Autoria de Celina Telma Hohmann
Comemorar o Dia das Crianças é muito bom, principalmente para as indústrias de brinquedos que aumentam ainda mais seus robustos proventos, mas convenhamos, é tão bom um dia dedicado às crianças, mesmo que saibamos, na prática, que todos os dias são dias dessas pequenas criaturas adoráveis e algumas vezes perigosamente manipuladoras. O próprio dia dedicado a elas foi proposital. Houve oportunismo! E para variar, do lado político, claro! Um deputado esperto que só, levantou o lencinho acenando para que a data fosse proclamada como um dia especial, isso lá nos idos de 1920! Demorou um pouquinho, mas foi oficialmente declarada data nacional o “dia 12 de outubro”, como o Dia das Crianças!
O Brasil foi o primeiro a criar esta homenagem. Em outros países há diferentes datas e cada um com seu jeito peculiar de agraciar os pequenos e por vezes nem tão pequenos, mas, enfim, a data está aí e eu aqui, neste abençoado dia, relembrando os fatos da minha infância e de como não o comemorava. E filho de pobre tem Dia das Crianças? E nem fui criança pobre, apenas tive pais que só comemoravam o Natal e a Páscoa. Sorte que em idade escolar, as professoras supriam essa dolorosa falta.
Hoje temos como data importante o Dia dos Pequenos! E saímos em desabalada correria atrás dos brinquedos que já são monstros em preço e diversidade! Os pimpolhos cobram, contam quantos dias faltam para receberem os presentes que, claro, serão mais que um, afinal, pais e parentes têm a função de homenageá-los. E compramos fantásticos presentes que, por vezes, em menos de um dia já estão em frangalhos, seja pela ofegante necessidade que os pequenos têm em descobri-los, inclusive por dentro, ou pela doce habilidade dos fabricantes em construí-los com a certeza de que não serão para durar. Pobres adultos! Sorridentes, as crianças, com o sorriso em agradecimento aos presentes, ganham ainda nosso doce abraço e a sensação do “Pude agradá-los, Graças a Deus!”.
Quem fica indiferente à carência dos presentes que os pequenos tanto querem? Ninguém! Há campanhas para arrecadar brinquedos aos menos favorecidos, deslocamento de viaturas oficiais para fazer a entrega em lares onde elas estão. A festividade começa nas primeiras luzes do dia. Afinal é o dia delas! E que hoje, mais ainda que em outros dias, sintam-se amadas, queridas, realizadas e com saúde, pois se há doença, pode haver o presente, mas em nós, adultos, estará a tristeza. O pequeno doente, por vezes, estará impedido de tocar em seu brinquedo. Isso dói! E que aos pais caiba a responsabilidade de tentar incutir em todas essas puras cabecinhas, o valor do abraço, do respeito e do amor.
Crianças! Nossa certeza do sorriso puro, da bondade, mesmo que haja alguns pontapés certeiros, uns vacilos na elegância, um esbaldar-se em birras, ainda assim, crianças! Enfeites da vida! Certeza de que ainda há esperança! Parabéns a todas vocês! Hoje nem bolo é necessário. Uma boa tarde no parque (com seus brinquedos) e o cansaço à tarde, após muitas descobertas, muitos jogos nos novos celulares, iphones de última geração, ostentação aos amiguinhos das maravilhas ganhas e alguns arranhões pelos tombos na nova bicicleta, ou no chute errado do amigo/irmão!
Crianças, sejam felizes!
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Celina,
posso indicá-la à Academia de Letras? Embora eu não tenha o hábito de comentar, leio os seus textos e muito os aprecio. Continue nos proporcionando tão prazeirosas leituras.
Abraços,
Moacyr
Miss Celi
Como é bom relembrar a criança que todos nós fomos um dia. Contudo, tais datas não me atraem, pois hoje resumem-se apenas em comércio, como você citou. Não são poucos os pais que se endividam para comprar brinquedos para seus filhos, deixando de suprir outras necessidades. Assim como é duro cruzar com as crianças de rua, com olhos pidões nos presentes que veem passar. O carinho e o cuidado ainda são os maiores presentes, penso eu.
Abraços à criança que ainda mora em você,
Lu