Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Cézanne – AS GRANDES BANHISTAS (II)

Autoria de Lu Dias Carvalho

ASGRANBA I

Vivicar Poussin pela natureza, tal é o classicismo a que aspiro. (Cézanne)

Um quadro retira sua força das tonalidades. (Cézanne)

O pintor francês Paul Cézanne pintou uma série de banhistas, tanto homens como mulheres, sendo As Grandes Banhistas, acima, uma das telas, e também considerada a mais importante da série. Para ele, os corpos nus de seus banhistas eram parte da paisagem, vistos como elementos naturais que a ela se integravam. O tema era usado pelo artista com a finalidade de fazer estudos sobre a ordenação das figuras no espaço e sua composição cromática, o que era muito comum na história da arte.

Neste quadro, as banhistas também estão divididas em dois grupos, separadas por um pequeno espaço, que permite ver a paisagem do outro lado do rio, com um campo aberto, árvores e algumas edificações. Ali também estão duas outras figuras humanas. As banhistas encontram-se nas mais diferentes posições: assentadas, deitadas, de pé, de cócoras, etc, numa perfeita união com a natureza.

As figuras que compõem o grupo da direita estão bem próximas. A luminosidade do sol atravessa as folhas e reflete no corpo das banhistas, que compõem a base de um triângulo, formado por duas árvores que vergam, e se encontram em cima, formando o ângulo superior. As cores usadas pelo pintor passam pelo azul-claro do céu, com nuvens brancas esparsas e toques de rosa, pelo azul mais forte da água, no qual espelham o verde-escuro da vegetação. Uma luz clara irradia sobre os corpos nus.

O pintor possivelmente não usou modelos vivos na sua série de telas sobre as banhistas, preferindo os desenhos de nus de seus estudos, muitos deles da época em que era estudante, ou os realizados ao visitar o Louvre, ou ainda os encontrados em revistas. Deles retirava aquilo que lhe convinha.

Cézanne levou sete anos trabalhando nesta tela. Uma das mulheres, de pé, à esquerda, toma exatamente a inclinação do tronco ao seu lado.

Nota: este quadro serviu de modelo para que Matisse pintasse suas banhistas.

Ficha técnica
Ano: c. 1898-1905
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 208 x 249 cm
Localização: Museum of Art, Filadélfia, EUA

Fontes de pesquisa
Cézanne/ Coleção Folha
Cézanne/ Abril Coleções
Cézanne/ Girassol
Cézanne/ Taschen
Grandes Pinturas/ Publifolha

Views: 4

Cézanne – AS GRANDES BANHISTAS (I)

Autoria de Lu Dias Carvalho

ASGRANBA

Pintar a natureza não é copiá-la, e sim tornar reais as sensações que ela desperta. (Cézanne)

O pintor francês Paul Cézanne pintou uma série de banhistas, tanto homens como mulheres, sendo As Grandes Banhistas, acima, uma das telas. Para ele, o nu fazia parte da paisagem. Apesar de belo, percebe-se que o quadro está inacabado, pois algumas personagens nem têm cabeça. Entretanto, torna-se impossível não se encantar com a mistura de tons verdes e azuis, que compõem a paisagem.

Um grande grupo de mulheres nuas, possivelmente uma dúzia delas, encontra-se à beira d`água. Elas estão divididas em dois grupos, que deixam uma passagem estreita entre si. Elas se mostram alegres e em grande harmonia. Umas estão deitadas e outras de pé. O artista não tem preocupação com a sensualidade, mas fundir os corpos com o espaço onde estão inseridos. Há uma grande árvore à direita, na qual uma mulher parece tentar subir. Elas estão totalmente alheias ao observador.

Ao pintar sua série de quadros sobre banhistas, despojados de tudo que fosse desnecessário, o artista estava à procura da perfeição e, sobretudo, de fundir o homem com a natureza, numa perfeita harmonia. Para ele não importava cada elemento humano modelado separadamente, mas o conjunto apresentado, numa simbiose com a natureza.

Ficha técnica
Ano: c. 1899-1904
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 51 x 61,7 cm
Localização: The Art Institute, Chicago, EUA

Fontes de pesquisa
Cézanne/ Coleção Folha
Cézanne/ Abril Coleções
Cézanne/ Girassol
Cézanne/ Taschen

Views: 6

Cézanne – OS JOGADORES DE CARTAS (II)

Autoria de LuDiasBH

OSJOCAR I

O pintor Paul Cézanne fez uma série de cinco quadros, todos com o mesmo nome – Os Jogadores de Carta – que retrata personagens sentados em volta de uma mesa, jogando cartas.

