Mit. – O DILÚVIO E A NOVA HUMANIDADE (VI)

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Recontado por Lu Dias Carvalho

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Mesmo depois de a Terra passar por quadro Idades (do Ouro, da Prata, do Bronze e do Ferro), isso não foi suficiente para que a humanidade aprendesse com seus erros e castigos subsequentes, restando ao poderoso deus Júpiter tomar uma decisão mais severa. Eu diria que enérgica até demais! Deu ordem para que todos os deuses apresentassem-se em seu palácio no céu. Todos eles, com o respeito que lhes era peculiar, tomaram o caminho denominado Via Láctea, que levava ao todo poderoso. Pela convocação, pressentiram que o fato era bem grave.

Júpiter abriu a assembleia falando sobre seu descontentamento com a humanidade,  que se encontrava cada vez mais inconsequente, desagradecida e prepotente. E que tomara uma decisão irrevogável: destruí-la. Uma nova raça seria criada, mais digna e mais sábia, incapaz de envergonhar os deuses, pois já se encontrava cansado daquela. Ao terminar sua fala, muniu-se de um raio, apontando-o para a Terra. Ela seria destruída pelo fogo, que a consumiria com extrema rapidez. Mas, antes de atear fogo a ela, lembrou-se de que esse também poderia alcançar o céu. Melhor seria que fosse inundada pela água, embora demorasse mais.

O plano foi posto em execução com o auxílio do vento norte e do vento sul. O céu foi tomado por trevas profundas. Nuvens escuras avolumaram-se sobre a Terra. Bastou apenas que uma delas se rompesse num rasgão, para que um turbilhão de água desmoronasse sobre ela. Júpiter achou que a tragédia evoluía lentamente. Recorreu, então, a seu irmão Netuno, o deus dos rios, mares, oceanos e terremotos, que enviou suas águas com extremado furor. E, para culminar, sacudiu a Terra com um gigantesco terremoto, levantando as águas do oceano que, abruptas, engoliam tudo que encontravam à frente. Toda a vida pereceu, assim como tudo que fora construído pelo homem. E, se alguma coisa restou, tombou sob a voracidade da fome.

O Monte Parnaso, porém, era o único a não ter sido coberto ainda pelas águas. E foi justamente ali que um homem chamado Deucalião abrigou-se com sua esposa Pirra, ambos pertencentes à raça de Prometeu. E Júpiter, após averiguar que a Terra estava totalmente limpa daquela espécie maldita, excetuando o último casal que era formado por pessoas agradecidas e fieis aos deuses, ordenou aos ventos que deixassem o céu e a Terra à vista. E Netuno pediu a seu filho Tritão, deus marinho, que providenciasse a retirada das águas. Não demorou muito tempo para que tudo voltasse ao normal.

O casal, salvo do dilúvio, consultou o Oráculo, num templo coberto pela lama, e conseguiu decifrar o que lhe fora repassado. Entenderam que a terra era a mãe e as pedras os seus ossos que deveriam ser jogados para trás. E, à medida que as arremessava, elas iam, aos poucos, transformando-se em seres humanos. O mais interessante é que as pedras lançadas por Pirra davam origem às mulheres, e as lançadas por Deucalião produziam os homens. E assim surgiu uma nova humanidade que era forte e trabalhadora, bem diferente da primeira.

Nota: obra de Léon Comerre, Le Déluge

Fontes de Pesquisa
Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM

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