Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Matisse – NATUREZA MORTA: MAÇÃS SOBRE…

Autoria de Lu Dias Carvalho

Uma composição é a arte de combinar vários elementos de uma maneira decorativa. (Matisse)

A composição Natureza Morta: Maçãs sobre Toalha Cor-de-rosa é uma obra do pintor francês Henri-Émile-Benoît Matisse que se tornou conhecido pelo uso que fazia da cor e por sua maneira inconfundível de desenhar. Sua predileção era voltada para a decoração. O pintor manteve seu interesse pela cor e pela forma durante toda a sua carreira artística.

Em sua natureza morta, o artista apresenta uma mesa forrada com uma toalha cor-de-rosa, estampada com florezinhas brancas e um barrado. Ela se encontra mal ajeitada sobre o móvel, formando uma grande ondulação. Sobre ela se encontram quatro maças maduras e uma verde (ou seria uma laranja ou limão?). No canto direito da mesa, está uma jarra branca decorada com flores. Nesta composição, o artista usa as cores para modelar as formas e faz um uso um pouco tradicional de perspectiva e sombra.

O fundo azul-esverdeado da composição, ornamentado com arabescos em azul mais escuro, preto e branco, é tão importante quanto os demais elementos que a compõem. O fundo tanto pode ser uma cortina ou uma parede decorada. Duas barras verticais de cor amarela e mostarda, colocadas ao fundo, uma de cada lado da mesa, levam equilíbrio de cor e forma em relação ao bloco horizontal formado pela mesa. As formas curvas das frutas, por sua vez, mantêm-se equilibradas em relação às bordas alinhadas da mesa. Nenhuma parte (fundo e primeiro plano) da pintura é mais importante do que a outra.

Ficha técnica
Ano: c.1922

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 66 x 51 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

http://www.headforart.com/2010/04/12/in-the-pink/

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Reynolds – SRA. ELIZABETH DELMÉ E…

Autoria de Lu Dias Carvalho

 É pelo estudo das invenções dos outros é que se aprende a inventar. (Reynolds)

Lady Delmé tem um rosto longo e elegante, olhos pesados e cabelos altos em pó. Ela usa um vestido branco e uma capa que cobre seus joelhos em uma cascata de rosas – cetim colorido que fala tanto para sua beleza quanto para o luxo a seu comando. (Cynthia Saltzman)

A composição intitulada Sra. Elizabeth Delmé e seus Filhos é uma obra do pintor e retratista inglês Joshua Reynolds, um das mais importantes e produtivos retratistas do século XVIII, tendo influenciado, através dos tempos, muitos pintores e retratistas. Ele se preocupava, sobretudo, com a técnica. Estudou os trabalhos dos mestres, principalmente de Rembrande e de Peter Paul Rubens.

O artista, nesta obra gigantesca, retratou membros de uma família aristocrática inglesa, em primeiro plano e ao ar livre, debaixo de uma frondosa árvore. Como pano de fundo, ele criou uma pitoresca paisagem com cores ricas e quentes, em que uma luz suave espalha-se pelos caminhos do bosque e reflete-se na vegetação. O grupo também se encontra iluminado.

Elizabeth Delmé, filha do conde de Carlisle, está sentada, tendo à sua esquerda os filhos John e Isabella Elizabeth, ambos de pé. O trio com suas bochechas rosadas forma uma composição piramidal. O garotinho está recostado na mãe e a irmãzinha encostada nele. A senhora Delmé envolve ternamente os dois filhos com seu braço esquerdo e também segura a mão do garoto, mas traz os olhos fixos no observador. As crianças mostram-se como realmente são, sem nenhuma formalidade. Um cãozinho felpudo, voltado para o grupo, faz parte da cena.

Esta pintura lembra as madonas renascentistas do pintor italiano Rafael Sanzio. Podemos notar tal parecença tanto na composição em forma de pirâmide como na maneira como a Sra. Delmé envolve silenciosamente seus filhos. Outro ponto de semelhança é a imagem de grande beleza, idealizada pelo artista, principalmente no que diz respeito às dobras do manto de cetim cor-de-rosa que envolve os membros inferiores da mulher, cobrindo-lhe os pés.

Ficha técnica
Ano: c.1777-80

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 239 x 147 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/art-object-page.102.html

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Hans Memling – A ADORAÇÃO DOS MAGOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição intitulada Tríptico da Adoração dos Magos é uma obra do pintor alemão Hans Memling (c.1433-1494), cujo trabalho se situa no ponto de transição do Gótico para o Renascimento. Existe a possibilidade de que tenha sido aluno de Rogier van der Weyden que o influenciou na criação desta pintura. Existe outra versão deste tríptico, com variantes, que se encontra no Hospital de São João, em Bruges, criado sete anos depois deste. Esta pintura pertenceu ao soberano Carlos V, da Espanha.

