Renoir – MENINA COM AS ESPIGAS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor francês Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) alegrava-se por ter nascido num família de grande talento manual, onde havia alfaiates, ourives e desenhista de modas. Para ele teria sido mais difícil se tivesse nascido numa família de intelectuais, pois teria levado muito tempo para se livrar das ideias recebidas. De origem humilde, aos 13 anos de idade ele deu início à sua carreira artística, pintando porcelanas, cortinas e leques para ajudar financeiramente sua família composta por mais seis irmãos. Émile Laporte, seu colega nas aulas noturnas da Escola de Desenho e Arte Decorativa, incentivou-o a frequentar o ateliê do mestre suíço Charles Gleye, para que pudesse se ingressar na Academia, o que aconteceu dois anos depois.

A composição denominada Menina com as Espigas, também conhecida como Menina com Flores, é uma obra do pintor. Faz parte do acervo do MASP desde 1952. Renoir fez inúmeros retratos de crianças, na maioria das vezes valendo-se de uma técnica em que usava cores vistosas,  trabalhando minuciosamente os detalhes, como acontece com esta pintura em que o artista usa um colorismo exuberante e superfícies esmaltadas, possivelmente lembrando a sua juventude, quando decorava leques e porcelanas.

Ficha técnica
Ano: 1888
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65 x 54 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

Views: 47

O TRANSTORNO BIPOLAR

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Duas palavras-chaves podem ser usadas para se referir ao Transtorno Bipolar: intensidade e oscilação. Trata-se de uma doença que causa variações extremas no humor. (Renan Fasolin Medeiros)

O Transtorno Bipolar – uma das doenças mentais que afetam cerca de 4% da população mundial, segundo dados da Associação Brasileira de Tratamento Bipolar (ABTB) – é também conhecido como Transtorno Afetivo Bipolar ou ainda como Transtorno Bipolar de Humor. Antigamente era chamado pelo triste nome de Psicose Maníaco-depressiva. Esta psicopatologia vem se tornando tão conhecida que é muito comum hoje, popularmente, chamar uma pessoa de bipolar quando, em certos momentos, ela age diferentemente daquilo que se deseja, considerando que seja alguém que vive entre “altos e baixos”.

Assim como outros transtornos crônicos, ainda não existe cura para a bipolaridade, mas o uso de medicamentos adequados permite ao portador do problema uma melhor qualidade de vida. Seu diagnóstico é complexo, pois seus sintomas misturam-se aos de muitos outros transtornos. Estudos mostram que não se trata de uma doença apenas do cérebro, mas do organismo como um todo, por isso se diz que se trata de uma doença “sistêmica”. Três estados são preponderantes no Transtorno Bipolar: intensidade e oscilação, ou seja, seu portador passa por variações intensas de humor, alternadas entre períodos de euforia (mania) e períodos de depressão. Também não é possível estimar o tempo de duração de tais fases que tanto podem durar dias ou até mesmo meses.

Ainda não se tem um parecer exato sobre as causas que levam à bipolaridade. O que se sabe é que no Transtorno Bipolar existe uma combinação de vários fatores (por isso se diz que é um transtorno multifatorial) genéticos, biológicos e sociais. Pesquisas mostram que a maioria dos portadores de bipolaridade possui pelo menos um caso de pessoas com transtorno mental na família, contudo, a genética indica apenas a possibilidade de uma predisposição ao transtorno, como acontece com os portadores de outras doenças mentais. Acontecimentos que trazem uma grande carga emocional também podem acionar o gatilho, assim como o uso abusivo de álcool e de outras drogas ilícitas.

Um indivíduo com Transtorno Bipolar apresenta três estados principais de humor:

  • Mania – diz respeito a uma fase de grande excitabilidade que se diferencia de um estado de euforia ou alegria considerado normal. A pessoa distancia-se da realidade ao apresentar um pensamento fantasiado fora do comum. Isso pode ser percebido através de humor excessivo, inquietude, excesso de energia, dificuldade para dormir, agitação psicomotora, ideias de grandeza, discurso difuso, libido exacerbada, incapacidade de avaliar situações de risco para si e para os outros. Sintomas psicóticos (como delírios e perda da razão) podem ocorrer quando o transtorno encontra-se muito agravado. Nesta fase é comum o abuso de drogas (ilícitas ou lícitas), a prática exacerbada de sexo (sem levar em conta os métodos contraceptivos e preventivos contra doenças sexualmente transmissíveis), o descontrole nos gastos, a perda de rendimento no trabalho, os problemas nas relações interpessoais, dentre outros.
  • Depressão – quando nessa fase, o indivíduo mostra-se desinteressado por tudo, até mesmo por coisas que antes gostava de fazer; carrega um pesado sentimento de angústia e de vazio existencial; não tem energia ou vontade própria; tem ideias suicidas, podendo até mesmo colocá-las em prática. Embora a depressão no quadro bipolar apresente os mesmos sintomas e características parecidos com as do “Transtorno Depressivo Maior”, a diferença fica por conta da alternância relativa aos estados de humor.
  • Hipomania – trata-se de um estado mais leve de mania, trazendo menos problemas ao portador de bipolaridade, isto porque não existe a presença dos devastadores sintomas psicóticos. Sua duração é curta, não necessitando de intervenção ou internação hospitalar. Muitas vezes, nesse estado em que a vítima torna-se altamente produtiva e ativa, é quase impossível para as pessoas em volta descobrir que se trata de uma fase da bipolaridade, dificultando o diagnóstico, o que vem a ser um problema, pois o quadro de humor hipomaníaco tende a evoluir para as fases descritas acima.

