Arquivo da categoria: Corpo e Mente

Filosofias e conjunto de práticas físicas, psíquicas e ritualísticas que buscam um estado de harmonia e equilíbrio físico e mental.

MEDITAÇÃO E BEM-ESTAR

Autoria de Lu Dias Carvalho

                       

A meditação fortalece nossa capacidade de concentração, aumenta a atividade em áreas relacionadas afeto positivo e equilibra nosso sistema imunológico. Promove uma mudança na plasticidade cerebral que nos favorece. (Denize de Castro Menezes)

A meditação promove alterações químicas de grande impacto. Neurotransmissores desejados, como é o caso da serotonina, o chamado hormônio da felicidade, têm sua liberação aumentada; outros, menos desejados, como o cortisol, têm sua produção diminuída. (Martin Porter)

Ao praticar a meditação, a pessoa atém-se ao momento presente. Ao desligar-se das preocupações, normalmente direcionadas ao passado e ao futuro,  ela sente uma sensação de relaxamento e prazer, resultantes de um rearranjo das sinapses dos neurônios.

Passos para a meditação:

1 – O momento certo

Deve-se procurar um momento propício para a prática, lembrando-se de que não é necessário muito tempo. Segundo Roberto Debski: “Para conseguir meditar ao menos 10 minutos por dia, precisamos de disciplina: fazer da prática uma obrigação com nossa saúde, agendar um horário definido e comprometer-se em usar este tempo para meditar”. O psicólogo e médico especialista em medicina integrativa também aconselha o uso de um despertador “para tocar suavemente ao término do tempo que você determinou; assim não há preocupação nem uma pausa a cada momento para observar o relógio”.

2 – Ambientes Variados

O ambiente deve ser o mais tranquilo possível, sem objetos que possam gerar distrações (celular, tevê, pessoas transitando, música alta, etc.). Contudo, pode-se aproveitar até mesmo a fila do Banco ou do supermercado para ficar atento à respiração. Locais em que haja contato com a natureza favorecem uma boa meditação.

3 – Posição

Pode se usar a “Postura de Lótus” ou de “Meia-Lótus” (ver imagens acima), mas não é necessário fazer uso de tais posições, pois deve-se levar em conta o conforto, embora a coluna deva sempre permanecer ereta. As mãos podem ficar no colo. Os olhos, porém, só podem ficar fechados se a pessoa não tiver facilidade para dormir. Caso contrário, deverão ficar entreabertos com o olhar fixo em algum objeto, como uma chama de vela, uma lâmpada fraca, um quadro, etc.

4 – Roupas Confortáveis

Devem ser usadas roupas que ofereçam o máximo de comodidade, sendo necessário retirar tudo que possa dificultar a circulação do sangue, incomodar ou causar qualquer distração (joias, cintos, relógios etc.).

5 – Respiração

A concentração é primordial para a meditação. No início é natural que algumas pessoas sintam dificuldades em manter a mente focada, sendo necessário concentrar na respiração, o que ajuda a aquietar a mente, ou seja, sair do nível “beta” (em que todos os órgãos dos sentidos estão ativados), para o “alfa” (em que o foco é a respiração). Assim, as ondas cerebrais desaceleram. Segundo a terapeuta Nara Louzada “Não existe meditação sem concentração”. Ela também ensina como fazer: “Respire lentamente, contando seis tempos (inspirar e expirar em seis tempos). Essa técnica, além de induzir a um relaxamento, libera as toxinas do corpo que geram tensões e ansiedade”.

6 – Tempo

A meditação deve ser um processo diário. Os efeitos da prática nem sempre são imediatos, pois algumas pessoas, no início, sentem dificuldades para treinar a mente. Mas isso não é motivo para desânimo. Neste caso, volte sempre para a respiração ou para a contagem ou para a música. Uma alternativa para quem tem dificuldades para meditar é ligar tal atividade à caminhada, como ensina o doutor Roberto Debski: “É uma meditação ativa. Devemos perceber os passos, o movimento das pernas, a respiração, os pés tocando o chão e se alternando nas passadas. Todos estes são chamados de âncoras e facilitam a atenção e a concentração. A junção das duas atividades favorece os que não conseguem ficar parados, aprimora o condicionamento físico e melhora a capacidade respiratória”.

