Ticiano – SÃO JERÔNIMO PENITENTE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição São Jerônimo Penitente é uma obra do pintor italiano Ticiano Vecellio. O artista acrescentou, mais tarde, a parte recurva do painel, conforme mostram cópias da pintura. Na sua pintura, Ticiano opta pelo estilo monumental, sem preconceitos retóricos. Mostra uma liberdade lírica, dando ênfase à forte emoção visual. Essa obra tornou-se tão famosa, que numerosas cópias, réplicas e imitações dela foram feitas, podendo ser citada uma de Peter Paul Rubens e outra de Busasorzi. O pintor pintou outros quadros com o mesmo tema.

A pintura apresenta o asceta São Jerônimo,  seminu, meio ajoelhado numa clareira. O pôr do sol banha o local, iluminando as pedras e o corpo do santo que se flagela diante do crucifixo de Cristo, preso num tronco de árvore. Sua mão esquerda se segura numa rocha, enquanto a direita empunha uma pedra redonda, instrumento de seu suplício.

O asceta encontra-se vestido apenas com um pano vermelho, enrolado na cintura, que desce até o chão da clareira.  Deitado na parte direita inferior da tela está a parte dianteira do corpo  do leão que dorme tranquilamente, sendo ele um atributo do santo. Atrás de São Jerônimo, sobre as rochas, estão seus livros de oração, o que parece ser um cálice e uma caveira, símbolo da transitoriedade da vida.

Ficha técnica
Ano: c. 1560
Técnica: óleo em tela
Dimensões: 125 x 235 cm
Localização: Museu de Brera, Milão, Itália

 Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

Views: 2

O GRANDE “PIÃO” TERRESTRE (III)

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Autoria do Prof. Rodolpho Caniato

A Gravitação de Isaac Newton

Embora caiba a Hyparco a glória da descoberta da precessão dos equinócios, ainda permaneceria desconhecida por muitos séculos a causa para esse deslocamento. Isso só se tornaria possível depois da descoberta da Gravitação de Isaac Newton, em 1687. A partir daí toda “mecânica” dos corpos celestes passava a ser explicável com as mesmas leis que se aplicam aos fenômenos mecânicos conhecidos aqui na Terra: a mecânica agora funcionava “assim no céu como na Terra”. Entre os corpos celestes, agora muita coisa ficava explicada com a força da atração GRAVITACIONAL. A órbita quase circular da Terra ao redor do Sol ficava explicada pela força de atração gravitacional entre ambos, Terra e Sol. Com a, então nova, Gravitação também ficava previsível (embora ainda não medido), o maior diâmetro da Terra na região do seu equador.

A Terra então não deveria ser perfeitamente esférica mas um pouquinho achatada nos polos; seu diâmetro no  equador deveria ser um pouco maior que o diâmetro nos Polos. Esse achatamento nos Polos teria que acontecer devido à rotação da Terra, previsão já feita e justificada por Newton. As medidas um pouco mais tarde confirmaram aquilo que a Gravitação de Newton previra como efeito da rotação do nosso planeta. Logo que a Mecânica de Newton se refinou e avançou, especialmente pela contribuição de alguns grandes matemáticos franceses (Poisson, D´Alambert, Lagrange e Laplace), muitas outras coisas foram sendo descobertas, explicadas ou previstas: a mecânica das rotações, por exemplo.

Logo depois da publicação das ideias da Gravitação de Isaac Newton (1686), com a ajuda de Edmund Halley, iniciou-se uma grande busca e muitos astrônomos passaram a procurar as consequências das então novas ideias. Destacou-se nessa ocasião o sucessor de Edmund Halley (na direção do Observatório Real de Greenwich, James Bradley (1693-1762). Ele buscava o que imaginava ser a primeira consequência imediata do deslocamento da Terra em sua órbita: a paralaxe anual das estrelas. Suas trabalhosas e demoradas buscas acabaram por encontrar outras coisas também importantes, ainda muito antes de se encontrar o que era o primeiro propósito da busca. Uma delas foi a chamada nutação: efeito combinado  do Sol e da Lua que provocam um efeito adicional ao “bamboleio” do eixo.

