Carpaccio – O NASCIMENTO DA VIRGEM

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor italiano Vittore Carpaccio (c. 1465 – 1525/26) era filho de um comerciante de peles. É tido como um dos grandes nomes do Renascimento Veneziano. Foi assistente de Gentile Bellini e possivelmente seu aluno, tendo ajudado seu irmão Giovanni Bellini a decorar o palácio Ducal, mas sua obra foi destruída o incêndio de 1577. Além destes dois grandes nomes da pintura italiana, Carpaccio também foi influenciado por Antonello da Messina. Infelizmente se conhece muito pouco da vida do pintor.

A composição intitulada O Nascimento da Virgem – também conhecida como Natividade de Maria – é uma obra do artista, cujo objetivo era fazer a abertura de uma série de seis obras retratando a vida da Virgem Maria, para ornamentar a Scuola delli Albanesi.

A composição retrata o nascimento da Virgem como se fosse um acontecimento familiar. A principal ação acontece na sala de estar de uma casa veneziana da época. Ali se encontram presentes cinco pessoas e um bebê. Santa Ana, a mãe da criança recém-nascida, encontra-se deitada na cama, após ter dado à luz. Uma mulher, de pé, leva para ela uma vasilha com comida, enquanto outra prepara o banho para a pequena Maria que já traz um halo de divindade. Uma terceira mulher está sentada num banco, costurando as ataduras do bebê. São Joaquim – já bem idoso – apoiado em seu cajado, caminha em direção a Santa Ana.

Dois coelhos, simbolizando a fertilidade, estão próximos à porta aberta que leva a outro cômodo, onde é vista uma mulher a secar roupas no fogo. Mais distante é visto um terceiro cômodo, onde uma mulher cozinha. Uma tabuleta, vista acima de um armário, está pendurada na parede. Ali está escrito em hebraico: “Santo, santo é o Senhor dos exércitos. Toda a Terra está cheia da sua glória”.

Ficha técnica
Ano: c.1504
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 126 x 129 cm
Localização: Academia Carrara, Bérgamo, Itália

Fontes de pesquisa
Gênios da pintura/ Abril Cultural
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Reflexão: “UMA XÍCARA DE CAFÉ”

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Autor: desconhecidoUm grupo de profissionais – todos vencedores em suas respectivas careiras – reuniu-se para visitar seu antigo professor. Logo a conversa parou nas queixas intermináveis sobre “estresse” no trabalho e na vida em geral.

O professor ofereceu café. Foi Para a cozinha e voltou com um grande bule e uma variedade das melhores xícaras: de porcelana, plástico, vidro, cristal… Algumas simples e baratas, outras decoradas, outras caras, outras muito exóticas…

Ele disse:
– Pessoal, escolham suas xícaras e sirvam-se de um pouco de café fresco.

Quando todos o fizeram, o velho mestre limpou a garganta e calma e pacientemente conversou com o grupo:

– Como puderam notar, imediatamente as mais belas xícaras foram escolhidas e as mais simples e baratas ficaram por último. Isso é natural, porque todo mundo prefere o melhor para si mesmo. Mas esta é a causa de muitos problemas relacionados com o que vocês chamam “estresse” .

Ele continuou:
– Eu asseguro que nenhuma dessas xícaras acrescentou qualidade ao café. Na verdade, o recipiente apenas disfarça ou mostra a bebida. O que vocês queriam era café, não as xícaras, mas instintivamente quiseram pegar as melhores.

Eles começaram a olhar para as xícaras, uns dos outros.

Agora pense nisso:
A vida é o café. Trabalho, dinheiro, status, popularidade, beleza, relacionamentos, entre outros, são apenas recipientes que dão forma e suporte à vida. O tipo de xícara que temos não pode definir nem alterar a qualidade da vida que recebemos. Muitas vezes nos concentramos apenas em escolher a melhor xícara, esquecendo de apreciar o café! As pessoas mais felizes não são as que têm o melhor, mas as que fazem o melhor com tudo o que têm!

Então se lembrem:
Vivam simplesmente. Sejam generosos. Sejam solidários e atenciosos. Falem com bondade.
O resto deixem nas mãos do Senhor, porque a pessoa mais rica não é a que mais tem, mas a
que menos precisa.

Agora desfrutem o seu café!

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Gianlorenzo Bernini – PLUTÃO E PROSERPINA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

                              

A escultura em mármore intitulada Plutão e Proserpina é uma obra-prima criada pelo artista italiano Gianlorenzo Bernini (1598 – 1680) quando ele ainda era muito moço, ou seja, aos 23 anos de idade.  Ela traz a influência da escultura helenística e também dos afrescos pintados por Anniballe Carraci que se encontram no teto da Galeria Farnese.

Nesta virtuosíssima escultura o artista apresenta os dois personagens no auge de um ato violento, como se esses tivessem parados no tempo e no espaço, ou tivessem sido capturados por uma câmera fotográfica. O escultor, além de captar os gestos dos personagens, também foi capaz de exteriorizar suas emoções e sentimentos, como mostram as lágrimas a escorrer na face de Proserpina e os seus olhos aterrorizados. Um jogo de luz banha a obra, dando-lhe mais beleza. O artista chegou a um ponto de aprimoramento em sua arte que sua escultura participa ao mesmo tempo da natureza do teatro, da pintura e da arquitetura.