O doutor Roberto Debski adverte que: “Para conseguir meditar ao menos 10 minutos por dia, precisamos de disciplina: fazer da prática uma obrigação com nossa saúde, agendar um horário definido e comprometer-se em usar este tempo para meditar”.

Meditação – Músicas e Mantras

Não resta dúvidas de que, entre os nossos cinco sentidos, a audição é aquele que mais nos chama a atenção. A resposta para isso encontra-se na história da humanidade, pois, em seus primórdios, os ouvidos humanos estavam sempre em alerta, treinados para identificar os sons que representassem perigo. É por isso que eles desviam a nossa atenção com tanta facilidade.

A meditação exige concentração e essa exige focar a mente, por isso, os sons desordenados que chegam aos nossos ouvidos constituem um grande empecilho para tal prática. Uma alternativa é buscar estímulos auditivos propícios à prática, como afirma o neurocientista Aristide Brito: “A música faz com que a pessoa se concentre, porque atrai a atenção para a audição, trabalhando no córtex cerebral de forma a anestesiá-lo. Além disso, também dá ritmo e, quanto mais lenta, mais se alinha ao batimento cardíaco e acalma. A mesma coisa para os mantras (e as orações) que fazem a mente focar em um ponto e desligar, caracterizando um estágio de relaxamento mais adequado”.

A prática da meditação, quando aliada à música e aos mantras, torna os resultados ainda mais eficientes, pois, segundo o Dr. Aristides Brito, traz os seguintes benefícios:

  • estimula a circulação
  • melhorar a oxigenação
  • libera dopamina (substância responsável pelo prazer)
  • desperta a memória (pois aciona o hipocampo)

O ritmo está ligado ao movimento e envolve circuitos do cérebro relacionados ao tempo e à ordenação motora. A harmonia também ativa o cerebelo e o tronco cerebral que despertam a cognição. Ademais, a repetição de mantras ou letras de música incitam área de broca e  Wernicke relacionados com a linguagem”. A escolha dos mantras e das músicas é de acordo com cada pessoa.

Fonte de pesquisa:
Revista Segredos da Mente, Cérebro e Meditação – nº 1

Nota: imagens copiadas de br.syvum.com

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A IMPORTÂNCIA DA MEDITAÇÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

A meditação promove alterações químicas de grande impacto. Neurotransmissores desejados, como é o caso da serotonina, o chamado hormônio da felicidade, tem sua liberação aumentada, enquanto outros, menos desejados, como o cortisol, têm a sua produção diminuída. (Martin Portner)

A meditação é uma prática milenar de autoconhecimento, concentração e interiorização cujos benefícios são cada vez mais atestados pelos especialistas no assunto. Historicamente falando, os primeiros registros das práticas meditativas remontam ao século XVI antes de Cristo, tendo sido encontrados na literatura e no misticismo da Índia. As religiões orientais foram responsáveis por darem à meditação um caráter religioso, contudo, a ciência tem demonstrado a sua importância para o cérebro, com resultados que apresentam mudanças importantes em sua estrutura física.

A palavra “meditar” tem sua origem no termo latino “meditare” que significa “tratar, curar, dar atenção médica, refletir”, contudo, tal definição pode variar de uma religião para outra ou até mesmo dentro de diferentes contextos. Entretanto, apesar das diferentes definições, todas elas levam em conta a realidade interior e seu desenvolvimento de cada um. Algumas pessoas inicialmente sentem dificuldades para se concentrar, enquanto outras chegam ao estado meditativo com muita facilidade. De qualquer jeito, com o tempo e o exercício contínuo, tal prática vai se tornando cada vez mais dinâmica, acessível a qualquer um.

Uma equipe de pesquisadores de Harvard, nos EUA, trabalhou com 16 participantes que realizaram 27 minutos diários de meditação, num período de dois meses. Após esse tempo, o estudo do cérebro de tais pessoas mostrou mudanças significativas na massa cinzenta. A equipe constatou que a amígdala (grupo de neurônios que atuam na ansiedade e no estresse) teve a densidade de sua matéria cinzenta diminuída. E o hipocampo (área que tem relação com a aprendizagem, a memória e a compaixão) sofreu um aumento na sua estrutura neural.