Enquanto vai fazendo a volta principal que gera o cone, o eixo faz também outros pequenos “balanços”: um para frente e para trás, combinado com outro para os lados. O pequeno balanço “para frente para trás  tem um período de 18,5 anos. Sua amplitude “para frente para trás” é de 18´´ e de 14´´ para os lados.   Esse pequeno movimento elíptico da extremidade de sua agulha de tricô, faz com que aquela superfície cônica que você imaginou fazendo a rotação das extremidades da agulha, se transforme  numa superfície cônica mas  levemente ondulada. Existem ainda outras componentes menores nesse complicado “bamboleio” do nosso grande “pião” terrestre em seu complexo movimento que nos leva a bordo, sem pressa, pelo espaço afora.

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Hans Memling – O TRÍPTICO DONNE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A pintura denominada O Tríptico Donne, também conhecida como A Virgem e o Menino com Santos, é um tríptico do pintor alemão Hans Memling (c.1433 – 1494), cuja obra encontra-se no ponto de transição do Gótico para o Renascimento. Presume-se que ele possa ter sido aluno de Rogier vander Weyden. O artista foi dono de um estilo próprio, onde se destacaram suas figuras graciosas, cores ricas e detalhes minuciosamente trabalhados.

A Virgem e seu Menino encontram-se na parte central do tríptico, rodeados por dois anjos e duas santas. Maria está sentada sobre um trono, coberto com um dossel vermelho, trazendo o Menino Jesus sentado em seu colo, nu, com uma mãozinha no seu livro de orações, e a outra levantada em forma de bênção (ou para pegar a fruta que lhe oferece o anjo). As santas Catarina e Bárbara estão de pé, ladeando a Virgem e o pequeno Jesus, assim como dois anjos músicos com suas asas azuis.

Diante do trono, ajoelhado, juntamente com sua esposa Elizabete e filha, está o doador da obra – Sir John Donne. Ele usa roupas escuras, enquanto sua esposa usa um vestido de cor púrpura, adornado com um colar com um medalhão. A família ostenta riqueza. Santa Catarina apresenta Sir John à Virgem, enquanto santa Bárbara apresenta Lady Donne e sua filha Anne, a mais velha do casal.

No painel, à esquerda, está São João Batista com um cordeirinho branco (símbolo da Paixão de Cristo) no braço esquerdo, enquanto aponta para ele com a mão direita. Ao fundo vê-se uma figura com um gorro vermelho, é a do próprio pintor, responsável pela obra. No painel, à direita, está São João Evangelista, segurando um cálice. Os dois santos são intercessores do doador.

O reverso dos dois painéis que compõem a pintura central também é decorado com estátuas simuladas dos Santos Cristóvão e Antão Abade, o que indica que eram usados tanto abertos quanto fechados. Uma bela paisagem é vista no fundo da pintura da parte central e da pintura das asas do tríptico: um homem montado em um cavalo, um moleiro descarregando um saco de trigo de seu jumento, uma roda d’água de um moinho (atributo de Santa Catarina), uma torre (atributo de Santa Bárbara), árvores, etc.

Ficha técnica
Ano: c. 1475-80
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 71 x 68 cm (painel central)/ 71 x30 (painéis laterais)
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
https://www.nationalgallery.org.uk/paintings/hans-memling-the-donne-triptych

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Corregio – MERCÚRIO ENSINANDO CUPIDO…

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Mercúrio Ensinando Cupido diante de Vênus, também conhecida como Vênus com Cupido e Mercúrio, ou ainda, A Escola do Amor, é uma obra do pintor renascentista italiano Corregio (c.1469-1534), cujo nome oficial era Antonio Allegri, tido como um dos mais renomados artistas do Alto Renascimento italiano. É provável que tenha tido como mestre o pintor Francesco Bianchi Ferrari. Recebeu influências de Andrea Mantegna, Leonardo da Vinci, Rafael Sanzio e Michelangelo. Em sua busca para levar leveza e elegância a seu trabalho, acabou por ser um pioneiro na pintura ilusionista.

