PERSONALIDADE E SÍNDROME DO PÂNICO

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

Pessoas ansiosas, exageradamente preocupadas, tensas, que maximizam o tamanho dos problemas ou que estão sempre apreensivas que uma tragédia pessoal possa acometê-las ou aos seus entes queridos, estão mais propensas aos ataques de pânicos. (Rafael Ventura Lima)

 Alegam alguns estudiosos da psique humana que nós somos aquilo que pensamos ser, logo, diante de tal assertiva, é preciso muito cuidado com os pensamentos que damos vida, pois esses podem nos trazer uma carga bem desagradável.  Nada mais sábio do que levar em conta a oração de São Francisco: “Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado, resignação para aceitar o que não pode ser mudado e sabedoria para distinguir uma coisa da outra”. Se assim pensarmos e tomarmos como meta para as nossas ações diárias, viveremos mais sabiamente, possibilitando melhor saúde para o nosso corpo como um todo, principalmente no corre-corre da vida moderna.

É sabido que existem traços na personalidade de cada um de nós capazes de predispor-nos aos transtornos de ansiedade. A preocupação excessiva, o pessimismo exacerbado e a busca pelo perfeccionismo alimentam a ansiedade, criando um círculo vicioso. Hoje, mais do que nunca, é preciso compreender que a palavra-chave para se manter a saúde do corpo/mente é “equilíbrio”. A compreensão de que, como seres humanos, somos passíveis de erros, diminuindo, assim, a nossa crítica em relação a nós mesmos e aos outros é um grande passo. É isso que nos ensina o Prof. Hermógenes em seus textos transcritos aqui neste espaço.

Além do tratamento alopático, o transtorno de ansiedade exige, muitas vezes, a ajuda da psicoterapia. Isso significa que o comportamento da pessoa será analisado para que sejam identificados quais comportamentos seus necessitam ser mudados ou que elementos do ambiente em que vive são responsáveis por criar ou manter atitudes inadequadas à sua saúde. Também se busca conhecer seu histórico de vida. A conjunção das duas formas de tratamento, além de focar nos sintomas ocasionados pelo transtorno, também busca conhecer as relações que a pessoa tem com o ambiente em que vive.

Embora a Ciência tenha ainda muito que avançar no tratamento dos transtornos mentais, ela já descobriu que a Síndrome do Pânico está ligada a sete principais causas: depressão ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC); genética; estresse; perdas e traumas; traços de personalidade que indicam temperamento excessivamente apreensivo, exigente, ansioso; abusos na infância, sejam eles físicos, sexuais, verbais ou emocionais. Novas pesquisas feitas pela Okayama University Medical School também relacionam a deficiência de vitaminas do complexo B – elas regulam os níveis de triptofano, responsável por produzir a serotonina que é um neurotransmissor que ajuda a regular a ansiedade – a problemas de saúde mental.

Nota: Barco de Mariposas, obra de Salvador Dalí.

Fonte de Pesquisa
Revista Guia Minha Saúde/ Edição Especial

Views: 0

O SÁBIO SOMENTE SE OCUPA

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria do Prof. Hermógenes

O Professor Hermógenes, um dos precursores da ioga no Brasil, escreveu mais de 30 livros sobre a saúde física e mental.  Neste texto retirado de seu livro “Yoga para Nervosos”*, ele nos ensina a ocupar-nos com sabedoria.

Chamamos ocupar-se o ato de empregar esforços e recursos para a realização de uma coisa qualquer, seja a solução de um problema, seja a criação de uma obra útil ou bonita, seja fazer qualquer coisa que, estando à nossa frente, não pode deixar de ser feita. Ocupar-se com eficiência é obter o melhor resultado naquilo que se faz, usando para tal o mínimo de esforço. Ter eficiência é o ideal de todo aquele que trabalha. Depende de muitos fatores, desde a natureza da obra em que nos empenhamos, ao alcance dos meios materiais e aos instrumentos disponíveis, mas principalmente da concentração mental dirigida ao agir.

Descobrir e usar o melhor método para aumentar o rendimento da ação constitui uma arte. É uma arte que deveríamos desenvolver. Yoga é definido por Krishna, no Gita, como “a excelência na ação”. O que temos que fazer, devemos fazer bem feito, pois a ação ou a obra imperfeita implica realmente numa dívida a que ficamos vinculados ou presos. Só o perfeito agir ou fazer liberta-nos, segundo a escola Suddha Dharma. A “P. L.” (Perfeita Liberdade), moderna ordem religiosa do Japão, para a qual “a vida é arte”, ensina a seus fiéis a agir com makoto, isto é, com perfeita integração e devoção no que está fazendo, não importa a aparente humildade da obra. Aliás, não existe obra humilde quando o agente realiza makoto. Quando o agente é mesquinho em si mesmo, não importa que administre um Estado, o que faz é mesquinho e imperfeito.