É sabido que, conforme a idade vai avançando, o cérebro humano sofre um processo natural que é a diminuição da massa de neurônios. Recrutando pessoas com idade entre 24 e 77 anos, um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, Estados Unidos, selecionou 100 participantes, dentre os quais 50% praticavam meditação há cerca de 20 anos e a outra metade jamais realizara tal prática. Ao final da experiência, a diminuição da massa neural daqueles que meditavam foi bem menor. Tal pesquisa acendeu uma luz de esperança no que tange às doenças neurodegenerativas, como o conhecido Alzheimer.

Martin Portner, neurologista e especialista em mindfulness (estado mental de controle sobre a capacidade de se concentrar nas experiências, atividades e sensações do presente) diz que “Praticamente todas as áreas cerebrais se tornam alvo de um processo de reorganização positiva guiado pela meditação. Além disso, o cérebro muda em relação aos comportamentos pro-sociais”.

Fonte de pesquisa:
Revista Segredos da Mente, Cérebro e Meditação – nº 1

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A IMPORTÂNCIA DO DESABAFO

Autoria do Dr. Telmo Diniz

Ah, o desabafo! Como é importante em nosso dia a dia e para a nossa saúde física e mental poder dar uma bela desabafada. O desabafo é a exteriorização de pensamentos ou sentimentos muito íntimos que ocorre de formas distintas em cada um de nós. É uma expressão espontânea e franca de uma ideia ou de alguma emoção. Enfim, é um desafogo para a alma e para o espírito. Vamos aprender agora como desabafar.

Dor, angústia, alegria, satisfação, grito, uma crise de choro. São várias as formas como podemos nos expressar para dar o nosso desabafo, que pode ser exteriorizado desde em uma conversa com alguém de confiança, passando por um terapeuta ou até mesmo um grito de choro. Desabafar é aliviar-se, abrindo o coração para alguém. As tensões fazem parte da vida e, portanto, devem ser aliviadas. Quando desabafamos, estamos invariavelmente buscando o equilíbrio físico e mental, tratando de alinhar as tensões.

Os episódios de estresse desencadeiam uma reação de descargas adrenérgicas por todo o corpo, provocando taquicardia, elevação da pressão arterial, etc. Ou seja, toda a gama de sintomas da chamada “reação de fuga ou luta” é ativada. Durante o desabafo ocorre justamente o contrário, com reações que irão levar a pessoa ao relaxamento. Depois de um longo e intenso período de estresse, é saudável e útil desabafar. Sempre será uma forma de manter a saúde mental e emocional. Desabafar de forma correta pode trazer muito alívio para cada um de nós. É sabido que quem “guarda tudo pra si” sofre mais, tem mais angústia e quadros de depressão.

Existem várias outras formas para desabafar. A escrita é a primeira delas. Quando uma pessoa escreve, uma importante área do cérebro, o córtex pré-frontal, é ativada. Isto, por consequência, reduz os níveis de estresse. Uma pesquisa realizada pelo International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR) com mil pessoas nos Estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul investigou como elas lidavam com situações importantes e buscou compreender que atividades eram negativas ou positivas nesse contexto. Vinte e três por cento dos entrevistados afirmaram que o ato de escrever era um aspecto positivo e que ajudava a aliviar o estresse e as tensões. Quer desabafar? Pegue uma caneta e um papel e deixe as emoções fluírem. É simples assim!

Existem várias outras formas de desabafo. Cantar, por exemplo, faz muito bem para o espírito e para a saúde. Cante ao tomar banho e ao ouvir o rádio do seu carro. Outros exemplos úteis para o desabafo incluem pintura, teatro, bordado ou qualquer outra forma de expressão de arte. Já falamos nesta coluna da importância de se ter um hobby. Portanto, seu hobby pode ser, em última instância, sua forma de desabafar.

Anne Frank, menina judia que durante a Segunda Guerra Mundial teve que se esconder dos nazistas por longos dois anos em um sótão, literalmente escreveu sobre o tema: “Tenho vontade de escrever e necessidade ainda maior de desabafar tudo que está preso no meu peito. O papel tem mais paciência que as pessoas.”.

