Degas – BAILARINA DE QUATORZE ANOS

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

 Autoria de Lu Dias Carvalho

É uma responsabilidade demais deixar algo em bronze, esse material que é para a eternidade. (Edgar Degas)

 Com seu rosto camuflado e suas pernas flácidas, suas formas prematuras, ácidas, angulosas, irritantes, em sua graça de ídolo e aparência, trivial como uma menina suburbana e dependente austera, hierática e claustral como uma Isis milenar dos templos de Mênfis ou Luxor. (Louis Gillet)

 Nos desvios do traço, o rosto é preciso, as mãos e as pernas firmes no bronze, como se fossem carne congelada, longe das pinceladas difusas das telas do artista. (Silas Martí)

A escultura em bronze denominada Bailarina de Quatorze Anos, um dos grandes tesouros do modernismo francês, é obra do artista Edgar Degas. Seu trabalho em cera (ao invés do bronze ou do mármore) é a única escultura pelo artista titulada e exibida.

Existem 28 únicas reproduções em bronze da escultura original feita em cera (lançadas por herdeiros após a morte do artista), sendo que uma delas se encontra em solo brasileiro, no acervo do MASP, desde 1951. Ali também estão 73 bronzes do artista, divididos em grupos temáticos, excetuando a bailarina que se encontra ao lado de dois pastéis e um óleo do artista. Esta obra já deixou o MASP para passar dois anos e meio numa turnê mundial.

A cera usada por Degas para confeccionar sua bailarina era tingida com a cor da carne para dar mais realidade à obra. Para vestir sua bailarina, ele usou uma peruca de cabelos verdadeiros, um corpete, uma saia bufante de musselina que descia até os joelhos, sapatilhas cor-de-rosa, uma fita esverdeada amarrada aos cabelos. Somente a saia e a fita não estavam cobertas de cera. Contudo, o excesso de naturalismo perturbou e ofendeu muitos espectadores da época que a acharam feia e bizarra, embora o romancista J. K. Hysmans sobre a obra dissesse: “a única tentativa realmente moderna que conheço na escultura”. Eram poucos os contemporâneos do artista que se encontravam prontos para apreciar a sua obra-prima, um prenúncio do que traria o século XX.

A bailarina encontra-se na quarta posição da dança clássica, tendo as mãos levemente cruzadas atrás do corpo, como se estivesse atenta para entrar em cena. É a primeira escultura de que se tem conhecimento, trajando uma roupa real como parte da obra de arte. As saias curtas de várias camadas de tule franzido (tutus), usadas nas esculturas da bailarina, variam de museu para museu. A bailarina é sempre apresentada dentro de uma caixa de vidro, como fez o artista pela primeira vez.

A garotinha belga com seu corpo magricela e desajeitado que serviu de modelo para que Degas criasse sua escultura foi Marie van Goethem que pertencia ao Ballet da Ópera de Paris, sendo ela uma adolescente muito pobre e sem glamour. Seu rosto se parece com uma máscara ao adotar uma atitude desafiante, com os olhos semicerrados, voltados para cima, o queixo também erguido para o alto e os lábios finos curvados para baixo, como se fizesse birra. A sua expressão e o seu corpo franzino chamam à atenção tanto na obra em cera do artista quanto nas réplicas feitas em bronze.

Ficha técnica
Ano: 1880
Altura: 99 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.coresprimarias.com.br/ed_3/bailarina1_p.php#topo

Views: 31

PREOCUPAÇÃO, ANSIEDADE E ESTRESSE

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria do Dr. Telmo Diniz

As emoções não são um destino, mas uma escolha, por isso, escolhê-las é uma decisão. Você tem todos os recursos de que necessita para gerenciar suas emoções de maneira inteligente. (Dr. Telmo Diniz)

Quero chamar atenção para o real sentido da palavra “preocupação”, ou seja, “preocupar-se” nada mais é que se ocupar de forma antecipada com algo que ainda não ocorreu e que, na maioria das vezes, nunca ocorrerá. Você, caro leitor, tem muitas preocupações na sua vida? O que fazer para não ficar preso aos pensamentos negativos e reverberantes que tomam conta de nossas mentes? Ficar ansioso com alguma situação de cobrança é natural. O exagero ocorre quando o indivíduo só consegue viver preocupado, pensando em resolver problemas que ainda nem aconteceram ou sequer vão acontecer. Uma pessoa dita preocupada tem uma ideia fixa a ponto de não prestar atenção em mais nada.

