Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

El Greco – A CRUCIFICAÇÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição religiosa intitulada A Crucificação é uma obra do pintor, escultor e arquiteto grego Doménikos Theotokópoulos, mais conhecido por El Greco, que passou grande parte de sua carreira na Espanha. O artista é tido como o maior criador de composições excelentes, que nada têm de esquemáticas e repetitivas, sendo um pesquisador incansável de novas formas de representação, além de ser extremamente imaginativo. Este quadro foi provavelmente pintado para o sótão do retábulo da igreja do Augustine College of Maria de Aragão, em Madrid.

A composição religiosa intitulada Crucificação retrata Jesus Cristo crucificado, no Monte Calvário. A gigantesca cruz que sustenta seu corpo flagelado e sem vida ocupa a parte central da tela, estando rodeada por vários personagens. O corpo do Salvador, coberto desajeitadamente na genitália por um pano branco, parece iluminado, no meio da noite. A luz meio fantasmal, que aumenta a irrealidade dos personagens, as cores altamente contrastantes e o formato vertical dão grande intensidade dramática à cena.

A Virgem Mãe, de pé, encontra-se à esquerda, com as mãos entrelaçadas. Seu rosto, direcionado ao filho, mostra um pungente sofrimento. Ela usa um vestido vermelho e um manto azul que se espalha pelo chão. Maria Madalena, ajoelhada, encontra-se à direita. Ela abraça o madeiro com sua mão direita e, com a esquerda, limpa o sangue que nele escorre, usando um pano branco. Atrás dela, de pé, está São João Evangelista, vestido com uma túnica verde, coberta por um manto vermelho. Seu gesto é de doloroso sofrimento.

Próximo a Maria Madalena um anjo, magistralmente suspenso, e de costas para o observador, traz um pano na mão direita, com o qual recolhe o sangue que respinga dos pés de Cristo. Mais acima, abaixo dos braços de Jesus, estão postados dois anjos, um de cada lado. O de túnica vermelha apara, com a mão esquerda, o sangue que escorre da mão do crucificado e, com a direita, o que jorra de sua ferida abaixo do peito. O anjo de amarelo e branco recolhe, com as duas mãos, o sangue que desce abundantemente da mão e do braço do Salvador. O sangue também jorra sobre a cabeça dos dois anjos.

Ficha técnica
Ano: 1597

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 312 x 169 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-work/the-crucifixion

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Ticiano – ADÃO E EVA

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição religiosa denominada Adão e Eva, também conhecida como Adão e Eva no Jardim do Éden, e ainda A Queda do Homem, é uma obra do pintor renascentista italiano Ticiano Vecellio, retratando o “pecado original”. O artista fez deste tema uma única obra, que foi danificada pelo fogo, em 1734, sendo restaurada, sem muito cuidado, pelo pintor Juan de Miranda, e assim chegou até nós.

A cena que acontece ao ar livre, numa montanha, mostra Adão e Eva no Paraíso, debaixo de uma macieira. As figuras são esculturais, em especial a de Eva que toma boa parte da tela, com seu corpo forte, luminoso e meio desajeitado, tombado em direção à árvore. Através do gesto de Adão, sentado à esquerda, com sua anatomia rígida, é possível deduzir que ele tenta impedir que sua companheira aceite o fruto proibido, oferecido pelo pequeno diabo, em forma de criança, e coma-o. Seus olhos também suplicam para que a mulher não seja imprudente, mas ela traz seu olhar levantado para a fruta.

O primeiro homem cobre sua genitália com as folhas de uma segunda árvore, uma figueira, postada atrás dele, enquanto Eva usa um galho da macieira. Aos pés dela está deitada uma raposa e atrás há uma planta com flores vermelhas. A macieira possui um alto e volumoso tronco, que se interpõe entre os dois personagens que dão título à obra. Ao lado da exuberante folhagem, o tronco equilibra o volume desses.

Chama a atenção a maneira não natural com que a primeira mulher pega o fruto, se observarmos a posição de seu antebraço e sua mão. É provável que o artista não quisesse esconder a maçã, elemento muito importante para a narrativa. A dureza do corpo de Adão também parece ligada ao fato de ele ter sua nudez coberta, não podendo se levantar, o que levaria o galho da figueira a cair.

