Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Mondrian – COMPOSIÇÃO EM AZUL, CINZA E ROSA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O trabalho denominado Composição em Azul, Cinza e Rosa é uma obra do artista holandês Piet Mondrian. Faz parte de uma série de estudos de fachadas feitos pelo artista, em que ele dispõe. harmoniosamente. linhas horizontais e verticais.

O quadro de Mondrian pode levar o observador a imaginar uma planta arquitetônica ou um projeto urbanístico, tamanha é a versatilidade e o virtuosismo adquirido pelo artista. Apesar de mostrar apenas figuras geométricas nas cores azul, cinza e rosa, a pintura expressa um delicado lirismo.

Ficha técnica
Ano: 1913
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 88 x 115 cm
Localização: Rijksmuseum, Holanda

Fonte de pesquisa
Gênios da pintura/ Abril Cultural

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Rubens – O JULGAMENTO DE PÁRIS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição O Julgamento de Páris é uma obra do artista Peter Paul Rubens, o mais importante pintor flamengo do barroco. Ele fez diversas obras com esta mesma temática e título, variando a época de criação. Como exemplo podem ser vistas: a versão de 1599 na Galeria Nacional de Londres; a versão 1606 no Museu do Prado, Madrid; a versão 1606 na Academia de Belas Artes de Viena; a versão 1636 no Gemäldegalerie Alte Meister, Dresden.

 Em sua pintura Rubens usa como tema o mito grego sobre o julgamento feito pelo jovem Páris, ao pintar suas voluptuosas deusas. Elena Fourment, sua segunda esposa, foi provavelmente usada como modelo para as três deusas. A paisagem também era familiar ao pintor. Ele fez uso da cor para criar a ilusão de espaço, como podem ser vistas as colinas azuis brilhantes ao fundo e o céu que trazem a sensação de profundidade. Os tons de verde dominam a paisagem, mas os vermelhos e os marrons, em primeiro plano, parecem trazer a cena mais para perto do observador.

Segundo a lenda, Páris é convidado para ser juiz de um concurso de beleza entre as deusas Minerva (Athena), Juno (Hera) e Vênus (Afrodite), uma vez que Zeus (Júpiter) abriu mão de tal empreitada. Elas se desnudam para mostrar seus belos corpos ao jovem que se encontra à direita, vestido como um pastor em referência ao seu nascimento. Ele está sentado sobre uma pedra, segurando um cajado e a maçã de ouro. A seus pés descansa seu cachorro. O deus Hermes (Mercúrio), abraçado a uma árvore e usando seu chapéu alado, segura seu caduceu (bastão com duas serpentes enroscadas e duas asas na extremidade superior), ao observar o desenrolar da cena.

Vênus encontra-se de pé entre Minerva e Juno. Ela traz rosas (símbolo do amor) e pérolas enfeitando seus cabelos. Promete a Páris que, se for eleita, dar-lhe-á em casamento a mulher mais bela do mundo. Acaba sendo a escolhida. À esquerda de Vênus está Minerva — reconhecível pelo capacete no chão e o escudo às suas costas — mostrando uma imagem de Medusa, o monstro que ela ajudara matar. À direita está Juno, esposa de Zeus, usando um manto de veludo vermelho, com um pavão à frente, sua ave favorita. Na extrema esquerda, o pequeno Cupido, agachado, com sua aljava a tiracolo, parece brincar.

Alecto — a Fúria — com o braço esquerdo estendido e uma serpente enrolada em sua mão é vista em meio a violentas nuvens, indicando que o julgamento terá consequências. Ela também pode ser Éris, a deusa que personifica a discórdia e o caos. Além do cão, da serpente e do pavão, muitas ovelhas são vistas na cena.

Vênus cumpriu sua promessa dando a Páris, como esposa, a mulher mais linda do mundo:  a famosa Helena de Troia que era casada com o rei Menelau. Com a ajuda da deusa, Páris fugiu com Helena, dando origem à guerra entre gregos e troianos.

