Arquivo da categoria: Pintores Brasileiros

Informações sobre pintores brasileiros e descrição de algumas de suas obras

Portinari – LAVRADOR DE CAFÉ

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Lavrador de Café, obra do artista brasileiro Candido Portinari, apresenta um trabalhador negro numa lavoura de café.

O lavrador é uma figura monumental, que mais se parece com uma estátua, tomando grande parte da tela. Seu corpo está virado para frente, enquanto o rosto encontra-se de perfil, como se observasse algo bem longe.

O negro, ainda jovem, segura uma enxada de cabo de madeira bastante tosco. O instrumento de trabalho tem a lâmina virada na direção do trabalhador. Enquanto o personagem segura a enxada com o braço direito, o esquerdo desce sobre seu corpo. A sombra do braço reflet-se na sua camisa lilás. À esquerda da figura, está uma árvore cortada, com um pedaço de seu tronco no chão.

Ao fundo, um minúsculo trem corta a paisagem de terra vermelha e de plantações de café, o que reforça o tamanho do personagem, como se ele estivesse num lugar bem alto, próximo ao observador. O céu está cheio de nuvens.

Ficha técnica
Ano: 1934
Dimensões: 100 x 81 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: Acervo do MASP. Museu de Arte de São Paulo – Assis Chateaubriand

Fonte de pesquisa
Cândido Portinari / Coleção Folha

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Portinari – AMORES E VIDA POLÍTICA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Minha neta me libertará da solidão (Portinari)

Quando estudava na Escola de Belas-Artes, Portinari namorou sua colega Edith Aguiar, filha de um diplomata e, anos depois, namorou Rosalita Cândida Mendes, de ascendência aristocrática. Mas, por ocasião de sua permanência de dois anos na capital francesa, em razão de ter ganhado o Prêmio de Viagem ao Exterior, conseguido com a obra Retrato de Olegário Mariano, ele ficou conhecendo a uruguaia Maria Victoria Martinelli, de 19 anos, que ali morava com sua família. Ele se casou com ela, em Paris. O casal regressou ao Brasil em 1931 e aqui tiveram um único filho, João Cândido, que foi retratado inúmeras vezes pelo pai. Em 1960 ganhou a neta Denise.

Portinari tentou entrar na vida pública brasileira, ao se candidatar ao Senado pelo PCB, em 1945. Perdeu por um número pequeno de votos, em uma eleição cheia de fraudes como era comum naqueles tempos. O governo do presidente Eurico Dutra passou a persegui-lo, tendo o artista que se exilar no Uruguai. Ao ser convidado, em 1949, para participar da Conferência Cultural e Científica para a Paz Mundial, em Nova York, EUA, teve o visto negado pela embaixada americana. Anos depois, foi impedido de entrar na França. Só poderia entrar no país por um período de 60 dias, desde que não fizesse nenhuma declaração política. Naquela época vivia-se o clímax da Guerra Fria.

Quando os painéis Guerra e Paz foram inaugurados nos EUA, a embaixada daquele país impôs uma condição para que Candido Portinari estivesse presente e recebesse os prêmios que ganhara: que se declarasse desvinculado do PCB. Mas, embora não mais tivesse ligação com o partido, ele recusou tal imposição.

Fonte de pesquisa:
Cândido Portinari / Coleção Folha

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Pintores Brasileiros – CANDIDO PORTINARI

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Cândido Portinari (1903–1926), nasceu na fazenda de café Santa Rosa, próxima à cidade de Brodowski, no estado de São Paulo. Baptista Portinari e Dominga Torquato, imigrantes italianos, eram seus pais. Ele era o segundo filho de uma penca de 12 irmãos. Aos 10 anos de idade, estudando em Brodowski, fez o Retrato de Carlos Gomes, observando a fotografia do músico que se encontrava numa carteira de cigarros. Quatro anos depois, foi convidado para trabalhar com um grupo itinerante de pintores e escultores italianos, que tinham por objetivo decorar igrejas de cidadezinhas do interior.