Ficha técnica
Ano: c.1550

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 240 x 186 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-work/adam-and-

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Murillo – REBECA E ELIEZER

Autoria de Lu Dias Carvalho

Por favor, dê-me um gole de água do seu jarro. (Eliezar)

Tirarei água também para os seus camelos até que fiquem saciados. (Rebeca)

A composição religiosa intitulada Rebeca e Eliezar é uma obra do pintor barroco espanhol Bartolomé Esteban Perez Murillo, que se inspirou nos pintores Guido Reni e Ribera para compô-la. Trata-se de uma das passagens bíblicas do Antigo Testamento mais representadas pela pintura universal. Murillo, dentre os pintores espanhóis de seu tempo, foi o que teve maior interesse na representação da vida cotidiana e dos tipos populares. Aqui, ele retrata uma cena tranquila, íntima e luminosa.

A cena bíblica apresenta o exato momento em que Rebeca, uma jovem mulher, que ia ao poço, todas as tardes, para buscar água, encontra-se com um homem de nome Eliezer, vindo de terras longínquas, que dela se aproxima, pedindo-lhe água. Ela lhe serve água diretamente do balde com corda, usado para retirá-la do poço danificado pelo tempo.

Quatro jovens figuras femininas encontram-se ao redor do poço, estando uma delas de costas para o observador. Rebeca, com o rosto voltado para as companheiras, oferece água para o  sedento viajante, mas sem observá-lo, enquanto este bebe, num sinal de recato. As cinco figuras compõem um arco em torno do poço. Três delas trazem um cântaro, enquanto o de Rebeca jaz ao chão. Ao fundo, à esquerda, a caravana da qual faz parte Eliezer, está parada no caminho que leva ao vale, aguardando o retorno de dono. Ali são vistos dois camelos, um cavalo e um grupo de pessoas.

Ficha técnica
Ano: c. 1660

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 108 x 151,5 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.museodelprado.es/coleccion/obra-de-arte/rebeca-y-eliezer/a75850ce-

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Weyden – PIETÁ

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição intitulada Pietá é uma obra do pintor holandês Rogier van der Weyden, um dos mais importantes nomes do gótico flamengo. Esta obra, para alguns, trata-se de um excelente exemplo de uma pintura de alta qualidade, mas executada por assistentes de Rogier, enquanto outros a atribuem ao mestre. Existe um número significativo de imitações, inclusive esta, feitas a partir da versão de Bruxelas, sendo que, aqui, o doador encontra-se no lugar de Maria Madalena.

A pintura apresenta o corpo de Cristo nos braços da Virgem Maria e de José de Arimateia. Encontram-se eles sobre uma rocha, tendo abaixo a figura do doador, que foi alterada durante o transcorrer da pintura. A Virgem usa um elaborado manto roxo e traz a cabeça coberta com um véu branco, que só deixa seu rosto a descoberto. Sua mão direita ampara delicadamente a cabeça do Filho, na qual encosta seus rosto choroso, enquanto a mão esquerda abraça-o pela cintura, logo abaixo da ferida, de onde escorre o sangue que atinge a coxa direita.

O corpo magro de Cristo, já lívido, está amparado por sua mãe e por José de Arimateia. Traz os braços abertos e pendurados. Seus pulsos alongados pode ser parte do realismo de Weyden, ao retratá-los, mostrando as consequências de ter sido pendurado na cruz. O alto e escuro madeiro está disposto obliquamente, voltado para o corpo de Jesus.

O doador encontra-se ajoelhado, voltado para a esquerda, observando a cena. Suas mãos estão em postura de adoração. Usa uma vestimenta vermelha e traz um capuz escuro sobre os ombros. Próximo a ele, sobre um pano branco, jaz a coroa de espinhos. Ao fundo, vê-se uma paisagem em perspectiva, onde se encontra uma cidade.

Ficha técnica
Ano: 1440/1450

Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 47 x 35 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fonte de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Mantegna – A MORTE DA VIRGEM

 Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição A Morte da Virgem é uma obra do pintor italiano renascentista Andrea Mantegna. É tida como uma obra-prima do início do Renascimento, com seu naturalismo minucioso, clareza esplêndida e grande persuasão. É uma pena que o terço superior da pintura tenha sido mutilado antes de chegar ao Museu do Prado. A parte suprimida representava Jesus Cristo recebendo a alma da Virgem. Ele se encontrava envolto por nuvens, ornamentadas com querubins. Ao fundo via-se uma cúpula de estilo arquitetônico. O fragmento de “Cristo com a Alma da Virgem”, agora em Ferrara, pode ser parte da composição original, o que não é aceito pela totalidade dos críticos de arte.

