Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Rubens – OS QUATRO CONTINENTES

Autoria de Lu Dias Carvalho

OQUACON

A composição denominada Os Quatro Continentes, também chamada de Os Quatro Rios do Paraíso e ainda As Quatro Regiões do Globo, é uma obra alegórica do pintor barroco Peter Paul Rubens, o mais importante de todos os pintores flamengos do século XVII. Além de ter conhecido vários países, tendo sido diplomata, o artista era também muito culto. Por isso, acredita-se que ele tenha pintado os quatro continentes, personificados em figuras femininas, cada uma acompanhada de um deus tutelar: Europa, África, Ásia e as Américas, tema que era muito comum entre os artistas barrocos.

Esta pintura pertence ao período mais “clássico” do artista. Suas figuras apresentam destacados relevos que remetem às esculturas antigas, enquanto o desenho lembra a arte monumental de Michelangelo. A coloração viva e cheia está de acordo com a tradição veneziana. O artista conseguiu grande harmonia na composição, apesar dos variados elementos que nela se encontram. Presume-se que o crocodilo e a tigresa basearam-se em estudos vivos.

Por se tratar de uma alegoria, este quadro tem tido várias interpretações. Uma delas é a de que quatro deuses estão debaixo de uma tenda, ao lado de quatro mulheres (tidas em algumas interpretações como ninfas) abraçando ou sendo abraçados por elas. Cada um deles representa um continente. A tigresa com seus filhotinhos mamando representa o rio Tigre, enquanto um gigantesco jacaré simboliza o rio Nilo.

Uma segunda interpretação diz que as mulheres personificam os quatro continentes (Europa, Ásia, África e Américas), enquanto os homens representam os rios: o Nilo na África, o Danúbio na Europa, o Ganges na Ásia e o rio Prata na América. Excetuando a mulher negra, as demais foram pintadas com as mesmas feições das europeias. A tigresa ameaçando o jacaré para proteger os filhotes, simbolizaria a Ásia e o homem com um leme simbolizaria o rio Danúbio.

De acordo com uma das interpretações (Enciclopédia dos Museus) as figuras estariam assim distribuídas:

  • em cima, à esquerda, estão a Europa e o rio Danúbio;
  • embaixo, a África e o rio Nilo;
  • à direita, na frente, estão a Ásia e o rio Ganges;
  • atrás, a América e o rio Amazonas.

Nota: são cinco os continentes, mas o quinto, Oceania, não foi representado, pois ainda não se tinha conhecimento pleno dele à época. A obra foi cortada em todos os lados.

Ficha técnica
Ano: 1615
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 209 x 284 cm
Localização: Kunsthistorisches Museum, Viena, Áustria

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
os-quatro-continentes-de-peter-paul…https://books.google.com.br/books?id Os+quatro+continentes,+Peter+Paul+
https://books.google.com.br/books?isbn=8506072379

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Ticiano – DIANA E ACTEÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada Diana e Acteão é uma das obras-primas do pintor italiano Tiziano Vacellio, conhecido por Ticiano, e faz parte de um conjunto de telas célebres do pintor (Poesies), baseadas nas Metamorfose de Ovídio. Ela mostra o momento em que a deusa recebe a visita de um intruso, durante seu banho.

Encontra-se Diana tomando banho numa fonte, ao lado de suas ninfas, todas nuas, quando é surpreendida por um jovem que ali aparece inadivertidamente. A deusa está sentada sobre um manto vermelho e traz sobre a cabeça uma coroa de perolas, encimada por uma lua crescente. Ela se mostra perturbada, e tenta cobrir o rosto e os seios com uma toalha branca, ajudada por uma criada negra, com veste vermelha e branca, que se posta atrás dela. Uma ninfa enxuga-lhe o pé direito, sem se mostrar incomodada com a presença do intruso. As outras ninfas tentam se esconder das mais diferentes formas: virando o corpo, ocultando-se atrás de uma coluna de pedra, usando uma toalha para cobrir-se, etc.