O excesso de preocupação pode ser um sinal de estresse intenso ou ansiedade, ambas as condições características do modo de vida contemporâneo. Para termos uma ideia, entre 1990 e 2013, o número de pessoas com ansiedade e depressão cresceu em 50% em todo o mundo, segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS). As nossas preocupações galopam no mesmo ritmo, como um diálogo angustiante.

Todas as preocupações geralmente estão ligadas a coisas negativas, tornando-as piores do que realmente são. É o filho que demora um pouco mais para chegar em casa; o chefe que muda de comportamento com você; um amigo que não responde seu e-mail; o WhatsApp que não foi respondido naquele momento, etc. É neste contexto que começamos a ter pensamentos negativos e intermináveis. Não conseguimos pensar de maneira lógica. Toda preocupação faz com que as emoções tomem conta da razão. O resultado final é que perdemos boas oportunidades na vida.

É praticamente impossível evitar essa tal “pré-ocupação” nos dias de hoje. Temos de ser disciplinados em saber trocar os pensamentos negativos por possibilidades positivas. Caso contrário, vamos continuar presos à insegurança e ao medo. Enfim, ficamos engessados em nossas constantes preocupações. Praticar essa disciplina não é fácil, mas factível. Inicialmente, lembre-se de que as emoções não são um destino, mas uma escolha, por isso, escolhê-las é uma decisão.

Você tem todos os recursos de que necessita para gerenciar suas emoções de maneira inteligente, usando a seu favor de forma intencional. Portanto, conheça-se melhor, equilibre suas emoções, busque ocupar se com coisas positivas, converse com pessoas profícuas, pratique meditação e aumente os exercícios físicos. As reduções dos níveis de estresse caminham na direção dos pensamentos positivos e afasta as preocupações, normalmente, infundadas.

Quando você estiver preocupado com alguma coisa, muito provavelmente está tendo conversas angustiantes com você mesmo, sobre coisas que imagina que podem vir a acontecer. Inicialmente, diga para si: “pare de pensar nisso”. Parece simplista, mas funciona. Logo após, vá ao passo seguinte – passe aos pensamentos positivos, que levam à resolução de quase todos os casos da sua vida. Seja persistente e logo perceberá a mudança. Afinal, se algo é um problema, provavelmente tem solução; e se não tiver solução, já deixou de ser um problema.

Nota: Jacqueline com as Mãos Cruzadas, obra de Pablo Picasso

Views: 1

Renoir – BANHISTA ENXUGANDO-SE

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor francês Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) alegrava-se por ter nascido num família de grande talento manual, onde havia alfaiates, ourives e desenhista de modas. Para ele teria sido mais difícil se tivesse nascido numa família de intelectuais, pois teria levado muito tempo para se livrar das ideias recebidas. De origem humilde, já aos 13 anos de idade ele deu início à sua carreira artística, pintando porcelanas, cortinas e leques para ajudar financeiramente sua família, composta por mais seis irmãos. Émile Laporte, seu colega nas aulas noturnas da Escola de Desenho e Arte Decorativa, incentivou-o a frequentar o ateliê do mestre suíço Charles Gleye, para que pudesse depois se ingressar na Academia, o que aconteceu dois anos depois.

A belíssima composição intitulada Banhista Enxugando-se é uma obra do pintor impressionista. Nos últimos anos de sua vida ele desenvolveu uma predileção pelos nus, tornando-os o centro de seu interesse, pintando inúmeros quadros. Os cenários tornaram-se reduzidos e a forma feminina ganhou suntuosidade em suas telas, sempre banhadas por grande luminosidade, normalmente controlada e disseminada. À medida que a figura feminina ia dominando o espaço de seus trabalhos, esse ia se tornando cada vez mais abstrato.

Esta tela que faz parte do acervo do MASP desde 1951 encontra-se entre os grandes nus pintados pelo artista, tendo sido criado em sua velhice, pois  foi a vida toda fascinado pelo corpo feminino. A garota que lhe serve de modelo é Gabrielle, uma jovem camponesa que trabalhava para sua esposa, mas que muitas vezes serviu de modelo para o grande mestre. Apenas um anel na mão direita enfeita o seu exuberante e dourado corpo nu.