Bernini interpreta o momento em que Plutão (Hades), deus dos infernos e rei dos mortos, depois de apaixonar-se por Proserpina (Perséfone em grego), filha de Júpiter com Ceres, aprisiona-a. Ela se encontrava a colher flores quando foi raptada pelo deus e a levada para o seu sombrio reino, onde se tornou sua esposa. É possível notar o pavor no rosto da jovem que se debate inutilmente nos braços possantes do deus que a imobiliza. O realismo da obra e o seu perfeccionismo mostram-se ainda maiores ao observarmos os dedos das mãos de Plutão afundando nas carnes tenras da jovem mulher (figura menor).

Cérbero, o monstruoso cão de três cabeças de Plutão, responsável por guardar a entrada do mundo inferior – o reino subterrâneo dos mortos –, sem jamais deixar sair as almas que ali entravam, também está presente na obra, aos pés de seu dono e próximo a uma espécie de arpão forcado.

Ficha técnica
Arte romana
Ano: 1621/22
Localização: Galleria Borghese, Roma, Itália

Fonte de Pesquisa
Galleria Borghese/ Os Tesouros do Cardeal

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Frans Francken II – GALERIA DE UM ANTIQUÁRIO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor flamengo Frans Francken II (1581 – 1642), o Jovem, era filho de Frans Francken, o Velho. Ele e seu irmão Hieronymus Francken II estudaram com o pai e depois com o tio Hieronymus Francken I, em Paris. Ele foi o mais famoso membro da família Francken de artistas. Versátil, trabalhava com pequenas e graciosas pinturas dentro de temas históricos, mitológicos e alegóricos, muitas vezes colaborava com outros artistas em naturezas-mortas (Jan Brueghel, o Velho e o Jovem, Andries Daniels, etc). Tornou popular a pintura de gênero com macacos (singeries). Produziu uma série de pinturas sobre bruxarias. Foi membro da Guilda de São Lucas, de Antuérpia, tendo chegado a diretor da entidade. Produzia cópias de obras de grandes mestres da pintura. Seus filhos Frans III e Hieronymus também foram pintores.

A composição intitulada Galeria de um Antiquário é uma obra do pintor. Trata-se de um tipo muito apreciado de pintura de interiores, muito usada no século XVII, em que o artista buscava ser o mais fiel possível. Ambientes como o retratado eram muito comuns na Europa daquela época, quando ainda não existiam os museus. A obra normalmente obedecia a duas finalidades: 1- servia de registro visual das peças de uma coleção; 2- constituía uma obra de arte. A pintura de tais antiquários são muito importantes para os estudiosos, pois ajudam a entender melhor a história daquela época, mostrando seus gostos, sem falar que ajudam na identificação de muitas obras (pinturas e esculturas) tidas hoje como perdidas.

Na pintura de Frans Francken II – artista com senso agudo de observação e habilidade na reprodução de objetos, tendo produzido inúmeras pinturas de interiores – é possível identificar um grande número de quadros de pintura e de esculturas, assim como objetos de prata, móveis, livros, flores e moedas. O artista – amante de composições com macacos – não se esqueceu de seu bichinho favorito, colocando um no meio do ambiente, assim como um cãozinho para lhe fazer companhia.

No canto inferior da composição, à esquerda, o dono do antiquário examina um grande livro, ao lado de um segundo personagem que apoia o indicador direito à testa e aponta a página do livro com a mão direita. Um terceiro personagem é visto atrás.

 Ficha técnica
Ano: c. 1615 – 1620
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 82 x 115 cm
Localização: Galleria Borghese, Roma, Itália

Fontes de pesquisa
Galleria Borghese/ Os Tesouros do Cardeal
Wikipédia

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Gianlorenzo Bernini – DAVI

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A escultura intitulada Davi foi criada pelo artista italiano Gianlorenzo Bernini (1598 – 1680) quando esse tinha 25 anos. Não se tratava de um tema fácil para o jovem artista, pois já fora tratado, em séculos anteriores, por dois grandes nomes das artes: Donatello e Michelangelo. Mas nem mesmo isso foi motivo de desânimo para Gianlorenzo que acabou dando vida a uma obra-prima que, em alguns aspectos, suplantava as de seus antecessores, ao dar vida e movimento ao seu Davi, em um meio expressivo que tradicionalmente era norteado pela inércia e pela contenção.

O pequeno pastor de ovelhas, seminu, traz aos pés sua lira e a armadura que lhe fora dada por Saul, mas que não lhe permitia andar. Seu corpo retorcido coloca-se em posição de atirar. Uma pedra encontra-se na ponta de sua atiradeira. Ele tenciona os olhos, morde os lábios e se contrai na tentativa de alcançar o alvo.

