Autoria de Lu Dias Carvalho
Sabíamos que o que íamos fazer era muito maior do que qualquer façanha atlética. (John Carlos)
Na pista você é Tommie Smith, o homem mais rápido do mundo. Mas nos vestiários você não é nada mais do que um negro sujo. (Tommie Smith)
As Olimpíadas de 1968, realizadas no México, chamou muito mais a atenção do mundo pelo protesto de dois atletas negros contra a segregação racial em seu país, do que pelo número de medalhas ganhas pelos Estados Unidos, ocupando o primeiro lugar. Foi quando Tommie Smith, ganhador da medalha de ouro, e John Carlos, que recebeu a medalha de bronze, ambos nos 200 metros rasos, aproveitaram para dar ciência ao mundo que ainda havia uma criminosa discriminação racial em seu país.
Os dois atletas, usando luvas negras, aproveitaram o momento no pódio, para levantar os braços com o punho cerrado, permanecendo com as cabeças inclinadas para o chão, enquanto era tocado o hino nacional estadunidense. Logo depois, os dois corajosos rapazes foram expulsos da delegação de seu país e até mesmo da vila olímpica, pois o Comitê Olímpico Internacional proibia (e ainda proíbe) qualquer simbologia ligada a facções ou movimento políticos, sendo contrário à mistura de esporte com política.
Tommie Smith mostra o braço direito levantado, enquanto Jonh Carlos levanta o esquerdo, saudação “black power”, numa referência ao grupo “Panteras Negra”, fundado em 1966, que lutava pela causa dos negros. Por sua vez, o segundo colocado, o australiano Peter Norman, medalha de prata, também aderiu ao protesto, usando na parte esquerda de seu uniforme o símbolo OPHR (Olympic Project for Human Rights), organização contrária ao racismo.
Os dois atletas usam luva apenas em uma das mãos, isso porque só havia um par de luvas pretas. A sugestão de que cada um usasse uma mão da luva foi dada pelo colega australiano de pódio, que sempre se orgulhou de ter participado da manifestação, pois em seu país havia a segregação do povo aborígene, à qual ele também era contrário.
Embora Carlos e Smith tenham sido recebidos com muito rancor pelos americanos brancos, e relegados ao ostracismo no esporte, dirigido também por brancos, esta imagem atravessou décadas, transformando-se em um dos momentos mais inesquecíveis das Olimpíadas, disputadas na era moderna, além de contribuir para a autoafirmação da população negra naquele país, que os transformou em heróis da história contra a segregação racial.
Peter Norman, o atleta branco, também foi vítima da intolerância branca. Foi jogado no ostracismo, ao voltar para a Austrália, também detentora do racismo contra o povo aborígene. Sua vida transformou-se num caos, partindo o atleta para a bebida. Mas nunca se arrependeu do que fez e jamais perdeu a amizade dos amigos de pódio. Ao morrer, em 2006, seu caixão foi carregado pelos dois amigos negros.
Fontes de pesquisa:
Aventuras na História/ Edição 126
http://www.diariodocentrodomundo.com.br
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Lu, lembro-me bem desta foto e sabe por quê? Após o final das Olimpíadas de Munique, 4 anos após, vi uma reportagem fotográfica de eventos marcantes das últimas Olimpíadas. O jornalista, claro, pegou como mote o massacre daquela Olimpíada e fez uma seleção de fotos daquela e das últimas. Foi quando vi essa foto.
Abraço fraterno,
Carlos
Carlos
Foi tenebroso o que aconteceu naquelas Olimpíadas em Munique.
E essa foto é bem comovente, assim como o tratamento que os três atletas passam a receber.
Grande abraço,
Lu