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RELAÇÃO ENTRE AUTOESTIMA E SAÚDE

Autoria do Dr. Telmo Diniz

A baixa autoestima é um sentimento que se manifesta em pessoas inseguras, indecisas, depressivas e que buscam sempre agradar os outros. Autoestima elevada, de forma contrária, é uma condição vivida por pessoas que são elogiadas, apoiadas, autoconfiantes e que têm amor próprio.  Não vivem em constantes conflitos, bem como não são ansiosas e inseguras. Ter autoestima elevada pode melhorar nossa saúde. Esta é a conclusão de pesquisa realizada e conduzida pela Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia.

Ter uma autoestima elevada não gera só uma sensação de bem-estar. Este estado emocional também gera benefícios físicos clinicamente mensuráveis. Parece que pensar positivamente sobre nós mesmos pode oferecer uma proteção efetiva sobre o coração e o sistema imunológico, ou seja, uma autoestima elevada cria, em última instância, um ambiente favorável à saúde.

A pesquisa neozelandesa queria saber se os efeitos benéficos da autoestima vão além do nível emocional e se seriam capazes de interferir com respostas fisiológicas positivas para o organismo. Foram envolvidos 184 participantes. Para monitorar as respostas fisiológicas, os cientistas analisaram a atividade do tônus vagal cardíaco (parassimpático) dos participantes. O sistema nervoso parassimpático é aquele que age para “acalmar o coração”, enquanto o sistema nervoso simpático prepara o corpo para a ação, ou seja, para a luta ou fuga. Como o parassimpático ameniza o estresse e diminui as inflamações, quando ele fica deficiente o corpo pode sofrer com problemas cardiovasculares e com doenças autoimunes. Os resultados finais mostraram uma correlação entre uma autoestima elevada e um tônus vagal sob controle – tipo aprenda a controlar sua mente e, de quebra, sua saúde.

Como podemos melhorar nossa autoestima? Inicialmente, temos de focar no que chamamos de “os quatro pilares da autoestima”:

  • Tenha autoaceitação, ou seja, tenha uma postura positiva com relação a si mesmo como pessoa. Isto inclui pontos como estar satisfeito com consigo mesmo e ter respeito a si próprio.
  • Procure ter autoconfiança, buscando ter uma postura positiva com relação às próprias capacidades e desempenho. Isto inclui as convicções de conseguir fazer algo, de fazê-lo bem e de suportar as dificuldades – tendo resiliência.
  • De igual forma, procure ter competência social, que em última análise é a capacidade de fazer contatos, sabendo lidar com terceiros, se sentir capaz em lidar com situações difíceis, procurando ter reações flexíveis em momentos adversos e saber regular à distância-proximidade com outras pessoas.
  • E, finalmente, procure ter uma rede social, que inclui ter uma relação satisfatória com o parceiro (a) e com a família. Ter amigos e poder contar com eles e, na via oposta, estar à disposição deles. Pense o seguinte: Viver com baixa autoestima é como pilotar a vida com o freio de mão puxado.

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EXISTE UMA DIETA PARA A MENTE?

Autoria do Dr. Telmo Diniz

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Vários pacientes do consultório me questionam como fazer a melhor prevenção ao envelhecimento, em especial com relação à doença de Alzheimer. A resposta, aparentemente, pode ser simples de seguir, como ter hábitos de vida saudáveis com uma alimentação equilibrada, atividades físicas regulares e menos estresse. Focando no primeiro item, ano passado saiu um livro do neurologista norte-americano David Permutter com o título “Dieta da Mente – Os Grãos Modernos Estão Destruindo, Silenciosamente, o Seu Cérebro”.

O autor defende que uma alimentação rica em carboidratos e glúten provocam danos ao organismo, em especial ao cérebro. Esses alimentos podem causar demência, déficit de atenção, epilepsia, ansiedade, enxaquecas, depressão, etc. O neurologista afirma que o destino de nosso cérebro não está na genética, mas naquilo que comemos. A alimentação é, segundo estudos, um modulador epigenético, ou seja, capaz de transformar o DNA para melhor ou para pior. Esses e vários outros problemas surgem devido ao alto potencial inflamatório de alimentos com glúten (pães, bolos, biscoitos, cerveja). Imagine, até o nosso mineiríssimo pão de queijo!

