O fotógrafo e diplomata francês Camille Silvy (1834-1910) começou a trabalhar com fotografia após ser enviado à Argélia, onde fotografou naturezas-mortas, obras de arquitetura e paisagens. Chegou a abandonar a diplomacia para trabalhar com a fotografia.
O fato de ter sido diplomata transformou Silvy num fotógrafo especial, que retratava pessoas da aristocracia e da realeza. Acostumado a viver em ambientes requintados, conta-se que Silvy usava luvas brancas para tocar seus clientes, quando lhes consertava a pose. Além disso, tinha sempre o cuidado de arrumar o cenário do estúdio de acordo com a profissão do retratado.
O espelho era visto na pintura, desde a Renascença, como símbolo da vaidade e da futilidade, pois refletia a beleza que, tal como um reflexo no espelho, era por demais passageira.
A fotografia acima retrata duas jovens irmãs diante de um espelho veneziano. Os espelhos usados no século XIX eram tidos como objetos de luxo e, por isso, estavam muito presentes nas fotografias das mulheres, com o intuito de realçar-lhes a beleza.
Na época, era comum irmãs serem fotografadas juntas. O reflexo do rosto de uma das fotografadas no espelho dá a ilusão de que elas sejam três. A classe social a que pertencem pode ser medida pela riqueza dos vestidos, pelas joias e pelo espelho. Ambas usam o mesmo penteado.
A mulher, que fita o observador, segura delicadamente a mão de sua irmã, que se encontra de costas, aparentando timidez. A cena retratada remete à mitologia clássica das Três Graças.
Nota: Fotografia feita em 1861.
Fonte de pesquisa:
Tudo sobre fotografia/ Editora Sextante
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