Filme – DISQUE M PARA MATAR

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Você acredita que existe o crime perfeito?
Disque M Para Matar traz um crime quase que perfeito, se…

Disque M para Matar (1954) é o 39º longa-metragem do grande mestre Alfred Hithcock, criador do gênero suspense, com seus elementos sombrios e sua atmosfera de mistério. O texto é do autor inglês Frederick Knott, que já fora encenado nos palcos londrinos e depois em Nova York. O mesmo autor adaptou a peça para o cinema. O filme foi rodado utilizando uma tecnologia desenvolvida pela Polaroid, que criava a ilusão de tridimensionalidade, o chamado 3D (são usadas duas câmaras, uma ao lado da outra). Quase toda a ação se passa em um único local, que é a sala de jantar da casa de Tony Wendice (Ray Milland) e Margot (Grace Kelly), sendo a troca de chaves o ponto x para o inspetor Hubbard (John Williams).

No filme, um ex-tenista profissional chantageia um antigo colega para que esse mate sua mulher rica e infiel, para que ele possa ficar com a herança. A trama envolve o espectador do princípio ao fim.

Alfred Hithcock, diretor de Disque M Para Matar, possui uma filmografia de filmes instigantes que ao mesmo tempo nos deixa com os nervos à flor da pele, mas não permite que nos desgrudemos da tela. Carregava um hábito que punha todos à sua procura: fazer aparições relâmpagos em seus filmes, deixando as pessoas curiosas para descobrir a sua figura roliça muito famosa. Dizem que esse hábito de fazer pontas nos próprios filmes começou com O Inquilino. Em Disque M para Matar ele aparece na foto que Tony Wendice (Ray Milland) mostra a Swan (Anthony Dawson), o homem contratado para matar Margot (Grace Kelly). Ele está sentado à mesa, com os outros participantes do jantar, olhando para a câmara.

Hithcock não admitia que os magnatas dos estúdios de Hollywood dessem palpites em suas obras, por isso fechava contratos com cláusulas que lhe davam a inteira liberdade de rodar seus filmes como quisesse. O que contava para ele era a reação do público.

Durante muito tempo, a crítica dos Estados Unidos não levou o diretor inglês a sério, considerando-o um diretor menor, autor de filmes ligeiros e vazios, dizendo que ele não iria muito longe. A sua genialidade foi mostrada pelos críticos e futuros cineastas da revista francesa Cahiers Du Cinéma, que o elogiavam, dizendo que o diretor tinha atingido a meta de alcançar o cinema puro:

“Hithcock é um dos maiores inventores de forma de toda a história do cinema. No caso dele, a forma não enfeita o conteúdo: ela o cria.”

Com o prestígio alcançado pelo grande mestre do suspense na França, os críticos estadunidenses reavaliaram os seus conceitos quanto ao grande cineasta. Contudo, ele jamais recebeu um Oscar em toda a sua carreira, embora tenha sido laureado com muitos outros prêmios e indicado para o Oscar de melhor diretor pelos filmes: Psicose, Janela Indiscreta, Quando Fala o Coração, Um Barco e Nove Destinos e Rebecca, a Mulher Inesquecível. Este último ganhou o Oscar de Melhor Filme do ano (1941), mas o prêmio foi apenas para os produtores, ficando Hith (apelido) apenas com a indicação de melhor diretor.

“O único modo de me livrar de meus medos é fazer filmes sobre eles.” (A. Hithcock)

“Hollywood é uma cidade sem piedade. Não conheço nenhum outro lugar no mundo com tantos alcoólatras, neuróticos e tanta infelicidade.” (Grace Kelly)

Curiosidades:

  • As filmagens de Disque M Para Matar foram completadas em 36 dias.
  • Quando o filme ficou pronto, a técnica tridimensional já tinha caído em desuso, de modo que ele foi exibido em quase toda parte da forma tradicional.
  • Hithcock dizia que rodaria “de bom grado” um filme inteiro numa cabine telefônica. Muitos de seus filmes têm a ação concentrada num só ambiente.
  • Grace Kelly era a atriz preferida do mestre do suspense, atuando, também, em Janela Indiscreta e Ladrões de Casaca.
  • Foi o terceiro filme a cores do Hitchcock e o primeiro filme do diretor estrelado por Grace Kelly, sua eterna musa.
  • Vários diretores tentaram imitar o mestre do suspense: François Truffaut, Mel Brooks, Roman Polanski, etc.
  • Ele se naturalizou americano em 1956. Morreu em 1980.
  • Seu diretor favorito era Luis Buñuel e seu filme preferido era A Morte Cansada do diretor Fritz Lang.
  • Dial M for Murder teve duas refilmagens, uma com o mesmo título para a televisão, em 1981, e outra em 1998, intitulada Um crime perfeito, dirigido por Andrew Davis e com Michael Douglas, Gwyneth Paltrow e Viggo Mortensen nos principais papéis.

