Claude Lorrain – PARNASO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor francês Claude Lorrain (1600 – 1682), cujo nome legítimo era Claude Gellée, tornou-se conhecido como “Le Lorrain”, nome relacionado com a região em que nascera. Ao mudar-se para Roma, o artista teve como mestre o pintor de arquitetura Agostino Tassi, vindo ele posteriormente a estudar com Gottfried Sals, pintor de arquitetura e paisagens, quando se encontrava em Nápoles.  Acabou se tornando um dos famosos paisagistas de Roma, tendo se inspirado, inicialmente, nas paisagens idealizadas de Annibale Carraci e na dos pintores holandeses que residiam naquela cidade. Embora seu estilo fosse lírico e romântico, acabou, mais tarde, aproximando-se de Nicolas Poussin.

A composição intitulada Parnaso ou Apolo e as Musas e também Apolo e as Musas no Monte Hélicon é obra do artista e demonstra sua capacidade de dar à paisagem a grandeza da forma e a do espaço, sempre preocupado com a harmonia do conjunto. Esta paisagem caracteriza-se por sua beleza poética.

As Nove Musas, deusas das artes criativas, estão reunidas no bosque sagrado, na vertente do Monte Hélicon em torno de Apolo, deus da poesia e da música. Acima, à direita, está Pégaso, o cavalo alado que simboliza a imortalidade. Logo abaixo do local onde se encontram Apolo e as Musas está a fonte Hipocrene que, segundo a mitologia, era uma fonte de água doce consagrada a Apolo e às musas, tendo nascido de uma pedra onde Pégaso dera uma patada. Ali nadam sete graciosos cisnes. A fonte servia de inspiração para os poetas, pois, segundo diziam, quem bebia daquelas águas ficava em sintonia com as Musas.

Os nomes das nove Musas do Olimpo da mitologia grega, filhas de Zeus e Mnemose (a Memória) são: Calíope, Clio, Érato, Euterpe Melpômene, Polímnia, Terpsícore, Talia e Urânia. Com o passar do tempo elas se tornaram imagens ligadas às artes. As musas viviam em um templo que se chamava Museion,  termo que deu origem à palavra Museu.

Árvores luxuriantes embelezam o local. Acima do grupo está o templo jônico com sua arquitetura belíssima. Ao fundo, em segundo plano, veem-se o mar e as colinas. Um luz envolvente unifica todos os elementos da pintura.

Ficha técnica
Ano: 1680
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 98 x 135 cm
Localização: Museu de Arte, Boston, EUA

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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CONHECENDO A SÍNDROME DO PÂNICO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Somente quem vivenciou uma crise de pânico tem real noção da força dessa turbulência que surge do nada, quando menos se espera, trazendo sensações físicas amedrontadoras, como taquicardia, falta de ar, náuseas e, para piorar, a sensação de que se está sendo vítima de um ataque cardíaco. O medo de morrer aumenta ainda mais a ansiedade, deixando a vítima desesperada e ainda mais vulnerável. O fato é que os sintomas físicos – advindos de tal transtorno – são similares aos proporcionados por doenças cardíacas, neurológicas e respiratórias, o que faz com que, antes de ser diagnosticada com SP (Síndrome do Pânico), a pessoa tenha que passar por uma bateria de exames, adiando ainda mais o necessário tratamento. Enquanto isso, ela vive momentos de intenso desespero, imaginando estar com uma doença gravíssima.

As crises de pânico são tão brabas que a vítima passa a relacioná-las com situações, lugares e pessoas, buscando levar uma vida cada vez mais reclusa, amedrontada com a possibilidade de ter uma crise na rua ou em contato com pessoas que não sejam as de sua família. O seu lar passa a ser um abrigo, onde ela imagina encontrar-se a salvo. Contudo, apesar desse pavor, não existe um perigo real. Trata-se de um dos transtornos mentais mais comuns em todo o mundo, tendo como gatilho a ansiedade e o estresse. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, as doenças psíquicas, dentre elas a Síndrome do Pânico, são hoje a quarta maior causa de licença no trabalho.