Aos 16 anos, Portinari foi para o Rio de Janeiro, onde passou a estudar no Liceu de Artes e Ofícios. E, no ano seguinte, matriculou-se na Escola Nacional de Belas-Artes (Enba). Na primeira vez em que expôs uma obra sua foi agraciado com Menção Honrosa. Dois anos depois, pintou a famosa composição Baile na Roça. Em 1928, aos 25 anos de idade, Portinari ganhou como prêmio uma viagem ao exterior, com sua composição Retrato de Olegário Mariano. O artista foi para Paris e de lá visitou vários países europeus, num período de dois anos, apreendendo as novidades.

Ao voltar ao Brasil, como avanço do Modernismo, ocupou lugar de honra no Salão Nacional, também conhecido por Salão Revolucionário. Em 1935, Portinari conquistou a Segunda Menção Honrosa, ao expor sua segunda versão do quadro Café, no Instituto Carnegie, em Pittsburg, no EUA. Foi o primeiro pintor modernista brasileiro a ser premiado no exterior. Em 1936, começou a pintar murais sobre o ciclo econômico do Brasil, para o Ministério da Educação. Portinari realizou, em 1939, uma exposição individual com 269 obras, no Museu Nacional de Belas Artes. E em 1942, o artista criou quatro murais para a Biblioteca do Congresso, em Washington, EUA. Os murais são: Descobrimento, Desbravamento da Mata, Catequese e Descoberta do Ouro. Em 1943, ele ilustra Memória Póstumas de Brás Cubas, do escritor Machado de Assis. Em i945, pinta São Francisco de Assis, na Pampulha, em Belo Horizonte, época em que terminou o mural Jogos Infantis, do Ministério da Educação.

Após a Segunda Guerra Mundial, uma exposição de Portinari em Paris, com 84 obras, dentre as quais se encontravam as séries Retirantes e Meninos Brodowski, logrou um grande êxito. Em Paris, o artista foi agraciado com a Ordem Nacional da Legião de Honra, a mais alta honraria concedida pelo governo francês. Em 1953, foi obrigado a se internar no Rio de Janeiro, pois se encontrava intoxicado pelos metais pesados contidos nas tintas, tendo sofrido hemorragia intestinal, e sendo obrigado a ficar algum tempo sem pintar. Ele se referia à proibição com a frase: “Estou proibido de viver.”.

Em 1955, Portinari assinou um contrato para executar os painéis Guerra e Paz, que decorariam a Sede da ONU, em Nova York, EUA. Tinham 14 metros de altura por 10 de largura, cada um. Foram entregues em 1956. Por ocasião da exibição dos painéis no Brasil, o artista recebeu a Medalha de Ouro de Melhor Pintor do Ano, concedida pelo International Fine Artes Council (IFAC), de Nova York, EUA, das mãos do presidente Juscelino Kubistschek. Ao finalizar os painéis Guerra e Paz, Portinari criou 22 desenhos a lápis de cor sobre Dom Quixote, que serviram de inspiração para 21 poemas de Carlos Drummond de Andrade. E, em 1961, já doente, o pintor criou os três painéis em azulejos: Frevo, Peixes e Pombas.

Portinari realizou grandes painéis móveis como: Primeira Missa no Brasil, Tiradentes, (que deu ao artista a Medalha de Ouro da Paz no II Congresso Mundial dos Partidários da Paz, em Varsóvia, na Polônia), Chegada de D. João VI ao Brasil e Guerra e Paz. Candido Portinari morreu em 1962, aos 59 anos de idade, causando grande comoção no país e, especialmente, no então estado da Guanabara.

