Courbet – JOVENS DO CAMPO

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Autoria de Lu Dias Carvalho


O francês Gustave Courbet (1819 – 1877) nasceu em meio a uma bem-sucedida família de agricultores. Estudou com Flajoulat que fora aluno do famoso pintor Jacques-Louis David. Aos 20 anos de idade foi para Paris, onde estudou com o pintor Steuben, também fez cópias no Louvre. A primeira pintura de Courbet aceita pelo famoso Salão de Paris foi Autorretrato com Cão Preto (imagem maior), feita em 1844, aos 25 anos de idade. Quatro anos depois, o artista expôs 10 telas no Salão, chamando para si a atenção de um crítico de arte. No ano seguinte, um júri composto por artistas, escolheu onze quadros do pintor. Courbet, um exímio e imparcial observador, criou inúmeras pinturas com cenários rurais e vilarejos. Ele foi uma importante figura no desenvolvimento do Realismo.

A composição intitulada Jovens do Campo – e também Jovens Mulheres de uma Vila – é uma obra do artista, exibida em 1852, quando recebeu um ácido julgamento sob o argumento de que o artista contrariava os ditames da beleza romântica uma vez que sua paisagem era fragmentada, as mulheres muito comuns e a temática não estava bem explicitada. Os críticos e a imprensa opuseram-se ao realismo da pintura, alegando que o pintor  não levou em conta as regras de perspectiva no contraste entre as figuras humanas e as reses, além de acharem o retrato das mulheres muito feios. Criticavam o fato de mulheres provincianas serem representadas vestidas com trajes parisienses. Contudo, para Corbert, a realidade era bela sem precisar ser enfeitada.

Três mulheres e uma garota ocupam o primeiro plano da pintura. Suas roupas são propícias a um passeio no campo. Uma delas usa uma sombrinha e as duas outras usam chapéus para se protegerem dos raios solares. Uma humilde pastora camponesa, com os pés descalços e um grande chapéu nas costas, tem a mão estendida em direção a uma das mulheres, recebendo dela uma esmola. Não há sentimentalismo na cena ou comoção por parte das moças que parecem se mostrar surpresas com a aproximação da garota.

Um filete d’água desce das rochas no meio da composição, formando um pequeno riacho, onde são vistas duas reses. Um cãozinho branco e preto, postado atrás do grupo formado pelas mulheres e de costas para o observador observa as vacas. A paisagem apresenta gramíneas, arbustos, rochedos e água, sob um céu azul ensolarado. O terreno é acidentado. Trata-se de um local real perto de Ornans, onde o pintor nasceu, também utilizado em outros trabalhos seus.

Esta composição deu início a uma série de pinturas do artista sobre a vida das mulheres. Alguns viam esta pintura como o engajamento político do artista na luta contra as diferenças de classe. O cãozinho das mulheres representaria a arrogante classe média e as reses e a jovem camponesa o mundo camponês, prestes a rebelar-se. Já outros viam nela a velha pregação da generosidade feita aos desvalidos.

Obs.: As mulheres que posaram para a pintura são irmãs do pintor – Zélie, Juliette e Zoé.

Ficha técnica
Ano: 1852
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 194,9 x 261 cm
Localização: Museu Metropolitano de Arte, New York, Estados Unidos

Fontes de Pesquisa:
História da arte no ocidente/ Editora Rideel
https://www.metmuseum.org/toah/works-of-art/40.175/
https://en.wikipedia.org/wiki/Young_Ladies_of_the_Village

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VICE-REI VIRA O “JUDAS” DO REINO

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

É preciso ter muito cabelo nas ventas para chamar a segunda autoridade do reino de “Judas”. É preciso ter pegado muito touro pelos chifres para chamar um vice-rei de “traidor”. É preciso ter muita raça para chamar um general de “sem caráter”. É preciso ter muita confiança no taco para chamar um vice-rei e general de “Judas, traidor e sem caráter”. É preciso ter culhões para cair de pau, jogar na lama e acabar com a moral de um desafeto, tido como o segundo homem do reino. Mas não é preciso nada disso para ser um boi de piranha ou um Maria vai com as outras e enlear-se até a raiz dos cabelos.