Yoga, bem diferente do que muitos pensam erradamente, não conduz à inação. É ao contrário, é uma filosofia da ação. É, isto sim, uma terapêutica contra a agitação. É muito comum confundir agitar-se com produzir. A ação inteligente é serena, mas firme. O homem criativo é sereno e não vive apressado, a sacudir-se aqui e ali, a correr trepidante de um lado para outro, manejado pela afobação infecunda, fatigante, contagiante e nervosa. O homem ocidental, atuado pela ansiedade, atraído pelo sucesso, esporeado por múltiplas ocupações é infeliz e vulnerável. Ele precisa, para salvar-se de muitos problemas com os nervos, dar sabedoria a seu agir. Falando em linguagem yoguin: substituir a rajacidade pela satvidade.

Segundo o Yoga, há um dinamismo intensíssimo no sábio que, sentado, medita. Esse dinamismo não pode ser visualizado ou mesmo entendido pelo agitado homem pragmático do ocidente. Um yoguin em âsana (postura) a meditar dá ao leigo a aparência de estar parado, improdutivo e perdendo tempo. No entanto, ele está num estado altamente dinâmico. Não é como o homem vulgar o julga, preguiçoso, improdutivo e inoperante. O preguiçoso é parado como as águas de um banhado. O nervoso homem de negócios é feito mar encapelado pela fúria da tempestade. O sábio que medita está parado, mas sua estática é vertical como a dos giroscópios. A estagnação horizontal do preguiçoso é doença. A agitação do negociante pode levá-lo à doença. A vertical estática na meditação do sábio o leva à santidade ou sanidade, que é a mesma coisa, e lhe descerra um tesouro de criatividade.

O homem superativo se gasta antes, durante e depois. Não se ocupa tão só com o que tem diante de si. Sofre por antecipação, pois se “pré-ocupa”. E sofre com retardo, pois é presa de remorso, ressentimento ou tristeza pelo que fez, isto é, ele se “pós-ocupa”. O sábio somente se ocupa. Não se preocupa. Não se “pós-ocupa”. Não se consome no que está por vir. Não se empenha no que passou. Não sofre na espera. Não se martiriza rememorando. Ele segue o ensino bíblico, vivendo seu dia e deixando que o ontem ou amanhã cuidem de si mesmos. Não quer dizer que seja imprudente e irresponsável, mas acha que não é inteligente começar a dançar antes que a música toque nem continuar dançando depois que ela finda. Sabe prever para prover e não para sofrer.

*O livro “Yoga para Nervosos” encontra-se em PDF.

Nota: O Artesão, obra de Vicente do Rego Monteiro

Views: 0

Turner – O NAVIO NEGREIRO

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

Se eu fosse reduzido a descansar a imortalidade de Turner em um único trabalho, eu deveria escolher isso. (John Ruskin)

No alto de todas as mãos, acerte os mastros superiores e despreocupe-os;/ Sol raivoso e nuvens de arestas ferozes/ Declare a vinda do Typhon./ Antes de varrer seus decks, jogue ao mar/ Os mortos e morrendo – não prestem atenção às suas correntes/ Esperança, esperança, esperança falaciosa! / Onde está o teu mercado agora? (poema inacabado de Turner que acompanhou a exibição do quadro em 1840)

O inglês Joseph Mallord William Turner (1775 – 1851) nasceu em Londres. Aos 14 anos de idade passou a trabalhar com o desenhista arquitetônico Thomas Malton que chegou a concluir que o garoto jamais seria um artista, sendo no mesmo ano aceito na Escola da Academia Real de Artes, em Londres, onde ganhou a admiração de seus colegas. Aos 15 anos, Turner expôs suas primeiras aquarelas na referida academia. Aos 25 anos já era Membro Associado, período em que visitou, pela primeira vez, outros países do continente europeu, estudando em Paris, no Louvre, os Antigos Mestres, dando destaque às paisagens holandesas e composições de Claude Lorrain. A visita de Turner a outros países, inclusive à Itália, mudou radicalmente seu estilo, quando passou para as criações visionárias, tornando sua arte cada vez mais abstrata. Ele se antecipou aos impressionistas no tratamento da luz.

