Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Klimt – A VIRGEM

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Em suas obras, Gustav Klimt quase sempre mostrava as mulheres sob o véu do erotismo. A sua composição A Virgem diz respeito à passagem do artista da fase dourada para um estilo diferente, quando começou a se inspirar nas obras impressionistas de de Schielle e Kokoschka.

Os elementos do quadro estão unidos numa forma ovalada, que se posiciona na tela em diagonal, devendo ser observados a partir do ângulo direito superior para o inferior. Tem-se a impressão de que o grupo gira no sentido anti-horário, como uma bacia num redemoinho. Uma das figuras, à esquerda, encontra-se de costas para o observador

As figuras femininas encontram-se assentadas num acolchoado florido, estando os corpos uns sobre os outros. A figura da virgem é o elemento principal da composição. Ela se encontra deitada no centro, numa atitude de pleno relaxamento, com os braços esticados para cima. Uma manta azul com desenhos em espiral cobre seu corpo nu. Em torno dela, suas companheiras encontram-se despertas, como se velassem por seu sono.

O fundo escuro da composição intensifica o colorido do conjunto ovalado, que está circundado por um círculo vermelho.

Ficha técnica
Ano: 1913
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 190 x 200 cm
Localização: Národní Galerie, Praga, República Tcheca

Fonte de pesquisa
Gustav Klimt/ Coleção Folha

Views: 30

Klimt – RETRATO DE ADELE BLOCH-BAUER I

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Gustav Klimt tornou-se o retratista preferido das mulheres da aristocracia vienense e da burguesia endinheirada. A sua retratada, Adele Bloch-Bauer, era filha de um banqueiro, que também era dono da companhia ferroviária responsável pelo famoso Orient Expresse. Era uma mulher importante que frequentava o mais alto círculo de Viena, inclusive, sendo amiga do psicanalista Sigmund Freud.

Ferdinand Bauer, o milionário esposo de Adele, encomendou a Klimt um retrato dela, então com 21 anos de idade. Talvez tenha sido uma das obras mais trabalhosas e demoradas do artista, tamanha era a complexidade do trabalho, elaborado em óleo, prata, ouro e gesso.

A posição de Adele na composição é ambígua, pois tanto parece que está sentada como de pé. Ela se encontra luxuosamente vestida, como se fosse uma rainha, mas parece sufocada em meio a tanto ornamento e riqueza. O tecido do vestido, composto por desenhos abstratos, formas geométricas e motivos oculares, mistura-se com o do espaldar da cadeira.

A postura das mãos de Adele tem como finalidade disfarçar uma malformação que ela tinha em um dos dedos. Seu braço esquerdo está coberto por duas belas pulseiras. O ouro compõe o vestido da retratada e o fundo da composição.

Quando a Áustria foi anexada à Alemanha, esta obra foi parar na mão dos nazistas, mas no pós-guerra, passou a pertencer ao governo austríaco. Os herdeiros só tiveram acesso à obra depois de uma longa batalha de 12 anos.

Cinco anos depois, Klimt voltou a pintar outro retrato de Adele por encomenda de Ferdinand, de modo que ela foi a única modelo a fazer parte, duas vezes, da obra do artista. A obra Retrato de Adele Bloch-Bauer I é o retrato mais célebre de Klimt, e juntamente com O Beijo, diz respeito ao apogeu do pintor em sua fase dourada.

Ficha técnica
Ano: 1907
Técnica: óleo e folha de ouro e prata sobre tela
Dimensões: 140 x 140 cm
Localização: Coleção particular

Fonte de pesquisa
Gustav Klimt/ Coleção Folha
Aventuras na História/ Editora Abril
História da arte no ocidente/ Editora Rideel

Views: 9

Klimt – O BEIJO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O Beijo é tido como a composição mais extraordinária de Gustav Klimt, sua obra-prima, vista como um ícone da arte do século XX, ao representar com tanto ardor o amor sensual. Ao lado de “Retrato de Adele Bloch-Bauer I” (presente neste site), O Beijo diz respeito ao apogeu do pintor em sua fase dourada que vai de 1903 a 1909, quando o artista fazia uso do ouro em suas obras. Trata-se de uma composição muito rica, onde se destacam a presença de folhas de ouro e de prata opacas e brilhantes e de fio de ouro (encontrados no vestido da mulher). Além disso, pó de ouro cobre o fundo marrom-avermelhado da tela.

Um casal encontra-se no centro da composição, ajoelhado sobre um tapete floral, numa intensa manifestação de amor, num local indeterminado, como se só existissem os dois amantes. Não se trata de um mero gesto de carinho, mas de um momento intensamente íntimo em que os sentidos estão todos direcionados para o beijo. Vemos muito pouco do corpo do casal.

O homem veste um imenso quimono que cobre todo o seu corpo, excetuando a cabeça cingida por uma coroa de hera. O pescoço e as mãos envolvem o rosto da mulher, puxando-o em sua direção, com o objetivo de beijá-la na boca. O homem encontra-se de frente, mas a posição da cabeça impossibilita a visão de seu rosto. Ele inclina o rosto da amada para beijá-lo, deixando-a ruborizada, mas seus olhos fechados denotam total entrega, submissão.

A mulher ajoelhada, com a cabeça apoiada nos ombros, tem o corpo de perfil e também usa flores nos cabelos. Ela mostra apenas o rosto, o braço direito, mãos e pés. Seu rosto, com os olhos e lábios fechados, está voltado para o observador. Seus pés estão descalços, deixando visíveis parte das pernas. Com a mão direita, ela cinge o pescoço do amante e com a esquerda afaga sua mão.