Sugestão de filme: “O Lado Bom da Vida”, de 2012, que mostra a vida de personagens que lutam para vencer transtornos mentais como depressão, bipolaridade e a obsessão por jogos de apostas.

 Nota: Garota em frente ao Espelho, obra de Pablo Picasso

Fonte de pesquisa
Grandes Temas do Conhecimento – Psicologia/ Mythos Editora

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Simon Vouet – PSIQUE VENDO O AMOR DORMINDO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

psivendor

A composição denominada Psique vendo o Amor Dormindo é uma obra do pintor francês Simon Vouet. Em sua pintura, o artista toma como tema o mito grego sobre Psique e Cupido.

A cena representada diz respeito à curiosidade de Psique em relação ao seu amor alado (Cupido) que só a visitava durante a noite, sem permissão para que ela pudesse vê-lo. O artista retrata o momento em que ela acende uma lâmpada de azeite para iluminá-lo.

Cupido encontra-se nu sobre lençóis brancos, debaixo de um dossel vermelho, magnificamente arranjado, o que torna a cena ainda mais sensual. Seu arco vermelho e aljava encontram-se sobre um móvel, atrás de Psique que traz um manto verde em volta do corpo e na mão direita a faca, com que iria matar o imaginado monstro apregoado por suas irmãs. Com a mão esquerda ela ergue a lâmpada fatídica.

Conta o mito que para vingar-se da beleza de Psique, Vênus pediu ao seu filho Cupido para castigá-la, fazendo com que se apaixonasse por um ser mortal. Ao vê-la, contudo, ele se sentiu embriagado com sua beleza e acabou se ferindo com a própria seta, vindo a apaixonar-se por ela. Psique foi morar com ele num palácio, sem jamais vê-lo. Ao receber a visita das irmãs, essas lhe disseram que seu marido era uma terrível serpente que iria devorá-la depois, deveria, portanto, esconder uma lâmpada e uma faca afiada, a fim de decepar sua cabeça, enquanto ele dormisse. E assim agiu a ingênua esposa, antes de surpreender-se com a presença de Cupido, que a abandonou, chateado com a sua deslealdade.

Ficha técnica
Ano: 1626
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 112 x 165 cm
Localização: Musée des Beaux-Arts, Lyon, França

Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM

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Gauguin – POBRE PESCADOR

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Conheci a miséria extrema, o que significa passar fome e tudo que se lhe segue. Isso não é nada, ou quase nada. A gente se acostuma e, tendo boa vontade, pode até rir disso. (…) Com muito orgulho, acabei por conseguir bastante energia. Eu quis querer. (Paul Gauguin)

 O pintor francês Eugène Henri Paul Gauguin (1848 – 1903) era filho do jornalista e cronista político Clovis Gauguin e de Aline-Marie Chazal, cuja família pertencia à nobreza espanhola, que se mudou para o Peru na época da conquista daquele país. Tinha uma única irmã, Marie, dois anos mais velha do que ele. Sua origem era mestiça (francesa, espanhola e peruana). Sua avó, que militava na defesa dos indígenas, era filha de um nobre peruano.

A composição denominada Pobre Pescador é obra do artista. Trata-se de um retorno à vida elementar e à natureza primitiva, algo que o artista sempre buscou na solidão de uma ilha da Polinésia (Taiti), no seu contato com a gente simples do lugar. Esta obra melancólica faz parte do acervo do MASP desde 1958.

O pescador encontra-se nu, ajoelhado e sentado sobre os calcanhares, com o braço esquerdo descansando na canoa que se encontra à sua frente, numa praia desértica, enquanto segura um objeto semelhante a uma cuia de coco. Seu braço direito descansa ao longo de seu corpo. Ele parece introspectivo e frágil em meio à paisagem luxuriante. Dois coqueiros cruzam seus troncos à sua frente. Mais adiante, as águas batem de encontro a um rochedo.

Ficha técnica
Ano: 1896
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 75 x 65 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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GÊNEROS MUSICAIS MAIS POPULARES NO MUNDO

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Autoria de Lucas Alves Assunção

O rock nasceu da mistura do blues dos negros com o country dos norte-americanos. Foi o estilo que mais sofreu mudanças com o passar do tempo. Nos anos 50 era uma música alegre, dançante, porém, nos anos 60, tudo o começou a mudar e o rock começou a envolver muito mais do que apenas música, virou uma ideologia. As roupas, os cabelos, tudo era um sinal de protesto pelo que acontecia no mundo: guerras, ganância do ser humano e grito pela paz. Muitos músicos da época passaram a falar apenas da paz como se ela já existisse e se esqueceram de que a realidade era bem diferente.

