Autoria de Lu Dias Carvalho
As linhas traçadas de baixo para cima e da direita para a esquerda são estimulantes, dinâmicas, vivas. As de sentido contrário provocam tristeza, abatimento, mal-estar. Da mesma forma, as cores, devido aos diferentes comprimentos de suas ondas cromáticas, podem produzir sensações alegres – no caso do vermelho, alaranjado, amarelo – ou deprimentes – verde, azul, roxo. (Charles Henry)
A composição O Canal de Graveline é uma obra pontilhista do pintor francês Georges Seurat, que acreditava que o artista podia e devia unir-se ao conhecimento científico em suas criações. Nesta pintura, melancólica e poética, ele tenta aplicar as teorias do cientista Charles Henry, autor de “Introdução à Estética Científica”.
Seurat fez predominar em sua paisagem os traços horizontais e a presença do azul-claro, do verde-pálido e do branco matizado de cinza, pois, segundo o cientista Henry, as linhas horizontais e tais cores estimulavam a melancolia e a tristeza. É bom que o observador entenda que o emprego das linhas e das cores não dizia respeito ao estado emocional do pintor, mas dizia respeito a um experimento, à aplicação de conhecimentos científicos, buscando os efeitos psicológicos que a percepção visual produziria em quem observasse a composição. Em seu outro trabalho, denominado Port-en-Benssin aos Domingos, Seurat fez o inverso deste, ao aplicar linhas verticais e cores quentes para suscitar alegria.
Ficha técnica
Ano: 1890
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 73 x 93 cm
Localização: Rijksmuseum Kröller-Müller, Oterlo, Holanda
Fonte de pesquisa
Gênios da Pintura/ Abril Cultural
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