O quadro acima é a primeira pintura do ciclo. Uma cortina de cor amarela, puxando para o dourado, delimita a cena à direita. Cinco figuras humanas estão presentes no ambiente, onde paira um grande silêncio. Três homens estão assentados à mesa de madeira, concentrados no jogo, enquanto uma personagem feminina, assentada, e uma masculina, de pé, acompanham, imóveis, os lances dos jogadores. Três homens usam o mesmo tipo de chapéu, excetuando um dos jogadores, de frente para o observador, que tem a cabeça a descoberto.

Chama a atenção a ausência de um jogador, na parte frontal da mesa, que deveria estar ali, de costas para o observador. No lugar que deveria ser seu não existe uma cadeira, mas um cachimbo e algumas cartas. Ou ele se retirou do jogo, ou o pintor faz um convite ao observador, para que também faça parte da partida de cartas.

Ao fundo, na parede, estão dependurados quatro cachimbos e um quadro, do qual se vê apenas a metade. À esquerda está uma prateleira com um vaso em cima. Cézanne pintou outro quadro muito semelhante a este, mas onde não existe o quinto elemento – a mulher.

Os modelos são trabalhadores das terras de sua propriedade de Jas Bouffan, retratados nos momentos de folga.

Ficha técnica
Ano: c. 1890-1892
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 34 x 181,5 cm
Localização: Bernes Founddation, Bernes, EUA

Fontes de pesquisa
Cézanne/ Coleção Folha
Cézanne/ Abril Coleções
Cézanne/ Girassol
Cézanne/ Taschen

Views: 3

Cézanne – OS JOGADORES DE CARTA (I)

Autoria de Lu Dias Carvalho

OSJOCAR

Na sua composição Os Jogadores de Carta, pintada com uma grande gama de cores, Paul Cézanne restringe ao máximo os elementos, dando ênfase ao núcleo principal: uma mesa com uma garrafa de vinho e, frente a frente, dois homens jogando cartas.

As duas figuras mostram-se rígidas e extremamente concentradas, com os braços recostados à mesa e o rosto voltado para as cartas que têm às mãos. Ambos usam chapéus, de tipos diferentes, e parecem ter a mesma estatura. O jogador da esquerda, pintado com cores mais fortes, fuma um cachimbo e mostra-se mais tenso, com o corpo ereto. O espaldar de sua cadeira está à vista. O segundo jogador, pintado com cores mais claras, mostra-se bem mais tranquilo, trazendo as costas encurvadas, não sendo visto em sua totalidade.

O eixo central do quadro é a garrafa de vinho, que recebe um reflexo branco, mas ela não está centralizada simetricamente na composição, pois encontra-se mais à direita. Ela leva o olhar do observador para as mãos dos dois jogadores, como se ele, o observador, estive aguardando a próxima jogada. O último plano é escuro, tendo apenas uma pequena parte clara. Os reflexos da luz artificial estão presentes no cachimbo, na toalha e na garrafa.

Concentrados no jogo, o rosto dos dois homens não expressam emoção. O artista pintou os chapéus, de modo a trazer mais informações sobre eles. O da esquerda usa um chapéu maior, com o bojo para cima, e aba para baixo. O da esquerda usa um chapéu amassado, com abas voltadas para cima.

Os Jogadores de Cartas são representados numa série de cinco telas, sendo esta pintura, com sua organização simétrica, e com delicadas variações nas cores, a mais famosa e solene. Todas trazem os personagens sentados em volta de uma mesa, também jogando cartas. Os modelos são trabalhadores das terras de sua propriedade de Jas Bouffan, retratados nos momentos de folga.

Curiosidade
Este quadro foi comprado em 2011, por mais de 250 milhões de dólares, na mão do magnata grego George Embiricos, que jamais o emprestou para exposições ou se predispôs a vendê-lo, apesar das ofertas recebidas. Vendeu-o pouco antes de morrer. E, segundo a ARTnews, este era um dos quadros mais valiosos do artista em mãos particulares, uma vez que os outros quatro encontram-se em museus públicos.