A SP (Síndrome do Pânico) atinge tanto mulheres quanto homens, sendo as primeiras em maior número (duas vezes mais). Atualmente, a agilidade de um diagnóstico correto que direciona a um tratamento específico tem sido bem mais animadora, pois há casos de pessoas que levaram muitos anos para serem diagnosticadas como portadoras de tal doença. Contudo, ainda é grande o número daquelas que escondem a sua condição de vítimas de tal transtorno ou que recusam a procura por ajuda médica, o que é uma pena, pois a Ciência caminha a passos largos na busca pela cura deste transtorno, possibilitando, através dos antidepressivos e psicoterapias, melhor qualidade de vida a seus portadores.

É bom que se saiba que uma crise de SP não apresenta todas as sensações de uma vez, tais como: aperto ou dor no peito, falta de ar, formigamentos, náuseas, ondas de calor, taquicardia, tremores, sensação de desmaio, sudorese, sensação de sufocamento, etc. Contudo, o medo de morrer ou o de enlouquecer está quase sempre presente. A agorafobia (medo doentio de encontrar-se em/ou atravessar grandes espaços abertos ou lugares públicos) ou a claustrofobia (medo patológico de permanecer em lugares fechados) são uma constante na vida de uma pessoa acometida por tal síndrome, quando não busca ajuda médica. Sua vida vai ficando cada vez mais limitada, pois ela teme se encontrar em situações das quais não possa se livrar facilmente (parques, praças, estradas, túneis, cinema, elevadores, aviões, etc.).

É fato que a vida atribulada de nossos dias em que a presença do estresse e da ansiedade – poderosos gatilhos para desencadear uma crise de pânico – é uma constante, faz com que um número cada vez maior de pessoas esteja sendo diagnosticado com SP. Contudo, essa senhora nada desejável traz em sua bagagem um bom número de séculos. Embora com outros nomes (histeria, hipocondria, delírios decorrentes de angústia e depressão ou loucura) suas pegadas já são vistas lá na Idade Média, conforme ilustra a literatura médica. Foi a partir de 1960 – ainda bem recente – que as pesquisas médicas passaram a diferir os ataques de ansiedade de outros tipos de doenças e, somente em 1980, aconteceu a classificação diagnóstica oficial de tal transtorno que – assim como as fobias – faz parte dos transtornos de ansiedade.

Nota: Relógio Derretido, obra de Salvador Dalí.

Fonte de Pesquisa
Revista Guia Minha Saúde/ Edição Especial

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NÃO SE DEIXE FERIR!

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Autoria do Prof. Hermógenes

O Professor Hermógenes, um dos precursores da ioga no Brasil, escreveu mais de 30 livros sobre a saúde física e mental.  Neste texto retirado de seu livro “Yoga para Nervosos”*, ele nos fala sobre a necessidade de não ferir e não ser ferido.

Evite ser agressivo ou violento. Aprenda a não reação. Gandhi, para conquistar a liberdade da Índia, usou a mais poderosa de todas as armas contra o Império Britânico: a mansidão. Ele acreditou em Jesus que no “Sermão da Montanha” prometeu que os pacíficos herdariam a terra.

Da próxima vez, quando você tiver ímpeto de ferir, seja com gesto, seja com palavras, olhares de ira, com desejos de prejudicar alguém (um empregado, um desconhecido, um parente), procure lembrar-se de que ele é uma expressão de Deus e, assim, nem com pensamento, nem com olhar, nem com palavras, nem com os nervos você o ofenderá.

Mais eficiente do que evitar agredir é, no entanto, passar à atitude de benevolência, isto é, querer bem a todos. Transforme-se em estação emissora de vibrações benevolentes, assim não terá que reprimir nada e não terá que sufocar emoções. Se o ahimsa (não reação) em relação aos outros lhes traz tanto bem, em relação a você mesmo chega a tornar-se condição indispensável à libertação.

Se você é benevolente para com os outros, porque há de ser demasiado severo em relação a si mesmo?! Use ahimsa (não reação) para quando se reconhecer fraco e imperfeito. Digamos que você quer deixar o álcool e não consegue, apesar dos grandes esforços que tem feito. Pois bem, não seja drástico. Principalmente não diga coisas negativas de si mesmo a si mesmo. Não se agrida. Isto complica tudo, pois é autossugestão negativa. Diante de suas capitulações ou quedas, use ahimsa. Relaxe. Você vai deixar de beber, mas sem violência. “Deixe cair a casca da ferida.” Não cometa a imprudência de arrancá-la à força.

