Autoria de Lu Dias Carvalho
A composição Le Chahut (também conhecida como Can-Can) é uma obra pontilhista do pintor francês Georges Seurat, que acreditava que o artista podia e devia unir-se ao conhecimento científico em suas criações. Ele não misturava as cores, mas punha-as junto (pontilhismo), mantendo-as puras na tela, de modo que só pudessem fazer combinações na retina do observador.
Seurat apresenta em sua pintura uma cena de dança no Moulin-Rouge, em Montmatre, na França, com a intenção de vencer o desafio do movimento. Dentre os elementos costumeiros, usados pelo artista, aparece algo novo: a caricatura dos personagens, vista no dançarino, com seu ar posudo; nos gestos teatrais do maestro e das bailarinas; e também no semblante debochado e libidinoso do espectador, sentado à esquerda, que serviu de deboche para a obra, sob o argumento de que ali se encontrava para ver as calcinhas das duas dançarinas.
Os personagens distribuem-se na tela, ocupando as seguintes posições:
- os dançarinos ocupam a parte superior;
- os músicos encontram-se na parte inferior,
- e no fundo encontra-se parte da plateia.
Um dos músicos é visto de costa para o observador, na parte central da base da composição.
O pintor obteve a variação de luz e sombra em sua pintura, fazendo uso de diminutos pontos de cores justapostas. Quando vistos de certa distância, eles se fundem no olho do observador, criando a sensação de que são as cores que se encontram misturadas. Todas as linhas e movimentos estão direcionados para cima, repassando a sensação de animação e alegria.
A pintura foi recebida com zombaria pelos amigos do pintor e com impiedosa chacota por parte dos críticos. Desconsolado, o artista isola-se.
Ficha técnica
Ano: 1889/1890
Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 169 x 141 cm
Localização: Rijksmuseum Kröller-Müller, Oterlo, Holanda
Fonte de pesquisa
Gênios da Pintura/ Abril Cultural
http://seurat.krollermuller.nl/en/lechahut
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