O jovem Acteão, usando sua roupa de caçar, mostra-se perplexo ao deparar-se com a deusa e seu séquito, levantando os braços. Sua surpresa é tão grande que seu arco cai no chão, a seus pés. Nas costas, ele carrega sua aljava. Leva consigo seus dois cães. Ao lado da deusa, um cãozinho parece querer enfrentar os invasores.

O crânio de um veado, acima da coluna, e as peles de caça penduradas nas árvores, acima da cabeça de Diana, já prenunciam a morte do jovem Acteão. Um regato separa Acteão da deusa e de seu séquito. Por entre o vão das árvores e da abóboda descortinam-se montanhas e um céu azul, com nuvens pesadas.

Segundo a mitologia romana, Diana era a deusa da caça que, zelosa de sua virgindade, transformou o caçador Acteão em cervo, por tê-la visto nua durante o banho. Ele foi morto por seus próprios cães e estraçalhado por eles.

Ficha técnica
Ano: c. 1556-1559
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 184,5 x 202,2 cm
Localização: National Gallery of Scotland, Escócia, Grã-Bretanha (em empréstimo)

Fontes de pesquisa
Ticiano/ Taschen
http://www.nationalgallery.org.uk/paintings/titian-diana-and-actaeon

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Ticiano – DIANA E CALISTO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada Diana e Calisto é uma das obras-primas do pintor italiano Tiziano Vacellio, conhecido por Ticiano, e faz parte de um conjunto de telas célebres do pintor (Poesies), baseadas nas Metamorfoses de Ovídio. Ela retrata o momento em que a gravidez da ninfa Calisto é revelada à deusa Diana.

A pintura mostra a ninfa Calisto sendo obrigada por suas companheiras, a tomar banho diante de Diana, para que essa tome conhecimento de sua gravidez. A deusa encontra-se inclinada para frente, sendo apoiada por uma participante de seu séquito. Traz uma coroa de pérolas na cabeça. Com a mão esquerda, recosta-se na mulher e com a direita acusa a ninfa por ter perdido sua virgindade. Ao voltar-se para o grupo, onde se encontra Calisto, seu rosto pefilado fica na sombra. Ela é maior do que as demais personagens, o que a identificada como principal. A composição divide-se em dois grupos separados por um chafariz, que traz um pequeno cupido segurando um vaso com água, de onde desce água.

Calisto encontra-se no chão, segura por três ninfas, sendo que uma delas, mais escondida, contém seu pé direito. Uma ninfa, de pé, à esquerda, levanta o manto da vítima, para mostrar a Diana a sua volumosa barriga, desmascarando-a. A ninfa, que segura a maior parte de seu corpo, vira-se para a deusa com certo prazer estampado no rosto, esperando o julgamento da companheira grávida.

O séquito de Diana é composto por dez figuras e dois cães de caça. A mulher, vestida de azul, carrega uma aljava na cintura e um arco na mão direita. Outra aljava aparece na cintura da figura de rosa, que ampara Diana. A ninfa, que se encontra de costas para o observador, segura uma flecha com a mão esquerda, enquanto ampara-se numa aljava e num arco no chão.

Conta o mito que a ninfa Calisto havia jurado amor eterno à deusa Diana, mas Júpiter sentiu-se seduzido por sua beleza. Para aproximar-se dela, o deus dos deuses tomou a forma da deusa que ela venerava, possuiu-a e engravidou-a. Mesmo tendo ela sido violentada por Júpiter, através de sua capacidade de metamorfosear-se, Diana não aceitou o acontecido, expulsando-a de seu séquito. Ela foi depois transformada por Juno (esposa de Júpiter) numa ursa, sendo quase morta por seu filho, e elevada até às estrelas por Júpiter, compadecido com seu sofrimento.