Fonte de pesquisa:
Cândido Portinari / Coleção Folha

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Di Cavalcanti – MOÇAS COM VIOLÕES

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Três figuras femininas estão representadas na composição Moças com Violões, do pintor brasileiro Di Cavalcanti. Elas se encontram numa sala, onde uma enorme janela, com suas duas abas abertas, está de frente para o mar, podendo também vislumbrar parte do céu.

Nas laterais da sala existem portas que levam a outros ambientes. No chão, um tapete quadrado, de cor vermelha, sobre as tábuas corridas, traz sobre si uma mesa redonda de madeira, com um jarro de flores, e um sofá de fundo azul e branco, estampado com bolinhas. Sobre o sofá estão duas das moças, com seus respectivos violões.

À direita da composição, está a terceira figura, de pé, reclinada ao lado do sofá. A personagem do meio parece tocar seu violão, enquanto a da esquerda traz o seu instrumento descansando no tapete, entre suas roliças pernas. Todas as três garotas usam sapatos brancos. A proximidade entre elas cria uma atmosfera de grande intimidade.

Atrás da moça de pé está um quadro com a bandeira do Brasil. Na parede, à esquerda da da tela, é possível ver um espelho.

Ficha técnica
Ano: 1937
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 49,8 x 60,8 cm
Localização: Acervo da Coleção Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro, Brasil

Fonte de pesquisa
Di Cavalcanti/ Coleção Folha

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Di Cavalcanti – MULHERES NA JANELA

Autoria de Lu Dias Carvalhodi123

Mulheres na Janela é mais uma obra de Di Cavalcanti, artista brasileiro. As duas personagens à janela possuem maquiagem carregada e um olhar distante. Uma delas está de frente para o observador, enquanto a outra divaga, à esquerda.

Nesta composição, Di Cavalcanti demonstra a influência que recebeu de seu amigo Pablo Picasso, ao apresentar duas monumentais mulatas, que preenchem quase toda a tela, com suas formas simplificadas e curvilíneas, exalando beleza e sensualidade.

O pintor usa os tons quentes avermelhados na maior parte da composição. Desenhos geométricos espalham-se pelo fundo da pintura, acentuando as formas arredondadas das duas moças.

Ficha técnica
Ano: 1926
Técnica: óleo sobre cartão
Dimensões: 49,5 x 40 cm
Localização: Acervo da Fundação José e Paulina, Nemirovsky, São Paulo, Brasil

Fonte de pesquisa
Di Cavalcanti/ Coleção Folha

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Di Cavalcanti – CARNAVAL

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O carnaval, desde minha mocidade, participou de minha vida, como uma necessidade de externação de uma parte de meu ego. (Di Cavalcanti)

 Di Cavalcanti encontrava-se em Paris, quando fez esta alegre composição, retratando um bloco carnavalesco.

Um grupo de foliões está na rua, curtindo o carnaval. Todos estão fantasiados, carregando instrumentos, estandartes e flores. Pela proximidade que existe entre eles, torna-se difícil diferenciá-los.

À frente do grupo, um personagem parece carregar uma boneca negra, vestida com saia de cor azul e branca na parte de cima e vermelha na inferior, com um lenço vermelho na cabeça e um enorme brinco na orelha. A figura negra, de costas para o observador e de frente para o grupo, ocupa o primeiro plano.

No centro, de frente para o observador, uma personagem de rosto colorido, lenço no cabelo e colar amarelo parece segurar um ramo de flores. Atrás dela, aparece uma figura usando um cocar de penas coloridas na cabeça e saia igual.

No lado esquerdo da composição, uma figura, usando uma enorme cartola, toca um bumbo. Próxima a ela, outra figura carrega um estandarte. Ao fundo, descortinam-se algumas casas brancas, em meio a um céu azul, montanhas e árvores.

Ficha técnica
Ano: 1924
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 73,5 x 89 cm
Localização: Acervo do Museu de Arte Brasileira, São Paulo, Brasil

Fonte de pesquisa
Di Cavalcanti/ Coleção Folha

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