Ficha técnica
Ano: c. 1632/35
Técnica: óleo sobre painel de carvalho
Dimensões: 145 x 188,5 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.visual-arts-cork.com/famous-paintings/judgement-of-paris-rubens.htm

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Claude Lorrain – O CASAMENTO DE ISAQUE E REBECA

Autoria de Lu Dias CarvalhoEsta é uma paisagem para ver e ouvir. Lorrain estimula os ouvidos, além de deliciar os olhos. Há toques musicais bem explícitos: o som das cachoeiras, de música, dos pandeiros dos dançarinos, o mugir do gado, o barulho dos cascos dos cavalos e o murmúrio das vozes. (Robert Cumming)

A composição denominada O Casamento de Isaque e Rebeca, também conhecida como O Moinho ou também Paisagem com casamento, é uma obra clássica do pintor francês Claude Lorrain (1600-1682), cujo sobrenome era Gellée, mas que se tornou conhecido como “Le Lorrain”, em razão do local de seu nascimento – Lorena. Foi aluno de Agostino Tassi, em Roma. Estudou também com Gottfried Slas, que era pintor de arquitetura e paisagens, quando esteve em Nápoles. Tornou-se um famoso paisagista, inspirando, mais tarde, no estilo de Nicolas Poussin, porém era mais lírico e romântico em seu trabalho.

Esta paisagem, cena arcádica generalizada, parece um sonho idílico, um paraíso terrestre em que homem e natureza vivem na mais perfeita harmonia. Por ter sido criada numa época em que o gênero da paisagem pura não era um tema específico para uma pintura, sendo nitidamente não clássica e secular, o artista, para dar um viés mais artístico e intelectual à sua obra, foi buscar no Velho Testamento um assunto religioso, coisa que hoje seria totalmente desnecessária, tamanha é a beleza desta paisagem que nos convida a adentrar pelo quadro, visitando os mais diferentes e aprazíveis lugares (caminhos, cascata, montanhas, etc.) e ali permanecer por horas a fio. Mesmo na época em que viveu, o artista já  era aclamado por suas belíssimas paisagens, embora não recebesse críticas semelhantes em relação às figuras humanas.

Presente à cena estão várias pessoas com vestes camponesas que participam de um piquenique. Algumas conversam animadamente em grupos, sentadas ou observando o casal que dança e toca. O grupo de mulheres com uma criança ao colo  encontra-se mais no centro do gramado. À direita, debaixo de frondosas árvores, um segundo grupo posiciona-se ao lado da comida e das bebidas. Ali se encontra uma jovem sentada, com a mão direita no rosto, enquanto segura delicadamente três flores brancas. Ela parece alheia, embevecida com a paisagem que vê à sua frente. Outras pessoas chegam, a pé ou a cavalo, pela esquerda.

A paisagem, obra criada no ateliê do artista, apresenta longas sombras douradas em primeiro plano que fazem contraste com as áreas distantes, ainda banhadas pela névoa. Lorrain muitas vezes visitava os campos em volta de Roma, estudando a natureza e fazendo desenhos para usar em suas paisagens. Podemos ver a deslumbrante técnica do artista ao observarmos as folhagens do grupo de árvores altas e escuras à direita. Além de emoldurar a paisagem, este grupo leva o olhar do observador para dentro da obra, destacando o maravilhoso plano intermediário. E para reforçar a ilusão de distância em sua obra, fez uso de tons azuis frios, indicativos de afastamento. Ao contrário destes, os tons marrons e detalhes quentes em vermelho, presentes no primeiro plano, dão a sensação de proximidade. A água corrente, presente em três lugares, preenche um grande espaço na obra, trazendo a sensação de frescor: a cachoeira presente nos rochedos à esquerda, os dois níveis do lago e o moinho d’água perto da torre.

