A GAGUEIRA OU DISFEMIA

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Autoria do Dr. Telmo Diniz zen1

O gago sempre foi motivo de piadas e gozações. Hoje em dia, dá-se o nome de bullying, que é uma forma de violência disfarçada de “brincadeira” e pode acarretar sérias consequências ao desenvolvimento psíquico da criança.

A criança que sofre bullying, principalmente quando não pede ajuda, enfrenta o medo e a vergonha. Pensando nisso, resolvi “dar voz” às pessoas acometidas pela gagueira para que nós, leitores, possamos compreender melhor este distúrbio.

Também conhecida como disfluência ou disfemia, a conhecida gagueira é a mais comum desordem da fala, acometendo aproximadamente 2 milhões de pessoas no Brasil. E se caracteriza pela repetição de sílabas, pelos prolongamentos de sons e a interrupção das palavras, especialmente na primeira sílaba. É muito comum também sua ocorrência em crianças entre 2 e 4 anos, chegando a acometer 75% dessa população (eu fui uma delas), sendo que os episódios normalmente são transitórios, durando apenas poucos meses.

O lutador de MMA, Victor Belfort, declarou recentemente que também sofria de bullying quando criança, por ser gago. As ocorrências nesta faixa etária acontecem em consequência de uma combinação de diversos fatores, durante o desenvolvimento da fala, como a lenta mutação das redes de neurônios que processam a linguagem, que gera uma habilidade, ainda pequena, para articular palavras e ligá-las a frases inteiras nessa idade.

O rápido fluxo de pensamento, juntamente com a relativa imaturidade do sistema neuronal, é o que propicia, por parte da criança, a inadequação para um ritmo regular e suave na fala, especialmente quando a criança está ansiosa, cansada ou doente. Felizmente, apenas cerca de 1% a 2% dessas crianças precisam de tratamento especializado, pois os poucos casos que persistem podem estar associados com casos de disfemia na família, sugerindo uma predisposição genética para o problema.

Existem diversos mitos que cercam o gago: a gagueira é um hábito adquirido; pessoas que gaguejam são menos inteligentes; a gagueira apareceu após um susto e devemos dar também um susto na pessoa para tratar o problema; os pais de crianças que gaguejam seriam super protetores ou, ao contrário, muito severos; a gagueira “pega” por imitação ou pela convivência, etc. Tudo isso é bobagem! Tudo mito! Invenções populares.

Até o momento, não existe nenhum tratamento que realmente cure a gagueira (no sentido de fazer com que desapareça completamente). Os tratamentos disponíveis promovem uma diminuição significativa, mas poderão persistir alguns resquícios, mesmo que sutis. Normalmente, o tratamento com a fonoaudiologia tem excelentes resultados. Em alguns casos persistentes, em especial nos adultos, o tratamento medicamentoso poderá ser necessário.

Nota: imagem copiada de grupoadolescendo.blogspot.com 

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