Monet – A CANOA SOBRE EPTE

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Autoria de Lu Dias Carvalho


Estou novamente incomodado com coisas impossíveis de fazer: água com vegetação ondulante no fundo. (Monet)

Claude-Oscar Monet (1840 – 1926) nasceu em Paris, mas viveu a sua infância e adolescência em Le Havre, cidade portuária francesa para onde seus pais se mudaram, crescendo num ambiente burguês. Na sua casa, apenas a mãe, Louise, mostrava interesse pela pintura. O pai Adolphe não aceitava as inclinações do filho por tal arte, de modo que o relacionamento entre os dois começou a gerar conflitos. E piorou ainda mais quando o filho deixou a escola, pouco tempo antes de concluir os estudos.

A composição denominada A Canoa sobre o Epte ou também Passeio de Barco no Rio Epte ou simplesmente A Canoa no Epte, que faz parte de uma série, é uma obra do artista impressionista francês que a manteve em seu atelier até a sua morte, sendo herdada por seu filho Michel. Hoje se encontra em solo brasileiro. Faz parte do acervo do MASP desde 1953.

Monet sempre teve predileção por temas envolvendo água, como podemos ver em suas famosas “Ninfeias” e nas paisagens de Argenteuil. As duas garotas que serviram de modelo para este quadro e que posaram para uma série de trabalhos de Monet são as irmãs Blanche e Suzanne Hoschedé, filhas do primeiro casamento de Alice Hoschedé, segunda esposa do artista. O rio Epte banhava a propriedade de Giverny.

As moças estão sentadas dentro da canoa, uma de frente para a outra, sendo que apenas uma delas rema. Elas parecem fora de foco em razão do movimento da canoa na água. O pintor capta a luminosidade das figuras em cor-de-rosa que, além de contrastar com o verde das águas e da vegetação, parecem dissolver seus volumes em vibrações cromáticas. No fundo do rio é vista uma vegetação ondulante, algo difícil de fazer, segundo o artista. Chama à atenção a visualidade da água obtida pelo artista.

A embarcação é retratada na posição horizontal, começando pelo centro lateral da tela, à direita, e inclinando-se para cima, à medida que se dirige para a esquerda. A margem atrás da canoa é formada por folhas e flores de um azul-esverdeado, mostrando-se iluminada pelos raios do sol. As águas do rio que ocupa a maior parte da tela também recebem os reflexos luminosos do sol. A moça à direita não traz o corpo todo à vista, devendo o observador completá-lo com a imaginação, assim como o restante da canoa.

Ficha técnica
Ano: c. 1890
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 133 x 145 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://wikivisually.com/wiki/Boating_on_the_River_Epte

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SUPERANDO O ESPÍRITO DE VINGANÇA

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

Antes de sair em busca de vingança, cave duas covas. (Confúcio, filósofo chinês)

A vingança conceitualmente consiste na retaliação contra uma pessoa ou grupo em resposta a algo que foi sentido como prejudicial. Embora muitos de seus possam lembrar o conceito de igualar as coisas, na verdade a vingança em geral tem um objetivo mais destrutivo do que construtivo. Quem busca por ela deseja forçar o outro lado a passar pelo que passou e garantir que não seja capaz de repetir a ação novamente. Pergunta: a vingança traz bem-estar para a pessoa ou traz prejuízos?

A vingança é um dos comportamentos mais primitivos exibidos pelo homem. E, vale dizer, não precisamos de muito esforço para encontrar relatos de vingança ao longo de toda a história da humanidade. Na Idade Média, por exemplo, famílias feudais se envolviam em guerras sangrentas para “lavar a honra”.

Gandhi dizia que com a aplicação desenfreada do “olho por olho, o mundo acabará cego”. A vingança é uma tentativa falida de equilibrar a balança, pois, por mais ajustes que se façam, ela sempre ficará desequilibrada. A primeira emoção que costuma aparecer quando nos vingamos é de satisfação e o sentimento de que tudo recuperou o seu equilíbrio. Mas é uma falsa sensação, pois no médio e longo prazo, a vingança não traz boas sensações.

