OS EFEITOS MALÉFICOS DO FAST FOOD

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

Vamos falar da comida rápida ou do conhecido “fast food” (em inglês). Comer devagar pode ser um bom auxilio para a perda de peso. Por sua vez, comer rápido aumenta as chances de obesidade e doenças relacionadas. E também o fast food não significa tão somente comer rápido, mas comer mal, pois são alimentos com alto teor de sódio, açúcar e gorduras saturadas.

O fast food é um tipo de comida, geralmente lanches, para pessoas que não dispõem de muito tempo para fazer as suas refeições, e optam por tais alimentos, pois são preparados e servidos rapidamente. É o consumo de refeições que podem ser preparadas e servidas em um intervalo pequeno de tempo. O fast food pode até ser saboroso, mas ele irá cobrar seu preço lá na frente.

O ato de comer rapidamente alimentos com alto teor de gorduras aumenta o processo de inflamação do organismo. É igual a estar infectado com um vírus ou uma bactéria. O organismo reage da mesma forma, provocando um processo de inflamação. A descoberta foi feita por cientistas da Universidade de Bonn, na Alemanha, durante testes com ratos. Alimentados com quantidades baixas de nutrientes, o corpo das cobaias desenvolveu uma resposta inflamatória, o que potencializou a atividade do sistema imunológico.

Durante o estudo, os pesquisadores mantiveram ratos em uma dieta ocidental, rica em gordura, açúcar e poucas fibras durante um mês. Com o tempo, os animais desenvolveram forte resposta inflamatória em todo o corpo, de forma semelhante a uma infecção bacteriana. A dieta não saudável levou a um aumento inesperado do número de células imunes no sangue dos ratos, especialmente granulócitos e monócitos. Essa cascata inflamatória irá levar, com o tempo, à formação da chamada arteriosclerose, ou seja, endurecimento e entupimento das artérias.

A ativação de células imunes na medula óssea ocorre quando o corpo detecta problemas graves. O sistema imune tem uma forma de memória. Após uma infecção, as defesas do corpo permanecem em estado de alerta para que possam responder mais rapidamente a um novo ataque. O estudo provou que uma dieta do tipo fast food desencadeia uma reação inflamatória sistêmica que só desaparece após a quarta semana com uma dieta nutricionalmente equilibrada.

Uma resposta inflamatória tem potencial para acelerar o desenvolvimento de doenças vasculares, diabetes tipo 2 e aumentar as chances de problemas ainda mais graves, como acidente vascular cerebral (AVC) e ataques cardíacos. A indústria dos alimentos tem muitos recursos e grande lobby sobre nossos políticos. Quem fica mais vulnerável aos encantos dos fast food são as crianças e os adolescentes. Pesquisas como essas só vêm a demonstrar a importância do papel dos pais na condução a uma dieta rica em nutrientes e deixar o lanche rápido para ser uma exceção e não uma frequência na rotina dos mais jovens.

Junto ao slogan do McDonald’s “amo muito tudo isso”, deveria constar “mas aproveite com moderação”.

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Pissarro – OS TELHADOS VERMELHOS

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

Uma bela pintura, uma pequena casa escondida na floresta que nos impressionou com seu toque forte e simples. (Crítica à época)

 Não defina muito de perto os contornos das coisas; é a pincelada de valor correto e cor que deve produzir o desenho. (Camille Pissarro)

O pintor francês Jacob Abraham Camille Pissarro (1830–1903) desde pequeno mostrava a sua inclinação pela pintura. Em Paris encantou-se com as telas de Camille Corot e tornou-se amigo de Paul Cézanne, Claude Monet, Charles-François, dentre outros artistas impressionistas. Teve quase todos os seus quadros destruídos por ocasião da guerra franco-prussiana, quando se mudou para a Inglaterra. Ao retornar a Paris, passou a pintar na companhia de Cézanne, influenciando-se mutuamente. Foi um dos fundadores do Impressionismo e um dos mais importantes artistas responsáveis pela coesão do grupo. Tornou-se famoso por ter sido o primeiro impressionista a trabalhar com a técnica da divisão de cores, obtida através do uso de manchas de cor isoladas. Também trabalhou com os neoimpressionistas, como Georges Seurat e Paul Signac, e fez uso do pontilhismo. São características de sua obra uma paleta de cores cálidas e a firmeza com que captava a atmosfera, através de um trabalho definido de luz. Foi professor de Paul Gauguin e de Lucien Pissaro, sendo esse último seu filho.

