O pintor italiano Vittore Carpaccio (c. 1465 – 1525/26) era filho de um comerciante de peles. É tido como um dos grandes nomes do Renascimento veneziano. Foi assistente de Gentile Bellini e possivelmente seu aluno, tendo ajudado seu irmão Giovanni Bellini a decorar o palácio Ducal, mas sua obra foi destruída no incêndio de 1577. Além destes dois grandes nomes da pintura italiana, Carpaccio também foi influenciado por Antonello da Messina. Infelizmente se conhece muito pouco da vida do pintor.
A Scuola de Santa Úrsula incumbiu-o de sua decoração, encomendando-lhe inúmeras séries de pinturas. O primeiro quadro foi a “Chegada à Colônia”. Também trabalhou na decoração da Scuola degli Schiavoni – sua obra mais importante – e também na dos albaneses. Em 1508 o pintor foi encarregado de avaliar alguns afrescos pintados por Giorgione, o que comprova sua boa reputação junto ao meio artístico de de Veneza. Três anos depois pintou “Vista de Jerusalém” para o Marquês Gonzaga de Mântua.
O estilo do pintor era muito original, pois ele misturava temas reais com lendários, sendo esses produtos de sua imaginação. Ainda que se encontrasse em seu método narrativo “por acréscimo” influências do estilo típico do Renascimento primitivo, já se via na obra de Carpaccio a atmosfera plena de luz e a perspectiva inovadoras. Contudo, os críticos modernos foram os responsáveis por reconhecer seu real valor como artista. Até então era visto apenas como mais um dos discípulos de Gentile Bellini. Sua força expressiva e o poder de sugestão de suas cores foram notados por um crítico no século XVIII, mas apenas isso.
Foi no século XIX que os significados espirituais de Carpaccio, assim como seus elementos de fantasia e lirismo, foram encontrados. Mesmo assim, só recentemente é que os componentes racionais de seu estilo – principalmente a unidade arquitetônica da composição e sua maneira inovadora de representar o espaço visual – passaram a ser valorizadas pelos críticos, trazendo sua obra para os nossos dias e dando-lhe o valor merecido.
Carpaccio teve dois filhos: Benedetto e Pietro, mas, como eram medíocres, não lograram êxito na pintura, ainda assim deram continuidade à obra do pai até meados do século XVI.
Fontes de pesquisa
Gênios da pintura/ Abril Cultural
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
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