Ficha técnica
Ano: c. 1890.1895
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 47 x 57 cm
Localização: Museu d´Orsay, Paris, França

Fontes de pesquisa
Cézanne/ Coleção Folha
Cézanne/ Abril Coleções
Cézanne/ Girassol
Cézanne/ Taschen
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Cézanne – RETRATO DE ACHILLE EMPERAIRE

Autoria de Lu Dias Carvalho

REAEMP

Sim, meu caro senhor, eu pinto como vejo, como sinto… e eu tenho sensações muito fortes. Os outros também sentem e veem como eu, mas não se atrevem … Eu me atrevo, senhor, atrevo-me… Tenho a coragem das minhas opiniões, e o último a rir é quem melhor ri! (Cézanne respondendo a um crítico)

O pintor Achille Emperaire, que sofria de nanismo, e era também corcunda, foi colega de Cézanne ainda na escola primária de Aix e seu condiscípulo no Atelier Suíço. Vivia em grandes dificuldades. Os dois tornaram-se grandes amigos, e, sem sombra de dúvida, foi essa a amizade mais verdadeira do pintor. Ao retratar Achille, Cézanne tinha como objetivo expor a obra no Salão de 1870. Contudo, a composição não foi aceita.

Cézanne retratou o amigo sem constrangimento, evidenciando seu defeito físico. Ele era assim, e era assim que deveria ser mostrado. Mas o júri entendeu que o quadro era grotesco, ao retratar o pintor mostrando sua deformidade física, ou seja, longe da perfeição anatômica exigida pelos cânones do academicismo.

Achille encontra-se de frente para o observador, sentado numa poltrona florida, diante de um fundo escuro, usando um casaco de azul intenso, um cachecol vermelho e calças alaranjadas, mostrando um olhar inteligente. Um banquinho serve de apoio para os pés do retratado, o que evidencia o seu pequeno tamanho. Ele não olha para o observador, mas concentra-se em algo à sua esquerda.

Na parte superior da tela, está uma frase, em letras de caráter tipográfico, que diz: “Achille Emperaire Pintor”. Alguns veem no quadro de Cézanne, Retrato de Achille Emperaire, certa parecência com Don Sebastián de Morra, de Velázquez, também numa posição frontal. E, com certeza, Cézanne tratou o amigo, ao retratá-lo, com o mesmo respeito que Velázquez dispensou aos anões, bufões e bobos da corte. Mas este quadro também foi recusado pelo Salão de Paris.

Ficha técnica
Ano: c. 1867-1870
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 200 x 122 cm
Localização: Musée d`Orsay, Paris, França

Fontes de pesquisa
Cézanne/ Coleção Folha
Cézanne/ Abril Coleções
Cézanne/ Taschen
Cézanne/ Girassol

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Cézanne – MAÇÃS E LARANJAS

Autoria de Lu Dias Carvalho

MACLAR

As flores murcham muito rapidamente; só as frutas se mantêm fiéis. Estão ali, como se pedissem perdão por ir perdendo a cor. (Cézanne)

O pintor francês Paul Cézanne era mestre na composição de naturezas-mortas, sendo Maçãs e Laranjas uma das mais conhecidas, dentre as cercas de 180 pintadas por ele, principalmente na fase final de sua carreira.

Embora o espaço seja pequeno, Cézanne conseguiu arrumar todos os elementos nele. As frutas, laranjas e maçãs, com suas cores vivas, criam uma bela harmonia com o branco da toalha e dos objetos de cerâmica.

À esquerda da composição vê-se parte de uma única fruta totalmente verde, que se encontra coberta por um pedaço da toalha. O pintor dá, a cada elemento de uma natureza-morta, a mesma importância que à cabeça de uma figura humana, tornando-o único.

Uma maçã, fora do prato, marca o centro da tela. Sua sobra azulada destaca ainda mais suas cores vibrantes. Próximas à jarra branca, com motivos florais, estão quatro frutas sobre a toalha.

O cortinado, que envolve os elementos da composição, tem por finalidade demarcar a perspectiva do quadro.

Ficha técnica
Ano: c. 1899
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 74 x 93 cm
Localização: Museu d´Orsay, Paris, França

Fontes de pesquisa
Cézanne/ Coleção Folha
Cézanne/ Abril Coleções
Cézanne/ Girassol
Cézanne/ Taschen

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