Ficha técnica
Ano: c. 1910
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 84 x 65 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

Views: 2

MÚSICA E SENTIMENTO

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lucas Alves Assunção

A música é a maneira de expressar os sentimentos em forma de som. Muitas vezes faltam palavras para dizer como nos sentimos, mas, quando elas nos fogem, as notas sempre estão ao nosso redor para serem usadas. Música e sentimento sempre andam de mãos dadas, se este laço for cortado, o músico fica preso num labirinto sem saída. Muitas vezes as pessoas confundem sucesso com talento, o que é algo incorreto e que nada tem a ver com música.

O gênero musical é uma maneira característica que cada cultura, povo ou pessoa encontra para expressar seus sentimentos. O blues, por exemplo, fala sobre a vida sofrida que os negros levavam nos Estados Unidos, porém, na outra mão, temos o funk, que fala sobre o orgulho do povo afrodescendente. As danças, os ritmos, tudo nasce de algum sentimento. Podemos ver isso claramente ao escutar música clássica, cujo grande exemplo é Beethoven que ao escrever a “Sexta Sinfonia” já se encontrava surdo, contudo, ele sabia exatamente onde cada nota deveria estar, pois escrevia seus sentimentos na partitura, não apenas pensando em teoria  ou técnica.

Cada década teve seus gêneros. Conforme a cultura de uma sociedade muda, o mesmo acontece com a música, pois a forma de vida que nos é imposta também é inspiração para fazermos música. Os anos 50 tiveram o rock, a exemplo de Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, Little Richard e o excepcional Chuck Berry. Os anos 60 tiveram seus gêneros, como a música pop que na verdade é um sinônimo para “popular”, não sendo exatamente um gênero, pois tudo que tem um grande sucesso é pop: os Beatles, o rock dos Rolling Stones, o jazz cantado por Frank Sinatra, a bossa nova de Tom Jobim que nasceu no meio da década e ganhou o mundo.

 Novos gêneros musicais sempre irão nascer, porque cada pessoa tem uma maneira diferente de se expressar, isso, porém, não é algo que acontece com todos os músicos. Aprender a tocar um instrumento é relativamente fácil, mas é necessário estudar demais, arduamente, todos os dias, sem folga, sem parar. A parte mais difícil, contudo, é encontrar a própria “identidade musical”, aquilo que difere um músico dos outros. Isso é algo que muitos buscam a vida toda e nunca encontram. Um exemplo de identidade musical é o grande “BB King”, o Rei do Blues, pois uma nota que ele toca em sua guitarra é o suficiente para identificá-lo.

Atualmente, o gênero musical mais famoso em todo o mundo é a música eletrônica, algo que eu particularmente não considero música na acepção da palavra, pois não é nada além de um DJ apertando “play” e tocando Shakira, Beyoncé, Justin Bieber, dentre outros, ou rap. Em quaisquer que sejam os estilos, a música eletrônica predomina, o que mostra que sucesso e talento, infelizmente, não andam de mãos dadas.

A música nos dias atuais é algo fácil de ser obtido, ainda que seja sem qualidade alguma. As pessoas parecem não dar à música o valor que recebia no passado. Antigamente você tinha que ir a uma loja de discos para comprá-lo. Aqui no Brasil era preciso esperar semanas e às vezes anos para chegar um disco estrangeiro que quisesse ouvir. Hoje em dia, com apenas um clique você escuta qualquer música e de qualquer época que queira.  Todo aquele “sentimento” que se tinha no passado, ao segurar um disco depois da dificuldade de obtê-lo, morreu. Aquilo também incentivava os artistas a produzirem o melhor que pudessem.

Atualmente os artistas sabem que o próprio nome tem mais valor que seu produto que chegará a todos os públicos com extrema facilidade. Sendo assim, a maioria deles não cobra nada de si, investindo apenas na propaganda. Isso faz com que cortem, portanto, a linha que une “sentimento e música”. Assim, o que vemos é o sucesso alavancado pela mídia, mas sem talento algum, pois deixaram de se preocupar com a qualidade. Essa gente nem se expressa e tampouco faz música, apenas ganha dinheiro.

