Gêmeos Siameses – ENG E CHANG BUNKER

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

A formação embrionária de gêmeos acontece em dois casos. O mais comum, e que corresponde a dois terços dos casos de gestação gemelar, ou seja, surge da fertilização independente de dois óvulos diferentes, não havendo qualquer possibilidade, portanto, de os bebês nascerem unidos.  O segundo caso é aquele em que um óvulo é fertilizado por dois espermatozoides, sendo esse o mais propício à malformação dos bebês, resultando, muitas vezes, em gêmeos coligados, popularmente conhecidos como “siameses”. O problema acontece quando a separação do embrião em dois não ocorre dentro de um período de 12 semanas, e as células passam a formar partes do corpo ou órgãos em comum.

 Os gêmeos siameses são idênticos. Muitos perguntam sobre a origem do termo “siameses”, denominação que também remete a uma raça de belos felinos. Este termo tem, sim, a ver com os gatinhos, pois a primeira ocorrência de gêmeos siameses foi registrada no Sião, Tailândia, em 1811, onde também surgiram tais felinos. Os gêmeos siameses, unidos por alguma região do corpo, também são conhecidos como gêmeos xifópagos ou gêmeos conjugados. Embora raríssimos, já fora registrados casos de siameses triplos.

Os irmãos siameses Eng e Chang Bunker nasceram no início do século XIX, na atual Tailândia. Em razão de o pai ter sido um pescador chinês tailandês e a mãe metade chinesa e metade malaio,  sendo as características chinesas mais marcantes, os filhos xifópagos famosos ficaram conhecidos como os “gêmeos chineses”. A união de seus corpos deu-se pelo esterno, através de um pedaço de cartilagem, tendo eles os fígados incorporados um no outro. Os gêmeos foram exibidos como curiosidade em turnês pelo mundo, ganhando muito dinheiro.

Eng e Chang, ao conhecerem os Estados Unidos, ali resolveram ficar, vindo depois a naturalizarem-se como cidadãos americanos. Compraram uma fazenda na Carolina do Norte e casaram-se. Eng casou-se com Sarah Anne e Chang com Adelaide Yates, irmã da esposa do irmão. Para acomodar os dois casais foi construída uma enorme cama. A grande prole mostra que tudo funcionou a contento, pois Chang e Adelaide tiveram 10 filhos, enquanto Eng e Sarah tiveram 11. Muitos, maldosamente, duvidavam que os filhos fossem deles. As duas famílias, já com muitos filhos, optaram por morar em casas separadas. E assim cada semana era dedicada a uma das esposas, tendo um dos gêmeos que ficar na espera. Apesar da fama e da riqueza, os gêmeos e suas famílias sofriam muitas formas de preconceito, inclusive pelo fato de terem se casado, pois muitos viam-nos como “monstros”.

Nos anos finais de vida, Chang, além de ter sofrido um acidente vascular cerebral, no lado mais próximo a seu irmão, o que afetou sua saúde, ainda passou a beber muito. Como não tivessem um sistema circulatório em comum, a bebida do irmão não afetou Eng, que passou a ajudar a carregar a perna sem movimento do irmão, enquanto esse se apoiava numa muleta. Chang veio a ter um caso grave de bronquite, e faleceu enquanto os dois dormiam. Ao despertar, e ver seu irmão morto, Eng, em desespero, sabia que iria morrer também. O médico chamado para fazer a separação de emergência chegou tarde, morrendo Eng cerca de três horas depois do irmão. Mas um exame post-mortem revelou que se tivesse sido feita a separação, Eng teria morrido do mesmo jeito, pois além de compartilhar o mesmo fígado com Chang, o ligamento de conexão entre ambos era bem mais complexo do que os médicos imaginavam.

Nota: foto de Chang (à esquerda) e Eng (à direita), tendo ao lado suas respectivas esposas/ Imagens Getty

Fontes de pesquisa
Freaks – Aberrações Humanas/ Editora Livros e Livros
https://en.wikipedia.org/wiki/Chang_and_Eng_Bunker
http://www.dailymail.co.uk/news/article-2825888/How-original-Siamese-twins-21-children-two

Views: 31

Chardin – MOÇA DESCASCANDO NABOS

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

O francês Jean-Baptiste-Siméon Chardin (1699-1799) é tido como um dos mais importantes pintores de naturezas-mortas da arte europeia, sendo suas obras muito estudadas pelos artistas do gênero posteriores a ele. As suas naturezas-mortas, assim como sua pintura de gênero, são elementos importantes da arte francesa. Seu estilo era próprio, simples e elegante. Continua a ser um dos grandes mestres do século 18 e um dos melhores pintores de cotidiano de todos os tempos.