 O que foi dito em relação ao alcoolismo é válido em relação a uma recidiva da “coisa” (crise do pânico), aos comportamentos compulsivos, obsessivos, irracionais e tudo quanto você chamaria de debilidades. Tenha ahimsa para si até mesmo quando não conseguir ter ahimsa para alguém que o ofendeu, quando não puder reprimir ou frustrar um revide à agressão sofrida. Mantenha os olhos no objetivo que quer alcançar. Mesmo que pareça difícil agora, com paciência você conquistará a não reação.

 Outra coisa muito importante. Aprenda a ser benevolente para si mesmo, mas defenda-se de cair no exagero de autocomplacência e autojustificação. Ahimsa significa não morder, não impede, no entanto, que se mostre os dentes. Jesus, que se deixou mansamente pregar na cruz, quando se encontrava no templo, numa demonstração de ira santa, virou as mesas dos imorais. O yoguin sabe que a ira é uma das emoções mais destruidoras e, por isto, evite-a, mas aprende a irar-se estrategicamente, isto é, por fora, conservando ahimsa, por dentro.

Dose ahimsa. Seja enérgico quando necessário e na medida necessária. Para chegar a não ferir ninguém aprenda a não se deixar ferir por ninguém. Suba a montanha até não ser alcançado pelas pedradas das crianças e pauladas dos tolos. Um ahimsa ilimitado também é imprudente. Não ofender é uma coisa. Não se defender da agressão é outra. Ramakrishna lembra que “a ira no sábio dura tanto como um risco que se faz na água”.

*O livro “Yoga para Nervosos” encontra-se em PDF.

Nota: imagem copiada de Blogs e Colunas – O Povo Online

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Caravaggio – O JOVEM BACO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

baco

Baco, o deus do vinho, é aqui representado pelo mestre Caravaggio. Antes de pintar O Jovem Baco, o artista já havia pintado o Pequeno Baco Doente, tela em que se autorretratou.

Caravaggio mais uma vez desrespeita as convenções da época. O deus mitológico aqui mostrado, encontra-se no auge de seu vigor físico, exalando saúde por todos os poros. Possui rosto redondo, lábios carnudos, bochechas rosadas e um olhar cheio de sensualidade, mas sem o glamour que seria esperado de um deus do Olimpo. Não se coaduna com a tradição iconográfica de um deus e tampouco encontra-se dentro das exigências da idealizada arte renascentista. O que se vê na composição não é um deus mitológico, mas um rapaz do povo no auge de sua vitalidade, ou seja, um Baco extremamente moderno que se encontra, inclusive, com as unhas sujas e as faces extremamente coradas.

Debaixo do tecido  é possível ver um pedaço do colchão em que se encontra Baco, o que traz simplicidade ao cenário e indica que esta é uma cena quotidiana. Para evitar que o profano resvale demasiadamente para a caricatura, Caravaggio pinta o jovem com um certo ar de sensualidade, ou seja, agrega poesia à composição. É possível notar que algumas frutas já se encontram em fase de apodrecimento, o que vai de encontro à suntuosidade do deus do vinho da Antiguidade. Por sua vez, o vinho ganha destaque ao ser colocado em primeiro plano.

Chamam a atenção na pintura:

• a postura do deus Baco;
• o gesto de Baco oferecendo a taça ao observador;
• a variedade de ornamentos que o cercam: pâmpanos, tecidos, vestimentas, frutas e garrafa com vinho.

Sobre o modelo que posou para o Jovem Baco, existem duas hipóteses:

  1. Seria um castrati (eunuco) que morava no palácio do cardeal Del Monte.
  2. Seria o próprio pintor que teria se autorretratado. Os defensores desta hipótese justificam-se, levando em conta a pose frontal do modelo, indicativa do uso do espelho para pintar a si próprio.

A composição  Jovem Baco foi encontrada em Florença, em 1913, nos depósitos da Galleria degli Uffizi. É tida como uma das maiores obras-primas de Caravaggio. Embora não se tenha dados sobre sua feitura, sabe-se que é uma obra da fase juvenil do pintor. É provável que tenha sido encomendada pelo seu mais importante mecenas, o cardeal Francisco del Monte, para presentear o grão-duque Ferdinando I de Medici.