Uma pesquisa realizada na Suíça foi atrás de respostas para saber o que ocorre no cérebro de pessoas que acabaram de se vingar de algo ou alguém. O resultado final mostrou que a parte acionada nessas circunstâncias é o núcleo caudado, uma região do cérebro associada ao processo de recompensas. Entretanto, passado algum tempo, outro problema tomava lugar. Descobriu-se também que o gesto vingativo deixava de ser satisfatório no curto prazo. Após se concretizar uma vingança, parece que velhas feridas são reabertas, dando vazão a sentimentos de culpa, vergonha e mal-estar.

Em sentido oposto, foi demonstrado também que os indivíduos que escolheram não se vingar apresentavam uma maior satisfação com a vida, um humor mais positivo e menos sintomas psicossomáticos. Portanto, a revanche carrega um efeito paradoxal que, no início, traz alívio e satisfação e, no momento seguinte, suscita sentimentos mais acentuados e prolongados de aborrecimento e irritabilidade.

O que podemos fazer para deixar de lado uma vingança:

  • canalize toda sua energia de situações que geram raiva e injustiça para gerar ações positivas para seu desenvolvimento;
  • saia do papel de vítima e assuma responsabilidades na condução da sua vida;

perdoe, pois perdoar é a melhor coisa que você pode fazer por si mesmo. Por mais que você tenha sido machucado e por pior que tenha sido essa decepção, o perdão pode te libertar do rancor e da amargura;

  • deixe o que aconteceu no passado e leve essa experiência como aprendizado, pois esta é a melhor maneira de seguir em frente e focar no que realmente importa: você.
  • e, por fim, desenvolva sua inteligência emocional, que é a habilidade de saber lidar bem com as angústias da vida.

Nota: Jovem Adormecida, obra de Pablo Picasso.

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Degas – MULHER ENXUGANDO-SE

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Autoria de Lu Dias Carvalho


Faça linhas, muitas linhas, seja da memória ou da natureza. (Ingres)

 Degas foi um fecundo retratista de mulheres em momentos íntimos. Além das banhistas, das bailarinas nuas descansando, das prostitutas em bordéis, retratou outras tantas se vestindo, tocando-se, penteando-se ou sendo massageadas. (Eduardo Carvalho)

O pintor impressionista Edgar Degas (1834 – 1917) nasceu em Paris. Era o primeiro filho de Pierre-Auguste Hyacinth de Gas, banqueiro, e de Celéstine Musson. Tratava-se de uma tradicional família francesa, muito rica e culta. Seu pai era um homem que nutria grande admiração pelas artes, especialmente pela música e pelos pintores italianos do Renascimento. Portanto, não causa surpresa o fato de o garoto ter mostrado sua vocação artística desde cedo.

A composição conhecida como Mulher Enxugando-se ou também Mulher Enxugando o Braço Esquerdo e ainda Mulher Enxugando o Braço Esquerdo após o Banho é uma obra do artista que era encantado pelas sensações das formas em movimento, como mostram muitas das suas pinturas representando circos, hipódromos, teatros, escolas de dança, etc. Ele levou a sério a sugestão de Ingres: “Faça linhas, muitas linhas, seja da memória ou da natureza”. Suas figuras ligeiramente esboçadas são luminosas e sugestivas.

O quadro em questão retrata uma mulher nua, sentada na cama sobre uma imensa toalha branca,  estando de costas para o observador, enquanto enxuga o braço esquerdo. Seu corpo encontra-se dobrado para frente, ligeiramente virado para a esquerda. Traz a perna esquerda voltada para baixo, com o pé apoiado no tapete, enquanto a direita descansa na cama. A posição em que se encontra acentua a linha de sua coluna vertebral. Esta obra encontra-se em solo brasileiro, no acervo do MASP, desde 1954.