A proposta da dieta é voltar a comer da forma como nossos ancestrais do período Paleolítico, com um cardápio predominantemente composto por gorduras (75%) e proteínas (20%) e pouquíssimos carboidratos (5%). A diferença é grande quando comparada com a dieta atual, de 60% de carboidratos, 20% de gordura e 20% de proteínas. De acordo com o regime descrito no livro, isso vale não só para quem tem sensibilidade ao glúten, mas para todos. Segundo o autor, “não há risco de aumentar as gorduras do corpo, se ele não estiver sob os efeitos negativos dos carboidratos”.

Ele atesta em seu livro que a inflamação causada por esses nutrientes desencadeia um processo de oxidação no organismo, mais precisamente o LDL (conhecido como colesterol ruim) oxidado que provoca o acúmulo de gordura nas artérias. Além de pregar que as gorduras são amigas do homem, o neurologista afirma que fazer jejuns (de 24 a 72 horas) e tomar suplementos, como cúrcuma, probióticos e óleo de coco, também ajudam a melhorar as funções cerebrais.

Corroborando o que afirma o neurologista, pesquisadores da Universidade Rush (EUA) demonstraram que adultos mais velhos que seguiram a Dieta da Mente de forma mais rigorosa apresentaram um desempenho cognitivo equivalente ao de pessoas 7,5 anos mais jovens, em comparação com aqueles que não seguiram a dieta tão rigorosamente. Os resultados foram publicados na revista “Alzheimer & Dementia”, o jornal científico da Associação de Alzheimer dos EUA.

Particularmente prefiro algo mais equilibrado, pois a redução drástica dos carboidratos e o aumento do consumo de gordura podem, no médio e longo prazo, acarreta problemas cardiovasculares. A palavra de ordem não está na proibição e, sim, na moderação.

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FENG SHUI – LIMPEZA DO CÓLON

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A causa metafísica dos problemas no intestino é o medo de descartar o que é velho e não é mais necessário. (Louise Hay)

Amigos leitores, vamos nos esquecer das coisas que gravitam em torno de nós, que entulham a nossa casa e, por consequência, acabam entulhando a nossa mente, para falarmos daquilo que temos de mais importante: nosso corpo físico. Sabemos que é preciso manter nossas mãos e todo o nosso corpo higienizados, mas poucas pessoas têm ideia da importância que é manter o cólon (parte do intestino grosso situada entre o ílio e o reto) limpo. Nós, ocidentais, temos muita preocupação com as partes externas do nosso corpo, mas não damos muita importância às partes internas. Achamos que o nosso aspecto exterior é um raio-X de nosso interior, até que eclode uma doença inesperada como os cânceres de mama, próstata e cólon, dentre outros, que vêm ceifando vidas.

O Feng Shui é contundente em relação à necessidade de se manter o cólon (ou colo) limpo, região de nosso corpo que trabalha incessantemente, e ainda armazena os excrementos, que o corpo não necessita. Dentro do abdômen humano localizam-se o intestino delgado (maior e mais fino) e o intestino grosso (menor e mais grosso) que é também conhecido como cólon, que exige sempre muita atenção.

O cólon armazena as fezes, antes de serem expelidas. É muito comum que pessoas idosas tenham mais dificuldade em evacuar, pois o organismo, com o tempo, vai se tornando mais preguiçoso, deixando as paredes do cólon cheias de fezes velhas e compactadas. Mas isso não acontece só com os idosos, mas também com pessoas que não têm por hábito fazer uso de alimentos ricos em fibras. É bom ficar de olho na cintura larga e no abdômen proeminente, pois pode ser um caso de fezes compactadas.

Existem muitos alimentos que produzem mucos, sem falar que o nosso corpo também secreta muco em nossos intestinos, como forma de proteção contra as toxinas. Normalmente, esse muco é eliminado pelos sucos pancreáticos. Acontece porém, que, na dieta ocidental, os alimentos são responsáveis pela formação excessiva de muco, formando no cólon uma placa mucosa muito compacta, que o trabalho do pâncreas não dá conta de eliminar. Primeiro, essa placa acumula-se ao longo do trato intestinal. A seguir ela se compacta e endurece.