 Se algum vassalo deste reino pensa que o tal pastor da discórdia – deslumbrado com o seu repentino poderio e munido de prepotência e bajulismo – deixou o vice-rei em paz, engana-se redondamente. Na sua última verborreia – para gatos e cachorros tomarem ciência – aumentou ainda mais o tom, regurgitando sandices como: “Não é possível que o ‘vice-rei’ contradite diariamente o ‘rei’ em público. Não é possível que ele se coloque o tempo todo como alternativa de poder, em uma postura golpista à luz do dia”. Embora mostre as garras com tamanha petulância, comenta-se a boca pequena que a valentia do adulão escuda-se no rei que não moveu uma palha em prol do vice-rei – ao contrário, vem instigando seus apaniguados contra sua autoridade, a fim de desmontá-lo do poder. Até os bichos do reino estão ficando de cabelo em pé com tanta danura.

O vice-rei até agora se apresenta imperturbável como uma lady inglesa. Contudo, os analistas de plantão demonstram temor diante do excesso de calmaria dessas águas. O monstro Ness pode se erguer dessa imperturbalidade a qualquer momento e mostrar com quantos paus se faz uma canoa. Portanto, é bom não servir de viga mestra, quando se tem pouca força na retaguarda. Enquanto se prolonga a quizila, uma parte dos súditos fica de antenas ligadas e a outra mantém as orelhas de pé, aguardando os desdobramentos da queda de braço entre o pastor louvaminheiro e o general silencioso.

O aduloso, embora ataque o vice-rei expelindo cobras e lagartos, usou as entrelinhas para chamar o povo do reino de “mais raso senso comum”. Do alto de sua empáfia, o falso profeta bradou: “Eu gostaria de saber qual dos dois é o ‘vice-rei’ verdadeiro? O brutamontes da campanha eleitoral, que pretendia acabar com o 13º salário e fazer uma nova Constituição sem o Congresso, ou esse moço bem-comportado que só fala o politicamente correto que o mais raso do senso comum quer ouvir? É uma mudança muito radical”. E arrematou com seu hipócrita bom-mocismo: “Já vi esse filme e não vou deixar que façam isso com meu ‘rei’, meu amigo pessoal há dez anos, com quem travo lutas contra a esquerda desde o dia em que pisei no Congresso”.

O fato é que o incensador real despirocou de uma vez ao colocar-se como a salvaguarda do monarca, enquanto esquarteja a moral do vice-rei. Haja audácia! É provável que o desmiolado – por conta de seu puxa-saquismo –, preocupado em adular o sol que nasce,  esteja a atravessar o Rubicão sem se dar conta do perigo. A continuar deste jeito, Jesus Cristo não retornará nem mesmo quando o povo de Israel – e do planeta Terra – converter-se ao cristianismo, pois está enojado de tanto desregramento e “fake news” feitas em seu Santo nome, a fim de favorecer os apaniguados e enganar o povo desavisado e crédulo em lorotas. Resta-lhe pegar um chicote e descer o relho nesses santilhões.

 

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Matisse – O ATELIÊ VERMELHO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Não sou capaz de copiar a natureza como um escravo, sinto-me,pelo contrário,obrigado a interpretá-la e adaptá-la ao espírito do quadro. (H. Matisse)

O pintor francês Henri-Émile-Benoit Matisse (1869 – 1954) nasceu numa família de pequenos comerciantes de cereais. Teve uma infância tranquila, estudando numa boa escola em Saint-Quintin, onde foi um aluno mediano. Seu pai queria que ele viesse a ingressar nos negócios da família. O futuro artista nutria um especial pendor pelos tecidos, fazendo ele próprio a escolha de suas roupas, vindo mais tarde a pintar panos e a criar tapeçarias e vestuários para os espetáculos de teatro coreográficos. Apaixonado pelas experimentações de cores e formas, acabou se tornando um dos pintores mais renomados do século XX.

A composição intitulada O Ateliê Vermelho ou ainda Estúdio Vermelho é uma obra do artista. Ele usou como modelo seu próprio ateliê – anteriormente branco – situado em Issy-les-Moulineaux, no subúrbio de Paris. Uma grande área chapada de cor vermelha – cor muito usada nos trabalhos do artista – compõe a arquitetura e a mobília do ambiente, demarcadas com arranhaduras na superfície vermelha. Ele achava que o vermelho dava uma boa unidade aos demais elementos da obra, sendo capaz de suprimir a ilusão de espaço. As arranhaduras feitas na tinta vermelha apresentam um amarelo-claro, isto porque o artista, antes de usar o vermelho, pintou a tela com um amarelo bem clarinho que viria a servir de fundo.