A composição intitulada Moça Descascando Nabos e também conhecida como A Criada é uma obra do artista. Uma jovem mulher encontra-se na cozinha, sentada sobre uma cadeira de madeira torneada. Ela tanto pode ser a dona da casa como uma criada. Cumpre a obrigação diária de descascar vegetais. Usa uma saia vermelha longa, um casaco de frio e um xale. Ao colo traz um avental esbranquiçado e na cabeça uma touca da mesma cor. Na mão direita segura uma faca e na esquerda um nabo, ambos descansando em seu colo.

No chão da cozinha, à  esquerda da jovem, veem-se uma abóbora, duas batatas e quatro nabos. Numa vasilha de barro com água, à sua frente, ela joga os vegetais descascados. Num cepo, usado para cortar alimentos duros, está fincada uma machadinha, podendo ser visto uma mancha de sangue. Encostado nele está uma frigideira e, logo atrás, um caldeirão.

O ambiente é rústico e descuidado, sem nenhum tipo de ostentação, com uma parede escura ao fundo e o chão de cor parecida, destacando ainda mais a moça em sua vida doméstica. Ela se mostra pensativa ou cansada, com o olhar fugidio, aparentando não levar uma vida fácil, sem contudo demonstrar alegria ou tristeza. Os tons da pintura são combinados e abrandados, sendo a personagem mais clara, porém cheia de matizes.

Ficha técnica
Ano: c. 1740
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 46 x 37 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

 Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

Views: 4

APOLO DE PIOMBINO

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

                                              

A estatueta denominada Apolo de Piombino ou o Menino de Piombino, feita de bronze, foi retirada do mar, na costa de Piombino, na Itália, em 1832, sendo vendida, dois anos depois, ao Museu do Louvre. É possível que seja uma representação do deus Apolo, pois sua mão esquerda parece segurar um arco, enquanto a direita, aberta, parece oferecer um frasco. Trata-se de uma obra rara da estatuária grega que mostra como esse povo evoluía ao buscar representar o corpo humano da maneira mais natural possível, embora a estátua ainda apresente frontalidade, certa simetria e partes justapostas, ou seja, feitas separadamente e depois unidas para formar a peça, o que acabou por apresentar alguns erros anatômicos, como na união dos braços, torso e pernas.

O Apolo em questão é apresentado frontalmente, de pé, nu, com os braços levantados e com a perna esquerda diante da direita. O nu masculino era, à época, a expressão principal do ideal grego de nobreza de caráter. A obra traz os olhos, que antes foram representados por meio de pasta colorida ou pedras semipreciosas, ocos. Suas sobrancelhas, lábios e mamilos são feitos no cobre vermelho. Debaixo de seu pé direito, uma inscrição em prata mostra que a obra foi um ex-voto à deusa Atena. As obras antigas, feitas em bronze, praticamente inexistem, pois foram vítimas do desmanche para a obtenção dessa preciosa liga.

Ainda não se sabe qual é a datação correta desta obra. Alguns estudiosos de arte consideram-na uma criação arcaica da segunda metade do século V a.C.. Outros a veem como pertencente ao final do período helenístico.

Ficha técnica
Ano: Primeira metade do séc. V a.C.
Altura: 125 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.louvre.fr/oeuvre-notices/apollon-de-piombino

Views: 3

Historiando Chico Buarque – MINHA HISTÓRIA

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

minhis

Minha história é esse nome que ainda hoje carrego comigo/ Quando vou em bar, viro a mesa, berro, bebo e brigo. (Versão de Chico Buarque)

Não há uma só alma neste lugar que não conheça minha história, mas os turistas que aqui chegam, estranham o meu nome. Quando em meu velho barco, eu os atravesso para a outra ilha, não demoram a perguntar-me o porquê de assim ser chamado. Enquanto os conduzo na lenta travessia, conto um sem conta de vezes a minha chegada ao mundo. É como se eu nascesse a cada vez que a historio. Minha mãe partiu, quando ainda me encontrava nos panos, mas minha avó, desde que eu era um tiquinho de gente, narrava minha sina, como se fora uma encantada lenda e eu um ser divino.

Minha mãe era uma formosa morena jambo de cabelos da cor das asas da graúna e pele cheirando a alecrim. Atraía os olhares de todos por onde passava, mas não ligava, talvez, ciente de sua formosura, esperasse alguém que a quisesse de verdade. Mas um dia chegou bem tarde em casa. Havia conhecido um estrangeiro, enquanto voltava da escola. E todo dia “Ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar/ Eu só sei que falava e cheirava e gostava de mar/ Sei que tinha tatuagem no braço e dourado no dente/ E minha mãe se entregou a esse homem perdidamente”, a ponto de esquecer-se de seus livros e sonhos.