A presença de bactérias residuais benéficas é comum num cólon saudável. O perigo está no excesso de matéria pútrida, que leva o cólon a expandir assombrosamente os seus diâmetros, indo de 5,5 cm de diâmetro a 44 cm em pessoas obesas, fazendo com que a passagem da matéria fecal seja feita num corredor com a espessura de um lápis. Como o cólon não expele todos os excrementos, ele se transforma numa bomba relógio, permanentemente tóxico, com possibilidade de que os venenos, ali acumulados, infiltrem-se na corrente sanguínea e em outras vias do corpo.

No Ocidente a ingestão de alimentos chega a gerar ritos especiais. Os bons restaurantes ocupam um lugar de destaque na mídia. A gastronomia é vista como uma arte. Entretanto, os ocidentais possuem um visível nojo pelos próprios excrementos. Ingestão e excreção não lhes parecem processos normais do próprio corpo. Tanto é que verbos tais como cagar, defecar, urinar e mijar, usados  no sentido de expelir excrementos (tudo aquilo que é expelido do corpo pelas vias normais), sofrem preconceitos por parte da maioria das pessoas, que os consideram chulos e agressivos. Nós não temos uma boa relação com os excrementos produzidos por nosso corpo.

Antigamente as pessoas tinham em casa uma privada ou latrina, onde se agachavam como ainda fazem bilhões de pessoas no Oriente e os nossos índios. Mas a modernidade trouxe-nos o conhecido vaso sanitário, onde nos assentamos para esvaziar os nossos intestinos. Troca que não fez nenhum bem a nosso corpo, pois a posição de cócoras além de abrir o cólon, ainda torna mais fácil a evacuação, ao contrário de sentar-se curvado, comprimindo-o. O resultado é que no Ocidente são muito comuns as doenças do cólon, enquanto essas são raras no Oriente.

As pessoas que consomem (ou que já consumiram) muita carne, laticínios, açúcar, alimentos processados de qualquer espécie, chocolate, cafeína, refrigerante ou álcool, devem ter mais cuidado com a limpeza do cólon. Para que os carnívoros não se sintam castigados, até os vegetarianos precisam passar por essa limpeza, pois os alimentos de soja são os que mais formam mucos, dentre todas as plantas. A carne de churrasco e o álcool são os grandes vilões dos cânceres de intestino. No Brasil, o Rio Grande do Sul é o Estado com mais casos de tumores intestinais em razão de comer muita carne.

Acredito que o jejum — praticado por várias religiões — esteja mais ligado à limpeza intestinal do que à mortificação do corpo para salvação da alma. Muitas culturas ingerem certos tipos de ervas para limparem o trato intestinal (assunto que veremos num outro texto). Segundo a filosofia do Feng Shui, quando limpamos o nosso sistema de excreção interno, também estamos eliminando certos problemas emocionais que ali permaneceram ao longo dos anos.

Informações de pessoas que trabalham em necrotérios dão conta de que a decomposição do corpo humano nos dias de hoje é bem mais demorada em função das muitas substâncias preservativas, contidas nos alimentos e ingeridas em vida. E cientistas pesquisadores da NASA descobriram traços do leite materno no cólon de adultos, fato que indica que muitas pessoas levam consigo material fecal, compactado em seu cólon, ao longo da vida. Eis uma dica para minimizar os problemas de dificuldade de evacuação feita no vaso sanitário: sente-se com o corpo ereto e levante os dois braços bem acima da cabeça. Essa posição abre o trato intestinal de uma maneira semelhante à posição agachada.

Cada vez mais, os médicos recomendam que a limpeza do cólon é de fundamental importância para prevenção de doenças. Um cólon limpo permite o bem estar do corpo, que por sua vez influi na vida emocional da pessoa, pois as células, assim como uma plantinha, crescem saudáveis, quando se dá a remoção dos excrementos. A limpeza do cólon é responsável pela cura de noventa por cento das doenças, pois cada seção do cólon está ligada a uma parte do corpo.

Dicas para um cólon saudável:

  • homens e mulheres acima dos 50 anos devem fazer o exame de colonoscopia, pois o exame de sangue oculto nas fezes não é garantido, pode dar negativo e a pessoa estar com um tumor. O exame dura 20 minutos;
  • deve-se ir ao banheiro, tão logo sinta vontade;
  • nunca use laxantes, pois eles irritam e enfraquecem os intestinos;
  • faça jejum com água pura (ver antes um médico).

Fonte de pesquisa:
Feng Shui/ Karen Kingston

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