Nota: Serenata, obra de Di Cavalcanti

Views: 0

Gauguin – AUTORRETRATO (PERTO DO GÓLGOTA)

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

A minha energia de outrora já se esvai pouco a pouco. Está escrito que em toda a minha vida eu sou condenado a cair, levantar-me, cair de novo… Estas preocupações me matam. Estou tão desmoralizado, desanimado, que não acredito em maiores infortúnios que possam ocorrer. (Paul Gauguin)

 O pintor, escultor e ceramista francês Eugène Henri Paul Gauguin (1848 – 1903) era filho do jornalista e cronista político Clovis Gauguin e de Aline-Marie Chazal, cuja família pertencia à nobreza espanhola que se mudou para o Peru na época da conquista daquele país. Tinha uma única irmã, dois anos mais velha do que ele. Sua origem era mestiça (francesa, espanhola e peruana). Sua avó, militante na defesa  dos indígenas, era filha de um nobre peruano. O artista abandonou a vida na França e partiu para a solidão do Taiti, uma ilha da Polinésia, onde viveu até a sua morte. Buscava uma vida elementar e a natureza primitiva no contato com a gente simples do lugar. Ali viveu esquecido, atormentado pela miséria e doenças que não se curavam. Sua carta (parte em negrito, acima) ao amigo Daniel de Monfreid justifica o título desta obra.

A composição denominada Autorretrato (Perto do Gólgota) é uma obra do artista, encontrada entre seus objetos após a sua morte, o que mostra o quanto tinha apreço por ela, como se fosse uma prova de sua difícil existência. Foi executada alguns anos antes de morrer. Gauguin, usando uma túnica branca, pinta-se como se fosse um Cristo, como mostra a fina auréola em volta de sua cabeça, iluminando-a.

Sua figura mostra-se carregada de dor e desespero, simbolizados pelos dois espíritos ancestrais que aparecem no fundo escuro, atrás de sua imagem. À direita vê-se uma taitiana de frente (a sua Maria Madalena) e à esquerda um vulto de perfil, aparentemente um ídolo.

Esta obra faz parte do acervo do MASP desde 1952.

Ficha técnica
Ano: 1896
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 75 x 64 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://plus.google.com/114397422423346270759/posts/g5Hy9GKFDxd

Views: 1

Van Gogh – BANCO DE PEDRA

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

Uma visão do jardim do asilo onde eu estou […] Sob as árvores, bancos vazios de pedra, caixa escura. O céu está amarelo em uma poça após a chuva. Um raio de sol – o último lampejo – exalta o ocre escuro em laranja – pequenas figuras escuras aqui e ali entre os troncos.

 Grandes coisas não se fazem por impulso, mas pela junção de uma série de pequenas coisas. (Van Gogh)

Acho belo tudo o que puder. A maioria das pessoas não acha belo o suficiente. (Van Gogh)

 O genial pintor holandês Vincent van Gogh (1853 – 1890) é, sem sombra de dúvidas, um dos grandes nomes da pintura universal. Mas não é fácil falar sobre ele, pois suas paixões e sentimentos estão ligados à arte de tal forma que não é possível ater-se ao seu trabalho sem mergulhar na nobreza de sua alma impregnada de nobres ideais, aos quais se entregou, a ponto de sacrificar a própria vida, pois nele tudo funcionava como um todo indivisível e exacerbante ao extremo. Contudo, a sua genialidade artística só foi reconhecida após sua morte. Mesmo tendo pintado 879 quadros em menos de uma década, só conseguiu vender um, A Vinha Vermelha, por um valor insignificante. Atualmente, suas pinturas estão entre as mais caras do mercado das grandes obras de arte. Em 1990, o retrato O Dr. Gachet foi vendido por 82 milhões de dólares. Uau!

A composição denominada Banco de Pedra, também conhecida como Banco de Pedra no Asilo de Saint-Remy, é uma obra do artista, pintada durante a sua internação no sanatório de Saint-Paul de Mausole, em Saint-Rémy, na França. Ele se encontrava à época muito doente, tomado por alucinações, como mostram as suas árvores contorcidas, espalhadas por grande parte da tela, assim como a intensidade de suas pinceladas. É também um prenúncio da tempestuosidade de suas últimas paisagens de Auvers-sur-Oise, como “Campo de Trigo” em que corvos esvoaçam.

O quadro apresenta um banco de pedra, centralizado entre os troncos de duas possantes árvores, tendo à esquerda um chafariz.  O artista pintou a visão que tinha quando se encontrava na pequena janela de seu quarto, no primeiro andar do sanatório, olhando para o pátio. Criou muitos outros quadros semelhantes. Mais uma vez o grande mestre faz uso de pinceladas direcionais, técnica comum ao seu trabalho.

Esta composição pertence ao acervo do Masp deste 1954, sendo considerado uma das  mais preciosas ali encontradas.

Ficha técnica
Ano: 1890
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 40,5 x 48,5 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

Views: 39