Ficha técnica
Ano: c. 1556-1559
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 187 x 204,5 cm
Localização: National Gallery of Scotland, Escócia, Grã-Bretanha (em empréstimo)

Fontes de pesquisa
Ticiano/ Editora Taschen
http://www.nationalgallery.org.uk/paintings/titian-diana-and-callisto

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Ticiano – O RAPTO DE EUROPA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada O Rapto de Europa é uma das obras-primas do pintor italiano Tiziano Vacellio, conhecido por Ticiano, e faz parte de um conjunto de telas célebres do artista (Poesies), baseadas nas “Metamorfoses” de Ovídio, feitas para o rei da Espanha, Filipe II. Ela mostra o momento em que Europa é raptada por Júpiter, que toma a forma de um manso touro branco, levando-a a subir em suas costas.

A princesa encontra-se em difícil equilíbrio nas costas do belo e vigoroso touro branco, que adentra pelo mar com tão preciosa carga, em direção à ilha de Creta, onde a violação será levada a efeito. Ao descobrir que estava sendo raptada, Europa, com as roupas revoltas, mostra-se desesperada. Seu braço erguido, segurando o manto vermelho, encobre seu rosto, que olha para os dois cupidos acima, personificando a paixão. Suas pernas afastadas, ao mesmo tempo em que mostram a sua tentativa de desvencilhar-se de seu raptor, também intuem desejos por parte dela e o fato de que será desvirginada por Júpiter.

Europa traz a mão direita no chifre do touro, que também se mostra apavorado com a princesa às suas costas, temendo que ela caía no mar escuro e seja devorada por dois animais escamosos, predadores do oceano, presentes na tela. O touro tem a cabeça voltada para a direita, enquanto Europa olha em posição contrária. Sua cauda segue em direção a um cupido, que navega nas costas de um animal estranho, seguindo a princesa e Júpiter, e sugere que esteja a lhe pedir ajuda.

Na praia, pessoas do séquito da princesa clamam ao vê-la, juntamente com o touro, sumir mar adentro. No alto da composição, dois cupidos sobrevoam a dupla, portando arcos e flechas.

Ticiano deixa bem claro que se trata de uma cena de rapto e, que Aurora será estuprada. Ele mostra que, apesar do horror vivido pela princesa, esse também se transforma num estado de satisfação por parte da vítima, que não tem escolha.

Ficha técnica
Ano: c. 1556-1562
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 185 x 205 cm
Localização: Isabella Stuart Gardner Museum, Boston, EUA

Fontes de pesquisa
Ticiano/ Editora Taschen
http://www.gardnermuseum.org/collection/artwork/3rd_floor/titian_room/europa

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Ticiano – VÊNUS VENDANDO O AMOR

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada Vênus Vendando o Amor é uma das últimas obras mitológicas do pintor italiano Tiziano Vacellio, conhecido por Ticiano.

Na composição estão presentes Vênus, sentada, com uma coroa na cabeça, duas ninfas (ou Graças) e Cupido, em dois momentos. No primeiro, Cupido (Anteros) encontra-se atrás da mãe, que traz o rosto ligeiramente voltado para ele, alertando-a, possivelmente, para os perigos do amor voltado para as emoções relativas ao prazer do amor físico. Ele representa o amor que edifica. O segundo Cupido (Eros), no colo de Vênus, está sendo vendado com uma fita amarelada e simboliza o amor terreno, o amor físico com suas sofridas paixões. A deusa mostra-se mais afeita ao Cupido do amor terreno, trazendo certa malícia na fisionomia.

Duas mulheres do séquito de Vênus, postadas à sua frente, ao verem o Cupido, deus do amor carnal, sem seus atributos do amor, entregam-nos à deusa. A mulher mais alta entrega o arco, e a menor entrega a aljava carregada de setas.