O Davi do jovem Bernini apresenta, num grau elevado, uma das características de seu estilo: dar ação e movimento às figuras que tirava dos blocos de mármore. O jovem herói é mostrado no exato momento em que se encontra prestes a atirar no gigante Golias. O observador tem a sensação de que irá acompanhar imaginariamente a trajetória da pedra no espaço, até acertar o seu alvo.

Ficha técnica
Arte romana
Ano: c. 1623/1624
Localização: Galleria Borghese, Roma, Itália

Fonte de Pesquisa
Galleria Borghese/ Os Tesouros do Cardeal

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Irmãos Limbourg – AS RIQUÍSSIMAS HORAS DO…

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Na Idade Medieval os livros, objetos raríssimos, recebiam belíssimas ilustrações pintadas com cores fortes, feitas com detalhes delicadíssimos em razão do tamanho das ilustrações que se referiam aos mais diferentes temas, indo das passagens bíblicas às cenas do cotidiano. Dentre os ilustradores, três nomes alcançaram uma fama que vem se estendendo ao longo dos séculos: os irmãos holandeses Johan, Paul e Herman Limbourg. Dentre suas famosas obras encontra-se um “livro de horas” que à época era um tipo de livro de orações, muito apreciado pelos ricos. Além das preces relacionadas às horas litúrgicas, havia uma espécie de calendário referente à estação.

Acima vemos uma das composições do calendário intitulada As Riquíssimas Horas do Duque de Berry, executada em velino (pergaminho fino preparado com a pele de animais recém-nascidos ou natimortos), sendo uma das doze ilustrações de página inteira representando os meses do ano. Trata-se de uma obra dos três irmãos Limbourg que trabalhavam para o duque de Berry. Esta ilustração em miniatura retrata um dos momentos da vida do Duque Jean Berry em 1413 (séc. XV). Naquela época a sociedade era dividida em nobreza, clero e campesinato.

O mês apresentado é o de janeiro que à época era a ocasião estabelecida para a troca de presentes, como o dezembro (Natal) em nossos dias. A pintura retrata uma festa de Ano Novo que se passa supostamente em 1º de janeiro de 1413, no palácio do Duque em Paris. Aqui está ele com 73 anos de idade, imponentemente assentado debaixo de um dossel, o que reflete sua elevada posição social. Representados no dossel estão os lírios reais e os animais do escudo do duque: o urso e o cisne. Um semicírculo acima da tapeçaria representa o signo de Capricórnio.

O Duque de Berry está vestido com uma brilhante túnica azul e um gorro de pele e, logo atrás dele, encontra-se uma enorme lareira que tem a função de aquecer a sala. Ele está protegido das chamas e do calor por um biombo entrelaçado que também funciona como uma auréola que lhe dá maior visibilidade em meio ao grupo de cortesãos e servidores. Os visitantes que chegam — todos ricamente vestidos — dirigem-se à lareira, onde esquentam as mãos.

Todas as pessoas presentes na sala estão com roupas quentes, o que indica se tratar de um dia frio. O piso coberto com esteiras de palha — usadas habitualmente no inverno — é mais uma prova de que se trata de uma estação fria. Símbolos heráldicos do Duque de Berry decoram o revestimento de seda que compõe a lareira. Na parede do fundo encontra-se uma bela tapeçaria pendurada que, além de enfeitar o ambiente, também o protege contra o frio e a umidade do tempo. As figuras nela presentes são soldados armados com lanças, vestidos como os contemporâneos do duque, retratando uma cena de batalha.

Um oficial da corte convida os visitantes para se aproximarem. As palavras “Aproche, aproche” que aparecem acima dele significam “Aproxime-se, aproxime-se”. A mesa do banquete está ricamente preparada com vasos preciosos de ouro e comida cara. Um saleiro de ouro — normalmente era a peça mais preciosa que compunha a mesa — tem o formato de um navio. O administrador, o mordomo, o padeiro e o trinchador (açougueiro) ocupam as posições mais importantes no banquete, pois a eles cabe a função de servir o duque à mesa, seguindo um complexo cerimonial.

Em primeiro plano, à esquerda do observador, um mordomo oferece uma bebida que também pode ser água para bacias de limpar os dedos, pois, naquela época, as pessoas comiam com os três primeiros dedos da mão direita. O trinchador, de frente para o duque e de costas para o observador, parte as aves e reserva para o amo as partes mais nobres. Pedaços de aves em fatias de pão serão dadas mais tarde aos cães e aos pobres. Depois de servidas as carnes, virão os incontáveis pratos de diferentes iguarias. No ambiente destaca-se a presença de cães, pois o duque era um grande amante da caça. Um enorme cão é alimentado por um dos servos, enquanto dois outros, bem pequeninos, encontram-se sobre a mesa.

Ficha técnica
Ano: c. 1415
Técnica: aguada sobre pergaminho
Dimensões: 29 x 21 cm
Localização: Museu Condé, Chantilly (Ms. 65/1284, folio 5 v.)

Fontes de Pesquisa:
Los secretos de las obras de arte/ Taschen
História da arte ocidental/ Editora Rideel
Wikipédia

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