A composição Os Telhados Vermelhos é uma obra-prima de Camille Pissarro que a pintou enquanto trabalhava ao lado de seu grande amigo Paul Cézanne, ambos usando o mesmo tema. A paisagem refere-se a um canto de uma aldeia com efeito de inverno. Um pequeno conjunto de edificações agrícolas com suas grandes chaminés e janelas azuis aparece por entre as árvores desfolhadas de um pomar que parecem formar uma teia. Para divisá-las é necessário passar primeiro pelas árvores com seus troncos e galhos retorcidos em primeiro plano.  As árvores ao fundo possuem os troncos verticais.

O artista fez esta composição ao ar livre, sem fazer uso de um esboço ou desenho, apenas fazendo o acabamento de memória em seu estúdio. As cores marrom e laranja avermelhado, que colorem as superfícies dos telhados, esparramam-se por diversos pontos da tela. Elas estão nos campos e nas plantas vistas em primeiro plano, assim como ao fundo. Neste trabalho ele deixa evidente o seu senso de construção, com a forma sendo desenvolvida aos poucos. Ele sobrepõe camadas de cor de modo a criar uma densidade madura e um tom rico.

Para pintar “A Cote des Boeufs”, encosta também chamado “Côte de St. Denis”, o artista posicionou-se acima da colina e à esquerda.

Ficha técnica
Ano: 1877
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 54,5 x 65,5 cm
Localização: Museu de Orsay, França, Paris

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.musee-orsay.fr/en/collections/works-in-focus/painting/commentaire_id/red-roofs-.
http://www.camillepissarro.org/the-red-roofs-a-corner-of-a-village-winter-effect.jsp

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INDIANOS E CIA. – CASÓRIO OU ARRANJO SOCIAL?

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Autoria de Gisella Antunes

Na Índia, no Paquistão e em outros lugares em que há uma grande desigualdade entre homens e mulheres, os casamentos costumam ser arranjados pela família. Quando os homens originários de tais países dizem que querem se casar, que amam loucamente as mulheres com quem engatam uma relação virtual, não é como o casamento e o amor que estamos acostumados aqui no Ocidente, onde as pessoas se conhecem, namoram e depois decidem se casar. O casamento para indianos, paquistaneses, afegãos, egípcios, etc., não é nada mais do que um arranjo social. Muitas vezes, o indivíduo só vai conhecer a noiva no próprio dia do casório, sendo que raramente rola envolvimento físico antes (até mesmo um beijo). Não existe entre eles romantismo ou aquele sentimentalismo piegas usado para enganar as mulheres ocidentais.

Não existe amor por parte deles em relação às mulheres que conhecem virtualmente. O casamento por amor, além de raro, é bem mal visto por aqueles cantos. Sendo assim, as palavras de amor usam e abusam através da internet não têm como ser sinceras, por que o amor que conhecem é aquele da TV, dos filmes ocidentais e afins, e a gente sabe que isso tudo é falso, não passando de uma brincadeira de mau gosto, pois o casamento nas bandas de lá é bem diferente do das bandas de cá. Como vão amar se foram educados dentro de princípios que apregoam que é o dote, a condição social da noiva (inclusive a virgindade) que importam?

Existem caras diferentes dos que seguem a cultura do casamento por arranjo? Existem, mas isso depende de muitos fatores. O grau de escolaridade é um deles. Pessoas que têm mais acesso a informações vão ter uma tendência maior a ir contra a tradição de seu país e a ser mais bem sucedidas, porém, esses caras não vão ficar na internet conversando com mulheres desconhecidas, perdendo seu tempo e nem vão precisar dar golpes também, pois já possuem uma boa posição social.