Os painéis são intitulados:

  • A Natividade – à esquerda;
  • A Adoração dos Magos – central;
  • A Apresentação no Templo – à direita.

A composição central, denominada “A Adoração dos Magos” acontece numa igreja arruinada, cujo teto está coberto de palha, sendo que um dos buracos traz o formato de uma cruz, possivelmente lembrando a Paixão de Cristo. Os personagens principais são: a Virgem, vestida de branco e azul, com o Menino nu em seu colo, centralizada na composição; José, de pé, à sua esquerda, trajando uma vestimenta vermelha; o mago mais velho, ajoelhado e curvado diante do Menino, beijando-lhe os pés, ele já entregou seu presente, que se encontra sobre a pequena mesa; o mago à direita da Virgem,  ajoelhado, com seu presente na mão direita e o chapéu na esquerda; o mago mais jovem, de pé, próximo à porta à direita, também trazendo seu presente, o chapéu erguido e uma espada na cintura. Os três Reis Magos apresentam-se ricamente vestidos na visita que fazem ao Salvador.

 Outras três figuras humanas encontram-se à esquerda e mais quatro à direita, acompanhando a cena central. Algumas delas fazem parte da comitiva dos reis, como mostram suas vestimentas e estandartes, e outras são curiosos.  Em segundo plano encontra-se o estábulo, onde o Menino nasceu. Ali são vistos um boi, um burro e uma manjedoura.

Ao fundo, as janelas abrem-se para uma cidade, onde são vistos pessoas, animais, um muro e edificações. Esta pintura foi criada levando em conta quantidades e qualidades de luz. Nela temos a iluminação distante da luz do sol, a luz diurna entrando pelas portas e efeitos de sombras e silhuetas no chão.

Ficha técnica
Ano: 1470/1472
Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 95 x 271 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fonte de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Leyden – OS JOGADORES DE CARTAS

 Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição denominada Os Jogadores de Carta é uma obra do pintor e gravador holandês Lucas van Leyden (1494 – 1533), filho do pintor Hugo Jacobsz, com quem iniciou seus estudos artísticos, tornando-se depois aluno de Cornelis Engelbrechtscz. Na Antuérpia ficou conhecendo o pintor Albrcht Dürer e em Middleburg conheceu Jan Gossaert. É provável que tenha ido à Itália, pois em seu trabalho encontram-se a influência holandesa, a alemã e também a italiana. Sua obra é muito ampla, englobando pinturas religiosas, retratos, cenas de gênero e obra gráfica. Foi um dos pintores mais conhecidos de sua época.

A pintura apresentada acima se trata de uma cena de gênero. Oito personagens, em primeiro plano, usando roupas da época, encontram-se em volta de uma mesa. Quatro delas se encontram sentadas, sendo dois homens e duas mulheres, jogando cartas, enquanto o restante acompanha o jogo com atenção. Três dos jogadores trazem suas cartas na mão e olham para a assistência em volta, como se pedissem opinião. A jogadora à esquerda, usando luvas brancas, aponta para a mesa.  Um homem, debruçado sobre ela, participa de seu jogo, segurando suas cartas e voltando-as para si. O jogador de vermelho também aponta o dedo para as moedas, enquanto olha para o homem de pé, à sua frente. Somente a jogadora que ocupa o centro do grupo e que traz suas cartas debaixo da mão esquerda encontra-se voltada para seu parceiro de frente. A impressão que se tem é que cada jogador possui um torcedor.

A mesa redonda E forrada com um tecido escuro, onde se encontram os jogadores, está cheia de moedas, o que leva a crer que o jogo arrasta-se por um longo tempo. Há também, sobre ela, uma caixinha branca, possivelmente com moedas. No mesmo ambiente, à esquerda, em segundo plano, encontra-se uma mesa retangular, forrada com uma toalha branca. Sobre ela estão um vaso com flores, um jarro, uma caixa e o que parece ser uma fruta. Também, em segundo plano, existe uma abertura na parede, onde são vistos objetos parecidos com os da mesa retangular, excetuando o vaso branco coberto.

