Arquivo da categoria: Vida Saudável

Temas diversos sobre saúde

LIDANDO COM A ASMA

Autoria do Dr. Telmo Dinizlicomas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de asma. Segundo o Ministério da Saúde, a asma é a quarta causa de internação hospitalar no país, afetando cerca de 20% da população brasileira.

Durante o outono e, principalmente, no inverno, o ar frio (mais pesado) fica nas camadas mais baixas. Isso faz com que os poluentes fiquem mais concentrados, inclusive e, principalmente, devido a chuvas mais escassas. A consequência é a irritação das vias aéreas, o que acarreta piora dos sintomas alérgicos. Além disso, a maior circulação de vírus, como o da gripe e do resfriado, influenciam diretamente no aumento de doenças do aparelho respiratório. É também neste período que as pessoas ficam em ambientes mais fechados, em aglomerações, e isso favorece a disseminação de vírus e bactérias, podendo complicar resfriados comuns em quadros de pneumonias.

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que atinge crianças e adultos de ambos os sexos. Apesar de haver um componente genético, a asma pode ser desencadeada por inúmeros fatores como mofo, poluição, infecções virais (gripes e resfriados), ar frio e seco, alteração climática, perfume, produtos de limpeza, poeira, ciclo menstrual, cigarro, produtos químicos e até mesmo estresse. Sintomas como tosse, falta de ar e chiado no peito estão presentes durante as crises. O tratamento consiste no uso de medicamentos por via inalatória, que diminuem a inflamação e controlam as crises, diminuindo, assim, os sintomas. Para o controle da doença, é muito importante evitar a exposição aos agentes desencadeantes citados.

Existem diversas formas de amenizar ou mesmo evitar as crises de asma. Todas as dicas são úteis e fáceis de seguir, em especial nas pessoas que sabidamente já são alérgicas e mais propensas a adoecer nestes períodos mais frios:

  • Primeiramente, mantenha o organismo hidratado (água fluidifica o muco das vias respiratórias e aumenta suas defesas). Parece claro que, não fumar ou se expor aos ambientes com muita poeira ou fumaça, é bastante importante.
  • Evite o contato com pessoas gripadas ou com resfriados (quando for espirrar ou tossir, o faça na dobra do braço e não com as mãos).
  • Lavar as mãos frequentemente deve se tornar um hábito contumaz (só esta atitude reduz de forma dramática as transmissões de pessoa a pessoa). O uso do álcool em gel também é de grande valia. Aplicação de soro fisiológico nas regiões dos olhos e narinas ajuda a hidratar as mucosas e reduzir as irritações.
  • Retire o pó da mobília e limpe o chão somente com pano úmido. Nos dias de umidade baixa, o uso de umidificadores é de grande ajuda. Entretanto, não deixe ligado à noite toda (isso pode aumentar os fungos e o mofo, o que piora as crises).
  • A alimentação deve ser balanceada e deve conter verduras e legumes. As frutas são essenciais, principalmente aquelas que contêm vitamina C, como as cítricas. Uma alimentação colorida é rica em nutrientes e vitaminas, o que fortalece o sistema imunológico.
  • Por fim, não se esqueça da vacina contra a gripe.

Nota: imagem copiada de escolakids.uol.com.br

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O PRÉ-DIABETES – LUZ AMARELA

Autoria do Dr. Telmo Diniz

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É uma condição clínica que precede o diabetes tipo 2. É neste momento, através dos exames de sangue, que os níveis de açúcar (glicose) estão começando a ficar elevados, e os níveis de insulina também. O pré-diabetes é muito conhecido pelo estado de resistência à insulina, quando o pâncreas passa a produzir insulina em excesso na tentativa de controlar os níveis de açúcar no sangue. O pré-diabetes é fácil de detectar e fácil de tratar.

Se considerarmos que a população total no Brasil é de pouco mais de 200 milhões de pessoas, estima-se que o pré-diabetes atinja cerca de 40 milhões e, na grande maioria dos casos, as pessoas estão assintomáticas. Entretanto, a glicose alta vai solapando os órgãos aos poucos, podendo culminar com as doenças que mais matam no mundo (infarto cardíaco e derrame cerebral), além, é claro, de insuficiência renal, cegueira, entre várias outras complicações decorrentes do diabetes.

O principal fator de risco é o ganho de peso. Com o aumento ponderal, o pâncreas passa a produzir mais e mais insulina na tentativa de controlar os níveis de açúcar. No entanto, o organismo não interpreta este aumento na produção de insulina de forma benéfica, e o estado de resistência insulínica aparece, fazendo com que, apesar de muita insulina estar disponível, ela acabe funcionando pouco. Portanto, quando a glicose de jejum estiver entre 100 e 125mg/dl considera-se estado de pré-diabetes. Existem também vários casos nos quais a glicose ainda está em patamares normais, entretanto, os níveis de insulina estão drasticamente elevados, demonstrando que a pessoa está caminhando para o pré-diabetes. O ganho de peso, a genética, o sedentarismo e uma alimentação baseada em alimentos hipercalóricos estão todos envolvidos como causas do pré-diabetes.