Muitos desses caras que ficam adicionando mulheres ocidentais nas redes sociais também fazem isso para exibirem-se. Para eles é sempre vantajoso, porque podem dizer aos amigos que têm uma namorada estrangeira (muitos têm uma dúzia delas) e ficarem brincando com ela, usando aquele romantismo barato que veem nos filmes. Alguns até conseguem fazer sexo virtual, ganhar presentes, passagens e dinheiro.  Nesses países, a mulher, na maioria das vezes, não pode trabalhar e é obrigada a ficar em casa cuidando de toda a família do marido. É exatamente isso que eles querem quando se casam: mulheres submissas que fazem tudo o que eles exigem. Normalmente, os tais virtuais são homens jovens, cheios de hormônio, mas que ainda não têm dinheiro para se casar, à cata de quem lhes pode dar uma vida melhor.

Esses indivíduos criam personagens para viver a fantasia que têm com as mulheres estrangeiras, por que na vida real eles não teriam essa oportunidade. Os personagens criados são, quase sempre, bem educados, de família rica e bem sucedidos. Agora, mulheres, façam uma comparação com a nossa sociedade e se perguntem: homens assim ficam dando sopa por aí? Pessoas assim passam tanto tempo (dia e noite) na internet com pessoas quem nem conhecem? É claro que não! Essa lógica já é bastante para desconfiarem, não é mesmo?

Uma última coisa a se considerar é que a Índia é um país extremamente populoso, onde as condições de vida são muitas vezes piores do que as que temos aqui. Muito indiano quer imigrar para algum país ocidental, mas poucos são os que conseguem dinheiro para ir para os EUA (normalmente os imigrantes indianos por lá precisam ter certa escolaridade) ou para a Inglaterra ou então querem vir para o Brasil. É muito interessante para eles ter uma mulher que possa bancá-los aqui, em nosso país.

As mulheres precisam entender que esses caras não estão apaixonados por elas, pois nem ao menos sabem o que é isso, estão apenas interpretando uma personagem. A única coisa que eles querem saber é o que elas podem lhes proporcionar. A cultura é muito diferente, e mesmo que a mulher aceite esse arranjo e se case com um indivíduo desses, para eles sempre vai ser um arranjo, pois é assim que veem uma relação a dois. A vida vai ser muito complicada para a mulher, pois são machistas e vão exigir muito dela. Será um inferno!

O conselho que dou é que não caiam na mão desses golpistas. Observem que são sempre nativos de países pobres, desesperados por dinheiro ou para irem embora de lá. Ninguém vê gente de países desenvolvidos nessa. E não facilitem a chegada desses caras para cá através de cidadania por casamento, pois podem se arrepender amargamente.

Mulheres, vocês são valorosas demais para cair em elogios e promessas vazias.

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A CAVERNA DO DIABO (IV)

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Autoria do Prof. Rodolpho Caniato

Chegamos à entrada da “Caverna do Diabo”. Aí fizemos nosso desjejum com o farnel que havíamos levado. Agora era preciso preparar as fontes de iluminação e o “fio de Ariadne” que prenderíamos à entrada da gruta para garantir que encontraríamos a saída do “labirinto”. O nome de “Gruta da Tapagem” que o descobridor dera à caverna  fazia todo sentido, pois sua entrada era inteiramente camuflada por intensa vegetação. Feitos os preparativos fomos entrando e soltando  a linha que compráramos na véspera. Logo de início tivemos que entrar e caminhar pela água, pelo leito do pequeno rio que passa por grande parte da caverna. Poucos metros para dentro e a escuridão foi se tornando rapidamente mais intensa. Caminhávamos agora sempre dentro da água. Vez por outra tínhamos que transpor alguma pedra subindo de um lado para novamente entrar na água do outro lado.

 Depois de algumas dezenas de metros caverna adentro, experimentamos apagar as luzes para testar a escuridão. Foi uma sensação única e assustadora: a escuridão era total, absoluta. Cada um de nós agitava a mão diante dos próprios olhos sem conseguir vê-la: uma sensação inédita e que deixava a gente perder a noção de espaço e o equilíbrio. Com muito cuidado fomos avançando com nossas precárias lanternas. Passamos por espetaculares estalactites e estalagmites: verdadeiras e bizarras esculturas calcárias feitas pelo tempo e pela água.