Degas fez uma série de fotografias, de esboços preliminares e de obras concluídas de nus solitários em tons pastéis e óleos, sendo a maioria vista por trás, durante as décadas de 1880 e 1890, dentre as quais se encontra esta composição. São mulheres tomando banho ou dançando em diferentes posições. Alguns estudiosos chegam a dizer que o artista era um “voyer”. Ele mesmo dizia que tais obras tinham por objetivo levar ao observador a sensação de se encontrar olhando pelo  “buraco da fechadura”.

Ficha técnica
Ano: c. 1844
Técnica: pastel sobre papel
Dimensões: 57,6 x 63,7 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Midia/Um-certo-Degas-voyeurista/12/10414

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“AUTO TUNE” E MÚSICA ATUAL

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Autoria de Lucas Alves Assunção

Antes de explicar o porquê de os cantores sertanejos parecerem ter a mesma voz, vou dar uma breve explicação sobre teoria musical. A música é uma onda que viaja a 340 metros por segundo, porém nosso ouvido tem um “atraso” de 0,1 segundos para começar a ouvi-la e isso gera dois efeitos: a “reverbação / reverb”  e o “eco” que nada mais é do que uma continuação do “reverb”, quando as ondas da música batem em paredes, prédios, montanhas e refletem, voltando para nós. Como nosso ouvido tem esse atraso, se estivermos a uma distância de até 17 metros de uma parede, escutaremos o “reverb”. Você pode testar isso no seu banheiro. Apenas grite e o seu grito irá continuar soando por um breve momento. Agora, se estiver a mais de 17 metros, como nosso ouvido tem essa latência para captar o som, você escutará  o eco que é um “reverb” atrasado.

A música dos dias atuais em sua maioria é praticamente um barulho robotizado, pois os estúdios contam com vários sistemas de edição para “ajustar” os erros que as pessoas cometem, seja no tempo da bateria, nos instrumentos ou na voz. Na voz, todos usam um efeito chamado “auto tune” que é um processador digital de áudio que deixa sua voz na nota certa, na nota em que deveria estar no andamento da música, então, é impossível desafinar. Voltando à teoria, existem dois tipos de sistemas para usarmos em efeitos musicais: os analógicos e os digitais.

Um sistema analógico mantém a onda musical da maneira exata que ela era antes de entrar no equipamento, seja um pedal, um disco de vinil ou o que for, enquanto o sistema digital altera essa onda que se torna digital ao passar pelo equipamento e depois volta a ser analógica, porém, ela não volta da maneira exata como era, volta “quadrada”, pois sofre alterações. Você já deve ter notado que vários cantores sertanejos da atualidade parecem ter a mesma voz, certo? Esse é o motivo, o uso do “auto tune” deixa a voz robotizada, alterada e todos que o usam terão um timbre parecido.

A música atual segue um “padrão” independentemente do estilo ou do gênero. Se você fugir desse modelo não terá espaço em mídia alguma. As letras não podem ser críticas e as melodias precisam ser simples. Em mais de 80% das vezes, as músicas não são feitas pelas pessoas que as cantam, sendo gravadas por músicos contratados, com as melodias feitas por  maestros e tudo tendo a mão de produtores no meio. Isso também quebra o ciclo de “música e sentimento”, pois os artistas “cantam” algo que não foi criado por eles. É fácil falar de amor sem nunca ter amado, de dor sem nunca ter sofrido, portanto, eu posso dizer com clareza que quase toda a música atual e quase todo esse chamado “gênero pop” nada mais são do que uma grande mentira, uma farsa que visa apenas o lucro imediato.

Falar sobre a música brasileira é algo que para mim é extremamente doloroso, pois os talentos daqui muitas vezes vagam esquecidos, sem nunca chegar ao conhecimento do público. Nosso país possui a melhor música do mundo em termos de teoria, técnica e letra, superando todo o resto, porém, 98% do que é bom fica fora das grandes mídias. A maioria da produção dos gêneros populares da atualidade é péssima (funk, sertanejo, sertanejo com funk, rap, rap com funk, emo disfarçado de rock, MPB feita por “filhinhos de papai” que fizeram faculdade de música paga fora do país e se acham os tais).