Assim como outros artistas (Manet, Monet, Degas, Cézanne, dentre outros), Matisse procurava excluir a ilusão de espaço – vista como um defeito no todo da obra – norma presente na pintura desde o século XV e sempre buscada pelo observador que por ela se orienta. Matisse usa aqui o vermelho que, por ser uma cor agressiva, causa forte impacto, abrangendo quase tudo no ambiente, mas, ainda assim, traz a ilusão de espaço profundo, exatamente o que o artista procurava excluir. Ainda que ele desmonte a perspectiva do estúdio, como vemos no canto à esquerda, marcado pela borda da tela rosa, mas que desaparece acima dela, o observador consegue ver o espaço como uma sala, ou seja, a ilusão ainda se encontra presente.

Na pintura são apresentados quadros, cerâmicas e pequenas esculturas feitas pelo artista. No meio da parede frontal encontra-se um relógio circular – eixo central da composição – sem os ponteiros, como se o tempo ali não importasse. Na parede também estão quadros dependurados e outros nela recostados, sobressaindo do mar de vermelho-ferrugem. Uma mesa, com diversos objetos, domina o canto inferior esquerdo da composição.

O Ateliê Vermelho em uma pesquisa com 500 pesquisadores em arte ocupou o quinto lugar, como sendo uma das mais influentes obras de arte moderna.

Ficha técnica
Ano: 1911
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 162 x 219 cm
Localização: Museu de Arte Moderna, Nova York, EUA

Fontes de Pesquisa:
História da arte no ocidente/ Editora Rideel
https://www.henrimatisse.org/the-red-studio.jsp
https://en.wikipedia.org/wiki/L%27Atelier_Rouge

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DESTITUIR O VICE-REI – QUE REINO É ESTE?

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Autoria de Lu Dias Carvalho

É o fim da picada o que corre dentro do despirocado reino – não a boca pequena, mas a boca escancarada. Os vassalos mais crédulos dizem estar assistindo ao fim do mundo, enquanto aqueles que trazem o pé no chão espalham aos quatro ventos que há muito sujeito afoito – com fogo no rabo ou com o diabo no corpo – imaginando estar com a corda toda, só porque é amigo do rei. Malungo ou não, um dos vice-líderes do reino no Congresso – certo pastor de pinimba – quer se ver livre do vice-rei que é ninguém mais ou ninguém menos que um general das espadas com quepe e tudo.

O que se sabe é que o tal mancebo – arvorado no seu repentino poderio e munido de grande vaidade e bajulismo – empinou o nariz, levantou o topete, coçou a barbicha rala e afagou o bigodinho miúdo para esculachar o general estrelado, usando como fundamento sua velha e costumeira verborrogia e moral duvidosa, para dizer que o vice-rei é portador de “conduta indecorosa, desonrosa e indigna” e conspira contra o rei. Como se sua parolagem fosse café pequeno, o louvaminheiro real ainda teve a fidúcia de protocolar junto ao Congresso do reino o pedido de afastamento do homem de farda, sem ter a mínima noção de que é a espada que protege o rei e não vice-versa.

O mais abilolado neste quelelê é que o simulado “homem de pulso” está sendo manejado pelo guru/filósofo do reino (que jamais engoliu o general), o que o leva a sentir-se duplamente acobertado pelos governantes reais (sua alteza real e seu guru), a ponto de querer botar o vice-rei de escanteio, ou seja, para cantar em outra freguesia. Em seu palanfrório, o adulão registrou: “A nação não pode ficar à mercê dos maus governantes, da vaidade e do despreparo emocional daqueles que alçados a cargos de relevo se deslumbram com o poder”. Palavrório que cai sobre ele como uma luva – uma descrição exata de si mesmo. Pelo visto, o espírito de porco encontra-se quase solitário nesta quizila, pois seus companheiros de partido já deixaram claro que não têm nada a ver com essa rixa, não almejando ficar com a espada na cabeça.