Curiosidades:

• Sémele, quando estava grávida, exigiu que Júpiter aparecesse na sua presença, para que ela pudesse ver o verdadeiro aspecto do pai do seu filho. O deus ainda tentou dissuadi-la, mas em vão. Quando finalmente ele apareceu em todo o seu esplendor, Sémele, como era uma pobre mortal, não pôde suportar tal visão e caiu fulminada. Júpiter retirou o feto do filho das cinzas, ainda no sexto mês, e o botou dentro da barriga da sua própria perna, onde terminou a gestação. Ao se tornar adulto, Baco apaixonou-se pela cultura da vinha e descobriu a arte de extrair o suco da fruta.

Baco era o nome que os romanos davam ao deus grego Dionísio. É o deus do vinho, da ebriedade, dos excessos, especialmente sexuais, e da natureza. Príapo é um de seus companheiros favoritos (também é considerado seu filho, em algumas versões de seu mito). As festas em sua homenagem eram chamadas de bacanais – a percepção contemporânea de que tais eventos eram “bacanais” no sentido moderno do termo (orgias) ainda é motivo de controvérsia, mas, se o deus Príapo era seu amigo…

Ficha técnica
Obra: O Jovem Baco
Ano: cerca de 1596/1597
Dimensões: 98 x 85 cm
Localização: Galleria degli Uffizi, Florença, Itália

Fontes de pesquisa:
Grandes mestres da pintura/ Coleção Folha
Grandes mestres/ Abril Coleções
1000 obras-primas da pintura europeia/ Köneman
Mitologia/ Thomas Bulfinch

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VÍCIOS CAUSAM DANOS AO PSIQUISMO

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Autoria do Prof. Hermógenes

O Professor Hermógenes, um dos precursores da ioga no Brasil, escreveu mais de 30 livros sobre a saúde física e mental.  Neste texto retirado de seu livro “Yoga para Nervosos”*, ele nos fala sobre o perigo que os vícios nos trazem.

“Tenho que deixar isto, que está me matando”, dizia o indivíduo sob um ataque de tosse brônquica e meio afogado em gosma, mostrando um toco de cigarro entre os dedos amarelados de nicotina. Ele é o símbolo do homem acorrentado. Seus grilhões são feitos de fumo. De outros, podem ser de álcool. Todos os grilhões são fortíssimos e o são exatamente na medida da fragilidade dos acorrentados. A maioria deles quer se libertar ou necessita de libertar-se porque, seja o fumo, seja o álcool, o jogo ou alguns maus hábitos, seus tiranos lhe trazem enfermidade, sofrimento e, às vezes, abjeção.

Todos os grilhões causam prejuízos ao psiquismo, mercê de demonstrarem ao próprio homem que ele está vencido e que é escravo, tíbio e sem vontade. Quem quer que chegue a esta condição sofre muito com o reconhecimento de sua servidão que considera ser sem esperança. Diante de cada frustrada tentativa de resistir, mais infeliz se torna e mais vencido se sente. Seja toxicômano, alcoólatra, tabagista, viciado em jogo ou vítima de comportamentos compulsivos, pensamentos obsessivos e tiques nervosos, o homem é uma presa dum círculo vicioso que inexoravelmente o domina e o deprecia.

O álcool, os tóxicos e o fumo, além do mais, interferem também destrutivamente sobre o próprio organismo. E este efeito nefando provoca medo no viciado. A situação daquele que, vítima das garras do pecado (erro) necessita deixá-lo, sentindo a impotência de fazê-lo, Ramakrishna comparou à de uma serpente, que tendo abocanhado um malcheiroso rato almiscarado, quer dele se livrar, mas não pode, pois em virtude do formato dos dentes, o rato não se desprega. Assim é o viciado que conhece o mal que o vício lhe faz e, no entanto, não consegue deixá-lo. Nesta situação é comum o viciado recorrer ao que a psicanálise chama uma racionalização, isto é, usar a razão para forjar “razões” consoladoras e explicativas, para com elas “justificar-se” diante de si mesmo e dos outros, pelos atos que é coagido a praticar, que não pode evitar, mercê de compulsões subconscientes.

O ébrio bebe “para esquecer”, ou porque “o álcool é vaso dilatador”, ou “para desinibir-se”, ou “porque está fazendo frio”. A primeira forma de vencer o vício é não permitir que nasça. A segunda é impedir que cresça. A terceira é a erradicação progressiva e inteligente. Evitar que a semente daninha caía em seu quintal é a mais eficiente maneira de não precisar arrancar a frondosa árvore depois. Um vício se forma aos poucos, seguindo estágios. O primeiro cigarro que se fuma, com certo desprazer, é o início de um processo que poderá vir a tomar conta da vítima. O meninote acendeu seu primeiro cigarro, por força da sugestão dos de sua idade e também porque o cigarro representa para ele a masculinidade que, ainda imaturo, deseja ter.