Ficha técnica
Ano: c. 1550 a 1599

Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 55,2 x 60,9 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

1000 obras-primas da pintura europeia/ Editora Könemann

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Constable – WIVENHOE PARK ESSEX

Autoria de Lu Dias Carvalho

Estou pintando uma vista do parque […] com um maravilhoso bosque e uma área com água. (Constable em carta à sua noiva)

 O céu é o principal instrumento para se expressar sentimento. (Jonh Constable)

A composição intitulada Wivenhoe Park Essex retrata uma paisagem inglesa. É uma obra excepcional do pintor romântico inglês John Constable, que amava a vida simples em contato com a natureza. É também uma das atrações da National Gallery of Art, em Whashington, EUA. Trata-se de uma das obras mais bonitas do artista, em que cada elemento dá a sua cota de poesia à pintura, num todo silencioso e calmo. Uma atmosfera dourada e líquida banha a composição. As longas horizontais, formadas pelas margens do lago, dão o ritmo da obra.

A paisagem é tão nítida que chega a parecer-se com uma fotografia. Dela emana uma sensação de prazer e harmonia. O céu é um deslumbramento à parte. As nuvens densas movimentam-se para a esquerda, como se fossem cortinas douradas bordadas com pontos pretos – as aves. A luz encontra-se no ar, na água e na terra. O artista dispôs com maestria as áreas ensombradas e as iluminadas pelo sol. Uma cerca de madeira delimita o espaço das reses, à esquerda. Três delas encontram-se a pastar e uma a tomar água. Mais para a esquerda,  Mary Rebow, filha de sete anos do major-general Rebow, que encomendou a pintura, brinca com uma amiga num carrinho puxado por um burro.

O lago espelha luz e também a sombra das árvores, que se distribuem em grupos, à direita, ao meio e à esquerda. Um casal de cisnes brancos passeia tranquilamente pelas águas. Mais atrás, um grupo de patos nada em fila indiana. Dois pescadores, num barco, lançam suas redes em busca de peixes. Na margem do lago, em oposição à que se encontra próxima ao observador, duas vacas descansam debaixo de uma árvore, aves domésticas e silvestres encontram-se na relva e na água, homens trabalham no que parece ser a pesca. Até mesmo os vultos de uma criança e de uma mulher podem ser divisados. Uma pequena ponte, mais à esquerda, permite a travessia do lago.

Ao fundo, ocupando a parte central da composição, vê-se a casa cor-de-rosa de dois pavimentos, com seu telhado inundado pela luz solar, principal edificação da propriedade. Um vulto parece surgir em uma de suas janelas.

Ao encomendar a pintura, o major-general Rebow transmitiu a Constable o que gostaria de ver incluído na composição. Em razão disso houve a necessidade de mudar a localização de alguns elementos da propriedade, de modo que tudo fosse visto numa única visão. A casa e o lago, por exemplo, fazem parte da necessária transposição.

Obs.: Para melhor visão e compreensão da pintura, o leitor deverá ampliar a imagem o máximo possível, ou acessar o link abaixo que, com zoom, permitirá que ele vasculhe cantinho por cantinho da obra. Enquanto houver uma lupa com o sinal +, significa que a imagem pode ser ampliada.

https://www.google.com/culturalinstitute/beta/asset/-/vAG0ovJU1U65Rw?hl=pt-BR

Ficha técnica
Ano: 1816

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 56 x 101 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/highlights/highlight1147.html

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Murillo – MENINA E SUA AIA

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição intitulada Menina e sua Aia, ou  Duas Mulheres à Janela, e também Duas Mulheres e uma Janela é uma obra do artista espanhol Bartolomé Esteban Murillo, o pintor mais popular de Sevilha no final do século XVII, sendo conhecido, sobretudo, por suas obras de temática religiosa. Aqui, as cabeças das duas mulheres, perfiladas, formam uma diagonal, numa prova de sua grande habilidade técnica. Uma moldura dentro de outra era um dos recursos engenhosos de Murillo.  O fundo escuro da tela destaca as duas figuras femininas.

A cena apresenta uma garota e sua aia à janela, ambas voltadas para o observador. A menina, sorridente e expansiva, está recostada no parapeito da janela de madeira. Traz o rosto juvenil apoiado na mão direita. Seu cabelo escuro está enfeitado com flores, assim como o corpete de sua vestimenta. Sua dama de companhia, de pé, recostada na folha aberta da janela, mostra-se tímida, escondendo seu sorriso atrás do xale que lhe cobre parte do cabelo, mas seus olhos e bochechas mostram que ela está a sorrir. Segundo o comportamento da época, relativo à aristocracia, tapar o sorriso fazia parte da boa etiqueta.

Ficha técnica
Ano: c.1670

Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 127 x 106 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

http://www.wga.hu/html_m/m/murillo/2/214muril.html
https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/art-object-page.1185.html

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