O presidente da Câmara real – macaco velho que não mete a mão em cumbuca – jamais levará avante o estapafúrdio pedido dessa ovelha insensata – mas com complexo de lobo –, pois sabe muito bem que o buraco é mais embaixo. Se a coisa ficar mais ruça do que está, não haverá “grande mestre” que socorra o atrevido. Em assim sendo, almeja apenas que a peçonha do cortesão desbocado seja destilada só no papel que descansará “ad aeternum” num canto de sua mesa. Ele é que não irá atravessar o Rubicão, bastando-lhe tão somente fazer ouvidos moucos, pois não é ferreiro para ficar entre o martelo e a bigorna, obedecendo à imposição de um espírito de porco que está bulindo com um enxame de marimbondos.

Possivelmente, ao sentir que deu um passo maior do que as pernas no seu conluio com o astrólogo real, o lacaio  do rei dá mostras de que não quer entrar sozinho na fogueira, ao escancarar aos quatro ventos o apoio de sua viga-mestra: “Faça o que for possível para blindar o ‘rei’. Ele não está conseguindo governar”. E mais para frente, a fim de botar água na fervura de sua língua destrambelhada, temendo que seu tiro tenha saído pela culatra, remendou: “Não é um tiro para matar. É um tiro para o alto”. Para matar quem, cara pálida? Só se for para botar limites na sua petulância e desaforamento. Acabará ficando sozinho nesta tramoia!

A pergunta que os vassalos do reino fazem a si mesmos é até quando o vice-rei continuará fazendo ouvidos de mercador à cretinice e à insolência de sujeitos como o guru/astrólogo e o pastor de rapapé que nunca primaram pelo bom senso, mas que insurgem contra os estrelados. Ao que parece, o general está tentando levar os desacatos recebidos na ironia. Acontece, porém, meu caro diplomata, que há limites para tudo. Chega um momento em que é preciso abaixar a crista dos bufões, caso não queira ficar no mesmo balaio que eles, servindo apenas para alegrar a corte. Isso diz respeito a salvaguardar o amor-próprio e a dignidade diante de um reino extremamente caótico. O que se tem visto é um vice-rei que se transformou num saco de pancadas, sem que em seu auxílio o rei dê um pitaco. Os súditos assistem a tudo boquiabertos – temendo que o caos se instale por completo.

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Andrea del Sarto – PIETÀ

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição Pietà é uma obra religiosa do pintor italiano Andrea del Sarto (1486 -1531), cujo nome de nascimento era Andrea d’Angiolo di Francesco, sendo que “Sarto” foi acrescentado ao seu primeiro nome por ele ser filho de um alfaiate (que em italiano escreve-se sarto). Seu primeiro aprendizado deu-se com um ourives, continuando sua formação provavelmente com Piero di Cosimo. Dividiu sua oficina de trabalho com o pintor Jacopo Sansovino e possivelmente com Franciabigio. Pintou afrescos e retábulos. É tido, ao lado de Fra Bartolommeo, como o maior mestre da Alta Renascença Italiana e um dos pioneiros do Maneirismo. Possuía uma personalidade complexa, sendo muito louvado por sua habilidade e sentimentos religiosos. Ganhou de Giorgio Vasari o apelido de “pintor sem erros”.

A Pietà de Andrea del Sarto traz a influência de Leonardo da Vinci com suas sutilezas,  de Michelangelo com suas amplitudes heroicas e do classicismo de Rafael Sanzio. O artista vivia – à época desta composição – um momento de tensão estilística, após ter passado por um estágio na França. O fundo atrás das quatro figuras traz a aparência de um rochedo.

O corpo de Cristo, estendido sobre um lençol branco, coberto no baixo ventre por um pano rosa, traz o dorso erguido por um anjo que o olha com grande tristeza. A Virgem Mãe, trajando uma vestimenta com três tons de azul, está centralizada na tela, dividindo-a ao meio. Seu rosto pálido denota grande sofrimento. À sua esquerda aparece outro anjo que segura seu manto. Todos os personagens trazem um halo próximo à cabeça, indicativo de divindade – excetuando Cristo que aqui é mostrado em toda a sua humanidade.