No final dos anos 60, em 1968, nasceu o Black Sabbath, uma banda de heavy metal britânica, com seu rock pesado, composta por quatro caras pobres, incentivados pela dor e o sofrimento que viam ao seu redor (pessoas trabalhando a vida toda em fábricas e sendo aparentemente felizes com isso). Eles criaram um estilo único que, ao invés de falar sobre uma paz que sabiam estar distante, falavam sobre a morte que os rodeava. Várias bandas copiaram-nos e assim nasceu o heavy metal, coisa que hoje em dia é extremamente distorcida do que era no passado. O rock perdeu toda a sua ideologia, e hoje em dia ser roqueiro significa, muitas vezes, andar de preto e falar do diabo com gritos e muito, muito barulho.

O jazz é até hoje o gênero musical mais complexo de ser tocado e, por vezes, de ser ouvido. Não é para todos, como os jazzistas dizem. Nasceu da dor, do sofrimento e do talento dos negros, assim como o blues, porém, o blues foca muito mais na tristeza, enquanto o jazz é como se fosse “a depressão em forma de música”, extremamente técnico e necessita de um alto conhecimento em teoria musical para fazê-lo e executá-lo, a exemplo do John Coltrane, Miles Davis e Joe Henderson, todos excelentes músicos, todos únicos e extremamente talentosos.

O blues nasceu da mistura do som dos americanos (country) com a mistura do som que os africanos faziam em seu país. Nasceu de uma “desafinação”, pois, como todos devem saber, a música é feita em cima de escalas e os negros, quando cantavam, sempre desafinavam em certa nota da escala, propositalmente. E essa nota desafinada virou a maior característica do blues, sendo chamada de “blue note”, cuja tradução literária seria algo como “nota triste”. Tanto o jazz quanto o blues ganharam não somente os EUA, mas o mundo, numa época em que o preconceito contra os negros estava em alta. O som deles começou a fazer muito sucesso e a ganhar o respeito das elites. Isso prova que a música é o caminho que pode nos unir, pois  é o idioma de todas as línguas.

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Tintoretto – ECCE HOMO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição Ecce Homo, também conhecida como Pilatos Apresenta Cristo à Multidão é uma obra do pintor italiano Jacopo Tintoretto (1518 – 1594), cujo nome de batismo era Jacopo Robusti. Embora não haja clareza em relação aos seus mestres, presume-se que entre eles estejam Ticiano, Andrea Schiavone e Paris Bardone. Além de ser considerado o mais importante pintor do estilo maneirista, Tintoretto também se apresenta entre os melhores retratistas de sua época.

Esta obra dramática pertence à fase juvenil do artista, ainda baseada nas lições de seu mestre Ticiano. A composição é feita em diagonal, trabalhada em claro-escuro, trazendo nas dobras das vestes serpenteantes reflexos de luz. Ela se encontra em solo brasileiro, sendo um dos quadros mais importantes do MASP, tendo sido incorporado à sua coleção em maio de 1949.

A figura iluminada e quase despida de Jesus Cristo foi despojada de seu manto vermelho que descansa na dobra de seu braço direito, descendo quase até o chão. Cristo encontra-se nas escadarias do palácio de Pôncio Pilatos, ladeado pelo governante romano e o sacerdote (lugar-tenente para alguns) com suas barbas brancas. Suas mãos estão amarradas e seu corpo cheio de chagas. Na cabeça ensanguentada traz a coroa de espinhos, banhada de luz, indicativa de sua divindade.

À esquerda, uma multidão comprime-se, trazendo o rosto voltado para cima, alguns em profunda tristeza, acompanhando a prisão do Mestre, outros indiferentes. Em meio a ela estão os soldados, como mostram um estandarte e onze lanças levantadas. O olhar de Pilatos não demonstra raiva, aparentando não saber o que fazer com aquele que se diz o “rei dos judeus”. Sua mão está a indicá-lo, pedindo ao povo que se pronuncie.

O personagem bem vestido e de pé na escada, próximo a um cavalo branco arreado, parece incitar as pessoas contra Cristo. Não foram encontradas explicações sobre o personagem ajoelhado na escada, voltado para o trio acima dele.   O céu mostra-se tão tempestuoso quanto a tragédia que se desenrola abaixo.

Os apóstolos Pedro e João aparecem na escadaria, à esquerda, inconformados com o acontecimento. O rosto do jovem João demonstra profundo abatimento, enquanto o de Pedro volta-se para o Mestre. Ao lado do jovem apóstolo está um cão preto deitado, aparentemente vadio, indiferente à crueza dos acontecimentos, assim como incerta é a sua sorte.

Ficha técnica
Ano: c.1547
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 109 x 136 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.cartacapital.com.br/revista/856/os-retratos-do-esplendor-1833.html

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