A composição O Navio Negreiro é uma obra-prima do artista, um exemplo clássico de seu pendor para o abstracionismo. Esta pintura de paisagem marítima romântica demonstra que Turner foi um dos mais sensacionais inovadores da história da pintura, ao usar como tema os próprios elementos da natureza (mar, céu, montanhas, neve, vento, chuva, etc.) e criá-la em termos de cor e luz.  As cores que mais sobressaem na pintura são o vermelho do pôr-do-sol que penetra na água e também o navio e o marrom dos corpos e mãos dos escravos.

Nesta pintura, o artista usou muitas técnicas características dos pintores românticos. Suas pinceladas indefinidas têm por objetivo fazer com que a imagem pareça borrada, tornando objetos, cores e figuras indistintos, o que leva o observador a introduzir-se na cena através de sua imaginação. Ele expõe a força que a natureza possui e o poder que ela exerce sobre o ser humano.

Ao se deixar guiar pelo tema da obra, o observador poderá concluir enganosamente que o navio que navega em águas abertas ao longe, durante uma tempestade, mostrando a brutalidade humana, seja o ponto principal da composição. Mas não é. O grande astro é o sol poente no centro da tela, fonte de toda a luz, numa junção com o céu e o mar tempestuoso e a aproximação de um ciclone.

Em primeiro plano, os corpos dos escravos boiam na água. Alguns são devorados por peixes e monstros marinhos, como mostra a perna vista com a corrente ainda presa ao pé. Gaivotas sobrevoam o local. O artista, um abolicionista, tinha por objetivo impactar o observador com a crueldade humana. Era um chamado à sociedade para ver e sentir a bestialidade da escravidão, pois, apesar de a Inglaterra já ter acabado com tamanha degradação, ela ainda persistia em outros países.

O livro intitulado “A História da Abolição do Tráfico de Escravos”, do escritor Thomas Clarkson, serviu de inspiração para o artista. A obra relata um incidente, ocorrido em 1783, envolvendo um navio negreiro. Como muitos dos escravos a bordo se encontrassem doentes e o pagamento da companhia de seguros do capitão só pagaria pelos perdidos no mar, o capitão exigiu que todos os doentes e moribundos saltassem no mar, acorrentados. O título completo da obra de Turner é “O Navio Negreiro Jogando ao Mar os Mortos e os Moribundos”.

Ficha técnica
Ano: 1840
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 91,5 x 122 cm
Localização: Museu de Arte, Boston, EUA

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://britishromanticism.wikispaces.com/The+Slave+Ship
https://strengthoftheheart.wordpress.com/2017/07/26/an-analysis-of-slave-ship-by-william-
https://www.mfa.org/collections/object/slave-ship-slavers-throwing-overboard-the-dead-and

Views: 60

VOCÊ É O QUE IMAGINA SER

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria do Prof. Hermógenes

O Professor Hermógenes, um dos precursores da ioga no Brasil, escreveu mais de 30 livros sobre a saúde física e mental.  Neste texto retirado de seu livro “Yoga para Nervosos”*, ele nos alerta sobre a importância daquilo que pensamos ser.

Não conheço quem sofra pela prodigalidade da ajuda que dá. O mundo, no entanto, está cheio de gente que se desgraçou por tanto pedir. Se você tem cometido o erro de reconhecer-se vazio de muitas coisas e, no sentido de preenchê-las, vive a solicitar do mundo e dos outros que lhe concedam favores, que lhe atendam os rogos, você dificilmente será feliz.

O mundo e as pessoas não gostam de atender os vazios, os dependentes, os que se reconhecem fracos, incompletos, carentes de respeito, desamados, incompreendidos, necessitados, deserdados. . . Você está se enterrando na infelicidade ainda mais, pelo fato de reconhecer-se carente, decaído, necessitado, fraco, incapaz, miserável e por estar criando um autorretrato negativo e mórbido. Você já sabe que o subconsciente é um “servomecanismo”.

O “servomecanismo” é uma máquina cibernética (no estilo do cérebro eletrônico) que funciona de forma que, ao receber uma nítida missão a cumprir, exata e fielmente a cumpre. Assim são os torpedos e os foguetes autodirigidos que, em hipótese alguma, erram o alvo. Pois bem, o “servomecanismo” de seu subconsciente, a toda hora recebe a missão que você lhe dá através da imagem que faz de si mesmo (autorretrato). Cega e fatalmente cumpre a missão, isto é, com seu tremendo poder faz de você o que você tem imaginado ser.

