Autoria de Lu Dias Carvalho
Muitos leitores ainda devem se lembrar do alvoroço que acometeu a comunidade científica, quando em 1996, pessoas que assistiam a uma corrida de hidroplano em Kennewick, cidade situada no estado norte-americano de Washington, perceberam que havia ossos na margem do rio Columbia. Informados, os arqueólogos resgataram a ossada, analisaram-na e descobriram que se tratatava do esqueleto de um homem que havia vivido 9400 antes da época em que fora descoberto. Tratava-se de um grande achado para a Ciência.
Maior do que a notoriedade de tal descoberta foram as batalhas legais e científicas pela sua posse. Muitas tribos de nativos americanos alegaram que o esqueleto pertencia-lhes, exigindo o direito de sepultá-lo, conforme suas tradições culturais. As contendas só arrefeceram quando um tribunal federal alegou que os ossos não pertenciam a nenhuma tribo, uma vez que “nenhuma cultura teve existência contínua por nove milênios.”, o que levou o esqueleto a descansar em paz, mas não por muito tempo, pois os antropólogos retomaram as pesquisas e chegaram à conclusão de que o o Homem de Kennewick era “anatomicamente muito diferente dos nativos americanos atuais”. Segundo um dos relatórios, ele trazia traços europeus, enquanto outro dizia serem parecidos com aborígenes do Japão. Qualquer uma das duas possibilidades reforça a teoria de que “as Américas foram povoadas por várias migrações independentes”, conclui Steve Pinker.
Fonte de pesquisa
Os anjos bons de nossa natureza/ Steven Pinker
Nota: as imagens foram retiradas de nmnh.typepad.com e www.nbcnews.com
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