Atualmente, alguns críticos acham que a figura segurando a aljava de flechas é a ninfa Afeto civil, e a segunda, segurando o arco, é Diana, a deusa da caça e da virgindade. Ticiano pode ter utilizado Afeto civil e Diana para simbolizar o amor casto, e o Cupido vendado para simbolizar o amor advindo da paixão cega, desenfreada. Todas as três mulheres mostram tensão na fisionomia, revelando que, qualquer que seja a forma de amor, existe sempre certa inquietude nele.

Ficha técnica
Ano: c. 1565
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 118 x 185 cm
Localização: Galeria Borghese, Roma, Itália

Fonte de pesquisa
https://romangodsandmonsters.wordpress.com/jen-sproul-venus-and-mars/jen-2/

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Ticiano – DÂNAE A RECEBER A CHUVA DE OURO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada Dânae a Receber a Chuva de Ouro é uma obra do pintor italiano Tiziano Vacellio, conhecido por Ticiano. O rei Fillipe II, ao ficar noivo de Maria Tudor, encomendou ao artista uma série de pinturas mitológicas, que esse denominou “Poesie”, sendo esta pintura o primeiro trabalho a ser enviado ao monarca.

A voluptuosa Dânae encontra-se nua, recostada nas almofadas que compõem o seu leito branco, com as pernas ligeiramente entreabertas, quando recebe a visita de Júpiter (Zeus), que a fecunda através de uma chuva de moedas de ouro. Ela se mostra tranquila, olhando para cima, como se não entendesse o que está acontecendo. Sua mão direita descansa na almofada e a esquerda entre as pernas. À sua direita encontra-se um cãozinho enrodilhado, dormindo tranquilamente.

Sentada no leito de Dânae, sobre uma colcha vermelha, encontra-se uma mulher malvestida, guardiã da torre, onde se encontra confinada a princesa, conforme mostram as chaves penduradas na sua cintura. Ao ver as moedas de ouro cair sobre a jovem, ela levanta, sôfrega, seu avental, no intuito de pegar algumas.

Através da abertura na torre, vê-se um céu acinzentado, com nuvens turbulentas, próximas à presença de Júpiter, em forma de chuva de ouro, onde um clarão dourado faz-se presente, cobrindo parte da cortina vermelha, à esquerda.

Segundo o mito, a bela Dânae era filha do rei Acrísio, que ambicionava ter um filho, para sucedê-lo. Assim, resolveu consultar o oráculo de Delfos sobre a chegada de um menino. Contudo, a resposta recebida deixou-o profundamente preocupado. Segundo a predição do oráculo, ele seria morto por seu próprio neto, ou seja, pelo filho de Dânae. Temeroso, Acrísio aprisionou a filha numa torre, muito bem vigiada, para que ela não tivesse contato com nenhum humano ou divindade, vindo a gerar um filho.

Zeus (Júpiter) que sempre traíra a esposa Hera (Juno), viu-se apaixonado pela princesa Dânae e, para ter acesso a ela, transmutou-se numa chuva de ouro, que se entranhou por uma rachadura no teto, engravidando-a. Ela viria a dar à luz o herói Perseu, responsável por matar a Medusa. Ao tomar conhecimento do acontecido, o rei ordenou que mãe e filho fossem postos numa arca, bem fechada, e jogados no mar. Quis o destino que a arca fosse encontrada por um pescador, que levou ambos ao rei de seu país, Polidectes, que os recebeu com muita alegria.

Ticiano fez, no mínimo, cinco representações desta tela, com poucas variações. O cãozinho, por exemplo, está fora de algumas delas. A primeira encontra-se em Napóles. Essas obras mitológicas eróticas foram muito influentes no trabalho de outros pintores.

Ficha técnica
Ano: c. 1551-1553
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 129 x 180 cm
Localização: Museu Nacional do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
Ticiano/ Taschen
https://translate.google.com.br/translate?hl=ptBR&sl=en&u=http://artandcritique.com/titian-danae-with-nursemaid

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