
O pintor, gravurista, desenhista, escultor e escritor romântico alemão Caspar Friedrich (1774 – 1840) foi aluno de Jens Juel, dentre outros. Em Dresden tornou-se pintor de cenografia. Ali ficou conhecendo inúmeros pintores do movimento romântico alemão, entre os quais se encontravam Georg Friedrich Kersting e Carl Gustave Carus. Foi membro da Academia de Berlim e mais tarde da Academia de Dresden. Friedrich apreciava pintar paisagens, contudo, sem se ater a uma construção objetiva das mesmas, mas, ao contrário, preferia criá-las de acordo com seus pensamentos e percepções metafísicas.

A composição intitulada O Mar de Gelo – e também Mar Polar ou ainda Naufrágio da Esperança – é uma obra do artista que retrata a dramaticidade na natureza. Tem sido dito que sua pintura traz embutido em si um significado simbólico, embora esteja muitas vezes imperceptível. Baseando-se nesta concepção, a pintura acima poderia simbolizar a decaída da esperança na Europa, em razão das guerras napoleônicas.

Friedrich retrata em sua tela o naufrágio de um navio em meio a um mar de gelo. A natureza com sua força bravia reduziu o gelo a blocos irregulares e ameaçadores. Do navio só se pode observar a popa, à direita, e algumas pontas de mastros soterrados pelo peso do gelo – o que só aumenta a percepção do poder destrutivo da natureza. O primeiro plano é composto por grandes placas de pedra, semelhantes às do gelo, introduzindo o observador no desolado local.

Segundo o escultor David d’Angers, Friedrich foi o criador de um novo gênero de pintura, através do qual era capaz de transmitir o sentimento de tragédia, usando apenas a paisagem. O artista foi redescoberto no início do século XX, ganhando a admiração dos simbolistas e expressionistas e, posteriormente, a dos artistas surrealistas e existencialistas. Atualmente é visto como um ícone do Romantismo alemão, situando-se entre os melhores paisagistas de todos os tempos.

Ficha técnica
Ano: c. 1823
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 97 x 127 cm
Localização: Kunsthalle, Hamburgo, Alemanha

Fontes de Pesquisa:
História da arte no ocidente/ Editora Rideel
1000 obras-primas da pintura europeia/ Editora Könemann
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caspar_David_Friedrich

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Monet – PAPOULAS DE ARGENTEUIL

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O tema é insignificante para mim; o que quero reproduzir é o que há entre mim e o tema. (Monet)

Claude-Oscar Monet (1840–1926) nasceu em Paris, mas viveu a sua infância e adolescência em Le Havre, cidade portuária francesa, para onde seus pais se mudaram, crescendo ele num ambiente burguês. Na sua casa apenas sua mãe, Louise, mostrava interesse pela pintura. O pai, Adolphe, não aceitava as inclinações do filho por tal arte, de modo que o relacionamento entre os dois começou a gerar conflitos. E piorou ainda mais, quando o filho deixou a escola, pouco tempo antes de concluir os estudos. Monet veio a transformar-se numa das mais importantes personagens do Impressionismo.

A composição Papoulas de Argenteuil é uma obra do pintor que apresenta vários aspectos do Impressionismo, como as pinceladas rápidas, o efeito da atmosfera na paisagem, o uso de cores complementares baseadas no vermelho, azul e amarelo. A paisagem é pintada exatamente como o artista enxerga-a, sem nenhuma preocupação com os detalhes, apenas sugere as diversas texturas e formas das figuras, flores, folhagens, gramíneas e nuvens. Monet, para dar vida às suas papoulas, pinta-as com pinceladas leves de vermelho puro. Uma linha diagonal estrutura a composição.

Em primeiro plano estão uma mulher, possivelmente a mãe, e uma criança (provavelmente Camille, esposa do pintor, e seu filho Jean), ambos levemente pintados. Ela veste um vestido cinza com xale preto e carrega uma sombrinha azul, jogada para trás. A criança, vestindo branco, leva nas mãos um ramalhete de papoulas. Mais distante, no topo da colina, uma segunda mulher, vestida de preto, desce pelo campo de papoulas, seguindo na mesma direção da primeira. Ao seu lado está uma segunda criança. Pela vestimenta das figuras é possível deduzir que se encontram próximas a uma cidade, não se tratando de camponeses.

A paisagem ao fundo possui uma ala de árvores, tendo no meio uma construção branca de telhado avermelhado. À frente estende-se um campo de vegetação alta. À esquerda predomina o vermelho das papoulas em meio ao campo verde e às flores amarelas. À direita predomina o verde azulado em meio a um nevoeiro. O céu azul está carregado de nuvens brancas. Provavelmente o sol tenha se escondido, o que levou a primeira mulher a baixar a sombrinha.

