Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Monet – MULHER SENTADA SOB OS SALGUEIROS

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição denominada Mulher Sentada sob os Salgueiros é uma obra do pintor impressionista francês Claude-Monet. Ao criar este quadro, seu estilo já se encontrava totalmente amadurecido, como mostram os efeitos alcançados em sua obra. O artista não se preocupa com as formas, mas tão somente em capturar o ressoar passageiro da luz sobre a mulher e tudo em volta, mostrando a transitoriedade de um mundo em que tudo não passa de instantes.

A cena apresenta uma mulher sentada na relva, debaixo de dois grandes salgueiros, que parecem se arredar para dar espaço, ao fundo, a algumas edificações. Ela veste um vestido branco comprido que lhe cobre os pés. Traz na cabeça um chapéu e no colo um livro que parece ler atentamente. Não é possível observá-la direito, pois a luz que cai sobre ela torna seus traços diluídos. O mesmo acontece com a natureza e as edificações.

Esta pintura remete-nos à musica de Lulu Santos, intitulada “Como uma Onda”:

Nada do que foi será/ De novo do jeito que já foi um dia/ Tudo passa/ Tudo sempre passará… Tudo que se vê não é/ Igual ao que a gente/ Viu há um segundo/ Tudo muda o tempo todo/ No mundo…

Ficha técnica
Ano: 1880
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 81 x 60 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Chardin – MOÇA DESCASCANDO NABOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

O francês Jean-Baptiste-Siméon Chardin (1699-1799) é tido como um dos mais importantes pintores de naturezas-mortas da arte europeia, sendo suas obras muito estudadas pelos artistas do gênero posteriores a ele. As suas naturezas-mortas, assim como sua pintura de gênero, são elementos importantes da arte francesa. Seu estilo era próprio, simples e elegante. Continua a ser um dos grandes mestres do século 18 e um dos melhores pintores de cotidiano de todos os tempos.

A composição intitulada Moça Descascando Nabos e também conhecida como A Criada é uma obra do artista. Uma jovem mulher encontra-se na cozinha, sentada sobre uma cadeira de madeira torneada. Ela tanto pode ser a dona da casa como uma criada. Cumpre a obrigação diária de descascar vegetais. Usa uma saia vermelha longa, um casaco de frio e um xale. Ao colo traz um avental esbranquiçado e na cabeça uma touca da mesma cor. Na mão direita segura uma faca e na esquerda um nabo, ambos descansando em seu colo.

No chão da cozinha, à  esquerda da jovem, veem-se uma abóbora, duas batatas e quatro nabos. Numa vasilha de barro com água, à sua frente, ela joga os vegetais descascados. Num cepo, usado para cortar alimentos duros, está fincada uma machadinha, podendo ser visto uma mancha de sangue. Encostado nele está uma frigideira e, logo atrás, um caldeirão.

O ambiente é rústico e descuidado, sem nenhum tipo de ostentação, com uma parede escura ao fundo e o chão de cor parecida, destacando ainda mais a moça em sua vida doméstica. Ela se mostra pensativa ou cansada, com o olhar fugidio, aparentando não levar uma vida fácil, sem contudo demonstrar alegria ou tristeza. Os tons da pintura são combinados e abrandados, sendo a personagem mais clara, porém cheia de matizes.

Ficha técnica
Ano: c. 1740
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 46 x 37 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

 Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Gauguin – FATATA TE MITI

Autoria de Lu Dias Carvalho

Sua arte estava no limiar da Art Nouveau (Marchiori)

Minhas ocupações eram muito simples: sonhar acordado, banho, banheiro, especialmente. (Gauguin)

Não há exagero na arte. E eu até acredito que há salvação somente em extremos. (Gauguin)

A composição intitulada Fatata Te Miti (À Beira do Mar) é uma obra do pintor francês do pós-impressionismo Eugène-Henri-Paul Gauguin, pioneiro do simbolismo. Foi feita na ilha do Taiti, pertencente à França, durante sua primeira viagem ao lugar. Ele viveu ali durante muitos anos, passando por momentos dramáticos e também apaixonantes. Dentre as obras-primas produzidas no local, chamadas de “arte selvagem”, encontra-se esta com título na língua nativa da ilha. Trata-se de uma cena de gênero taitiana. E, como outros de seus trabalhos, esta pintura ilustra as tendências do artista para a arte decorativa.

A cena retratada por Gauguin mostra duas mulheres taitianas, nuas, vistas de costas. Uma delas está pulando na água do mar, enquanto a outra se encontra retirando seu pareô. Mais adiante, em segundo plano, aparece a figura de um pescador que traz na mão direita uma lança. Não há qualquer constrangimento entre as mulheres e o homem.

Para retratar o ambiente tropical, o artista usa cores fortes e alegres, a fim de aludir aos prazeres sensuais. Ele usa, por exemplo, o rosa púrpura para as areias, em primeiro plano, e amarelo e alaranjado para as flores. Para dar mais luminosidade à pintura, Gauguin sobrepôs uma fina camada de cera transparente na sua superfície.

