Goya – SATURNO DEVORANDO UM FILHO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Esta composição, Saturno Devorando um Filho, faz parte da série de Pinturas Negras de Goya, feitas na época em que o artista passava por um período de total desencanto: o renascimento do absolutismo, as consequências terríveis da guerra, o fracasso das ideias iluministas, além de sua surdez e das doenças que o acometiam em sua velhice. De modo que a cena antropofágica é uma das mais assustadoras da história da arte.

A composição baseia-se num tema da mitologia grega. Ao ser advertido de que seria destituído do poder por um de seus filhos, o deus romano Saturno (Cronos para os gregos) passou a devorá-los, assim que nasciam.

O corpo deformado de Saturno, que irrompe de lúgubres trevas,  contrasta com o corpo bem modelado do filho, que em nada lembra um bebê, mas o de uma mulher. Os olhos esbugalhados do gigante, sedentos de ambição e fúria parecem saltar-lhe do rosto.

Da bocarra de Saturno escorre sangue, já tendo devorado o braço direito e a cabeça do filho (ou seria filha?). As unhas do monstro adentram com violência nas costelas da criança, como se quisesse separá-las. Enquanto o corpo de Saturno é pura ação, o do filho jaz inanimado.

 Este é mais um quadro de difícil interpretação, deixado pelo pintor. Seria o homem destruindo o próprio homem, obcecado pelo poder e pela ambição? Ou seria a destruição de todos os sonhos, quando não mais se tem esperança? Ou então a demência a destruir a razão? Quem nos dirá?

 Dados técnicos:
Ano: 1820 – 1823
Técnica: óleo sobre muro passado à tela
Dimensões: 146 x 83 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
Goya/ Abril Coleções
Goya/ Coleção Folha
Goya/ Editora Manole Ltda.

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