Na maior parte dos casos, o tratamento vai se iniciar com orientações para modificação de hábitos de vida, ou seja, dieta com redução de calorias, gorduras saturadas e carboidratos, principalmente os simples, além do estímulo à atividade física. Em alguns casos, o médico poderá optar por iniciar tratamento com medicação para prevenir a evolução para o diabetes. Nos pacientes que estão com sobrepeso ou obesidade, a perda de cerca de 10% do peso corporal já leva a uma melhora drástica. Com o uso associado de medicação, é possível evitar a progressão do pré-diabetes para diabetes em vários casos.

As mudanças do estilo de vida são o pilar do tratamento. Sabendo que é um quadro reversível, a preocupação é que o paciente adote novos hábitos saudáveis. Atividades físicas programadas (cerca de 30 minutos cinco vezes por semana), dieta com redução de carboidratos simples por carboidratos complexos, diminuição do consumo de gorduras saturadas e aumento do consumo de fibras e carnes magras são as medidas a serem tomadas para o controle completo do estado do pré-diabetes. Enfim, o tratamento baseia-se em melhora dos hábitos de vida. É fácil, só depende de você!

Nota: imagem copiada de diet.reynoldstocks.com

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O LADO PERVERSO DOS LABORATÓRIOS

Autoria do Dr. Telmo Diniz

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O Brasil é o sexto mercado em vendas de medicamentos no mundo, com forte perspectiva de ocupar o quarto lugar já em 2017. Só em 2014, a indústria farmacêutica alcançou lucros recordes de quase US$ 30 bilhões. E a expectativa é que, até 2020, amplie esta marca para quase US$ 48 bilhões/ano, segundo dados da consultoria GlobalData.

Não sou contra o lucro das empresas privadas. Muito pelo contrário, sou favorável ao ganho de capital. Entretanto, quando se trata de cuidar de doenças que são verdadeiras pandemias mundiais ou que poderiam ser curadas e não simplesmente tratadas, entendo que o lucro das empresas não poderia se sobrepor à saúde do ser humano.

Um médico britânico e Prêmio Nobel de 1993, Richard J. Roberts, já acusou grandes empresas farmacêuticas de colocar em primeiro lugar os benefícios econômicos em detrimento da saúde das pessoas, “porque curar não é rentável”, disse ele. E completou: “medicamentos que são usados de forma crônica pelas pessoas é que dá dinheiro para a indústria”. Bom, até certo ponto, me parece que a alegação do colega parece lógica. As medicações mais vendidas no mundo são para controle do colesterol e da pressão arterial.

Até pouco tempo não havia preocupação com o vírus da Zica. Achava-se que era doença autolimitada e sem grandes preocupações. Agora, com a ligação a uma epidemia de microcefalia em recém-natos e aumento substancial nos casos da Síndrome de Guillain-Barré, a indústria farmacêutica vem anunciando rápidos progressos à procura de uma vacina eficaz contra o vírus. Pode ter certeza de que nós vamos pagar essa conta. A vacina deverá ser adquirida pelos governos de centenas de países. Por trás do pânico, os interesses econômicos dos laboratórios certamente irão prosperar. Fazer o quê?

Achamos que com a Lei de Patentes, se criaria forte esquema de proteção para o monopólio da exploração de medicamentos no Brasil. Entretanto, não parece ser isso que ocorre por aqui. Para que o leitor tenha um pequeno exemplo do problema, existe um medicamento para tratamento de câncer do laboratório Roche com nome comercial Avastin®, onde uma única dose de 100 mg custa cerca de R$ 1.500. Esta mesma dose no exterior sai por cerca de R$ 200. Há algo de muito errado nisto tudo. Medicamentos caríssimos para tratar doenças potencialmente fatais na mão de um laboratório e medicações corriqueiras para controle do colesterol e pressão alta acessível à população, mas, como são doenças crônicas, tem de usar o resto da vida. E, portanto, devemos comprá-las até a “missa de sétimo dia” (grifo meu).

Parece discurso da esquerda, mas não é! Os laboratórios investem pesado em pesquisas para que estas medicações sejam elaboradas. Entretanto, deve haver uma regulação para isso. A Lei das Patentes não foi suficiente. O lobby da indústria já ganhou de lavada. No meu entendimento sobre este tema, a primeira premissa a ser adotada é a de que o direito à vida e à saúde não podem ser sobrepostos pelos interesses financeiros. Isso é fato! Sai a Lei das Patentes e entra uma “Lei Humanista”.