Em sua pintura Monet, assim como os demais pintores impressionistas, dava à arte da pintura uma nova visão, expressa tanto na técnica quanto na temática. Era como se a cena tivesse sido captada por um rápido olhar, sem se ater aos detalhes. Aqui, o observador desvia sua atenção das figuras para se concentrar no efeito visual das tulipas vermelhas.

Ficha técnica
Ano: 1873
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 50 x 65 cm
Localização: Museu d’Orsay, Paris, França

Fontes de Pesquisa:
História da arte no ocidente/ Editora Rideel
http://www.visual-arts-cork.com/paintings-analysis/poppy-field-monet.htm

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DESABAFO E SAÚDE MENTAL

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

Ah, o desabafo! Como é importante em nosso dia a dia e para a nossa saúde física e mental poder dar uma bela desabafada. O desabafo é a exteriorização de pensamentos ou sentimentos muito íntimos que ocorrem de formas distintas em cada um de nós. É uma expressão espontânea e franca de uma ideia ou de alguma emoção. Enfim, é um desafogo para a alma e para o espírito.

Dor, angústia, alegria, satisfação, grito, uma crise de choro. São várias as formas como podemos nos expressar para dar vazão ao nosso desabafo, que pode ser exteriorizado desde uma conversa com alguém de confiança, passando por um terapeuta ou até mesmo num grito de choro. Desabafar é aliviar-se, abrindo o coração para alguém. As tensões fazem parte da vida e, portanto, devem ser aliviadas. Quando desabafamos, estamos invariavelmente buscando o equilíbrio físico e mental, tratando de alinhar as tensões.

Os episódios de estresse desencadeiam uma reação de descargas adrenérgicas por todo o corpo, provocando taquicardia, elevação da pressão arterial, etc. Ou seja, toda a gama de sintomas da chamada “reação de fuga ou luta” é ativada. Durante o desabafo ocorre justamente o contrário, com reações que irão levar a pessoa ao relaxamento. Depois de um longo e intenso período de estresse, é saudável e útil desabafar. Sempre será uma forma de manter a saúde mental e emocional. Desabafar de forma correta pode trazer muito alívio para cada um de nós. É sabido que quem “guarda tudo pra si” sofre mais, tem mais angústia e quadros de depressão.

Como dito, existem várias outras formas para desabafar:

  • A escrita é a primeira delas. Quando uma pessoa escreve, uma importante área do cérebro, o córtex pré-frontal, é ativada. Isto, por consequência, reduz os níveis de estresse. Uma pesquisa realizada pelo International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR), com mil pessoas nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, investigou como elas lidavam com situações importantes e buscou compreender que atividades eram negativas ou positivas nesse contexto. Vinte e três por cento dos entrevistados afirmaram que o ato de escrever era um aspecto positivo e que ajudava a aliviar o estresse e as tensões. Quer desabafar? Pegue uma caneta e um papel e deixe as emoções fluírem. É simples assim!
  • Cantar, por exemplo, faz muito bem para o espírito e para a saúde. Cante ao tomar banho e ao ouvir o rádio do seu carro.
  • Outros exemplos úteis para o desabafo incluem pintura, teatro, bordado ou qualquer outra forma de expressão de arte. Já falamos sobre a importância de se ter um hobby. Portanto, seu hobby pode ser, em última instância, sua forma de desabafar.

Anne Frank, menina judia que durante a Segunda Guerra Mundial teve que se esconder dos nazistas por longos dois anos em um sótão, literalmente escreveu sobre o tema: “Tenho vontade de escrever e necessidade ainda maior de desabafar tudo que está preso no meu peito. O papel tem mais paciência que as pessoas”.

Nota: obra do pintor brasileiro Di Cavalcanti

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A PONTE DE UJI

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A pintura tem como destaque uma ponte e um salgueiro – assunto favorito dos artistas do período Momayama. Faz parte de uma série de “pontes do Uji”, inicialmente pequenas composições, mas que foram sendo alargadas a fim de adaptar-se aos biombos de dobrar. Esta ponte que passa sobre o rio Uji foi palco de várias batalhas.

Esta primorosa vista mostra as águas do rio formando redemoinhos em torno dos pilares da ponte e fazendo a roda – situada na parte inferior esquerda – girar. Este tipo de tema tornou-se muito popular entre os japoneses, ficando conhecido em todo o Japão.

A ponte que atravessa a composição traz ao lado duas grandes árvores. As ondas quebram a rígida arquitetura geométrica e as formas delicadas e luxuriantes das árvores.

Ficha técnica
Ano: fim do séc. XVI a início do séc. XVII
Autor: Anônimo
Período Momoyama ou Edo
Dimensões: 154,8 x 317,5 cm
Localização: Museu Nacional de Tóquio, Japão

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
O Japão/ Louis Frédéric

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