O artista dedicou grande atenção à figura do corpo de Cristo morto, ao desenhá-la com extremo rigor, ao ponto de dar grande ênfase aos detalhes naturalistas. Tudo nele é notavelmente humano, mas o mesmo não acontece com a mão direita do anjo que o segura. Outra amostra do talento de Andrea del Sarto nesta obra diz respeito às cores vivas, como podemos observá-las nas asas iridescentes dos anjos  e nas manchas cor de sangue no linho que envolve o corpo de Jesus.

Ficha técnica
Ano: 1519/1520
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 99 x 120 cm
Localização: Museu de História da Arte, Viena, Áustria

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras primas da pintura europeia/ Könemann

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COMO VENCER A INSÔNIA

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

O segredo da criatividade está em dormir bem e abrir a mente para as possibilidades infinitas. O que é um homem sem sonhos? (Albert Einstein)

 Você já teve insônia? Já ficou “fritando” na cama a noite toda, rolando de um lado para o outro? Terrível, não é? Pois bem, o texto de hoje se destina a falar um pouco sobre o tema e especialmente sobre o que fazer para ter uma noite de sono reparadora.

Pessoas com insônia têm dificuldade de iniciar ou manter o sono com consequente prejuízo na atividade social e profissional. Em outras palavras, quem não dorme bem vai arrastar corrente o dia inteiro. O problema é tão sério e atinge um número tão grande de pessoas que deve ser visto como uma questão de saúde pública.

Acordar no meio da noite e “ficar fritando na cama”, interrompendo o sono mais profundo – que acontece entre 2h e 4h da madrugada – pode ter diversos significados, entre eles ansiedade e estresse. Se isso ocorre uma vez ou outra, não há problema, mas se ocorre com muita frequência, a causa deve ser detectada e tratada.

O tempo necessário para um sono reparador varia de pessoa a pessoa. A maioria, porém, precisa dormir de sete a oito horas para acordar bem disposta. Localizar as causas da insônia pode ser facilitado pela polissonografia, um exame que monitora a pessoa enquanto dorme.

A insônia pode ter causas orgânicas e/ou psíquicas. Pesquisas apontam para uma produção inadequada de serotonina pelo organismo e o estresse provocado pelo desgaste do dia a dia. A insônia crônica pode resultar em vários problemas, como distúrbios da memória e concentração, ansiedade, depressão, irritabilidade, sentimento de insatisfação constante, baixo rendimento profissional, prejuízo do convívio social e aumento do risco de acidentes no trabalho.

Em tempos em que várias pessoas já estão dependentes do Rivotril e outras medicações de “tarja preta”, tenho a informar que podemos, com pequenas alterações nos hábitos, melhorar nosso sono. Vejamos:

  • Limite o consumo de cafeína – presente no café, chás, refrigerantes do tipo colas, chocolates etc. – até às 14h.
  • Pratique exercícios físicos, pois tal prática estimula a produção de serotonina e reduz os quadros de estresse.
  • Estabeleça uma rotina para seu horário de dormir e de despertar. O relógio biológico agradece.
  • Procure relaxar antes de ir para cama. Tome um banho perto do horário de dormir. Isso pode ajudar a relaxar a musculatura do corpo.
  • Tome um copo de leite morno. O leite contém o aminoácido triptofano, substância precursora da serotonina.
  • Use chás que ajudam no relaxamento, como camomila, erva-doce, erva-cidreira, etc.
  • Certifique-se de que não há claridade no quarto e de que a temperatura esteja agradável. Mesmo uma pequena claridade pode atrapalhar o sono de algumas pessoas.
  • Verifique seu o colchão, pois os muito macios ou muito duros podem estar contraindicados.
  • Ouça música ou leia um pouco.

Lembre-se que depois de uma boa noite de sono, as soluções para os problemas podem fluir melhor. Caso você acorde no meio da noite, uma medida é importante: não “brigue” com a cama. É contra producente procurar o sono à força. Vá ler um livro com uma luz de leitura e aguarde o sono retornar. Todas essas dicas fazem parte da “higiene do sono”. Se nada disso resolver, procure ajuda especializada.

Nota: detalhe da obra Cymon e Iphigenia, obra de Frederic Leighton.

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