No toco de uma árvore, na parte central da composição, há uma inscrição com o título “Casamento”, daí derivando o título do quadro,  podendo ter sido uma brincadeira do pintor, uma vez que não existe noivo ou noiva. A sua única ligação com a história bíblica de Isaque e Rebeca é esta inscrição. A preocupação do pintor era com o local onde se passava o piquenique. Todo o resto serve apenas de adendo à paisagem. Outra versão desta pintura, mas sem a inscrição, é chamada de “O Moinho”.

Muitas cenas são vistas em meio à paisagem: pessoas chegando a cavalo, um homem tangendo gado, uma mulher levando água num pote sobre a cabeça, um homem capinando a terra, pessoas conversando, um casal dançando, barcos navegando, uma pessoa no fundo do moinho, etc. Além da relva verde, das árvores e da água, montanhas azuladas aparecem no fundo da pintura. Três barcos são vistos no lago.

Ficha técnica
Ano: 1648
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 149 x 196,5 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
Arte em detalhes/ Robert Cumming
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.picnicwit.com/themes/landscape-with-the-marriage-of-isaac-and-rebecca-

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Fra Angelico – A COROAÇÃO DA VIRGEM

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição A Coroação da Virgem é uma obra do pintor e miniaturista italiano Fra Angelico, cujo nome de batismo era Guido di Pietro Mugello (1384–1455), um dos mais importantes mestres entre o final do período Gótico e o chamado Proto-Renascimento (Pré-Renascimento). Foi inicialmente miniaturista, mas em contato com a efervescência da arte em Florença, responsável por liderar toda a Europa Renascentista, começou a pintar nos seus momentos de descanso, após cumprimento de seus deveres religiosos. Aos poucos seu nome passou a figurar entre os grandes pintores da época, chegando a ser recomendado à família Médici como “um dos melhores de Florença”. À reputação de religioso humilde e devoto juntou-se a de excelente pintor de arte sacra, cujas obras, segundo as pessoas da época, pareciam ser pintadas por anjos, tamanha era a paz e a quietude que transmitiam.

Em A Coroação da Virgem o renomado artista representa a Virgem Mãe sendo coroada por seu Filho como Rainha do Céu. Eles se encontram sobre uma nuvem, tendo atrás imensos raios dourados que se expandem para cima e para baixo e tomam grande parte da composição, iluminando-a e representando a luz divina. Em torno deles dançam seis anjos, conforme mostram a posição das mãos e a fluidez das túnicas azuis e vermelhas, bordadas com dourado. Além da auréola simbolizando a divindade da Virgem, ela traz uma coroa na cabeça com doze estrelas, número que simboliza a perfeição e as 12 tribos de Israel.

Um grande grupo de anjos posta-se à esquerda e à direita da Virgem e de Jesus. Alguns deles portam instrumentos musicais. Oito longas trombetas escuras — no grupo principal — estão levantadas para o alto, bem acima das cabeças. Também são vistos um alaúde e um pequeno violino (mandola ou mandora) de forma oval . No plano inferior estão outros anjos, entre os quais um vestido de azul, de costas para o observador, tocando uma espécie de órgão, e outro, à esquerda desse, vestido de verde, tocando um instrumento de cordas. As asas dos anjos são longas e delicadas.

No segundo plano, também sobre nuvens, estão numerosos santos. As santas são em maior número à direita e em primeiro plano. A presença dos santos reforça o caráter de santidade da coroação. Dentre eles podem ser citados: Santo Egídio, São Marcos, São Zenóbio de Florença, São Francisco, São Domingos e Santa Maria Madalena. O fundo dourado da composição dá à pintura um toque medieval.

A composição de fundo dourado é curvilínea, com um arco compondo a parte superior do painel e unida a dois semicírculos compostos pelas figuras, à direita e à esquerda. Embora as cabeças e os corpos das figuras apresentem movimentos diferentes, as auréolas — primorosamente pintadas — estão todas colocadas na mesma posição, ou seja, não acompanham o giro das cabeças. O azul, o vermelho e o dourado são as cores predominantes na pintura.