O início de um vício é quase sempre destituído de prazer, e especialmente no caso do cigarro e do álcool, chega até a ser desagradável. Constitui mesmo um sacrifício necessário àquele que deseja “se mesmificar” isto é, ficar igual aos outros. A segunda fase surge quando, imperceptivelmente, o desagrado vai cedendo e já não há sacrifício. Aquilo que era mal recebido pelo organismo, por ser antinatural, começa a ser aceito. Podemos dizer que o fumo ou o álcool, nesta fase, nem dá prazer nem desprazer. São neutros. Ainda aqui é simples cortar o processamento. Está-se entrando na terceira fase quando já se fuma ou bebe com certo gosto. Agora mais fortes vão se tornando as correntes e o indivíduo começa a capitular de sua condição de agente livre, de ser humano dono de si mesmo.

A quarta fase é aquela na qual o organismo, já condicionado, só se sente normal quando é atendido em suas necessidades do agente condicionante. Daí por diante, também o psiquismo só se acalma depois que o viciado cumpre o “ritual”. Está a árvore daninha dominando a área. O viciado, embora se sentindo covarde e desgraçado, embora sabendo que está minando o corpo e a alma, não tem como resistir às imposições da necessidade de aplacar seu psiquismo e seu corpo sedentos do objeto do vício: seja o copo, o cigarro ou o barbitúrico. É a fase da dependência orgânica e psíquica.

No caso do jogo, o processamento é semelhante, atendendo, naturalmente às peculiaridades. O fascínio pelo risco de perder e a esperança de ganhar ou recuperar o que já perdeu, prisioneiro mantém o jogador, que embora veja que está sacrificando tempo, energias, nervos, saúde, dinheiro, família e, às vezes, dignidade, é impotente para afastar-se da mesa do vício. O bêbado de hoje poderia ser pessoa sóbria e com autodomínio se, em certo momento do passado, não tivesse cedido à “iniciação”.

*O livro “Yoga para Nervosos” encontra-se em PDF.

Nota: O Absinto, obra de Edgar Degas

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Poussin – MARTE E VÊNUS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor francês Nicolas Poussin (1594 – 1665) aspirava muito mais que a formação recebida em sua terra e, por isso, mudou-se para Paris, onde se fixou por mais de dez anos, sobrevivendo com dificuldade. Provavelmente deve ter estudado com Georges Lallement e Ferdinand Elle. Esteve em Veneza e Roma, onde se sentiu atraído pela arte clássica e pelos grandes mestres do Renascimento, dentre os quais estavam Rafael Sanzio com seus belos temas de inspiração clássica e Ticiano com suas cores vibrantes. O artista é tido como o fundador do Neoclassicismo francês, tendo produzido pinturas históricas, mitológicas, retratos e paisagens.

A composição intitulada Marte e Vênus é obra do artista e mostra a influência que ele teve do mundo clássico da Grécia e de Roma assim como da arte de Ticiano aqui expressa na intensidade das cores e na interação entre personagens e paisagem. A cena acontece ao ar livre em meio a uma paisagem idílica, pintada com tonalidades quentes, que se harmonizam com o humor sensual dos deuses enamorados.

A pintura é uma alegoria do amor sobre a guerra. Os deuses mitológicos Vênus e Marte encontram-se nus debaixo de um imenso dossel vermelho, sentados sobre um imenso manto vermelho escarlate. Marte, o deus da guerra, é abraçado por Vênus, a deusa da beleza e do amor. Eles se fitam com paixão. Seis cupidos estão presentes na cena.

O manto e a espada de Marte estão jogados não chão em primeiro plano. Dois cupidos à sua esquerda seguram sua armadura, enquanto um terceiro brinca com seu elmo.  À esquerda, dois cupidos brincam com sua aljava e setas, enquanto outro, trazendo uma seta na mão, postado atrás de Vênus, segura o sobrecéu. À direita, uma ninfa e um deus (possivelmente Baco) estão recostados em grandes vasos de guardar vinho. Outra figura aparece à direita de Vênus, possivelmente uma ninfa sua acompanhante.

Ficha técnica
Ano: c.1630
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 155 x 214 cm
Localização: Museu de Arte, Boston, EUA

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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