O artista retrata o último momento da vida da Virgem Maria na Terra. A obra apresenta um ambiente pequeno, ornado por sombrias colunas clássicas, onde se vê a Virgem, já bem envelhecida, em seu leito de morte, sendo velada por onze apóstolos. Quatro deles se encontram à sua cabeceira, três outros aos pés, três à sua esquerda e um à sua direita. Todos se encontram de pé, excetuando um, que se inclina sobre o corpo da Virgem. Eles apresentam fisionomias, posturas e vestimentas individualizadas. Trazem nas mãos objetos relativos ao ritual da passagem da vida para a morte: livro de oração, incensário, jarro de óleo, velas e vestimentas litúrgicas.  O ramo de palmeiras, na simbologia cristã, significa a vitória contra a Morte.

Ao fundo, vê-se uma paisagem com um lago, com a reprodução exata da ponte do Borgo do Castelo de São Jorge, em Mântua. Esta obra decorou, originalmente, a capela do referido castelo. Como as colunas parecem inacabadas no topo, é provável que tenham sido cortadas. O piso apresenta um padrão geométrico em amarelo e alaranjado. A grande janela ao fundo atua como ponto de fuga. Trata-se de uma das primeiras pinturas italianas com uma topografia reconhecível.

Nota:
Os escritores nunca se referem a Maria como moribunda; Em vez disso, ela “adormeceu”. A frase latina “Dormição da Virgem” refere-se a imagens deste adormecer, que historiadores de arte e curadores de museus rotulam, às vezes, tendenciosamente “A Morte da Virgem”. (http://www.christianiconography.info/dormition.html)

Ficha técnica
Ano: c. 1460

Técnica: painel
Dimensões: 54 x 42 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

http://www.christianiconography.info/Wikimedia%20Commons
https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-work/death-of-the-virgin

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Ticiano – O SEPULTAMENTO DE CRISTO

Autoria de Lu Dias Carvalho

Renunciando à intoxicação dos sentidos de seus primeiros trabalhos, o artista explora uma altíssima e remota região do espírito, nesta obra. (Dvorák)

 A composição religiosa denominada O Sepultamento de Cristo é uma obra do pintor renascentista italiano Ticiano Vecellio, que usou tal temática em diversas ocasiões, mas ilustrando diferentes momentos da narrativa cristã. Umas obras retratam o movimento do corpo de Cristo, e outras mostram a sua colocação no túmulo. A primeira delas encontra-se no Museu do Louvre, em Paris.

A obra em destaque foi encomendada por Filipe II, rei da Espanha. A cena apresenta a deposição do corpo exangue de Cristo num túmulo de mármore, de estilo clássico, decorado com baixos-relevos. Um dos lados traz a representação de “Caim e Abel”, e o outro mostra o  “Sacrifício de Isaque”.  Segundo a fé cristã, tais temas prediziam a morte de Cristo. Parte da mortalha branca de Jesus escorrega-se para o lado, quase tocando o chão.

A Virgem Maria, envolta por um manto azul, segura um dos braços inertes do Filho, enquanto o outro resvala para baixo. Nicodemos, a figura forte e barbuda, sustenta o corpo pelos ombros e José de Arimateia segura-o pelas pernas. Maria Madalena, vestida de branco, abre os braços em profundo desespero. São João Evangelista encontra-se entre ela e a Virgem, na parte central. As personagens são distribuídas em forma de leque, e repassam um sentimento de extremo sofrimento.

A cor é, sem dúvida, o elemento principal desta pintura, pois controla e unifica todos os elementos da obra. Ela dá vida às figuras individualmente, reduzindo e contraindo o espaço, como se ali o observador não pudesse entrar. O túmulo decorado e a mortalha branca são os únicos adornos desta tocante cena. A figura de Nicodemos, segundo alguns, é um autorretrato do artista.

Ficha técnica
Ano: 1559

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 136 x 175 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://en.wikipedia.org/wiki/The_Entombment_(Titian,_1559)

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