Ficha técnica
Ano: 1892
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 140,5 x 129 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.wga.hu/html_m/g/gauguin/04/tahiti23.html

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Rousseau – A SELVA EQUATORIAL

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição A Selva Equatorial, também conhecida como Paisagem Exótica II, é uma obra do pintor francês Henri Rousseau, que traz como tema a selva. O artista criou um total de vinte e seis telas com temas relativos a florestas exóticas. É  interessante notar que, de um quadro para outro, a sua criatividade foi ficando cada vez mais aguçada. Este é um dos últimos trabalhos do pintor inspirados em tal temática.

Em sua pintura, Rousseau apresenta uma selva exótica, repleta de densa folhagem, cheia de bichos sempre à espreita de suas caças. Não é possível identificá-los, pois são produtos da imaginação criativa do pintor que, durante toda sua vida na cidade de Paris, conservou a ingenuidade de sua criação. Chama a atenção a sua maravilhosa assinatura na base inferior, à direita desta composição.

O artista que foi escarnecido, ridicularizado e servido de motivo de chacota no século XIX, passou a causar um grande sentimento de admiração na vanguarda artística, no início do século XX.

Ficha técnica
Ano: 1909
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 68 x 91,5 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Weyden – RETRATO DE UMA SENHORA

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição denominada Retrato de uma Senhora, também conhecida como Retrato de uma Dama, é uma obra-prima do pintor nórdico Rogier van der Weyden. É tida como o melhor dos retratos feitos pelo artista, cuja maestria de retratar igualava à de Jan van Eyck. Foi executado após a volta do pintor de uma viagem à Itália, onde recebeu muitas influências. É um exemplo da elegância abstrata característica dos retratos tardios de Rogier. A modelo pode ter sido Marie de Valengin, filha “ilegítima” de Filipe, o Bom, Duque de Borgonha.

A jovem retratada, com suas características suaves e arredondas, apresenta-se diante de um fundo liso e escuro, o que lhe dá ainda mais projeção. Ela se mostra concentrada e sóbria. Não olha para o observador, mas mostra-se recolhida em seu próprio mundo, com os olhos voltados para baixo, denotando um caráter fechado. Os olhos cansados, os lábios unidos e os dedos tensos refletem a sua concentração mental. A postura firme de suas mãos é reminiscente dos retratos góticos germânicos.

A mulher usa um bem elaborado toucado branco e transparente na cabeça, que serve de modelagem e fundo para o rosto. Traz as mãos juntas, em forma de pirâmide, que se assemelha à pirâmide maior, composta por toda a sua figura. Na mão direita, apoiada sobre a esquerda, ela apresenta uma aliança de casada e no dedo mindinho da mão direita usa um anel com a marca de uma cruz. O enorme toucado que lhe cobre as orelhas, desce-lhe pelos ombros e costas. Seus cabelos estão arranjados para trás e sua testa longa, com os cabelos arrancados, é uma moda da época. As roupas são bem elaboradas. Um cinto vermelho com fivela de ouro trabalhada mostra se tratar de um membro da nobreza da corte de Borgonha.

Este retrato é bem parecido com outro feito pelo pintor, com uma mulher um pouco mais jovem, levando o quadro o mesmo título e ano, porém, sendo menos elaborado do que este. De maneira geral, os retratos de mulheres do Weyden são bem parecidos, tanto em conceito quanto em estrutura. Os traços fisionômicos das retratadas são sempre muito semelhantes.

Ficha técnica
Ano: c.1460
Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 37 x 27 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Ticiano – SÃO JERÔNIMO PENITENTE

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição São Jerônimo Penitente é uma obra do pintor italiano Ticiano Vecellio. O artista acrescentou, mais tarde, a parte recurva do painel, conforme mostram cópias da pintura. Na sua pintura, Ticiano opta pelo estilo monumental, sem preconceitos retóricos. Mostra uma liberdade lírica, dando ênfase à forte emoção visual. Essa obra tornou-se tão famosa, que numerosas cópias, réplicas e imitações dela foram feitas, podendo ser citada uma de Peter Paul Rubens e outra de Busasorzi. O pintor pintou outros quadros com o mesmo tema.

A pintura apresenta o asceta São Jerônimo,  seminu, meio ajoelhado numa clareira. O pôr do sol banha o local, iluminando as pedras e o corpo do santo que se flagela diante do crucifixo de Cristo, preso num tronco de árvore. Sua mão esquerda se segura numa rocha, enquanto a direita empunha uma pedra redonda, instrumento de seu suplício.

O asceta encontra-se vestido apenas com um pano vermelho, enrolado na cintura, que desce até o chão da clareira.  Deitado na parte direita inferior da tela está a parte dianteira do corpo  do leão que dorme tranquilamente, sendo ele um atributo do santo. Atrás de São Jerônimo, sobre as rochas, estão seus livros de oração, o que parece ser um cálice e uma caveira, símbolo da transitoriedade da vida.

Ficha técnica
Ano: c. 1560
Técnica: óleo em tela
Dimensões: 125 x 235 cm
Localização: Museu de Brera, Milão, Itália

 Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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