A grande sala, o mais amplo espaço onde estivemos, deixou-nos estarrecidos pela amplidão e pelas fantásticas formas, algumas pendentes do teto, outras se erguendo a partir do solo. As figuras formadas eram um verdadeiro convite à imaginação. Embora estivéssemos deslumbrados com o espetáculo daquelas formas, tão extravagantes e belas, tínhamos que estar atentos à duração de nossas lanternas, sem as quais seria muito difícil sair daquele acidentado e escuro labirinto. De vagar, com muito cuidado fomos voltando, sempre dentro da água e refazendo as escaladas de cada obstáculo. Enfim voltamos a vislumbrar as luzes da boca da caverna. Finalmente, saindo da gruta voltamos a ver a luz do dia numa situação que lembrava a saída de Dante da gruta que o levara até o inferno: “E..então voltamos a ver a luz das estrelas”(no texto de Dante:“E.. quindi, uscimo a riveder le stelle”. Não era a luz das estrelas mas a luz do Sol que voltávamos a ver.

Sem que percebêssemos, muitas horas nós havíamos passado no interior da grande caverna. Já eram quase três da tarde quando voltamos a ver a luz do dia. Comemos algumas sobras de nosso farnel e tomamos o caminho de volta, a pé, até onde ficara nosso jipe. Manobrar o jipe para a volta na estreita picada foi outra operação que nos envolveu.  Agora refazíamos aquele mesmo caminho, mas com a luz do dia.  Isso nos deu outra visão da região e da pouca gente que habitava aqueles ermos vales. Nessa volta chamou nossa atenção um pobre casebre de pau a pique coberto de sapé em cujo terreiro, um caboclo, sentado num toco, contemplava a paisagem deserta a seu redor. Em toda nossa volta não vimos outro “vizinho”. Ele se mostrou impassível e aparentemente indiferente à nossa presença. Em que será que ele pensava?

Em Xiririca, ou melhor, em Eldorado Paulista, nós nos despedimos de nossos companheiros paulistanos e tomamos a estradinha de terra que nos levaria até Jacupiranga e daí de volta pela “rodovia da morte” até São Paulo. Durante toda a viagem tínhamos muito que comentar sobre tantas coisas novas que  agora povoavam nossas mentes. Agora teríamos nossas próprias histórias, lendas e “causos” para contar sobre a “Caverna do Diabo”.

Só muitos anos mais tarde, eu voltei a visitar, como “turista”, numa grande fila para entrar na “nova” “Caverna do Diabo”. Agora havia estrada, grande estacionamento, fila para entrar e passarelas seguras para todo o percurso, além da assistência dos bombeiros. Então pude ver com mais segurança e mais amplitude as bizarras  belezas daquele grande espaço esculpido pela Natureza e pelo Tempo. Também pude sentir quanto grande foi nossa imprudência de fazer tudo aquilo “no escuro”. Valeu muito pelo que pude VIVER e contar.

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Pisanello – RETRATO DE JOVEM MULHER

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O medalhista, desenhador e pintor italiano Pisanelo (1395 – 1455) tinha como nome original o de Antonio di Pucci Pisano. Foi criado em Verona, mas estudou em Veneza com o mestre Gentile Fabriano, servindo-lhe de assistente nos trabalhos do palácio do Dodge. Mudou-se para Florença e de lá foi para Roma, após a morte da mãe. Veio a tornar-se um dos pintores mais importantes de seu tempo, sendo chamado para executar trabalhos nas cortes de Mântua, Ferrara e Milão. Também trabalhou em Nápoles para o rei Afonso de Aragão. Em razão de sua pintura que unia a elegância e a delicadeza, aliada a uma alegre narrativa e uma observação afiada da natureza, Pisanelo tornou-se um dos maiores representantes do Gótico Internacional.

A composição intitulada Retrato de Jovem Mulher, também conhecida por Retrato de uma Princesa da Casa d’Este, é uma obra de Pisanello, pintor ligado ao gosto palaciano, no qual se movia com tranquilidade, como mostram as características de suas pinturas. Para alguns, a retratada é Margarida Gonzaga de Mântua que veio depois a casar-se com Lionello d’Este, enquanto outros dizem ser Genevre d’Este, esposa de Sigismundo Malatesta. Em sua manga esquerda, um bordado mostrando o vaso de cristal, ornamentado com contas redondas e brancas, era o emblema da família d’Este.