Também temos a típica “bunda”, sim, entre todos os gêneros musicais da atualidade, o mais popular é a “bunda”, quantas músicas sobre “desce o bumbum, rebola o bumbum, mexe o bumbum” você já ouviu? A verdade é que nem o público que vai aos shows com esse tipo de música está ali pra ouvi-la. Pouca importa quem está tocando ou o que está sendo tocado, pois está ali somente atrás de sexo e bebidas – essa é a triste realidade do sucesso atual. Entretanto, o Brasil é muito mais que tudo isso. Existem músicas por aqui que nem tem como ser classificar em um gênero, pois são únicas, a exemplo das de Renato Goda, músico da atualidade, um dos poucos presentes na mídia que possui talento hoje em dia. Ele é um poeta nato. Goda fez uma das músicas mais lindas que já ouvi, chama-se “Como o Mar”.

Temos várias bandas antigas, da década de 70, como: “Recordando o Vale das Maçãs”, “A Barca do Sol”, “Som Nosso de Cada dia”, “Terreno Baldio”… Temos também uma ótima banda de blues, “Bêbados Habilidosos”, que tinha um grande poeta chamado Renato Fernandes nos vocais, que infelizmente veio a falecer. As letras do grande Renato são as melhores dentre todas do blues brasileiro. Esse é apenas um dos muitos músicos brasileiros que, pela falta de cultura de nosso país, nunca teve o merecido sucesso. Tenho a certeza de que se as mesmas chances que são dadas aos arremedos de músicos fossem dadas aos bons músicos, tudo seria diferente, porém, infelizmente, é preciso seguir a mediocridade do “padrão” vigente.

Nota: O Violeiro, obra de Almeida Júnior

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ÍNDIA – A PERIGOSA TROCA DE “NUDES”

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Autoria de Ana Emília Souto

Eu sempre usei muito o Facebook e sempre aceitei pessoas de todos os países, mas nunca tinha conversado com ninguém, porque não entendia a língua delas que sempre tentavam começar a conversa do mesmo jeito, ou seja, sempre com sexo, até conhecer certo indiano que logo depois comecei a chamar de “meu príncipe indiano”.

Ele era doce, bonito, muito educado e romântico, dizia me respeitar e sempre foi muito atencioso. Eu o conheci no ano passado, em novembro se não me engano. Estava separada do meu marido, carente e com problemas no casamento. Comecei a ficar amiga do rapaz, acreditando em tudo que ele dizia. Passamos a ficar mais e mais íntimos. Ainda que virtualmente, passei a sentir muito desejo por ele, mas hoje sei que era em razão da vida problemática que estava vivendo. O indiano funcionava como um apoio emocional, preenchendo todo o meu vazio.

Não demorou muito para que nós começássemos a trocar “nudes” e a fazer chamadas de vídeos. Sei que muitos vão me julgar e se perguntarem como eu pude cair nessa. Para dizer a verdade, acho que a minha idiotice foi em razão da insegurança em que me encontrava, sentindo-me muito infeliz. Eu estava realmente apaixonada pelo sujeito.

Em meio ao sobe e desce de minha vida conjugal, meu marido resolveu retomar o nosso relacionamento, refazer nossa vida juntos. Depois de muito pensar, resolvi aceitá-lo de volta para que juntos criássemos nossos filhos. Pensei também no meu relacionamento virtual com o tal indiano, pessoa de quem eu gostava muito, ainda que virtualmente. E doeu pensar em parar de falar com ele, mas tinha que fazer essa opção, pois meu marido era real, assim como nossos filhos que necessitavam muito de nós. No fundo eu sabia que o indiano era uma ilusão e que eu tinha que tentar ser feliz com o pai dos meus filhos. Mas as coisas não seriam tão fáceis assim.