Presume-se que esta pintura, que fazia parte da coleção do Duque de Mântua, fez par com “Antíope”, que se encontra hoje no Museu do Louvre. Ela representaria o “amor intelectual”, enquanto a segunda simbolizaria o “amor físico”.

Vênus, Mercúrio e Cupido, em primeiro plano, encontram-se numa clareira na floresta. A deusa está próxima ao filho, a quem o deus Mercúrio (Hermes) mostra algo escrito. Vênus é vista de frente, nua, como uma deusa alada, carregando um manto vermelho no ombro esquerdo. Mercúrio, também nu, sentado, com parte de seu manto azul no ombro e no colo, olha carinhosamente para o pequeno deus. Ele não traz seu capacete alado, como é comumente mostrado, portanto, trata-se de uma representação incomum em relação aos dois deuses mitológicos.

Ficha técnica
Ano: c. 1525
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 91 x 155 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

Views: 7

XANDECO REFLETE SOBRE SUA NOVA PÁTRIA (IV)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Depois de sua visita à Câmara Federal e ao Senado, Xandeco, o marciano, tirou o resto da semana para refletir sobre o que presenciara e também vira na mídia da capital brasileira, embora alguns fatos chegassem a ele à boca pequena. Nenhuma das duas casas visitadas deixara-lhe uma boa impressão, pois, apesar dos entreveros às claras, ele sabia muito bem que o destino da nação é resolvido à chucha calada, quando todos os gatos sãos pardos,  quando o filho chora e mãe não vê. Embora a fina flor dos mandantes tente passar ao povo a impressão de que o país caminha sobre tapete vermelho, usando aquela mesma e velha história de mudanças, o povo, à duras penas, empurrado a ferro e fogo, vive na penúria, continuando à matroca. E, se um ou outro expõe a verdade nua e crua, deixando claro que a vaca foi para o brejo há muito tempo, é logo tratado a pata de cavalo e chamado a abaixar a bola.

Não é possível a Xandeco deixar de fazer algumas considerações sobre parte dos mandachuvas de sua nova pátria, pois arrotam importância, mas tratam o Brasil a sangue-frio, com seus segredinhos guardados a sete chaves, sempre abaixando a guarda para o Tio Sam e a elite dominante do país, adulando o sol que nasce. O marciano considerou a maioria dos não tão “nobres” representantes brasileiros como um bando de medíocres com a rédea solta, fazendo tudo em conformidade com as forças poderosas que os controlam, aproveitando enquanto Brás é tesoureiro, mesmo vendo a desgraça dos pequenos seguir a todo vapor. Também ficou sabendo  que muitos brasileiros, sentindo que a porta da rua é a saída da casa, estão deixando o país a peito descoberto, mesmo sabendo que Mr. Trump pode lhes dar um belo chute no traseiro (pois tem ojeriza a latinos sem eira e nem beira), e os pobrecos que aqui ficam estão a enfiar bufa na linha, enquanto uns poucos conseguem trabalhar a troco de reza, pois emprego é coisa de primeiro mundo. Junto à maioria dos brasileiros, o marciano segue também a trouxe-mouxe.

Xandeco concluiu que, sem nenhuma sabença sobre a real ocupação de seu planeta no Universo, os prepotentes se consideram a cereja do bolo do Cosmo. Em sua pouca cultura, é provável que ainda esteja achando que a Terra é o centro do Universo, conforme apregoava o matemático e astrônomo grego Ptolomeu (90 d.C. e 168 d.C). Pobres coitados! A sua Via Láctea não passa de mais uma das possíveis 400 bilhões de galáxias existentes apenas no Universo observável (na parte que é capaz de ser vista pela tecnologia humana).  Se irrelevante é a Via Láctea, galáxia que agrega o planeta terrestre, menor importância se pode dar à Terra, uma merdinha à toa perdida na imensidão sideral. Por aí é possível imaginar a insignificância dos terráqueos, seres medíocres, chués e chifrins  diante da magnitude do Cosmo, rodando presos a uma bolinha feita de rocha e metal, solta num obscuro e solitário mundaréu do nada.