A jovem mulher que mais se parece com uma menina, encontra-se com a cabeça de perfil, mas com o corpo voltado ligeiramente para a sua esquerda. Apresenta-se diante de um fundo escuro, provavelmente composto por uma tapeçaria bordada com borboletas e flores. Usa um vestido plissado branco com longas e largas mangas vermelhas, também plissadas,  e um cinto esverdeado. Uma grande borboleta, próxima à sua cabeça, pode simbolizar sua alma. Seus cabelos estão esmeradamente puxados para trás, presos rigidamente por uma faixa e uma fita branca que cruza cinco vezes sua cabeça. A testa raspada mostra-se de conformidade com a moda da época da Itália renascentista. Um pequeno corpete prende seu corpo, que parece muito fino.

As cores (branco, verde e vermelho) do vestido da mulher tanto podem representar as cores da família Gonzaga, em Mântua, como as virtudes teologais: Fé, Esperança e Caridade. O retrato pode se referir a um noivado ou casamento. A identidade da jovem que tanto pode estar relacionada à família Este como à Gonzaga, ainda continua indefinida.

Ficha técnica
Ano: c. 1435/49
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 43 x 30 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.louvre.fr/oeuvre-notices/portrait-dune-jeune-princesse

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TENHO DEPRESSÃO E FOBIA SOCIAL

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Autoria de João Resende

A depressão e a fobia social sempre me trouxeram problemas. Desde muito jovem eu já sofria com isso, mas, há uns dez anos, eu tive uma crise depressiva mais séria e precisei procurar um psiquiatra, coisa que nunca tinha feito até então. Para o tratamento, o médico receitou rivotril em doses que chegaram a 6 mg por dia. O problema é que durante o tratamento eu tive uma série de situações ruins e acabei associando-as ao remédio. Eu tinha variações bruscas de humor, crises de raiva, irritava-me com qualquer coisa e, além disso, passava os dias com uma sensação de sono tão forte, que cheguei a dormir em reuniões de trabalho e cochilei também no volante (não sei como não sofri um acidente na época). No fim das contas, interrompi o tratamento e hoje vivo com os medos que sempre me acompanharam e também com medo de tentar um novo tratamento.

Eu sempre tive a esperança de que isso melhoraria com o passar do tempo, mas o problema é que já estou com quase 40 anos e, ao longo desse tempo, eu já perdi muitas oportunidades profissionais por causa da minha condição.  Além de evitar todo o tipo de interações sociais, eu sofro especialmente com o medo de lidar com pessoas em posição de autoridade. Não consigo explicar este meu comportamento.  O medo é tanto que quando eu preciso abordar pessoas em posições hierárquicas mais altas, a voz chega a sumir, o coração dispara, a respiração fica ofegante, o suor brota na testa e daí por diante a situação vai piorando. É como se fosse uma bola de neve. Falar em público também é uma situação impossível para mim. Prefiro a morte! Deve ser algum trauma vivido, mas tão forte que eu não consigo nem explicar sua origem.

Eu tento entender o que me leva a tal fobia, mas não consigo. Sei que, sob o viés da lógica, essas situações não oferecem perigo algum, contudo não consigo controlar as minhas reações. Tenho também muita dificuldade de concentração. Não consigo focar em nada sem que a cabeça fique pensando mil coisas ao mesmo tempo. Morro de vergonha por carregar estes problemas e tento escondê-los das pessoas, simplesmente evitando as situações e jogando fora toda e qualquer oportunidade que surge na minha vida. Fico vendo alguns colegas de trabalho e admirando como eles são serenos, autoconfiantes e levam a vida com grande prazer. Meu sonho é ser assim…

Qual será a classificação para o meu transtorno? Será que existe tratamento para isso? Será que o período que tomei remédios e tive a sensação de que tudo piorou foi só um erro do médico na prescrição? Por favor, deem-me uma luz!

Nota: Melancolia, obra de Edvard Munch

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