Se você se vê como um desgraçado despojado de paz, força, saúde, amor, compreensão, respeito, finalmente de tudo que ainda anda mendigando, então, a toda hora a máquina cibernética de seu subconsciente está fazendo do desgraçado que você imagina ser, um desgraçado real. Mas, quando em vez de pedir ajuda, você passa a dar, está, pelas mesmas razões e segundo as mesmas leis, aumentando sua capacidade de ajudar. Se em vez de pedir que o amem, você ama sem se ressentir com a não reciprocidade; se você ama incondicionalmente, se “ama por amor ao amor”, então, recebe o amor. Não por pedir. Mas em virtude de lei universal. Se você aprende a dar de si, verá aumentar a fortuna daquilo que aos outros tem dado.

Se você é positivo, emitindo, distribuindo, ofertando, ajudando, compreendendo, estimulando, criando, irradiando, se fez um autorretrato positivo, será cada vez maior sua riqueza, maior a expansão de si mesmo, maiores os transbordamentos sobre os limites precários do humano ser “normal”. Se você, esquecido das incompreensões de que tem sido vítima, gosta de dar compreensão a todos, virá a vencer também neste aspecto da vida. Quem pede, está vazio. Quem oferta, tem para dar. Quem se lamenta, atrai maiores razões para mais se lamentar.

Chegou a hora, meu amigo, de pensar em viver à sua própria custa, com seus recursos, com o pouco que possa ter, contentar-se com o que tem, de recusar-se a mendigar, a depender do que lhe concederem.  Não por orgulho ou vaidade, mas por medida profilática, isto é, para evitar afundar-se nos escuros domínios da indigência material, psíquica e espiritual.

Se você se lembrar que o “Reino de Deus” está dentro de você e é um tesouro de felicidade, então, não na condição de mendigo, mas de hábil e confiante garimpeiro, dele retirará aquilo de que necessita para si e ainda mais para dar aos outros. Dê sem ligar se o tesouro vai se exaurir e acabar-se. Os bens materiais podem, materialmente, diminuir, na medida em que os esbanjamos. Os bens espirituais, ao contrário, crescem na proporção em que com ele beneficiamos os outros.

Se até hoje, por palavras, gestos de desânimo, olhar indigente, gemidos e mesmo através das descrições de seus sintomas, comportou-se como alguém que mendiga piedade, simpatia, palavras de caridade ou qualquer forma de ajuda, agora mesmo assuma o compromisso de evitar que os outros tenham “peninha” de você. Erga a cabeça, mesmo que a dor o queira vencer. Brilhem seus olhos. Sorriam sempre seus lábios. Substitua seus ais pelas notas de qualquer musiquinha animada.

Não peça. Ofereça. Não capitule diante do velho hábito de posar de “coitadinho”. Mesmo que você esteja em sofrimento, no chão, em pedaços, quando alguém lhe dirigir o convencional “Como vai?”, responda-lhe sorrindo: “Vou bem. Não vou melhor para não fazer inveja!”. Experimente este miraculoso tratamento. Abaixo as lamúrias! Nunca mais a autopiedade nem a piedade dos outros!

*O livro “Yoga para Nervosos” encontra-se em PDF no Google.

Nota: Gato Azul com Vaso de Flores, Aldemir Martins

Views: 0

Poussin – A ASSUNÇÃO DA VIRGEM

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição A Assunção da Virgem é uma obra-prima do pintor francês Nicolas Poussin. Nela o artista narra a subida da Virgem aos céus, tema que foi muito popular, especialmente na época do Renascimento. Trata-se de uma pintura de sua fase veneziana, quando ele esteve na Itália, tendo se estabelecido em Roma, onde passou a maior parte de sua carreira. Existem diversas versões autênticas deste maravilhosos quadro barroco.

A Virgem Maria, apresentada de perfil, está sendo alçada aos céus por uma legião de pequenos anjos nus, em meio a inúmeras nuvens douradas. Ela usa um vestido vermelho e traz sobre o mesmo um grande manto azul que se avoluma, enquanto sobe aos céus em visível estado de êxtase. À sua direita e à esquerda levantam-se duas colunas clássicas douradas e estriadas, cujas extremidades superiores escondem-se em meio às nuvens, passando a impressão de atingirem o céu azulado com suas nuvens de ouro.