Contudo, contou-me minha avó que “Ele assim como veio partiu não se sabe pra onde/ E deixou minha mãe com o olhar cada dia mais longe/ Esperando, parada, pregada no porto/ Com seu único velho vestido cada dia mais curto”, pois eu crescia em seu pequenino ventre, como uma semente na terra abandonada. Parecia até que fora ali deixada como paga pelos prazeres, que ela ao homem ofertara ingênua e seguidamente.

Minha avó dizia que minha pobre mãe foi aos poucos perdendo o juízo e “Quando enfim eu nasci, minha mãe embrulhou-me num manto/ Me vestiu como se eu fosse uma espécie de santo/ Mas por não se lembrar de acalantos, a pobre mulher/ Me ninava cantando cantigas de cabaré”, e eu, na minha santa inocência, dormia a sono solto, como um verdadeiro anjo, embora fosse a lembrança machucada e doída daquela frágil mulher.

Ela andou comigo em seus braços, para cima e para baixo, mas sempre de olho no mar e “Minha mãe não tardou a alertar toda a vizinhança/ A mostrar que ali estava bem mais que uma simples criança/ E não sei bem se foi por ironia ou se por amor/ Resolveu me chamar com o nome de Nosso Senhor”. E assim passei a ser chamado por todos aqueles que me conheciam. Até hoje assim o sou. Apenas meu nome muda quando me encontro com “Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz”, pois eles “Me conhecem só pelo  meu nome de Menino Jesus”.

Portanto, amigos, “Minha história é esse nome que ainda carrego comigo.”.

Obs.: Clique nos links abaixo para ouvir a música com:

Nota: Esta canção é dos italianos Lucio Dalla e Paola Pallotino. Ao adaptá-la para o português, Chico quis colocar o título de “Menino Jesus”, mas a censura implicou e o artista mudou então para “Minha História”.

 Nota: Mulher com duas Crianças, obra de Paul Gauguin

Views: 16

Gauguin – FATATA TE MITI

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

Sua arte estava no limiar da Art Nouveau (Marchiori)

Minhas ocupações eram muito simples: sonhar acordado, banho, banheiro, especialmente. (Gauguin)

Não há exagero na arte. E eu até acredito que há salvação somente em extremos. (Gauguin)

A composição intitulada Fatata Te Miti (À Beira do Mar) é uma obra do pintor francês do pós-impressionismo Eugène-Henri-Paul Gauguin, pioneiro do simbolismo. Foi feita na ilha do Taiti, pertencente à França, durante sua primeira viagem ao lugar. Ele viveu ali durante muitos anos, passando por momentos dramáticos e também apaixonantes. Dentre as obras-primas produzidas no local, chamadas de “arte selvagem”, encontra-se esta com título na língua nativa da ilha. Trata-se de uma cena de gênero taitiana. E, como outros de seus trabalhos, esta pintura ilustra as tendências do artista para a arte decorativa.

A cena retratada por Gauguin mostra duas mulheres taitianas, nuas, vistas de costas. Uma delas está pulando na água do mar, enquanto a outra se encontra retirando seu pareô. Mais adiante, em segundo plano, aparece a figura de um pescador que traz na mão direita uma lança. Não há qualquer constrangimento entre as mulheres e o homem.

Para retratar o ambiente tropical, o artista usa cores fortes e alegres, a fim de aludir aos prazeres sensuais. Ele usa, por exemplo, o rosa púrpura para as areias, em primeiro plano, e amarelo e alaranjado para as flores. Para dar mais luminosidade à pintura, Gauguin sobrepôs uma fina camada de cera transparente na sua superfície.

Ficha técnica
Ano: 1892
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 140,5 x 129 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.wga.hu/html_m/g/gauguin/04/tahiti23.html

Views: 3

Rousseau – A SELVA EQUATORIAL

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição A Selva Equatorial, também conhecida como Paisagem Exótica II, é uma obra do pintor francês Henri Rousseau, que traz como tema a selva. O artista criou um total de vinte e seis telas com temas relativos a florestas exóticas. É  interessante notar que, de um quadro para outro, a sua criatividade foi ficando cada vez mais aguçada. Este é um dos últimos trabalhos do pintor inspirados em tal temática.

Em sua pintura, Rousseau apresenta uma selva exótica, repleta de densa folhagem, cheia de bichos sempre à espreita de suas caças. Não é possível identificá-los, pois são produtos da imaginação criativa do pintor que, durante toda sua vida na cidade de Paris, conservou a ingenuidade de sua criação. Chama a atenção a sua maravilhosa assinatura na base inferior, à direita desta composição.

O artista que foi escarnecido, ridicularizado e servido de motivo de chacota no século XIX, passou a causar um grande sentimento de admiração na vanguarda artística, no início do século XX.

Ficha técnica
Ano: 1909
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 68 x 91,5 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

Views: 5