Autoria de Lu Dias Carvalho
A composição Bananal, do pintor Laser Segal, tem por base um estudo detalhado, a lápis, que ele fez de um senhor negro e idoso, chamado Olegário, que fora escravo na fazenda de amigos do artista.
Segall mais uma vez, como fez em Menino com Lagartixas, destina a parte inferior da tela, reduzida aqui à metade, para colocar o único personagem da composição, preenchendo todo o resto com as folhas verdes das bananeiras.
Como o título induz-nos a pensar, o negro Olegário é apenas parte da densa vegetação, pois, como na vida, nunca fora visto como pessoa, mas como parte disso ou daquilo, subordinado ao trabalho, mandado por seus donos.
A figura de Olegário, vista a partir do longo pescoço para cima, traz profundos sulcos na testa, que denotam não apenas preocupação, mas também marcas do tempo e do trabalho servil. Seus olhos são pequenos e verdes como o verde das folhas do bananeiral. O nariz anguloso e achatado mostra enormes narinas abertas. A boca grande e grossa, mesmo fechada, expõe os lábios carnudos. Dois profundos sulcos cercam-na, partindo das narinas, e indo até os cantos esquerdo e direito.
O cabelo curto e emaranhado da cabeça de Olegário encontra-se com a barba crespa, como se fizessem uma moldura em torno do rosto do ex-escravo. Seu olhar é ao mesmo tempo duro, desesperançado e sofrido.
Ficha técnica
Ano: 1927
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 87 x 127 cm
Localização: Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo/SP, Brasil
Fonte de pesquisa
Lasar Segall/ Coleção Folha
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Francisco
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Lu