“Avisa ao formigueiro/ vem aí tamanduá.”(Ivan Lins)
O tamanduá é um animal muito comum em terras brasileiras, sendo também conhecido pelo nome de tapi e jurumim. O bichinho tem verdadeira adoração por cupins e formigas. Talvez isso se deva ao fato de não possuir dentes para mastigar.
Por que esse nosso personagem foi entrar nesta história, sendo tão mal-afamado, a ponto de servir de exemplo para os humanos? É que esse falsinho, quando vê um inimigo, levanta-se nas patas traseiras e abre as dianteiras, como se fosse receber o crédulo indivíduo num caloroso abraço. Vendo tão efusiva demonstração de carinho, a vítima cai na esparrela, vindo a renegar a hora em que nasceu. O dissimulado abraça-a, é verdade, mas pressiona-a com seus braços e enfia-lhe nas costas suas enormes e afiadas unhas. Como é fingido e astucioso tal bichinho!
A maldade do falso amigo ainda é maior porque ele não degusta a sua presa, uma vez que lhe faltam dentes. O espertinho deixará que ela apodreça ali, passando a servir de isca para suas deliciosas formigas, as quais não tardará a papar. Portanto, meu caro leitor, fique com a orelha em pé com o exemplo que nos dá esse mamífero desdentado. Não confie em muitos abraços que anda recebendo por aí, achando-se o mais amado do pedaço. Olho vivo, camarada, pois há muita gente dando abraços de tamanduá.
Vixe! Olhem aí o tamanho do A!
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Lu
Não é correto fazer essa comparação entre humanos e o pobre do tamanduá, coitado do bicho! Enquanto ele usa essa inocente estratégia para sobreviver, sem nenhuma maldade, a maioria dos seres humanos usam falsos abraços para ludibriar e enganar, conscientemente.
Marinalva
Comungo com você. O bichinho não merece tal comparação. Os humanos são os únicos seres a planejarem a maldade.
Abraços,
Lu
Lu
Ninguém gosta de “abraço de tamanduá”.
Tempos atrás na minha terra existia uma moço que dançava usando o “abraço de tamanduá”. As moças corriam léguas, quando ele chegava ao salão de danças. Certa vez, ele chamou uma mulher que morava na área rural para dançar. Ela, não suportando aquele abraço, soltou um pum daqueles para afastar o moço e nada resolveu. Sentido-se sufocada, ela o empurrou com força e disse:
– Menino novo, perdi até o ar, dançando com “três”, moleque.
Como outras pessoas ouviram a fala da mulher, o rapaz foi alcunhado de “três pernas”.
Adevaldo
Esse tipo de aproveitador é mesmo de amargar. Ele acha que a parceira de dança está gostando. Já soube de mulher que deu tapa na cara de sujeitos como o descrito por você. Nem mesmo o pum foi capaz de afugentá-lo. Aposto que nem sentiu. O apelido de “três pernas” foi bem merecido. Os casos de sua terra são muito bons!
Abraços,
Lu
Lu Dias
Triste comparação com o bichinho, pois somos muito piores.
Mário
Vejo que você é um grande admirador de provérbios e expressões idiomáticas, como eu. Somos bem piores mesmo, pois o nosso comportamento é pensado, enquanto o tamanduá busca o seu alimento.
Abraços,
Lu