O marciano matutava, mas não conseguia entender a empáfia desmedida, especialmente dos chamados representantes brasileiros, a maioria em busca de poder e riqueza, mesmo sabendo que são passageiros fugazes de uma navezinha à toa (Terra) à deriva num Universo que se expande aceleradamente, com galáxias a se afastarem velozmente. Lamentou que a evolução darwiniana (baseada na seleção natural) também não grassasse em meio aos políticos (não apenas do Brasil), sem a necessidade da intervenção da justiça humana que tarda e falha. Xandeco, que não era ligado a nenhuma crença religiosa, passou a acreditar na sabedoria popular que reza que Deus os fez e o diabo os ajuntou. É muita desgraça junta. Grande parte estaria muito bem atrás das grades, mas o marciano sabe que até que o inferno congele isso jamais acontecerá, pois essa gente também costura as leis que a protege. É por isso que o desrespeito ao povo, nas bandas de cá, prossegue até o diabo dizer basta, quiçá até o fim dos tempos, fim esse que nenhuma diferença faria a este paiseco atado de pés e mãos, sem coragem para arregaçar as mangas e dar um basta nesta merda toda. Aqui tem jacutinga! E muita!

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O GRANDE “PIÃO” TERRESTRE (II)

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Autoria do Prof. Rodolpho Caniato

A Precessão dos Equinócios

Os gregos foram em boa parte “herdeiros” da cultura babilônica, mas foram muito além e foram os primeiros a sistematizar o conhecimento que haviam herdado. A escola de Alexandria reuniu e ampliou muito toda a cultura herdada do mundo antigo e da cultura grega. Entre os grandes sábios ligados a esse grande centro situado no delta do Nilo, esteve Hyparco (146-127aC), considerado o “pai” da Astronomia. Quando ele ainda era muito jovem, os astrônomos assinalaram o aparecimento de uma “nova” (134 aC) estrela: uma estrela que nunca havia sido percebida antes: uma “nova” ou uma “super nova”. Estabeleceu-se então uma polêmica sobre esse tema: a imutabilidade do céu. As estrelas do céu são sempre as mesmas ou é possível o aparecimento de estrelas “novas”? Isso parece ter sido um estímulo para que aquele grande astrônomo grego se pusesse a fazer o primeiro e mais completo catálogo de estrelas.

Nunca antes no mundo antigo e ainda por muitos séculos depois, havia sido feito um catálogo tão completo e com tamanha precisão nas posições e brilho aparente das estrelas. Nesse trabalho, Hyparco notou que o ponto equinocial, o ponto em que o Sol cruza o equador celeste, havia mudado em relação à posição relatada nos conhecimentos que vinham desde os antigos babilônios. Isso mudava um pouco as coordenadas das estrelas. Era preciso verificar se e quanto essas coordenadas haviam mudado. Hyparco então comparou as posições das estrelas em relação ao ponto equinocial de seu tempo, com as posições estudadas e registradas 150 anos antes por outro importante sábio de Alexandria chamado Timócaris.

As medidas de Hyparco indicavam que o ponto de origem da contagem da posição das estrelas, o ponto equnocial  havia se deslocado de cerca de 2o (ângulo de dois graus) naqueles 150 anos passados.  Isso dava um deslocamento de cerca 120´ ( 2o = 120 minutos de ângulo) em 150 anos, ou seja, pouco menos de 1` ou 60´´ por ano. O valor de Hyparco para esse deslocamento foi de 46´´por ano. Estava descoberta a precessão dos equinócios, o deslocamento do ponto equinocial, bem próximo do valor conhecido hoje pela Astronomia, que é de 50´´,26 segundos de arco por ano. Embora caiba a Hyparco a glória da descoberta do fato, ainda permaneceria desconhecida por muitos séculos a causa para esse deslocamento. Isso só se tornaria possível depois da descoberta da Gravitação de Isaac Newton, em 1687.

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