Cenas imperdíveis:

• Na abertura do filme, é possível ver um disco de telefone e um dedo. Foi produzido um telefone e um dedo gigantescos, para fazer a cena do toque do telefone.

• A exposição da história acontece em menos de um minuto: o diretor mostra o casal em seu apartamento, Margot lê a notícia da chegada do amante a Londres. Ele desembarca, chega ao apartamento e a beija.

• Margot veste branco em sua primeira aparição, mas usa vermelho ao se encontrar com o amante.

• As roupas de Margot vão perdendo as cores, conforme o filme avança, chegando ao final em tons cinza-escuro, aumentando a dramaticidade.

• A cena em que Tony dá a tesoura a Margot antes de sair com Mark.

• A mão de Margot estendida pedida socorro.

• Na cena em que luta pela própria vida, Margot estica a mão em direção à câmara e agarra a tesoura. Hithcock fez isso para aproveitar o efeito de profundidade permitido pelo 3D. Tal cena levou quase uma semana para ser filmada.

• A transformação de Margot ao longo do filme: no início mostra-se altiva e feliz até chegar a uma mulher infeliz e totalmente arrasada.

• Aos 54 minutos de filme, há um pequeno intervalo – consequência da filmagem em 3D, pois quando um rolo de filme acabava, era preciso parar a projeção para a troca dos rolos.

• A chave encontrada pelo inspetor é mostrada de maneira a acentuar o efeito 3D.

• Na época (1954) eram comuns os filmes adaptados para serem vistos em cinemas 3D, é por isso que existem no filme cenas ressaltando objetos.

• O personagem do inspetor é um dos raros policiais simpáticos dos filmes de Hithcock que, assumidamente, tinha medo de polícia.

Sinopse

Em Londres vivem Margot (Grace Kelly) e seu marido, o ex-jogador de tênis Tony Wendice (Ray Milland). Tudo está transcorrendo bem, até que ela lê no jornal a notícia da chegada do escritor americano de novelas policiais, Mark Halliday (Robert Cummings). Ela e Mark tiveram um caso um ano antes.

Após a chegada do escritor, ele visita Margot em seu apartamento, porque ela quer apresentá-lo ao marido. Na oportunidade, aproveita para colocar um ponto final na relação, alegando que no período em que ficaram ausentes um do outro, o marido sofrera uma grande mudança comportamental. Além de ter desistido do tênis, ainda se tornara um companheiro gentil e amoroso. Gostaria de apresentá-lo a Tony como um velho amigo.

Margot conta a Mark que dera um final a todas as cartas que recebera dele, com exceção de uma, que deixara guardada dentro de sua bolsa. Mas sua bolsa havia sumido e, ao encontrá-la, já não continha mais a carta. E, mais tarde, alguém lhe escreveu dizendo que estava com a carta que comprometia seu casamento. A pessoa exigiu 50 libras para devolvê-la, mas acabou não lhe entregando a correspondência comprometedora.

Após apresentar o ex-amante ao marido, o segundo fez tudo para que os dois saíssem sozinhos para jantar. Nesse ínterim, Tony contrata um ex-colega para matar a sua mulher, rolando uma trama complicadíssima, pois as coisas não acontecem conforme o combinado. Margot acaba matando o homem encarregado de assassiná-la e Tony tenta, disfarçadamente, criar todas as condições possíveis para que ela seja acusada de assassinato, optando por um plano B. Na verdade, ele tem conhecimento do relacionamento de Margot com Mark, mas finge ignorância e mantém a relação apenas pelo dinheiro. Se a mulher for condenada por assassinato ele será duplamente recompensado: terá a fortuna e vingará a traição. É aí que entra o sábio inspetor Hubbard (John Williams) e o intricado teste das chaves.

Fontes de Pesquisa:
Cinemateca Veja
Wikipédia

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