Nota: imagem copiada de jornalggn.com.br

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O LADO BOM DA DESOSPITALIZAÇÃO

Autoria do Dr. Telmo Diniz

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Muita gente acredita que, caso vier a ficar doente, é no hospital que receberá um melhor atendimento. As pessoas enxergam o hospital desta forma, pois é no âmbito hospitalar que existem todos os recursos humanos e de alta tecnologia ao nosso alcance. Isto pode estar correto, dependendo do caso. Entretanto, por outro lado, o tratamento fora do hospital tem inúmeros benefícios. A desospitalização pode ser um bom recurso para todos: hospitais, planos de saúde e pacientes.

A desospitalização é uma tendência mundial. Em países de primeiro mundo, como Inglaterra e Estados Unidos, a utilização da infraestrutura de um grande hospital acontece apenas nos períodos mais críticos da doença, ou seja, o leito hospitalar somente é utilizado nas fases agudas e não em fases crônicas. Um bom exemplo para o leitor entender melhor o tema é de uma pessoa que teve um acidente vascular cerebral (AVC). Na fase aguda, ele fica no CTI, em média, cinco dias após o evento. Após este período, quando ocorre a estabilização do quadro, o paciente é transferido para uma unidade de menor complexidade e, daí, para o quarto; entretanto, continua no hospital. Nos sistemas onde a desospitalização é comum, que este paciente, saindo do quadro agudo, irá se recuperar em unidades extra-hospitalares. Sai mais barato para o plano de saúde e melhor para o paciente, que se recupera mais rápido.

Continuando com o mesmo exemplo, esse paciente com sequela de AVC e que precisa de um suporte médico, de enfermagem e de reabilitação fisioterápica, nos EUA e Europa, normalmente é encaminhado para instituições de reabilitação (chamadas de “Nursing Homes” ou “Assisted Living”). Quando o tratamento de recuperação estiver terminado, recebe alta para casa. No Brasil, alternativas são oferecidas aos pacientes e suas famílias para reduzir o tempo de internação, entre as quais, hospitais de retaguarda, o já conhecido sistema de “home care”, no qual toda a estrutura hospitalar é montada na casa da pessoa ou para as instituições de longa permanência para idosos credenciados. Estas últimas ainda não exploradas pelas operadoras de saúde, pois certamente conseguiriam liberar leitos hospitalares, reabilitar os pacientes a um custo cinco vezes menor.

O objetivo da desospitalização não é dar alta precoce ao paciente. É fornecer todo o suporte para que o tratamento tenha continuidade com êxito por meio de iniciativas de tratamento extra hospitalar. Grandes hospitais mantêm, atualmente, um serviço permanente de detecção dos pacientes que estão internados, mas clinicamente estáveis. O hospital, então, entra em contato com os médicos assistentes e se a desospitalização for um caminho viável e seguro, inicia-se uma conversa com a família sobre essa possibilidade de tratamento longe do hospital. Quando a ideia é bem aceita por todos, a alta é programada.

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DIETA, FIBRAS E BACTÉRIAS DO BEM

Autoria do Dr. Telmo Diniz

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Adotar uma dieta pobre em fibras faz mal ao intestino humano, pois vai gradativamente destruindo a flora intestinal bacteriana. É o que aponta um estudo realizado por pesquisadores das três mais renomadas escolas de medicina dos EUA (Stanford, Harvard e Princeton) e que foi publicado na revista “Nature”.

De acordo com esse estudo, uma dieta negligente em fibras pode eliminar bactérias benéficas da nossa flora intestinal de forma irreversível. E o que é pior, essa mudança tende a ser transmitida para as gerações futuras. Em outras palavras, o que você come hoje (ou melhor, deixa de comer) irá determinar o que seus filhos terão ou não de proteção e prevenção em relação a diversas doenças.

Fica claro que as fibras são essenciais, pois servem como fonte de alimento para as bactérias do cólon, a maior porção do intestino grosso. O que chamamos de probióticos são representados pela flora bacteriana “do bem”, enquanto os prebióticos são as fibras presentes nos alimentos. Com a insuficiência na ingestão de fibras na dieta, essas mesmas bactérias vão morrendo e reduzindo sua população. O desequilíbrio entre as bactérias boas e ruins no intestino são responsáveis por uma série de doenças e desequilíbrios no organismo.

