Autoria de Lu Dias Carvalho
A escultura em mármore intitulada Plutão e Proserpina é uma obra-prima criada pelo artista italiano Gianlorenzo Bernini (1598 – 1680) quando ele ainda era muito moço, ou seja, aos 23 anos de idade. Ela traz a influência da escultura helenística e também dos afrescos pintados por Anniballe Carraci que se encontram no teto da Galeria Farnese.
Nesta virtuosíssima escultura o artista apresenta os dois personagens no auge de um ato violento, como se esses tivessem parados no tempo e no espaço, ou tivessem sido capturados por uma câmera fotográfica. O escultor, além de captar os gestos dos personagens, também foi capaz de exteriorizar suas emoções e sentimentos, como mostram as lágrimas a escorrer na face de Proserpina e os seus olhos aterrorizados. Um jogo de luz banha a obra, dando-lhe mais beleza. O artista chegou a um ponto de aprimoramento em sua arte que sua escultura participa ao mesmo tempo da natureza do teatro, da pintura e da arquitetura.
Bernini interpreta o momento em que Plutão (Hades), deus dos infernos e rei dos mortos, depois de apaixonar-se por Proserpina (Perséfone em grego), filha de Júpiter com Ceres, aprisiona-a. Ela se encontrava a colher flores quando foi raptada pelo deus e a levada para o seu sombrio reino, onde se tornou sua esposa. É possível notar o pavor no rosto da jovem que se debate inutilmente nos braços possantes do deus que a imobiliza. O realismo da obra e o seu perfeccionismo mostram-se ainda maiores ao observarmos os dedos das mãos de Plutão afundando nas carnes tenras da jovem mulher (figura menor).
Cérbero, o monstruoso cão de três cabeças de Plutão, responsável por guardar a entrada do mundo inferior – o reino subterrâneo dos mortos –, sem jamais deixar sair as almas que ali entravam, também está presente na obra, aos pés de seu dono e próximo a uma espécie de arpão forcado.
Ficha técnica
Arte romana
Ano: 1621/22
Localização: Galleria Borghese, Roma, Itália
Fonte de Pesquisa
Galleria Borghese/ Os Tesouros do Cardeal
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