O “meu príncipe indiano” transformou-se num verdadeiro demônio quando eu lhe disse que não podia mais conversar com ele, explicando-lhe os fatos. Bloqueei-o e o exclui do meu Facebook, mas como ele mesmo me disse, isso não era nada, pois poderia me achar de 1001 formas. Foi aí que começou a me chantagear, dizendo que ia jogar minhas fotos na rede e acabar com a minha vida. Ele me xingava e agia como um louco, dizia que se não falasse com ele iria infernizar minha vida. Ligava-me e me mandava mensagem o tempo inteiro, me chantageando e dizendo que não se importava com meus filhos ou com meu marido e muito menos com minha família, que só queria me destruir, que eu não conhecia o poder de um indiano quando tomava uma decisão.

Eu estava com muito medo de que meu marido e sua família, meus filhos e a minha família  me vissem nua, como se fosse uma vadia na  internet. Desesperada, entrei no Google e comecei a pesquisar sobre os indianos e encontrei este blog maravilhoso. Li os comentários e uma matéria que falava exatamente do que eu estava passando. Eu só sabia chorar até que fiz um curto comentário para Lu e pedi para ela falar comigo por e-mail. Ela entrou em contato comigo imediatamente, com muita paciência e atenção. Expliquei tudo para ela que me pediu para ficar calma e me orientou no que fazer. Pediu-me para não demonstrar medo em nenhum momento ao falar com o sujeito. Deveria entrar em contato com a PF (Polícia Federal) e com a embaixada indiana, caso ele não parasse com a chantagem, e que lhe informasse sobre o que estava disposta a fazer. Agi em conformidade com a orientação dela. Não demorou para que o “meu ex-príncipe indiano” me pedisse “por tudo que era mais sagrado” para esquecer o ocorrido, dizendo que nunca mais iria me incomodar. Ele mesmo me bloqueou nas redes sociais.

Mulheres, estou escrevendo este depoimento para alertá-las. Não sejam ingênuas como eu fui. Não caiam nesse conto de fadas, pois por pouco não perdi minha família. Eu só tenho a agradecer a Deus e a Lu, um anjo na minha vida, porque se Deus não a tivesse colocado no meu caminho, não sei como esta história teria terminado, com certeza não teria sido bem. Abram os olhos e não cometam o erro que eu cometi.

Nota: Nu Vermelho, obra de Modigliani

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Van Gogh – A ARLESIANA

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

O genial pintor holandês Vincent van Gogh (1853 – 1890) é, sem sombra de dúvidas, um dos grandes nomes da pintura universal. Contudo, não é fácil falar sobre ele, pois suas paixões e sentimentos estão ligados à arte de tal forma que não é possível ater-se a seu trabalho sem mergulhar na nobreza de sua alma impregnada de nobres ideais, aos quais se entregou, a ponto de sacrificar a própria vida, pois nele tudo funcionava como um todo indivisível e exacerbante ao extremo. Contudo, a sua genialidade artística só foi reconhecida após sua morte. Mesmo tendo pintado 879 quadros em menos de uma década, só conseguiu vender um, A Vinha Vermelha, por um valor insignificante. Atualmente, suas pinturas estão entre as mais caras do mercado das grandes obras de arte. Em 1990, o retrato O Dr. Gachet foi vendido por 82 milhões de dólares.

A composição denominada Arlesiana, também conhecida como Retrato de Madame Ginoux ou ainda A Mulher de Arles, é a transposição pictórica de um desenho esboçado por Paul Gauguin, quando ele e Vincent van Gogh conviviam em Arles. A retratada é Mme. Ginoux, cujo marido Joseph-Michel Ginoux era o arrendatário do “Café de la Gare” da estação ferroviária do lugar.

A figura em branco e preto, sentada à mesa com a mão esquerda descansando sobre o rosto, foi fortemente estruturada em suas linhas construtivas.  Seus grandes olhos encimados por sobrancelhas arqueadas fitam o observador. Ela ganha destaque ao contrastar-se com a parede avermelhada, ao fundo, com o verde mais escuro que cobre a mesa e o mais claro que dá cor aos livros cujos títulos estão em dourado. As cores da obra são características das que artista usava durante o curto período em que viveu em Arles. Este quadro pertence ao acervo do MASP desde 1954.

 Ficha técnica
Ano: 1890
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65 x 54 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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