Um enorme sarcófago encontra-se na base da composição, em primeiro plano, num piso coberto por flores brancas que simbolizam a pureza da Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo. Dele desce uma mortalha branca – elemento mais barroco da pintura e ponto importante da narrativa, – pois faz uma alusão ao fato de que a Virgem ali se encontrava, antes de sua assunção, ou seja, antes da subida de seu corpo e alma ao Céu. Três anjos jogam flores brancas dentro do sarcófago aberto.

Ficha técnica
Ano: c.1626

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 134,4 x 98 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fonte de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

Views: 3

SÍND. DO PÂNICO – ACEITANDO O DIAGNÓSTICO

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

Normalmente ao sentir uma crise de pânico, a pessoa corre para o hospital, sem saber o que está lhe acontecendo. Imagina se tratar de um problema cardíaco ou AVC por conta da somatização, pois todos os sintomas têm somente um caráter emocional. Submete-se a inúmeros exames, obtendo resultados negativos. Aconselhada a buscar um psiquiatra, reluta em procurá-lo, como se negasse o fato de ser portadora de um transtorno mental, pois, em sua ignorância, psiquiatra é para “doido”. O que irão pensar sua família, seus amigos e colegas de trabalho?, questiona-se. Ela protela a ida ao especialista o máximo que pode, até que as aterradoras crises de pânico, cada vez mais frequentes, dão o xeque-mate.

Ao receber o diagnóstico de que é portadora da Síndrome do Pânico e em razão do desconhecimento sobre os transtornos mentais – mas sabedora do estigma que ainda os envolve – a pessoa monta um verdadeiro teatro para esconder sua doença dos que lhe são próximos, quando seria muito mais positivo se contasse a verdade, pois poderia, assim, contar com a ajuda de todos que a rodeiam. Encobrir a doença só traz grande preocupação àqueles que assistem uma crise pela primeira vez, não sabendo do que se trata e, portanto, como agir.

Um antidepressivo é imediatamente prescrito e algumas vezes um ansiolítico para ajudar na fase inicial do tratamento, já no primeiro contato com o psiquiatra, após uma análise clínica, levando em conta o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V). Em alguns casos é também indicado um acompanhamento psicoterápico. Mesmo nessa etapa, já com o remédio em mãos, alguns doentes criam mil e um obstáculos para iniciar o tratamento: “Eu não sou louco! Antidepressivos viciam! O que tenho é somente estresse! Se eu começar a tomar ‘este’ remédio, nunca mais vou parar! Minha igreja diz que quem cura é Deus! Isso vai me transformar numa outra pessoa!” , e por aí vai, ampliando ainda mais seu sofrimento.

Aceitar o diagnóstico é o passo mais importante para o tratamento. O segundo – não menos importante – é seguir as prescrições médicas, pois quanto maior for a demora em fazer uso do medicamento e da terapia (quando indicada), mais severas vão se tornando as crises, sendo os espaçamentos entre elas cada vez menores. No início são comuns os efeitos adversos que deverão ser relatados ao especialista. Esse irão passando à medida que o organismo for se adaptando à nova substância. Em hipótese alguma o tratamento pode ser abandonado por conta própria. Somente o especialista poderá fazer mudanças, quando necessárias.

Algumas dicas poderão ajudar a pessoa a conviver com as crises que poderão persistir na fase inicial do tratamento: 1- Lembrar-se de que tudo o que está acontecendo é passageiro. 2- Ao sentir o medo chegando, desviar a atenção para algo bom (ouvir uma música, conversar com alguém, brincar com o bichinho de estimação, etc.). 3- Pensar positivamente, lembrando-se sempre de que o medo não é real. 4- Lembrar-se de que as pessoas otimistas obtêm resultados positivos mais rapidamente. 5- Viver apenas um dia de cada vez.

Obs.: veja na internet:

  1. Teste para Ansiedade e Síndrome do Pânico
  2. (http://psycentral.com/quizzes/axienty.htm)
  3. Escala HAD – Avaliação do Nível de Ansiedade e Depressão (http://www.fmb.unesp.br/Home/Departamentos/Neurologia,PsicologiaePsiquiatria/ViverBem/had_com_escore.pdf)

Nota: Passadeiras, obra de Degas.

Fonte de Pesquisa
Revista Guia Minha Saúde/ Edição Especial

Views: 0