Ficha técnica
Ano: c. 1435-1440
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 112 x 114 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fonte de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
https://pureandlowly.wordpress.com/coronation-of-the-virgin-by-fraangelico
http://www.wga.hu/html_m/a/angelico/12/30coron.html

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Jan Miense Molenaer – UMA SENHORA COM DUAS CRIANÇAS…

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Uma Senhora com duas Crianças ao Cravo é uma obra do artista neerlandês Jan Miense Molenaer (1610 (?)- 1668), que foi aluno do famoso mestre Frans Hals. Mui sabiamente o pintor elucidou o problema de retratos em grupo, ao compô-los com cenas de gênero campesino e urbano. Recebeu influências também do pintor Van Ostade.

O quadro apresenta uma cena de vida familiar. Uma  senhora encontra-se sentada diante de seu instrumento musical, com as mãos sobre o teclado. À direita da musicista estão duas crianças: uma menina de cabelos presos e um menino usando um chapéu. De acordo com pesquisas, a senhora ao cravo é Judith Leyster, esposa do pintor, contudo, as crianças não são seus filhos, levando em conta a época em que a pintura foi feita.

A mulher encontra-se elegantemente vestida no interior de uma casa abastada. Traz o corpo virado para seu magnífico instrumento musical, minuciosamente decorado, mas com a cabeça voltada para o observador. Ela toca cravo, instrumento de corda também conhecido por clavecino, pertencente à família do virginal. Na tampa do instrumento está pintada uma paisagem, onde se vê um casal abraçado. Na sua parte superior encontra-se um macaco, cuja simbologia, à época, era a de chamar a atenção contra o desejo carnal. No fundo da composição vê-se um jovem entrando pela porta.

Ficha técnica
Ano: entre 1630 e 1640
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 38,5 x 29,5 cm
Localização: Rijksmuseum, Amsterdam, Holanda

Fonte de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Alessandro Magnasco – MATANÇA DOS INOCENTES

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Matança dos Inocentes é em uma obra do pintor italiano Alessandro Magnasco (1667-1749), que iniciou seus estudos com seu pai, o pintor Stefano Magnasco. Foi também aluno de Valerio Castello e Filippo Abiatti. Trabalhou para o grão-duque Fernando de Medici e para as famílias Borromeo e Visconti, entre outras.

O artista gostava de pintar, sobretudo, paisagens com cenas da vida de monges, freiras, ciganas, feiticeiras, pedintes e vagabundos. Em suas paisagens fantásticas, castigadas pelas intempéries, ele dispõe suas figuras longilíneas e dramáticas, através de uma pintura enérgica e de um jogo de luz responsável por produzir efeitos sombrios.

Em seu expressivo quadro Matança dos Inocentes, o artista apresenta um episódio bíblico, relatado no Novo Testamento, sobre a ordem dada por Herodes, para que todas as crianças, nascidas em Belém, e com menos de dois anos, fossem executadas. Tal passagem bíblica vem inspirando artistas em todos os tempos, principalmente na pintura e na escultura.

A matança ocorre em primeiro plano, limitada por colunas e arcadas. No centro da composição, formando uma pirâmide em base larga, está um soldado sobre seu cavalo empinado, segurando um bebê pelas pernas e trazendo uma espada na mão direita, enquanto a mãe clama desesperadamente.

Os elementos da composição convergem para o centro, como mostra a postura dos três degoladores, à esquerda, e a daquele que se encontra à direita, segurando a cabeça da mulher de vestido azul, que traz o filho debaixo de seu corpo.

Ficha técnica
Ano: entre 1735 e 1742
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65,5 x 83,5 cm
Localização: Rijksmuseum, Amsterdam, Holanda

Fontes de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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