Pela decoração das túnicas é possível divisar a roupa de um e de outro. O homem veste um gigantesco quimono amarelo, cheio de retângulos e quadrados em tamanhos diversos, nas cores preta, prata e branca. A mulher usa um delicado vestido que se encaixa nos talhes de seu corpo, com círculos de vários tamanhos, representando as inflorescências. A pele dele é mais escura e a dela mais alva.

Ao contrário de outras obras, nesta Klimt dá ao homem um papel ativo, enquanto a mulher não se mostra como uma “femme fatale”, mas passiva, ajoelhada, numa entrega total ao amor, bem diferente de outras obras do artista. Há mais ternura do que erotismo na cena. As duas figuras encontram-se ricamente vestidas num espaço pictórico decorado com vários motivos de padrões geométricos e cores.

A posição das figuras é muito controversa. Alguns veem atrás das duas figuras uma poltrona de espaldar alto, outros dizem que o casal está dentro de um sino dourado, e outros que só estão presos ao espaço pelo tapete de flores, e mais outros que se trata de um halo dourado a cair em forma de cascata. Eu fico com a primeira explicação em razão da mudança da decoração que passa atrás da cabeça de ambos, descendo pelas costas da mulher, até suas pernas e pés. E você?

Ficha técnica
Ano: 1907-1908
Técnica: óleo e folha de ouro e prata sobre tela
Dimensões: 180 x 180 cm
Localização: Österrichische Galerie Belvedere, Viena, Áustria

Fonte de pesquisa
Gustav Klimt/ Coleção Folha
Arte/ Publifolha
Arte do século XX/ Taschen

Ficha técnica
Ano: 1907-1908
Técnica: óleo e folha de ouro e prata sobre tela
Dimensões: 180 x 180 cm
Localização: Österrichische Galerie Belvedere, Viena, Áustria

Fonte de pesquisa
Gustav Klimt/ Coleção Folha
Arte/ Publifolha
Arte do século XX/ Taschen

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Klimt – ÁGUA AGITADA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Na sua composição Água Agitada, Klimt, a exemplo de outros pintores da época, evoca a temática mitológica das sereias e ninfas, que se fará presente em muitas outras obras suas. Trata-se de um quadro simbolista.

 Klimt apresenta cinco figuras femininas nuas, que parecem flutuar rio abaixo, levadas por uma corrente. No canto direito, na parte inferior da tela, um ser estranho observa as mulheres, numa expressão de encabulamento.

 Ficha técnica
Ano: 1898
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 52 x 65 cm
Localização: Coleção particular

Fonte de pesquisa
Gustav Klimt/ Coleção Folha

Views: 5

Klimt – RETRATO DE SONJA KNIPS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Retrato de Sonja Knips foi o primeiro retrato feminino encomendado ao pintor. Nessa época, ele já era reconhecido como um talentoso artista, tanto pela nobreza quanto pela alta sociedade. Sendo esta obra de grande importância para tornar Klimt o pintor favorito das endinheiradas damas burguesas.

A esguia Sophie Amalia Maria Potier des Echelles, apelidada de Sonja, tinha 25 anos quando pousou para este retrato. Ela se encontra no lado direito da tela, sentada na ponta de uma poltrona branca, como se estivesse preste a se levantar. Usa um suntuoso vestido cor de rosa e uma bolsinha vermelha, que se destacam ainda mais em razão do fundo escuro da tela. Sonja tem o corpo inclinado para a frente e olha diretamente para o observador, embora mostre-se distante.

Vê-se que Kimt dedicou ao vestido uma atenção especial, ao destacar a gola, ombros e cintura com pinceladas brancas. Atrás da retratada, o artista pintou orquídeas brancas e vermelhas. Também é possível notar flores e folhas na parte superior da tela, o que dá a impressão de que Sonja estava num jardim.

Ficha técnica
Ano: 1898
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 141 x 141 cm
Localização: Österreichische Galerie Belvedere, Viena, Áustria

Fonte de pesquisa
Gustav Klimt/ Coleção Folha

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Klimt – O TEATRO EM TAORMINA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A pintura O Teatro em Taormina, obra do artista austríaco Gustav Klimt, e que mostra uma cena de dança e música, é um dos quatro afrescos pintados pelo artista no Burgtheater.

Klimt organizou sua obra em três planos:

1. O primeiro mostra uma cena teatral, com vários personagens.
2. O segundo é preenchido por uma série de colunas, trazendo embaixo um grupo de pessoas que conversa entre si, enquanto um personagem desce as escadas, deixando o local, próximo à estátua de uma vitória alada.
3. O terceiro apresenta a baia da Sicília e um circo romano, no fundo.

À esquerda, em primeiro plano, três figuras femininas estão próximas a um jardim florido. Duas delas, a flautista e a dançarina, tocam instrumentos musicais, enquanto uma terceira dança com um longo véu. Duas das personagens estão nuas, em contraste com uma que se encontra vestida da cabeça aos pés.

Na parte esquerda, ainda em primeiro plano, duas figuras masculinas acompanham a dança, recostados em seus leitos.

À época, a pintura vienense tinha caráter de historicidade, o que obrigava os pintores a se enfronhar na história, de modo a trazer para a composição a maior veracidade possível.

Ficha técnica
Ano: 1986-1888
Técnica: óleo sobre fundo de estuque
Dimensões: c. 750 x 400 cm
Localização: Burgtheater, Viena, Áustria

Fonte de pesquisa
Gustav Klimt/ Coleção Folha

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