Para que o leitor tenha uma ideia da importância do intestino e sua flora, imagine que, se dissecarmos o órgão de uma pessoa adulta, sua área de absorção equivale ao tamanho de uma quadra de tênis. Portanto, podemos concluir que boa parte de nossa saúde passa por lá. Já está bem estabelecido que o intestino grosso é o responsável pela formação do bolo fecal, reabsorção de água e nutrientes, produção de imunoglobulinas, produção de algumas vitaminas, inclusive pela produção de 80% da nossa serotonina. Isto mesmo! Um intestino constipado irá produzir menos dessa substância e poderá agravar quadros de depressão, além de piorar de forma substancial o humor (uma pessoa constipada é mal humorada – “enfezada”).

Portanto, a identificação e o controle da função intestinal e da flora bacteriana são de suma importância para que sejam evitadas várias doenças sistêmicas, como:
• alergias inespecíficas,
• alergias alimentares,
• fadiga crônica e desânimo,
• depressão,
• dores de cabeça (enxaquecas),
• problemas de pele e unhas,
• baixa do sistema imunológico (predispondo a infecções de repetição),
• fibromialgia,
• piora na qualidade do sono,
• distensão abdominal com alta formação de gases intestinais (flatulência), entre outros.

Cabe ao médico intervir nos hábitos de vida da pessoa, como reeducação alimentar e exercícios físicos. Nesse ponto é importante a inclusão das fibras nas refeições, reduzir o consumo de alimentos processados, consumir bebidas lácteas (pois contêm lactobacilos). De igual forma deve ser otimizado a ingestão de líquidos, consumir alimentos sabidamente desintoxicantes (como um suco funcional) e praticar atividades físicas regulares. Essas medidas podem melhorar, e muito, a flora intestinal. Em alguns casos pode ser necessária a reposição de suplementos de probióticos e prebióticos, como forma complementar.

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É MAIS PERIGOSO SER INATIVO DO QUE OBESO

Autoria do Dr. Telmo Diniz

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Que obesidade e sedentarismo são fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, todos sabemos. Porém, que a falta de exercício físico pode matar o dobro de pessoas se comparada à obesidade, ainda não. É o que sugere um estudo realizado durante 12 anos, que incluiu centenas de milhares de pessoas em toda a Europa.

O estudo foi conduzido na Universidade de Cambridge, publicado no “American Journal of Clinical Nutrition”, e tenta trazer à tona os perigos da inatividade e da obesidade. Os pesquisadores acompanharam centenas de milhares de europeus por 12 anos e avaliaram os níveis de exercício das pessoas, medidas como peso, altura e a medida da circunferência abdominal. Registraram-se cerca de 670 mil mortes ao ano por inatividade, contra 330 mil por conta de excesso de peso.

Obesidade e sedentarismo, muitas vezes, ocorrem juntos. No entanto, sabe-se que as pessoas mais magras têm um maior risco de problemas de saúde, se forem inativas. E as pessoas obesas, que se exercitam, têm melhores condições de saúde do que pessoas inativas. Em outras palavras: é melhor um gordinho que faz alguma atividade física do que um magrelinho sedentário. Uma citação de Platão, filósofo grego diz que “para o homem se manter sadio não basta se alimentar, mas também praticar algum tipo de movimento”.

Outro dado de grande relevância deste estudo é que uma caminhada de 20 minutos por dia pode ser suficiente para reduzir o risco de morte precoce de um indivíduo. A mensagem é simples: apenas uma pequena quantidade de atividade física por dia pode ter benefícios substanciais para as pessoas que são sedentárias. Hipócrates, pai da medicina, já dizia: “a falta de atividade física destrói a boa condição de qualquer ser humano, enquanto o movimento e o exercício físico metódico salvam-no e preservam-no”.

Os autores do estudo estimam que, fazer o equivalente a apenas 20 minutos de caminhada por dia, queima, em média, 100 kcal (“quilocalorias”). Isto levaria um indivíduo do grupo inativo a moderadamente inativo a reduzir o risco de morte prematura em até 30%. O impacto foi maior entre os indivíduos com peso normal. E, mesmo naqueles com maior IMC, o benefício foi verificado. O autor do estudo afirma que eliminar a inatividade na Europa cortaria as taxas de mortalidade em cerca de 7,5%, mas eliminar a obesidade reduziria a mortalidade em apenas 3,5%.

Apesar de saber dos ganhos que se tem ao frequentar uma academia, muitas pessoas não gostam muito do ambiente. Para ajudar, indico uma lista de exercícios para fazer fora da academia:

• caminhe na esteira;
• troque o elevador pelas escadas;
• faça pequenas pausas no trabalho e caminhe;
• estacione o carro mais longe para caminhar um pouco mais;
• a bicicleta pode ser uma ótima opção para quem aprecia a prática;
• troque a escada rolante pela convencional;
• saia para caminhar com seu cão.

A ideia é se movimentar. Então, mexa-se!

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